sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Guiné 61/74 - P26034: Manuscrito(s) (Luís Graça) (257): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte III

 


Foto nº 20 > Porto Santo >  Um dos icónicos moinhos de vento da ilha, no Campo de Cima. (O primeiro terá sido construído em finais dp séc. XVIII.) 


Foto nº 21 > Porto Santo > Anoitecer, na baía. Vista do porto de abrigo. É aqui que atratca todos os diuas o "ferryboat "Lobo Marinho", que faz a ligação diária com o Funcal.


Foto nº 22 > Porto Santo _ Miradoiro da Portela. Vista  da Vila Baleira e praia,


Foto nº 23 > Porto Santo > Serra de Fora > Terras que há dera,m cereal (1)...


Foto nº 24 > Porto Santo > Serra de Fora > Terras que lá deram cereal (2).... 


Foto nº 25 > Porto Santo > Resaurante  "Teodorico" > O bolo do caco


Foto nº 26 > Porto Santoo >Vila Baleira  > Caf+e Bar "O Rapaz" > A cerveja Coral (que vem da Madeira)


Foto nº 27 > Porto Santo > Serra de Fora > O "Teodorico", um dos restuarantes de referència da ilha


Foto nº 28 >  



Foto nº 29 Porto Santo > Vila Baleira > Casa Colombo (3)

Região Autónoma da Madeira, Porto Santo > 29 set - 6 out 2024

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  A ilha é fotogénica: dá para tirar umas belas "chapas"... Maz lembrar o canto da sereia... Eu imaginei-me náufrago numa ilha como esta. Que não tem nada para um desgraçado de um ser humano poder sobreviver. Hoje vem tudo da Madeira. A sua dupla ou tripla insularidade assusta-me. 

Mas há gente que aqui nasce, estuda, trabalha, vive, se casa, faz filhos, envelhece, adoece e morre. Há gente que emigra, mal acabada a escolaridade obrigatória. Mas também há gente que vem para aqui trabalhar, como imigrante. Das diferentes partes do planeta: falei com "miúdos" da Argentima, do Brasil, de Marrocos, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de São Tomé e Príncipe, de Angola, de Moçambique, do Nepal, do Banglasdesh, etc.  A qualidade do turismo foi afetada com a pandemia, a perda de recursos humanos e o inevitável recurso a mão-de-obra temporária estrangeira... 

Desde há mais de cinco séculos que é (ou foi) uma ilha sofrida e de sofrimento. O turista, que vem aqui passar as suas "férias de sonho", não quer saber nada do seu parto violento, a sua origem vulcânica, a sua desertificação, a sua secura, a sua terra estéril,  os dramas e tragédias mas também as lições de coragem da sua gente... (Confesso que só falei com meia dúzia de "portossantenses" de origem, do homem do táxi, do jardineiro do hotel, ou  das funcionáras do museu...).

Merece ser conhecida, com mais detalhe, o rol de tragédias que marca a história dos desgraçados que colonizaram a ilha. Gente de coragem e tenacidade. É a ilha mais próxima da nossa plataforma continental e a primeira a ser "achada" e povoada...logo no início do séc. XV. 

Com a conquista de Ceuta (1415), inicia-se, para o mal e para o bem, o império colonial português, o primeiro império global da história... O passo seguinte foi Porto Santo (1418).

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8 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Alguém vai perguntar: o que é que esta m... tem a ver a Guiné ? A resposta é simples: é com Ceuta e depois com Porto Santo, que começou tudo... E sobrou para nós, que de G3 "defendemos" os restos do império, na Guiné, em 1961/74... Não culpo o Infante, temos que ser solidários... As decisões que eu tomar ou deixar de tomar, hoje, vão sobrar para os meus filhos, netos e bisnetos, amanhã...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Na conversa com o taxista que me levou ao restaurante "Teodorico", veio à baila a "FLAMA" e as atividades "terroristas" desta organização: um elemento da "FLAMA" terá vindo exppressamente do Funchal para "pòr uma bomba" na casa ou no carro de um portossantense... Acabou por morrer o "terrorista"...

Os taxistas, em todo o lado, são como o "cata-vento" (geralmemente um galo) no alto do campanário das igrejas... Dizem-nos de que lado sopra o vento mas também são guardiões de memórias de acontecimentos que marcam a comunidade local...

A caminho da Serra de Fora, o taxista mostrou-nos o porto de abrigo, a marina e a polémica "fábrica de microalgas" (UPBPS - Unidade de Produção de Biomassa do Porto Santo), que parece ser ser um "elefante branco"...Ele chamou-lhe a "mina de diamantes"... Pareceu-me haver na ilha um certo ressentimento contra o poder dos senhores do Funchal... Que se calhar tem raízes históricas...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Mas há coisas temos que aprender com a Região Autónoma da Madeira... A central de dessalinização de Porto Santo é uma delas... E que muitos dos nossos leitores desconhecem...

Cite-se aqui o "Expresso", de 30/8/2022, 15:38
No Porto Santo, toda a água potável vem do mar e é captada em quatro galerias construídas debaixo da praia

(...) No Porto Santo, toda a água potável vem do mar e é captada em quatro galerias construídas debaixo da praia. É assim há mais de 40 anos, altura em que se decidiu construir uma central dessalinizadora para resolver a escassez de recursos hídricos da ilha.

A central de dessalinização da praia do Porto Santo foi inaugurada em 1980 e, desde então, fornece água potável à região. Graças a esta infraestrutura, a população não sofre de escassez de água durante os meses mais quentes e, nos últimos 20 anos, tem sofrido aumentos e melhorias, de modo a torná-la mais eficaz.

O processo consiste na captação de água salgada através de quatro galerias localizadas na praia do Porto Santo, que posteriormente é tratada, mineralizada e distribuída na rede pública.

Depois de utilizada, é de novo tratada numa Estação de Tratamento de Águas Residuais, que a deixa própria para consumo.

Este ciclo permite à localidade poupar uma quantidade considerável de recursos hídricos, numa ilha árida onde é difícil armazenar a pouca água da chuva.

Este processo, utilizado na região há quatro décadas e que já é conhecido há mais de 100 anos, tem capacidade para abastecer as 30 mil pessoas que habitam a ilha durante todo o ano, sem qualquer falha. (..)


Tabanca Grande Luís Graça disse...

Mais: tem um belíssimo campo de golfe que faz as delícias dos dinamarqueses (!), cuja relva é regada à noite com a mesma "água do mar" que entrou na rede pública, depiois de dessalinizadam tratada, consumida e de novo tratada na Estação de Tratamentos de Águas Residuais...

E a illha é autossuficiennte em energia eléttrica: só tem uma eólica e não

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Mais: tem um belíssimo campo de golfe que faz as delícias dos dinamarqueses (!), cuja relva é regada à noite com a mesma "água do mar" que entrou na rede pública, depiois de dessalinizadam tratada, consumida e de novo tratada na Estação de Tratamentos de Águas Residuais...

E a illha é autossuficiente em energia elétrica: só tem uma eólica e não querem mais... Faz muito barulho e tem um impacto estético na paisagem... (Já tiveram duas...).

Claro que os painéis solares também estragam a "fotografia"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Agora o grande desafio dos portossantenses" é não matar a galinha dos ovos de ouro do turismo e sobretudo não ficar dependente da "sazonalidade"...A qualidade do serviço hoteleiro tem de ser melhorada e o mar está longe de ser aproveitado... Uma ilha náo pdoe viver apenas de sol e praia e temperatura amena... Mas que delícia estar na Serra de Fora, no "Teodorico", a comer uma espetada às 10 da noite, na esplanada, sem ponta de vento nem frio... Como na Guiné (mas sem mosquitos)...

Anónimo disse...

João Crisóstomo
"Como na Guiné (mas sem mosquitos)..." Ficaram-se -me os pelos em pé só de me imaginar lá também nesse momento! Mas fico muito contente pelos que tiveram essa oportunidade e a souberam "viver" assim. Caramba que inveja!...
João Crisóstomo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

João: tu que tens uma ligação (afetiva) à Madeira, tens que levar a tua Vilma a conhecer Porto Santo: foi aí que começou o nosso império (e o nosso calvário...) (Ceuta, 1415, Porto Santo, 1418...etc.)... até, por fim, fecharmos as portas, em 1999 (Macau). Valeu a pena? O Fernando Pessoa respondeu por todos nós... Sim, teríamos hoje a alma mais pequena, se não nos tivéssemos lançado ao mar (... e às bolanhas da Guiné). LG