sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Guiné 63/74 - P16649: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XIII: Bolama, uma experiência agridoce (II)


Foto nº 1 > Bolama visat de São João



Foto nº 2 > Tarrafo




Foto nº 3 > Residencial Gá-Djau.


Foto nº 4 > Praia Ofir com vacas a apascentar (1)



Foto nº 4A > Praia Ofir com vacas a apascentar (2)


Foto nº 5 > A Adelaide na praia de Ofir


Foto nº 6 > Antigo palácio do Governador, em ruínas


Foto nº 7 > Antigos paços do concelho, em ruínas


Guiné-Bissau > Arquipélago de Bolama - Bijagós > Bolama  > Outubro de 2015


Fotos (e legendas): © Adelaide Barata Carrêlo (2016), Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação do álbum fotográfico 
e das notas de viagem de Adelaide Barata Carrelo, à Guiné-Bissau, em outubro-novembro de 2015 (*). 

Com sete anos, a Adelaide passou uma larga temporada (1970/71) em Nova Lamego, com o pai, a mãe e os irmãos, tendo regressado no N/M Uíge, em 2 de março de 1971. Em 15/11/1970 teve o seu "bartismo de fogo".

O pai era o ten SGE José Maria Barata, CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71). Quarenta anos depois regressa à Guiné-Bissau...

É nossa grã-tabanqueira, nº 721 (membro da nossa Tabanca Grande desde 11/7/2016).



BOLAMA (II)

 Chegados a Bolama esperámos uma espécie de "tuk-tuk" que nos levou à Residencial Gá-Djau.
A primeira impressão... respira-se história por todas as esquinas, vidas que foram felizes aqui, memórias de ruas com nomes que nos pertencem (por exemplo,  "Rua de Cascais"). 

Soubemos que,  através de um protocolo com a cidade de Cascais,  foram oferecidas uma ambulância e uma viatura polivalente, bem como a doação de 55 mil livros para a biblioteca municipal da Guiné Bissau.

Casas de arquitectura puramente colonial ainda se mantém firmes como que um cartão de visita, embora desertas e desejosas para contar as suas infinitas histórias.

Almoçámos,,  no Bar "Sabor das Ilhas",  um peixe grelhado magnífico,  "ventana" (parecido com a nossa "dourada") e arroz, não faltando a magnífica banana como sobremesa.

Ainda visitámos o cemitério de Bolama onde se encontram sepulturas de alguns portugueses que lá viveram e lutaram.

Deambulámos pelas ruas da cidade, onde observámos o Palácio dos Paços do Concelho, a Igreja de S. José e os edifícios militares entregues ao passar dos anos. Espreitámos o interior do Cinema de Bolama pela bilheteira abandonada.

Nos campos de futebol adjacentes ao quartel, observámos adolescentes a treinar intensamente debaixo de um calor sufocante.

Encaminhámo-nos para o mercado municipal, e no caminho demos conta da existência de duas cabines telefónicas que hoje estão completamente mudas.

Ao regressar à Residencial esperava-nos um chá "wuarga" (espécie de chá preto muito forte com muito açúcar), servido em copos de vidro pequeninos.

Na primeira noite em Bolama, apanhámos uma trovoada depois de um anoitecer quente e pesado, debaixo de uma espécie de coreto pequeno na Residencial.

Dormir à noite... impensável, mas o cansaço era tanto que as melgas eram simples mosquinhas a bailar à volta dos nossos ouvidos.... E o calor...?

Ao nascer do dia não podíamos perder um mergulho na praia de "Ofir". Quando chegámos, a água estava mansa, como as vacas que comíam a erva junto á areia.

A água estava morna, o que nos permitiu nadar e mergulhar durante bastante tempo.

O que aconteceu depois...,  é que não esperávamos. Quando nos fomos secar nas toalhas e vestir as roupas que deixámos em cima de um muro junto à praia, fomos atacados por formigas grandes e rápidas que nos mordiam os pés e tudo o que podiam,  sem dó nem piedade. Por mais que sacudíssemos as roupas, mais elas surgiam, fugimos dali com uma sensação agridoce, mas valeu a pena!

Planeávamos ir a Cantanhez, mas,  com as chuvas e o estado das estradas, mudámos o rumo à nossa viagem.

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 27 de outubro de  2016 > Guiné 63/74 - P16646: Álbum fotográfico de Adelaide Barata Carrêlo, a filha do ten SGE Barata (CCS/BCAÇ 2893, Nova Lamego, 1969/71): um regresso emocionado - Parte XIII: Bolama, uma experiência agridoce (I)

2 comentários:

jpscandeias disse...

Olá Adelaide!

Recuei -através das sua escrita- a finais de 1972 quando pela primeira vez cheguei de barco a Bolama e percorri as poucas dezenas de metros do cais até chegar ao largo espaçoso onde se destacava à esquerda um pequeno quiosque e à direita uma estatua evocando uma personalidade que fora decisiva na disputa destas paragens a favor de Portugal. A rua bem inclinada composta de casario ia até ao CIM, deixando pelo caminho o cinema onde vi alguns filmes e frequentei a esplanada interior onde passei a passagem de ano de 1973/74. Na praia de Ofir tomei vários banhos numa água que de tão quente nos provocava dor de cabeça. Acho que tenho algures uma foto com camaradas tirada lá em 1974.
Obrigado pela me fazer recordar paragens e locais que estão marcadas na minha mente para sempre.

joao silva

Anónimo disse...

Caro João Silva,
O monumento que refere foi erigido em 1955 pelo então Ministério do Ultramar em homenagem ao Presidente dos EUA, o Gen. Ulysses Grant. Este, como bem dissestes, arbitrara uma causa, a disputa da posse de Bolama num contencioso com a Inglaterra, a favor de Portugal.
Sem querer entrar em pormenores, julgo ter lido que a estátua foi apeada alguns anos após a independência da Guiné-Bissau. Não sei o que lhe aconteceu.
Cumprimentos.