quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26262: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (49): Porto do Cacheu, junto à fortaleza: a canoa nhominca, o pintor e o "aui"

 


Foto nº 11C


Foto nº 11B


Foto nº 11A


Foto nº 11


Foto nº 12 B


Foto nº 12A


Foto nº 12


Guiné-Bissau > Região de Cacheu > Cacheu > Porto de manutenção > Canoas > 5 de dezembro de 2024 >  O pintor, a canoa nhominca e o "aui"

 
Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  Mais duas fotos da sua última viagem ao Cacheu, em 4 e 5 do corrente,  partilhadas pelo  Patrício Ribeiro, nosso amigo e camarada, histórico membro da Tabanca Grande, nosso "embaixador em Bissau",  cicerone, autor da série "Bom dia desde Bissau" (**)...

Legendas:

Foto nº 11 > Pintura decoartiva de uma canoa nhominca, junto à fortaleza de Cacheu.

Foto nº 12 >   O artista a pintar a canoa


2. Comentário do editor LG:

Duas fotos fantásticas, reveladores de um arte mal conhecida, a pintura  decorativa das canoas de pesca nhomincas, com cores muitos quentes e motivos da fauna e da flora da Guiné... Neste caso, o pintor ("apanhado" em plena atividade criativa) inspirou-se num "aui", um pássaro da  região...

Vamos lançar o desafio aos nossos leitores:  o que é o "aui" ? Como é o seu nome em português? E,  já agora, por que razão  é pintado na proa da canoa e com estas cores tão vivas ? Dará sorte ao pescador ? E dá visibilidade à embarcação em manhãs de cacimbo ? 

Deve haver alguma explicação para a escolha deste tema e destas cores fortíssimas (fazem-me lembrar as cores, também muito vivas, dos moliceiros da Ria de Aveiro)...

Obrigado, Patrício. Uma bela prenda de Natal !.. (Mas tenho que fazer render o "peixe", ainda me restam duas ou três do Cacheu...)

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Notas do editor:

Último poste da série > 10 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26253: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (48): Viagem entre Canchungo e Bachil(e), em chão manjaco, 4 e 5 do corrente

9 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Escreveu há tempos (3 de janeiro de 2013...) o Patrício Ribeiro:

(...) As canoas nhominca são as melhores embarcações e que se adaptam ao mar desta costa de África. O povo Nhominca foi quem as construiu há séculos, propositadamente para este mar!...

Já mandei construir algumas destas canoas, que depois entrego aos projectos, em pequenos estaleiros em Bissau, ou no grande estaleiro de Zinguichor, no Senegal. A maior concentração destas embarcações que já vi, foi em St. Louis, no norte do Senegal, umas largas centenas! Elas percorrem todo o mar costeiro, nesta costa de África, à pesca.


Pergunto: os motivos decorativos também senegaleses ? Este pintor que se vê nas fotos é do Cacheu ou vem do Senegal ?

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Parece haver ainda, na Guiné-Bissau, uma pequena indústrial de construção naval... Estas canoas nhomincas do rio Cacheu vêm de onde ?... Senegal ?

antonio graça de abreu disse...

Comparar as pinturas da proa com as dos nossos barcos moliceiros na ria de Aveiro.

Cherno disse...

Caros amigos, as letras pintadas na proa da canoa são para ser lidas da esquerda pra a direita, deve ser parte de um surate do Alcorão para dar sorte aos marinheiros. Nada mais normal, nestas paragens a influência da civilização árabe chegou muitos séculos antes dos europeus.
Um abraço amigo,
Cherno AB

Valdemar Silva disse...

Não me parece. Estas pinturas têm mais técnica artística e não percebemos o sentido dos desenhos e dos escritos. Os moliceiros com uma proa "avinkingada" têm pinturas populares que ridicularizam situações do dia a dia, algumas jocosas, de cores garridas.
(consta-se que os vikings "andaram" por uns anos pela ria de Aveiro, deixando marcas ainda hoje visíveis. O moliceiro com borda baixa e proa alta -na ria não há ondulação- e
homens de grande estatura, que, há anos, deram a azo a várias equipas de basquetebol naquela região.)
Valdemar Queiroz

António J. P. Costa disse...

Havia, no Tejo, há muitos anos, uns "botes" com duas velas: uma à proa triangular e outra maior quadrangular presa ao mastro. Hoje haverá muito poucos botes. A Câmara Municipal de Alcochete tem um bote - o Leão - que foi construído em finais do Séc. XVIII e já foi recuperado. É possível fazer passeios nele. As pinturas do casco e proa são mais figurativas, mas igualmente coloridas São diferentes dos moliceiros/mercantéis e obviamente das inhomingas que não têm velas. Um Ab. António J. P. Costa

Anónimo disse...

Nunca vi destas canoas em Cacheu nem lado nenhum.
De qq forma após intervenção de Cherno, mesmo lendo de trás para a frente não sabemos o que diz:
- aui
-iua

VT.

Fernando Ribeiro disse...

Uma vez fui visitar o Deutsches Museum em Munique, e assim que entrei vi no centro da primeira sala um lindíssimo e elegantíssimo barco moliceiro! O Deutsches Museum é *a referência* mundial no que a museus científicos e tecnológicos diz respeito. Todos os outros procuram imitá-lo. É um museu verdadeiramente extraordinário e tem um moliceiro da Ria de Aveiro a dar as boas-vindas aos visitantes...

Onde também existem barcos pintados com imensa arte é no Rio Tejo. Certamente será possível ver um ou mais em Vila Franca de Xira, na Moita e no Seixal, pelo menos. As duas fotografias seguintes foram feitas por mim próprio na Moita (a primeira) e no Rosário (a segunda):

https://photos1.blogger.com/blogger/3306/2036/1600/1%20-%20Proa.0.jpg

https://photos1.blogger.com/blogger/3306/2036/1600/4%20-%20Bote%20de%20meia%20quilha.jpg

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Ainda pensei (mal..) que "aui" fosse nome de pássaro.. Periquito ou coisa do género...