sexta-feira, 29 de julho de 2022

Guiné 61/74 - P23468: FAP (125): Os helicópteros SA-330 Puma e AL III em Angola, no apoio ao BCP 21 (Jaime Silva, ex-alf mil pára, 1ª CCP / BCP 21, 1970/72)


Foto nº 3 > Angola >  Norte - Montes Mil e Vinte > 26 de junho de 1970 > Heli SA-330 Puma na  recuperação do 3º Pel da 1ª CCP /BCP 21 (1970/72)... Nesta operação morreu um soldado do meu pelotão.


Foto nº 1 > Angola > BCP 21 (1970/72) > 1970 > Heli  SA-330 Puma no  treino de paraquedistas (1)


Foto nº 2 > Angola > 1970 > BCP 21 > Heli SA-330 Puma no  treino de paraquedistas (2)


Foto nº 4 > Angola > BCP 21 (1970/72) > Leste > Chiume > Dezembro de 1971 > No Leste de Angola, Chiume (Cú de Judas), heli AL III  no apoio ao 3º pelotão,  1ª CCP /  BCP 21.

Fotos (e legendas) © Jaime Bonifácio Marques da Silva (2022). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


I. Mensagem de Jaime Silva (ex-alf mil paraquedista, BCP 21, Angola, 1970/72, membro da nossa Tabanca Grande, nº 643, desde 31/1/2014, tendo já cerca de 7 dezenas de referências) no nosso blogue; reside na Lourinhã, é professor de educação física, reformado, foi autraca em Fafe, onde residiu durante cerca de 4 décadas): 

Data - 28 jul 2022, 17:25  
Assunto - Helis PUMA e AL III

Caro Luís

Aqui vão as 4 relíquias do meu álbum de memórias, relativamente ao assunto dos helicópteros PUMA e AL III (*)

1. Quando os PUMAS chegam a Angola, a minha companhia estava destacada no Leste e, quando chegámos, soubemos que os pilotos da FA treinaram o transporte de militares com os paraquedistas.

As fotos nºs 2 e 3 testemunham o momento.

2. A foto  nº 3 capta o momento em que o PUMA  se prepara para recuperar o meu pelotão (3.º Pelotão da 1ª CCP do BCP 21).

Foi a nossa estreia no PUMA. ( A operação decorreu entre 24 e 26 de junho no Norte - Montes Mil e Vinte e, nela, morreu um soldado do meu pelotão.)

3. O Al III - documento o momento em que o Heli acabava de nos dar apoio com rações de combate e água para prosseguir a operação de combate que decorreu na zona de Chiume no Leste de angola. Foi por alturas de novembro / dezembro de 1971. (**)

É o que tenho. Memórias!

Abraço, Jaime.


II. Comentário do editor LG:

Obrigado, Jaime, pela tua pronta resposta ao meu pedido. Como se disse no poste P23462, a Guiné tinha mais de um quinto (n=21) do total dos heli AL III  que operavam nos três territórios em guerra (n=94). Em  contrapartida , nunca teve helis SA-330 PUMA (chegados tardiamente a Angola e Moçambique, em 1970), com maior capacidade e autonomia que os AL III.  

Havia 11 PUMAS: 6 em Angola e 5 em Moçambique. Como tu também me confirmaste, os AL III serviam sobretudo em Angola na versão helicanhão, equipado com um canhão de 20 mm, apoiando os PUMA. 

A capacidade de transporte do AL III era mais reduzida (6 militares = 2 + 4), podendo às vezes transportar 7 (2 + 5) ou até 8 (2 + 6). 

Foram produzidos mais de dois mil Alouette III, entre 1961 e 1985, pela empresa francesa Aérospatiale. Características técnicas: velocidade máxima, 220 km; alcance alcance, com peso máximo de descolagem_ 540 km; teto máximo  3.200 m/ 10.500 pés

o SA - 330 PUMA,   também da Aérospatiale, de uso civil e militar, tinha 3 tripulantes (piloto, copiloto e mecânico) e levava 16 passageiros (ou 20 militares). Foi introduzido no mercado em 1968 e até 1987 construiram-se cerca de 7 centenas de unidades.  (Outras características técnicas desta aeronave: velocidade máxima, 250 km/hora; alcance, com peso máximo de descolagem: 580 km; teto máximo: 4.800  metros  / 15.700 pés).
____________

Notas do ediror:

(*) Vd. poste de 26 de julho de 2022 > Guiné 61/74 - P23462: A nossa guerra em números (19): Meios e operações da FAP - Parte I: número e tipo de aeronaves: helicópteros, aviões de combate, de transporte e outros

(**) Último poste da série > 24 de junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22313: FAP (124): Memórias de lugares da guerra... A Base Aérea 12 de Bissalanca (Mário Santos, ex-1.º Cabo Especialista MMA)

4 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Diz a Wipidéia sobre o SA-330 Puma:

(...) Em 1970, a Força Aérea Portuguesa adquiriu 13 Pumas, devido à necessidade de maior capacidade de transporte durante a Guerra do Ultramar - 18/20 homens, um número bastante superior aos 5 passageiros possíveis com os Alouette III, o que aumentou significativamente a mobilidade do Exército Português. Seis unidades destinaram-se aos conflitos em Moçambique. Foram intensivamente utilizados pelas Forças Especiais em Angola, nomeadamente na intersecção de colunas de guerrilheiros vindos das fronteiras do Congo e da Zâmbia, servindo também na evacuação sanitária e apoio logístico. (...)

Desses 13, o nº 9507 foi sabotado pela ARA - QAcção Rrvolucionária Armada, no Hangar da antiga BA3 em Tancos, em março, 1971) juntamente com mais aeronaves.

Também o nº 9510 (AB7, Tete, Moçambique dezembro, 1973), foi acidentado numa missão de transporte de tropas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A9rospatiale_SA-330_Puma#Portugal

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ainda na W#ikipédia:

(...) O primeiro voo operacional do Puma foi a 23 de outubro de 1970, em missão de transporte de manobra (TMAN), em Santa Eulália, no norte de Angola.

Os "Puma" foram alvo de três actualizações desde do fim da guerra em África:

Transformação em aparelho SAR com a introdução do radar Omera ORB-31.
Portugal foi o único país a equipar o SA-330 com o radar ORB-31. Este radar possui a capacidade, tal como o ORB-31D, para lançar e guiar mísseis Exocet.
Equipamentos autónomos de navegação e estacionário automático.
Novos motores Makila.
O "Puma" foi retirado oficialmente do serviço, no território continental de Portugal, a 3 de fevereiro de 2006, no mesmo dia em que as primeiras unidades do seu sucessor (EH-101 Merlin) entraram ao serviço em missões de Busca e Salvamento, ao serviço da Esquadra 751. Até final de novembro de 2006 alguns dos "Puma" continuam ao serviço na Base Aérea das Lajes, momento a partir do qual os (EH-101 Merlin) os substiturão em missões operacionais.

Em 24 de setembro de 2008 os Pumas foram reactivados para a missão anteriormente desempenhada pela Esquadra 711 reabilitando-se quatro helicópteros na também reactivada Esquadra 752 "PUMAS". O esquadrão foi desactivado em 2011.

Entre 1970 e 2009 as esquadras da Força Aérea Portuguesa que utilizaram este Pumas foram as seguintes:

Esquadra 94 - baseada em Luanda (Angola)
Esquadra 703 - baseada em Tete (Moçambique)
Esquadra 751 - baseada no Montijo
Esquadra 752 - baseada nas Lajes (Açores)
Esquadra 711 - baseada nas Lajes (Açores)
Esquadra 752 - baseada nas Lajes (Açores) (...)

https://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A9rospatiale_SA-330_Puma#Portugal

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Não sabemos quanto terá custado à FAP, em 1970, o heli SA_330 Puma... A versão seguinte, tecnologicamente mais avançada, o AS332L1 Super Puma (produzido entre 1986 e 2011) custava 22 milhões de euros (preço da aeronave nova)... Um "belo" (mas "caro") brinquedo...

https://www.bjtonline.com/aircraft/airbus-helicopters-as332l1-super-puma

Fernando Ribeiro disse...

Os AL III serviam sobretudo em Angola para evacuar feridos.

Imagens de Zemba, norte de Angola, a poucos quilómetros dos Montes Mil e Vinte, provavelmente em 1971: https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dySrWk56YsWJvqyv9Q2oRlBQX8rfeoiqeBsXCg_X95Zin4Om81Vd7pDXI10IDrw6eP6VYQhFhzAoid-PVbYknF4jpkT8vhVJfJ24N_SpUm1eODWO3jZfNwG2ngKjSFAQPN7c8I Em 1973, dois grupos de combate de uma companhia de caçadores protagonizaram exatamente as mesmas cenas, sob o comando de um alferes atirador com um «ego demasiado alto».