sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26179: O Nosso Blogue como fonte de informação e conhecimento (107): alguém conheceu Álvaro de Barros Geraldo, o fotógrafo oficial do gen Spínola, no período da guerra colonial, na Guiné-Bissau ?(Catarina Laranjeiro, investigadora no Instituto de História Contemporânea da NOVA/FCSH)



Gen Spínola, governador e comandante-chefe no CTIG, s/d. Foto editada e reproduzida com a devida vénia do livro de Luís Nuno Rodrigues,. "Spínola: Biografia" (Lisboa, A Esfera dos Livras, 2010, 748 pp.). Pertence ao Arquivo António Spínola, desconhece-s o autor. Poderá ter sido o fotógrafo oficial do general, no TO da Guiné,  Álvaro de Barros Geraldo ?


1. Através do Formulário de Contacto do Blogger (e depois por mail), chegou-nos o seguinte pedido:

Data - Quarta, 20/11/2024, 12:48


Boa Tarde a todos,

Espero que se encontrem bem.

O meu nome é Catarina Laranjeiro e sou investigadora no Instituto de História Contemporânea da NOVA/FCSH.

Estou juntamente com uma colega, a Inês Vieira Gomes (em cc neste email), a realizar uma investigação sobre a obra do fotógrafo Álvaro de Barros Geraldo, que foi o fotógrafo oficial do General Spínola na Guiné-Bissau, no período da Guerra Colonial.

Alguem se lembra deste fotografo na Guiné? Tem alguma pista sobre a família de Álvaro de Barros Geraldo?

Um abraço
Catarina
Cumprimentos,
Catarina de Castro Laranjeiro | claranjeiro@fcsh.unl.pt

2. Comentário do editor LG:

Catarina: Como sempre, procuramos que o nosso blogue seja também útil à comunidade académica.  Sobre o seu pedido, que agradeço,  vamos torná-lo público. É possível que, em cinco anos de presença do gen Spínola no TO da Guiné, como governador e comandante-chefe, haja alguém de nós que tenha conhecido esse fotógrafo (em Bissau, não no mato),

Eu desconhecia completamente o seu nome e a sua função. O próprio biógrafo de Spínola (Luís Nuno Rodrigues,. "Spínola: Biografia", Lisboa, A Esfera dos Livroas, 2010, 748 pp.), não faz qualquer referência a esse fotógrafo. E as fotos que publica, infelizmente poucas,  sobre o general na Guiné, são citadas como pertencentes ao "Arquivo António Spínola".

O Geraldo seria militar ? Talvez um "fotocine"... Ou seria um "civil" ?...Sei que o seu arquivo está em depósito na Torre do Tombo, doado em 1974.  Pode ser, entretanto, que algum dos nossos leitores tenha mais alguma pista. Boa saúde, bom trabalho.

PS - A Catarina Laranjeiro, investigadora e realizadora de cinema, tem  7 referèncias no nosso blogue.

8 comentários:

Catarina Laranjeiro disse...

Caro Luís Graça,
Muito obrigada pela sua preciosa ajuda, como sempre.
Agradeço qualquer pista que nos possa ser dada sobre este fotógrafo.

Um abraço a todos.
Catarina

Anónimo disse...

Infelizmente não conheço, não conheci, e não sabia de um fotografo oficial do nosso General Spínola.
Encontrei-o algumas vezes em Bissau, quer no Grande Hotel, quer no Solar dos Dez.
Mas nunca falei com ele.
Vi nele sempre uma pessoa acima de tudo e todos.
Gostei dele, e o fotografo não vi!
Virgilio Teixeira

Valdemar Silva disse...

Estive por duas vezes a um palmo do Spínola.
A primeira vez foi quando assistiu a tiros de morteiro 60mm de recrutas, na bolanha de Contuboel, e calhou ser o Umaru Baldé do meu Pelotão a disparar uma granada que nunca
mais caía e acertar no bidon-alvo. Alguns dos presentes deram uns passos nervosos, mas eu fiquei ao lado de Spínola que não se mexeu e fez um sinal quase imperceptível de "calma".
A segunda foi no Hospital Militar em Bissau, quando estive internado devido a uma intervenção cirúrgica. Ele todos os dias ia de manhã ao Hospital visitar, principalmente, quem tinha chegado ferido, tendo visitado um oficial que estava no meu quarto mais outros dois doentes. Esse oficial doente tinha a cara cheia de feridas devido a uma explosão de uma mina A/P, o Spínola olhou pra mim como me conhecendo e disse ao oficial ferido, que era um magricelas, "dos fracos não reza a historia".
Tenho a ideia que o oficial disse qualquer coisa, quando o Spínola saiu, que os outros riram-se.
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Náo estou a ver um militar a ficar 5 anos ao lado do Spínola para lhe bater as "chapas"... Ajudantes de campo, teve 3, se não me engano...E fotógrafos oficiais deve ter tido mais do que um...O Geraldo terá sido um deles... A questão é de saber se era civil ou militar ("fotocine", por exemplo, a menos que fosse também da arma de cavalaria, como os ajudantes de campo...).

António Martins Matos disse...

Via assiduamente o General Spínola, na Base12, a partir para as suas visitas a aquartelamentos, de DO-27 ou AL-III. Nunca vi que levasse algum fotógrafo a reboque.
AMM

Anónimo disse...

Cuidava da sua imagem, mas não a esse ponto, o de levar fotógrafos para o mato.LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Catarina, Spínola cuidadava da sua imagem, eras de cavalaria, foi vedeta n o hipismo, mas não ao ponto de andar com um "fotógrafo pessoal, oficial" atrás de si, e muito menos no mato, na Guiné...

Levava o ajudante de campo, que era também sxeu guarda-costas... Nunca ninguém o viu armado, e correu riscos...Em Bissau, nas cerimónias militares, oficiais, é possível que o palácio do governador recorresse a algum fotógrafo civil, com estúdio montado na cidade... Ainda não sabemos se esse Geraldo era civil ou militar.

Era importante, por outro lado, saber se o jornal "A Voz da Guiné" tinha algum fotógrafo ou fotojornalista no seu quadro de pessoal. Ou se as fotos que publicava tinham autor.

Os únicos "paparazzi" que o fotografavam, no mato, eram os militares das unidades e subunidades que ele visitava, muitas vezes de surpresa. Não se batia à fotografia, mas também não se importava que o fotografassem...

Anónimo disse...

Domingos Robalo
(Página do Racebook da Tabanca Grande, 23 nov 2024, 18:50)


Tive três contactos com o general Spínola.

O primeiro numa visita que este fez a Fulacunda, onde estava sediada a CCAV 2482, “Os Bpoinas Negras”. Era eu comandante do 22° Pel Art, em apoio a esta Companhia comandada pelo capitão H. Morais.

A segunda vez, estando eu de Sargento da Guarda no QG, em Bissau,o general passando o portão a pé recebeu as honras da “Guarda”. Assim que passou mandei destroçar a secção. O general voltou atrás e de forma pedagógica falou; “A guarda não destroça, recolhe”. Nunca mais me esqueci.

A terceira vez, foi na parada da minha Unidade, a BAC1, que ia passar a Grupo, por aumento significativo de forças e material de artilharia. Nesse mesmo dia e nessa cerimónia, foi homenageado o Sargento de Artilharia, morto em combate, sendo dado o seu nome à parada da unidade; “Parada Issa Jao”.

Destes três contactos havia um fotógrafo, fardado, que tirava fotos de uma forma muito discreta. Quem era, não sei.


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