terça-feira, 14 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14470: Tabanca Grande (457): Alexandre Alberto Correia Cardoso, ex-Soldado Apontador de Armas Pesadas da CCAÇ 2464/BCAÇ 2861, Biambe, 1969/70

1. Hoje apresenta-se nesta nossa Tabanca Grande o nosso Camarada Alexandre Alberto Correia Cardoso, ex-Soldado Apontador de Armas Pesadas da CCAÇ 2464/BCAÇ 2861, Biambe, 1969/70.


Camaradas, Fui mobilizado no R.I.10, em Fevereiro de 1969,com destino aos Adidos, tendo seguido para Encheia e, posteriormente, para Biambi.

Mais tarde tomamos o rumo a Buba onde fizemos escolta e segurança à capinagem.
Finda esta missão, seguimos para Inhala.
Eu era conhecido pelo “Cardoso Metralha”.

Um abraço,
Alexandre Cardoso

Sold Apontador de Armas Pesadas da CCAÇ 2464






2. Camarada Alexandre Cardoso, em nome do Luís Graça de demais Camaradas integrantes desta nossa Tabanca Grande.  quero dar-te as boas-vindas. 

Com a tua prestação são já 4 os elementos do teu batalhão de que temos aqui notícias.

Os outros 3 Camaradas são, como podes constatar no link: 


- José Maria Claro, DFA, (ex-Soldado Radiotelegrafista de Engenharia) da CCAÇ 2464;

- António Nobre (ex-Fur Mil) da CCAÇ 2464;

- Armando Pires (ex-Fur Mil Enf.º) da CCS.

Resta-me desejar que se te lembrares de alguma(s) história(s) nos as envies bem com mais fotos que possuas no teu álbum de memórias.

Um abraço Amigo do MR.

Mini-guião de colecção particular: © Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
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Nota de M.R.:


Guiné 63/74 - P14469: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de Abril de 2015 (10): a lista final dos 200 magníficos, por ordem alfabética e por concelho de residência


X Encontro Nacional da Tabanca Grande: Distribuição das incrições pro concelho de residência (n=200)

Observ.

(*) Águeda, Almada, Barcelos, Covilhã, Espinho, Figueira da Foz, Loures, Marinha Grande, Óbidos, Oliveira do Bairro, Paredes, Ponta Delgada (RA Açores), Régua, Sta. Maria da Feira, Torres Vedras e Viana Castelo (n=32)

(**) Alvaiázere, Aveiro, Barcelos, Cadaval, Cantanhede, Coimbra, Condeixa, Gondomar, Guimarães, Ílhavo, Lamego, Mafra, Montemor- Velho, Nazaré, Ourém, Penamacor, Seixal, Tomar e Vila Real (n=19)




Distribuição dos inscritos por regiões (n=200)





Infografias: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015)



OS 200 INSCRITOS PARA O X ENCONTRO NACIONAL DA TABANCA GRANDE - MONTE REAL, 18 DE ABRIL DE 2015

Abel Santos - Leça da Palmeira / Matosinhos
Acácio Dias Correia e Maria Antónia - Linda-a-Velha / Oeiras
Agostinho Gaspar - Leiria
Albano Costa e Maria Eduarda - Guifões / Matosinhos
Alberto Godinho Soares - Maia
Almiro Gonçalves e Amélia - Vieira de Leiria / Marinha Grande
António Augusto Proença e Beatriz - Covilhã
António Brito da Silva e Isabel - Madalena / V. N. de Gaia
António Dias - Porto
António Estácio - Mem Martins / Sintra
António Faneco e Tina - Massamá / Sintra
António Fernandes Neves - Setúbal
António Fernando Marques e Gina - Cascais
António Joao Sampaio e Clara - Leça da Palmeira / Matosinhos
António José P. Costa e Isabel - Mem Martins / Sintra
António Manuel Garcez Costa - Lisboa
António Manuel S. Rodrigues e Rosa Maria - Oliveira do Bairro
António Maria Silva e Maria de Lurdes - Lisboa
António Martins de Matos - Lisboa
António Osório, Ana e Maria da Conceição - V. N. de Gaia
António Paiva - Lisboa
António Pimentel - Figueira da Foz
António Santos Pina - Lisboa
António Santos e família (6) - Caneças / Odivelas
António Sousa Bonito - Carapinheira / Montemor-o-Velho
António Souto Mouro - Paço de Arcos / Oeiras
Arlindo Farinha - Almoster / Alvaiázere
Armando Pires - Algés / Oeiras
Arménio Santos - Lisboa
Artur Soares - Figueira da Foz
Baltazar Rosado Lourenço - Nazaré
Belarmino Sardinha e Maria Antonieta - Odivelas
Benjamim Durães, Fábio, Rafael, Marta, Tiago, Pedro e Sérgio - Palmela
C. Martins - Penamacor
Carlos Alberto Cruz, Irene e Paulo Jorge - Paço de Arcos / Oeiras
Carlos Alberto Pinto e Maria Rosa - Reboleira / Amadora
Carlos Vinhal, Dina e 2 amigas- Leça da Palmeira / Matosinhos
David Guimarães e Lígia - Espinho
Delfim Rodrigues - Coimbra
Eduardo Ferreira Campos - Maia
Eduardo Magalhães Ribeiro e Carlos Eduardo - Porto
Ernestino Caniço - Tomar
Fernando Gouveia - Porto
Fernando de Jesus Sousa - Lisboa
Gil Moutinho - Fânzeres / Gondomar
Hernâni Joel Silva e Branca - Lisboa
Hélder V. Sousa - Setúbal
Idálio Reis - Cantanhede
J. L. Vacas de Carvalho - Lisboa
Joao Alves Martins e Graça - Lisboa
Joao Maximiano - Santo Antão / Batalha
Joao Sacoto e Aida - Lisboa
Joaquim Carlos Peixoto e Margarida - Penafiel
Joaquim Gomes Soares e Maria Laura - Porto
Joaquim Luís Fernandes - Maceira / Leiria
Joaquim Luís Mendes Gomes - Mafra
Joaquim Mexia Alves, Catarina e André - Monte Real / Leiria
Joaquim Pinto de Carvalho - Cadaval
Jorge Araújo e Maria João - Almada
Jorge Cabral - Lisboa
Jorge Canhão e Maria de Lurdes - Oeiras
Jorge Picado - Ílhavo
Jorge Pinto e Ana Maria - Agualva / Sintra
Jorge Rosales - Monte Estoril / Cascais
José Alberto Pinto - Barcelos
José Almeida e Antónia - Viana do Castelo
José António Chaves - Paço de Arcos / Oeiras
José Augusto MIranda Ribeiro - Condeixa
José Barros Rocha - Penafiel
José Botelho Colaço - Lisboa
José Casimiro Carvalho - Maia
José Diniz Faro - Paço de Arcos / Oeiras
José Eduardo R. Oliveira - Alcobaça
José Fernando Almeida e Suzel - Óbidos
José Leite e Ana Maria - Sintra
José Manuel Cancela e Carminda - Penafiel
José Manuel Lopes e Luísa - Régua
José Manuel Matos Dinis - Cascais
José Marques e Florinda - Paredes
José Miguel Louro e Maria do Carmo - Lisboa
José Nunes Francisco e família (5) - Batalha
José Pereira Augusto Almeida - Lamego
José Ramos Romão e Emília - Alcobaça
José Vieira Machado - Lisboa
José Zeferino e Duarte - Loures
Juvenal Amado - Fátima / Ourém
Liberal Correia e Maria José - Ponta Delgada (RA Açores)
Lucinda Aranha e José António - Santa Cruz / Torres Vedras
Luís Duarte - Seixal
Luís Graça e Alice- Alfragide / Amadora
Luís Lopes Jorge - Monte Real
Luís Moreira - Mem Martins / Sintra
Luís Paulino e Maria da Cruz - Algés / Oeiras
Manuel Domingos Santos - Leiria
Manuel Domingues - Lisboa
Manuel Fernando Sucio - Vila Real
Manuel Joaquim, Alexandra e José Manuel - Agualva / Sintra
Manuel Lima Santos e Maria de Fátima - Viseu
Manuel Luís Lomba e Maria Arminda - Barcelos
Manuel Ramos - Lisboa
Manuel Reis - Aveiro
Manuel Resende e Isaura - S. Domingos de Rana / Cascais
Mario Fitas e Helena - Estoril
Mario Vasconcelos - Guimarães
Miguel José Ribeiro Rocha e Olinda - Linda-a-Velha / Oeiras
Miguel e Giselda Pessoa - Lisboa
Mário Gaspar - Lisboa
Paulo Santiago - Aguada de Cima / Águeda
Raul Albino e Rolina - Vila Nogueira de Azeitão / Setúbal
Ribeiro Agostinho e Elisabete - Leça da Palmeira / Matosinhos
Ricardo Figueiredo e Cândida - Porto
Ricardo Sousa e Georgina - Lisboa
Rogé Guerreiro - Cascais
Rui Gouveia e Eulália - Leiria
Rui M. D. Guerra Ribeiro - Lisboa
Rui Pedro Silva - Lisboa
Rui Silva e Regina Teresa - Sta. Maria da Feira
Valentim Oliveira, Maria Joaquina, Cyndia e Carina - Viseu
Victor Tavares - Recardães / Águeda
Virgínio Briote e Irene - Lisboa
Vítor Caseiro e Maria Celeste - Leiria

A Comissão Organizadora

CarlosVinhal
Joaquim Mexia Alves
Luís Graça
Miguel Pessoa

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Nota do editor:

13 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14465: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de Abril de 2015 (9): Em 2015, como era esperado mais ano menos ano, atingimos o limite físico da sala que habitualmente ocupamos, as duzentas pessoas.

Guiné 63/74 - P14468: Notas de leitura (703): Sinopse do livro "Guerra na Bolanha", por Francisco Henriques da Silva

1. Mensagem do nosso camarada Francisco Henriques da Silva (ex-Alf Mil da CCAÇ 2402/BCAÇ 2851, , Mansabá e Olossato, 1968/70; ex-embaixador na Guiné-Bissau nos anos de 1997 a 1999), com data de 7 de Abril de 2015:

Meus caros amigos,
Não é usual e pode até parecer presunçoso que um autor se pronuncie sobre a sua própria obra. Todavia, tendo em conta que as recensões sobre o meu recente livro - “Guerra na Bolanha - de estudante, a militar e diplomata” - foram até à data escassas, decidi publicar uma sinopse sobre a obra, com um ou outro comentário, apenas para despertar a atenção e o interesse dos eventuais leitores. Entendi que devia, de algum modo, divulgar o que escrevi, em especial junto dos antigos combatentes e dos meus contemporâneos e amigos. Adianto que um ou dois excertos da obra já foram publicados neste blog.

O livro lançado pela Âncora Editora, tem o patrocínio da Liga dos Combatentes, da Comissão Portuguesa de História Militar, do Programa Fim do Império e da Câmara Municipal de Oeiras. Já se encontra disponível nas livrarias e pode também ser encomendado on-line.

Mais esclareço todos os interessados que em 5 Maio, pelas 18h00, no Palácio da Independência, ou seja na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, no Largo de S. Domingos, em Lisboa será levada a efeito uma sessão de apresentação seguida de debate. A entrada é livre e oportunamente darei conhecimento por esta via de mais pormenores e avivarei a memória dos potenciais interessados.

Com um abraço cordial e amigo
Francisco Henriques da Silva
(ex-Alferes miliciano de infantaria da CCaç 2402
e ex-embaixador de Portugal em Bissau (1997-1999)


"Guerra na Bolanha"

À semelhança de muitos jovens da minha geração, fui alferes miliciano de infantaria na então Guiné Portuguesa, entre 1968 e 1970. 27 anos mais tarde fui nomeado embaixador de Portugal na Guiné-Bissau independente, onde assisti e intervim, como testemunha privilegiada e como mediador, na guerra civil daquele país entre 1998 e 1999, o que já descrevi numa minha obra anterior “Crónicas dos (des)feitos da Guiné” (2012).

Não é de mais salientar que se tratou de uma situação sui generis, na medida em que, tanto quanto sei, fui o único embaixador que exerceu a chefia de uma missão diplomática, num território onde havia previamente combatido como militar.

O presente livro assume um carácter marcadamente intimista e autobiográfico. Para alguns talvez demasiado intimista, quase roçando a linha vermelha do pudor. Mas trata-se, como escreveu o nosso camarada de armas Mário Beja Santos, do “crepúsculo dos combatentes” – ou seja, a nossa hora - em que podemos dizer tudo o que nos vai na alma: para nós, hoje, com a idade que temos, já não existem segredos, nem angústias. Somos transparentes e frontais. Chegou o momento de nos assumirmos plenamente, e com a coragem dos cabelos brancos.

Este livro refere-se a três momentos distintos, na vida de um jovem. Antes da guerra, ou seja, a dia-a-dia de um adolescente no Portugal dos anos 60 do século passado, da classe média urbana, que foi estudante e roqueiro, os seus hábitos, as suas leituras, o seu percurso académico e os respectivos namoros, até ao seu ingresso nas fileiras e as minhas primeiras experiências, como militar.

Durante a guerra, a confrontação com um cenário bélico real numa terra estranha consistiu num reality shock complexo - o quotidiano da luta, as condições de vida, os dramas humanos envolvidos, as questões psicológicas, enfim, tudo o que marca de modo indelével um jovem para sempre.

Depois da guerra, surge uma nova etapa: o regresso definitivo. Como se processou a reinserção na sociedade portuguesa dos anos 70? Que objectivos de vida tinha quando voltou: a retoma ou não dos estudos, o emprego, a vida sentimental e sexual, a diluição dos traumas de guerra? Que acolhimento lhe (nos) reservou o Portugal e os portugueses desse tempo?

Via de regra, a maioria dos autores menciona o que foi o conflito nas suas diferentes dimensões, por vezes, com uma incursão ou outra no passado anterior à ida para África, mas muito poucos mencionam a reintegração na sociedade que deixaram, aspecto que procurei abordar na minha perspectiva própria, com franqueza, sem subterfúgios e sem silêncios.
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Nota do editor

Último poste da série de 13 de Abril de 1025 > Guiné 63/74 - P14466: Notas de leitura (702): "O Meu Avô Andou na Guerra", por Armando Queirós e Diogo Gomes, Âncora Editora, 2014 (Mário Beja Santos)

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14467: Tabanca Grande (456): Sebastião Ramalho Lavado, ex-sold comando, CCmds do CTIG, Grupo Apaches, Brá, 1965/66... Mais um camarada da diáspora: vive em em França há 45, está reformado.




Guiné > Brá > Comandos do CTIG > &gt4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (1)


Guiné > Brá > Comandos do CTIG  > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (2): O grupo Apaches, aque pertencia o Sebastião Ramalho Lavado.



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (3)



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (4) : Cap mil comando Saraiva_impõe os  crachás_ao grupo Apaches



Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos > Formatura (4)


Guiné > Brá > Comandos do CTIG > 4 de setembro de 1965 > Cerimónia de imposição dos crachás aos novos comandos >  Desfile dos novos comandos depois da cerimónia de entrega dos crachás




Guiné > Região do Cacheu > CCmds do CTIG> Novembro de 1965 > Material capturado ao PAIGC pelo grupo Apaches., comandados pelo nosso grã-tabanqueiro, o 2º srgt comando Mário Dias.



Guiné > Brá > CCmds do CTIG > 20 de junho de 1966 >  Fim da comissão


Fotos (e legendas): © Virgínio Briote (2015). Todos os direitos reservados.

I. Mensagem e fotos enviadas pelo Virgínio Briote em 30 de março passado:

Assunto - Sebastião Ramalho Lavado

Boa tarde, Camaradas

Lembro-me do nome do Sebastião Lavado, embora não tenha pertencido ao meu grupo [, que era os Diabólicos]. Anexo alguns nomes, faltam-me 4 ou 5 que ainda não descobri, do Gr Cmds Apaches, comandado na altura pelo então alf mil António Neves da Silva, hoje coronel reformado.

Anexo também algumas fotos daquele tempo, em que o Sebastião pode ver alguns dos seus camaradas de então e talvez se possa rever em uma ou outra imagem. A maior parte refere-se à imposição dos crachás em 4 de setembro de 1965, em Brá, com a presença do gen Schulz e do cmdt militar de então,  cor Monteiro Guerra (?). 

Duas outras das fotos que envio  referem-se ao grupo Apaches em Bigene onde, numa acção comandada pelo notável sargento Mário Dias, em que o grupo entrou por um acampamento e capturou as armas que aparecem numa outra imagem.

Para o Sebastião Lavado um abraço e o reconhecimento por se ter lembrado dos camaradas dos comandos do CTIG (Brá, 1965/66).


II. Em 4 setembro de 1965 terminou o 2º Curso de Comandos do CTIG.  Eis a relação dos nomes do Grupo  Apaches:

1. Alf mil António Amadeu C. Neves da Silva / 2º Sargento Mário Dias

2. 2º Sargento Mário Roseira Dias (ex-”Camaleões”)

3. Furriel mil Carlos Alberto Correia da Silva (ex-”Camaleões”)

4. Fur mil João Severo Parreira (ex-“Fantasmas”)

5. Fur mil Fernando José Gomes Cordeiro

6. 1º Cabo José Maria Branco

7. 1º Cabo António Jacinto Rosário Moreira

8. 1º Cabo Manuel Xarepe (ex-“Fantasmas”, substituiu o Moreira)

9. 1º Cabo Carlos Alberto M. Messias

10. 1º Cabo Alberto Alves

11. Soldado Lifna Cumba (ex-“Camaleões”, morto em 19/10/66, ao serviço da 3ª CCmds)

12. Soldado Reinaldo Ângelo de Oliveira

13. Soldado Mário B. Henrique Dias

14. Soldado Rolando da Costa Martins

15. Soldado Jacinto da Conceição Venâncio

16. Soldado Sebastião Ramalho Lavado

17. Soldado Idílio Lourenço Filipe

18. Soldado José Alfredo Martins (ex-“Camaleões”)

19. Soldado Carlos Manuel Soares

20. Soldado Ilídio Manuel Faria Coelho


III.  O nosso editor Luís Graça deu, de imediato, em 31 de março,  conhecimento desta mensagem ao filho do Sebastião Ramalho Lavado e convidou o nosso camarada,  que reside em França,  a integrar o nosso blogue:

Cher ami: Voici des photos envoyées par le camarade Virginio Briote, commandant du groupe "Diabólicos" [Diaboliques], de la même compagnie des comandos de la Guinée portugaise (Brá, 1965/66)... Il est très heureux de savoir de nouvelles du camarade Sebastiao Ramalho Lavado, dont il se souvient bien!...

J'invite ton père à intégrer cette comunnauté virtuelle d' anciens combattants de la guerre en Guinée (1961/74)... J'ai besoin seulement de une photo actuelle de ton pére!...Je pense que ton père et ta famille vivent en France depuis beaucoup de temps... Et quelle est l' origine de ton père, au Portugal ? Tu pourrais nos renseigner un petit peut sur son histoire de vie... Bonne santé. Luis Graça


IV. O filho do Sebastião Ramalho Lavado respondeu-nos ontem, nestes termos:

Bonjour, monsieur, je vous envois une photo actuelle de mon pére,  monsieur Ramalho Lavado Sebastião. Mon père vive en France depuis 45 ans. Il est marié depuis 47 ans à Rosa Maria Saraiva Lavado. Nous sommes 4 enfants,  3 garçons qui ont 44 ans, 41  ans, 42ans, puis une fille de 29 ans de la même épouse. Il est à la retraite depuis 3 ans, il a été maçon à son compte durant 42 ans. Il a 6 petits enfants entre 18 ans et 2 ans pour le plus petit. Merci beaucoup bonne journée.

Ramalho Lavado Sebastiao








Duas fotos recentes do novo membro da Tabanca Grande, Sebastião Ramalho Lavado, ex- sold coamndo, da CCmds do CTIG (Brá, 1965/66). Foram enviadas por um dos seus filhos que já há dias nos tinha contactado (*). 

Vive em França há 45 anos., em Le Barcarès [ município situado no departemento dos Pirinéus Orientaos, região de Languedoc-Roussillon], ou seja, no sudeste, junto ao Mediterrâneo. Está reformado, foi pedreiro por conta própria durante 42 anos. É casado com Rosa Maria Saraiva Lavado. É pai de 3 rapazes e uma rapariga. Tem 6 netos. O contacto, por email,  é feito através de um dos filhos, que escreve em francês. Temos o endereço postal e o nº de telefone do nosso camarada. Só não sabemos em que parte do nosso país nasceu...

Em nome do nome editor Luís Graça e demais equipa desta blogue, saúdo o nosso novo grã-tabanqueiro, que passa a ser o nº 678 (**). Agradeço igualmente ao Virgínio Briote as preciosas fotos, que nos mandou, dos valorosos comandos do CTIG (Brá, 1965/66).

Sebastião, as regras do nosso blogue constam da coluna do lado esquerdo. Este é um blogue de partilha de memórias (e de afetos) à volta da guerra colonial na Guiné, entre 1961 e 1974. Desejo-te muita saúde e longa vida. E felizes reencontros através do nosso blogue. Felicidades para a família.

À bientôt!

Carlos Vinhal
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Notas do editor:

(*)  Vd. poste de 29 de março de  2015 >  Guiné 63/74 - P14413: Em busca de... (233): Ramalho Lavado Sebastião, comando da CCmds de Brá, grupo Apaches (1964-66) procura camaradas do seu tempo...

(**) Último poste da série > 15 de fevereiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14260: Tabanca Grande (455): José Júlio Dores Nascimento, ex-Fur Mil Art da CART 2520 (Xime, Enxalé, Mansambo, Quinhamel, 1969/71)

Guiné 63/74 - P14466: Notas de leitura (702): "O Meu Avô Andou na Guerra", por Armando Queirós e Diogo Gomes, Âncora Editora, 2014 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Junho de 2014:

Queridos amigos,
É uma guerra contada às avessas, o narrador de sempre escolhe um interlocutor ingénuo, tenrinho, pronto a ouvir falar de fadas e lobos maus.
Tanto quanto sei, é o primeiro livro em que as façanhas bélicas são relegadas para anexo, incluindo o descritivo operacional. É uma imagem intencionalmente diferente da guerra, privilegia-se o tom caricatural, a ternura, no palco estão jovens irreverentes num teatro de guerra chamado Cabinda onde uma floresta portentosa, o Maiombe, pontifica, une e separa. Memórias redigidas com uma serenidade que assombra.
E faz pensar.

Um abraço do
Mário


O meu avô andou na guerra

Beja Santos

É um título claramente feliz, sugestivo, remete para a comunicação de velhos combatentes aos netos. É uma literatura que pode começar sempre por “Era uma vez…”. Trata-se de uma abordagem singular da vida de um batalhão que foi parar ao Enclave de Cabinda, o destaque vai para a rebeldia e camaradagem desses moçoilos que porventura, até lá chegar, nunca tinham ouvido falar no Maiombe.

É habitual, na literatura da guerra, ver os relatos atravessados por eventos épicos, por mantos espessos de solidão, os frémitos da saudade, o choro pelas perdas, sentir-se o fragor dos tiroteios. Em “O Meu Avô Andou na Guerra”, por Armando Queirós e Diogo Gomes, Âncora Editora, 2014, a história do BCAV n.º 682 guia-se por outro cânon, apresenta-se deliberadamente heterodoxo, aqui cintila o picaresco, a caricatura, as alcunhas dos tropas e as suas razões de ser. Fala-se pouco das pessoas importantes mas não é esquecido o tratador de porcos que um dia fugiu para o Congo, e também não se esquece a referência bonacheirona a Pascoal, o moleque que trocava latas de rações pelos afetos de uma negrinha.

Uma escrita amena, com derivativos espirituosos, nada de rancores, não se pretende um estudo minucioso, qual documentário, sobre as vicissitudes porque passaram aqueles combatentes, não há para ali o tropel de patrulhas, minas e emboscadas. Que as houve, irão aparecer como um inventário histórico do BCAV n.º 682, um anexo que não exige leitura obrigatória. Destarte, lá vão 600 mancebos para entre dois Congos. Antes, foram às sortes, esses moços nascidos em 1941 e 1942, um dia apareceu o carteiro com a guia de marcha e requisição para a CP os transportar para o quartel de destino. As peripécias da adaptação misturam o caricatural e o burlesco, é assim que se faz uma recruta por via da descoberta da socialização da caserna e da parada, a vida de quartel sincroniza-se por toques da corneta. Para que não subsistam dúvidas na cabeça dos netos, fica escrito: “Já sabíamos marchar, marcar passo, pôr em sentido, apresentar armas e até dar uns tiros com umas espingardas que já tinham andado noutras lutas. Era agora preciso cultivar cada uma dar artes apropriadas aos conflitos que nos esperavam. E como numa guerra nem todos andam aos tiros, uma vez que tem de haver quem faça a comida, quem cure as feridas, quem conduza os carros, quem faça reparações e até quem toque com a corneta. Éramos, então divididos, por diversos quartéis para tirar a Especialidade: de cozinheiro, de enfermeiro, de condutor, de corneteiro e por aí fora”.

Os netos e leitores adventícios têm direito a uma farta explicação sobre a definição de especialidades: “A maior parte ia para atirador, já que numa guerra a função principal é atirar. Uma espécie de caçadores que se pretendia fossem caçar uns indivíduos que, numas terras bem distantes, andavam lá a apregoar que aquela terra era deles, enquanto por cá se cantava em coro: É nossa. Um ou outro soldado, a quem não se encontrasse jeito para nada, era rotulado de básico, que era o mesmo que não servir para nada, mas quando se chegasse à guerra, logo se via, algum préstimo haveria de ter, nem que fosse na faxina”.

É lá vão num quartel flutuante, o Vera Cruz, ali se tomou contacto com pequenas coisas trazidas de Las Palmas, isqueiros Ronson, relógios Cauny, máquinas fotográficas Canon, tabaco AC, até se cambiava a moeda de Angola. Desembarca ao largo de Cabinda, com direito a salto para um batelão.

A peroração para netos prossegue, conta-se a história daquela terra encravada entre dois congos: “Cabinda passou para o domínio português em 1885, através do Tratado de Simulambuco, assinado por Brito Capelo e pelos príncipes, chefes e oficiais do reino de N’Goyo que declararam reconhecer a soberania de Portugal”. E começa a descoberta da floresta tropical. Os que foram para Massabi, mesmo junto da fronteira com a República do Congo, tiveram, primeiro que tudo, descobrir qual a zona que lhes competia defender, já que nas cartas estava assinalado um marco que definia a linha de fronteira, mas como a vegetação ali não pede licença para crescer o tal marco estava totalmente abafado. À força da catanada lá se foram abrindo umas clareiras e eis que um dia, toda a gente ficou a saber até onde podia ir sem passar para o outro lado. O marco era um gigantesco tronco de madeiro atravessado no caminho, a palavra fronteira estava inscrita em letras garrafais.

Os autores falam do Dinge com a propriedade de quem ali assentou arraiais. Bem-humorados, os autores desfiam as suas histórias: o capelão, o tenente Esteves, adorava caçar pássaros com uma espingarda de pressão de ar; o soldado Orelhas ajudava na cozinha e cuidava do bem-estar dos porcos, da sua engorda, um dia teve uma repentina e foi parar à República do Congo, nunca se apurou a causa da fuga… seguem-se as alcunhas, a história de um casamento que estive previsto para um alferes, as férias passadas em Angola, visitou-se Luanda, Sá da Bandeira e Moçâmedes, e novamente a subir para Luanda passando por Benguela, Lobito, Novo Redondo e Porto Amboim. E havia as escapadelas até Cabinda, os negócios de bordel, tudo contado entre o pícaro e o hílare, para não ofender a sensibilidade dos petizes. E há histórias sobre animais, pois claro, cadelas e macacos, embora por lá aparecessem crocodilos bebés.

A guerra também se fazia pelas ondas hertzianas, dá-se conta da propaganda da Rádio Brazzaville no dia 18 de agosto de 1965. E há histórias de lavadeiras, como moçoilos vindos da Madeira e dos Açores engrenaram na máquina do batalhão e se mostravam felizes.

E chegou a hora da volta ao puto, a mesma azáfama em entregar o material na unidade mobilizadora e partir para a família, tinham-se passado entre três a quatro anos desde que tinham saído de casa para assentar praça algures num quartel. E agora? Agora andamos por aí, somos reformados e temos netos para tratar. E de vez em quando encontramo-nos, como termina a história para encantar netos: “O relacionamento que mantemos tem o seu quê de peculiar, a e a forma de convivermos não tem paralelo com encontros que realizamos no âmbito de outras relações como as profissionais. Essa particularidade poderá resultar do facto de ser esta a única vivência durante um tão longo período e todos estarmos em condições idênticas durante todas as horas do dia. A partir de agora é só mais um esforço para continuar a andar por aí, a ler histórias de fadas, princesas e lobos maus aos netos, e quando eles perceberem que não existem fadas nem princesas – lobos maus nunca se sabe – contar-lhes que o avô andou na guerra”.

Esta a magia da simplicidade, uma guerra pintalgada de humor cáustico e do deslumbramento de aprender a ser homem tirando partido da adversidade.
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Nota do editor

Último poste da série de 10 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14454: Notas de leitura (701): “Desaparecido em combate", por Duarte Dias Fortunato, o primeiro prisioneiro de guerra depois da Operação Mar Verde (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14465: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de Abril de 2015 (9): Em 2015, como era esperado mais ano menos ano, atingimos o limite físico da sala que habitualmente ocupamos, as duzentas pessoas.

Monte Real, 14 de Junho de 2014 > Foto da Grande Família do Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné
Foto: © Manuel Resende  (2014). Todos os direitos reservados.


X Encontro Nacional da Tertúlia

18 de Abril de 2015

Mensagem da Organização


Em 2015, como era esperado mais ano menos ano, atingimos o limite físico da sala que habitualmente ocupamos, as duzentas pessoas.

Terminadas que foram as inscrições, cabe relembrar o programa do nosso Convívio.

Vai ser celebrada uma Missa de sufrágio na Igreja Matriz de Monte Real, pelas 11h30, pelos camaradas caídos em campanha e pelos camaradas e amigos que depois da guerra foram falecendo.

Finda a Missa será feita a foto de família frente ao Hotel.

Às 13 horas teremos o buffet de entradas, que, se houver bom tempo, será servido na varanda exterior.
Seguir-se-á o almoço durante o qual o convívio será mais próximo e mais restrito.
O pagamento será feito já na mesa em momento a anunciar. O custo será de 30€ para adultos e 15€ para crianças até aos 12 anos.

Durante a tarde o convívio continuará dentro e fora do Hotel, com a certeza de que pelas 18 horas será servido um lanche ajantarado para fim de festa.

O pagamento das pernoitas será feito na recepção do hotel no momento da saída.

Pedimos a especial atenção a quem por motivos de força maior não puder comparecer, que me envie até às 24 horas de quarta-feira, dia 15, uma mensagem (carlos.vinhal@gmail.com) ou liguem para o meu telemóvel, dando conta da sua desistência.
Lembramos que os faltosos terão o dever moral de ressarcir os organizadores que terão de pagar do seu bolso os almoços de quem não comparecer.

Como informação complementar aqui ficam as coordenadas de GPS do Palace Hotel de Monte Real: LAT +39° 51' 5.15' - LON -8° 52' 1.87'.

Os organizadores
Luís Graça
Mexia Alves
Miguel Pessoa
Carlos Vinhal

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Nota do editor

Último poste da série de11 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14457: X Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 18 de Abril de 2015 (8): Com 195 inscrições, a meio da tarde de hoje, estamos a atingir o limite dos 200 lugares, e a bater um recorde em dez anos de história dos nossos encontros nacionais

Guiné 63/74 - P14464: Agenda cultural (388): Apresentação do livro "Nós Enfermeiras Paraquedistas", dia 16 de Abril de 2015, pelas 15 horas, na Messe de Oficiais, Praça da Batalha, Porto

Com a devida vénia à Tabanca do Centro e ao nosso camarada Miguel Pessoa, reproduzimos o poste com o anúncio da apresentação do livro "Nós Enfermeiras Paraquedistas", a levar a efeito no próximo dia 16 de Abril de 2015, pelas 15 horas, na Messe de Oficiais, na Praça da Batalha-Porto.


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Nota do editor

Último poste da série de 12 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14459: Agenda cultural (391) "Génesis", de Sebastião Salgado, talvez o maior fotojornalista da atualidade: a não perder, de 10 de abril a 2 de agosto de 2015, Lisboa, Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional

Guiné 63/74 - P14463: Manuscrito(s) (Luís Graça) (53): A liberdade, a altiva garça real e a ociosa cegonha, agora desempregada, que já não traz os bebés de França...













Alcácer do Sal > Rio Sado > 12 de abril de 2015 > Andei a perseguir esta garça real (ou garça cinzenta) (Ardea cinerea cinerea, nome científico em latinório),  com a minha pequena máquina fotográfica... [Vd, as duas primeiras fotos acima].

Ela estava longe, do outro lado da margem do rio, e naturalmente estava irrequieta, nervosa,  pouco segura, à procura de almoço...  O estômago vazio não rima bem com liberdade... E ela afastava-se cada vez mais do meu ponto de observação. Eu tinha uma vantagem em relação a ela: acabara de almoçar, e o almocinho até foi bom e relativamente barato p'rós tempos que correm (no restaurante "Retiro Sadino", passe a publicidade, uma boa sugestão do meu amigo arquiteto José António Paradela, que tem obra por estes lados, e que é mais peixeiro do que carneiro, tal como eu, ou não fossemos ambos nascidos na costa atlântica, ele em Ílhavo, eu na Lourinhã)...

Todavia, a persistência não é o meu forte. Se eu fosse garça real, talvez não fosse tão longe como ela (que pode viver 25 anos, o que é uma eternidade para uma ave que, tal como a galinha, é descendente de dinossauros)... Acabei por conseguir, sem tripé, uma meia dúzia de boas fotos, de entre algumas dezenas que fui tirando, em más condições de exposição, com muita contraluz, distância e rapidez de movimentos do objeto...

E, de repente, viajei sem querer até à Guiné e ao tarrafe do meu Rio Geba.. Vá-se lá saber porquê, se o Rio Sado não é o Rio Geba, e não há aqui nada, nem sequer flamingos vermelhos, a falar-me da guerra, mesmo subliminarmente...Por que raio me veio à ideia o Geba e a guerra e os flamingos vermelhos ?  Para além da garça real, a pescar, vejo apenas (e fotografo), no campanário da igreja, algumas famílias  de pachorrentas cegonhas, agora desempregadas por que já não trazem os bebés de França, e que talvez por isso são "ocupas", não pagando a renda de casa ao padre... (O que não as impede de viver. comer e reproduzir-se como qualquer ser vivo, com direito a ter um lugar ao sol na mesa do banquete da vida....).

Enfim, são sinais também dos tempos, a par da desolação do rio Sado, navegável daqui até Setúbal, mas sem barcos à vista que o animem (e nos animem)... Onde está o nosso milenar e bravo povo de pescadores e marinheiros ?...

Mas deu-me prazer chegar a casa, do outro lado de outro rio (o Tejo),  e selecionar esta e outras fotos, de um belo domingo passado em Alcácer do Sado (onde se come bem e é uma terra linda de morrer, como muitas outras do nosso belo e querido Portugal, mesmo em declínio) e em Grândola, "vila morena" (muito menos bonita e mas onde também se come bem)...

Em contrapartida, vim a descobrir, em Grândola (, onde acabei por não ver a exposição de desenho, escultura e fotografia de José Cutileiro, porque a biblioteca municipal está fechada ao domingo...),  que foi num já longínquo ano de 1964 que o Zeca Afonso passou por aqui,  pela Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (antigo Cineteatro Grandolense e antes disso hospital e igreja da misericórdia local...) e levou daqui a motivação e a inspiração para compor a sua famosa "Grândola, Vila Morena"...

Fica aqui o registo para os nossos leitores, não tão assíduos destas paragens como a cegonha e a garça real... (LG)






Grândola, 12 de abril de 2015 > Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (antigo Cineteatro Grandolense) > Cartaz de Zeca Afonso e lápide com a história do edifício que fica paralelo ao edifíicio dos antigos paços do concelho (séc. XVIII)


Fotos: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14434: Manuscrito(s) (Luís Graça) (52): A sagração da primavera

domingo, 12 de abril de 2015

Guiné 63/74 - P14462: Estórias do Juvenal Amado (53): O 25 de Abril faz 41 anos e eu continuo um incorrígel sonhador


"O João Caramba [1950-2013],  eu e o Ivo, em Santa Maria da Feira, pouco tempo depois do nosso regresso"

Foto (e legenda): © Juvenal Amado  (2015). Todos os direitos reservados.


1. Mensagem de Juvenal Amado (ex-1.º cabo condutor auto, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74)

Data: 8 de abril de 2015 às 23:06

Assunto: O 25 de Abril faz 41 anos

Caros camaradas

A liberdade será porventura um dos maiores anseios colectivos da Humanidade. Tão difícil de alcançar,  julgo ainda mais difícil de manter.

Somos uma geração que lutou por ela, que a abraçou, e que deseja deixá-la às gerações vindouras como um bem supremo, pelo o qual tantos morreram desde o berço da nossa nacionalidade.

Na nossa História tantas vezes perdida e outras tantas vezes recuperada, valeu a pena.

Um abraço

Juvenal Amado

Estórias do Juvenal Amado (53) > Sou um sonhador

Sonho com água a passar límpida debaixo das pontes,
Que no Natal haverá brinquedos para todas a crianças,
Amêndoas na Pascoa,
Que há um fim para a violência,
Que o Homem tem prioridade sobre os interesses,
Que chove sempre na altura certa,
Que o Sol aparece sempre na Primavera,
Que os campos se cobrem de verde,
Que as flores darão sempre lugar aos frutos,
A Natureza vença a destruição,
Que os homens se respeitem,
O branco e o preto sejam símbolos da mesma pureza,
Que no Verão os fogos poupem a floresta,
O Outono seja manso,
O Inverno rigoroso mas que ninguém dê por isso,
Que haja arco-íris em todas as escolas,
Que o desemprego seja uma recordação,
Que a tua mão nunca se canse da minha,
Que os sonhos alimentem os sentidos,
Que o silêncio seja a bebedeira da alma...

O 25 de Abril faz 41 anos 
E eu continuo um incorrigível sonhador.

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Nota do editor:

Último poste da série > 26 de agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13534: Estórias do Juvenal Amado (52): Portugal, fábrica de soldados

Guiné 63/74 - P14461: Meu pai, meu velho, meu camarada (45): Meu pai Horácio Gouveia (1913-1977) e o meu avô Benigno Gouveia (1880-1951) (Fernando Gouveia)

1. Mensagem do nosso camarada Fernando Gouveia (ex-Alf Mil Rec Inf, Bafatá, 1968/70) com data de 2 de Abril de 2015:

Carlos
A pedido e para alimentação do blogue, mando o texto em anexo para a série MEU PAI, MEU VELHO, MEU CAMARADA. Lamento só possuir uma fotografia do meu pai e de fraca qualidade, bem como uma do meu avô, de quem conto uma história, e que seguem também em anexo.
Da tropa do meu pai pouco sei. Não sabendo onde assentou praça sei que andou por Vila Real e pelo “30” de Bragança.
Quando deixou a tropa, no princípio da 2.ª guerra, conservou, por algum tempo, a farda numa mala para o que “desse e viesse” mas felizmente não chegou a ser necessária.

Um abraço
Fernando Gouveia


Meu pai, meu velho, meu camarada
 

Horácio Gouveia (1913-1977)

Irei falar do meu pai como tropa miliciano que foi. Vou, no entanto, começar por abordar um facto, ligado à Segunda Guerra Mundial, passado com o meu avô paterno.

Nordeste Transmontano. Naquele tempo a única riqueza que por lá existia era a terra.Vendiam-se azeite e amêndoa. Tudo o resto era para consumo próprio, sobrevivência. Todo o agricultor tinha sempre uma ideia em mente, adquirir mais terras, ladeiras.

Benigno Gouveia (1880-1951)

O meu avô Benigno, com sacrifícios, adquiriu, entre outros, um belíssimo prédio com cerca de doze hectares, a quinta, como lhe passaram a chamar. Apesar de se situar no Nordeste, a propriedade tinha (e tem) quatro poços onde a água corria, mesmo no verão, pelo prédio abaixo e que permitia que ali se desenvolvessem centenas de oliveiras e amendoeiras, vinha, árvores de fruta e óptimos chãos para horta, onde tudo medrava. Era a “menina dos olhos” do meu avô. Era raro o dia em que não ia lá, montado no seu cavalo, o Carriço.

Entretanto estourou a Segunda Guerra Mundial. Apesar de não termos entrado na guerra, muitos hábitos se alteraram, muitas novas situações surgiram como, por exemplo, o meu pai ter que ir diariamente ao botequim próximo tomar um café, ou não tomar, só para trazer para casa um pouco de açúcar para adoçar o leite ao seu filho, que por acaso nasceu (nasci) em 1942. Era o racionamento.

Pior que tudo, a dada altura, e porque a situação o impunha, pois poderíamos ter que entrar na guerra, requisitaram o cavalo do meu avô. Autêntica catástrofe emocional. Enquanto o cavalo andou lá pela tropa o meu avô não mais foi à quinta, seu prédio predilecto, fazendo lembrar e, salvo as devidas distâncias, os casos dos cães que, estando os donos no leito de morte, não mais se alimentam nem saem do tapete, acabando por acompanhar os donos na viajem para o além.

Como teria gostado de ver o meu avô, no momento em que um soldado lhe foi entregar o Carriço, após os nazis capitularem.

Sempre soube que, no quintal da casa dos meus avós, existiu um caramanchão de glicínias e ainda vi vestígios do seu enorme tronco. Um caramanchão, no Nordeste Transmontano, com o calor que faz no verão, é um local apetecível e indispensável, pelo menos para quem o pode ter. Soube, muito recentemente, que foi cortado pelo meu avô, na época da depressão que teve por causa da ausência do cavalo.

Sinto uma certa felicidade ao pensar que tive o privilégio de dar passeios num cavalo, em que se podia pendurar o chapéu no osso saliente da anca. Não era o Rocinante, era simplesmente o Carriço do meu avô.

Abraços
Fernando Gouveia
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14380: Meu pai, meu velho, meu camarada (44): Meu Velho, meu Amigo e meu Camarada (José Saúde)

Guiné 63/74 - P14460: Libertando-me (Tony Borié) (12): Quatro da madrugada. Estou acordado

Décimo segundo episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.



Não durmo, estou levantado não sei há já quanto tempo, aqui, nesta parte do mundo, são “quatro da madrugada”, pelo menos é o que dizem os relógios que marcam o tempo, devia estar a dormir, a descansar o corpo já um pouco cansado, entre outras coisas da idade, mas não durmo, já fui lá fora, está quente, há luzes no céu, parecem as noites de Mansoa, lá na Guiné, só que aqui, não é cenário de guerra, não existe humidade nem aqueles malditos mosquitos. Ouço um pequeno barulho, anda um esquilo no telhado, vejo a sua silhueta, a mexer com a cauda, procura o fruto daquela árvore, ele até tem razão, já aqui vivia, antes de eu vir para aqui, roubar-lhes o espaço, além deste pequeno pormenor, não se houve viva alma. Voltei para dentro, fiz um chá, bom, bastante forte, que um familiar me costuma trazer da Inglaterra, apalpei a caneca, quente, bebo uns goles, fico calmo, sento-me, penso, mil coisas me vêm ao pensamento, começo a contar o tempo, portanto já não sou eu, sou um relógio, que neste momento marca “quatro da madrugada”.

É normal nesta idade, creio que já dormi o suficiente, pois foram tantas “quatro da madrugada” que por mim passaram, algumas quentes, outras geladas, outras assim-assim, foram na Europa, na guerra em África ou aqui neste continente, mas as “quatro da madrugada” no verão do Alasca, eram um pouco diferentes, pois era quase sempre dia, e às “quatro da madrugada”, já tinha feito muita coisa, entre outras, tinha ido à pesca.

As “quatro da madrugada”, quando se é jovem, são tal como fossem “quatro da tarde”, estamos sempre prontos, não existem problemas de movimentação, de alimentação, cuidados médicos, pode fazer frio, chuva, calor ou vento, o movimento ambiental não nos importa, pois sabemos que às “quatro da madrugada” vai nascer o dia, com luz, vamos ver o mundo, as pessoas, conviver, caminhar, ocupar o tempo, às vezes até fazendo uma coisa para alguns rara, que é trabalhar. Isto é só pensamentos, pois não tenho a certeza se os mais novos vão perder tempo a ler estes escritos, ou se vão envelhecer, se tal acontecer ainda bem para eles.

Continuando, apalpando a caneca deste chá bem quente, dou uns passos, sento-me na frente do computador, pensando que nunca trocaria a minha vida maravilhosa de pessoa idosa, a minha amada família ou os meus amigos, por mais cabelo, ainda que seja branco, ou por uma barriga mais lisa. À medida que fui envelhecendo, tornei-me mais amável, menos crítico, se estou sentado e preciso desta caneca, a minha preferida, que até está quebrada na asa, mas me tem dado de beber por décadas, vou eu mesmo buscá-la, não incomodo a esposa e companheira, que nesse momento anda de pé, atarefada, da mesa para o fogão, fogão esse que ainda vai cozinhando pelo menos uma vez ao dia.

Às vezes penso que me tornei o meu próprio amigo, não gosto de incomodar ninguém, e claro, não me censuro por comer todas aquelas comidas que dizem que nos fazem muito mal, mas que são adoráveis, ou por entre outras coisas, não fazer a cama, não ajudar nas tarefas da casa, andar por aí a brincar com o meu helicóptero brinquedo, que quando está vento mais forte, vai parar à propriedade do vizinho, que vieram lá do norte, de Nova Iorque e, quando a amável senhora me traz o brinquedo de volta, diz-me, com um ar entre a censura e o feliz, “então os netinhos estão por cá, tenha cuidado com eles, não os deixe brincar com estes brinquedos, pois são muito perigosos, podem partir as janelas ou mesmo ferir as pessoas, pois eu vi na televisão...”, e lá vem a história toda, contada com pormenores, pois o que ela quer é conversa, passar o tempo, tal como nós, não sabendo que eu fui o causador de todo esse “desastre”, pois os meus netos estão lá no norte.

Eu tenho o direito de ser desarrumado, de ser livre, pois já vi muitos amigos queridos e familiares deixarem este mundo cedo demais, antes de compreenderem a grande liberdade que vem com o envelhecimento. Quem me vai censurar por fazer aquela viajem estúpida ao estado do Alaska, com muita aventura, dormindo na caravana, ou atravessar a ponte Golden Gate, na cidade de San Francisco, a pé, com todo aquele vento e nevoeiro por momentos e logo a seguir céu azul e sol radiante, por andar por aí na minha bicicleta, armado em campeão de ciclo-cross, atravessando praias e riachos com alligators ou cobras, caindo aqui, levantando-me ali, por comprar algo supérfluo que não precisava, ou mesmo se resolvo ficar a ler, ou a procurar novos horizontes no computador até tarde, se às “quatro da madrugada” já não durmo, e depois, talvez vá dormir até meio-dia.

Se, como alguém já disse, me apetecer dançar ao som daqueles sucessos maravilhosos dos anos 60 e 70, e se, ao mesmo tempo, quiser chorar por um amor perdido, lá na minha aldeia da montanha, danço e choro, às vezes com baba e ranho. Se me apetecer ir à pesca, andar na praia com uns calções não muito apropriados, sobre um corpo decadente, mergulhar nas ondas com abandono, apesar dos olhares penalizados dos outros, que me há-de importar, eles também vão envelhecer.

Eu sou um abençoado por ter vivido o suficiente para já não ter muitos cabelos na cabeça, não ter o riso da juventude, pois muitos nunca riram, muitos dos meus amigos, e lembro os meus companheiros de guerra, lá na Guiné, que morreram jovens, muito antes de perder o cabelo. Eu, com os anos a passarem por mim, tenho o direito de estar errado, gosto de ser idoso, a idade libertou-me e gosto da pessoa em que me tornei, embora sabendo que não vou viver para sempre, o meu futuro pode ser daqui a um minuto, talvez segundos.


Mas voltando às “quatro da madrugada”, fazem-se milhares de coisas diferentes, em milhares de lugares diferentes, mas o mais normal é dormir, mas também há pessoas que a esta hora viajam, outras trabalham, outras fazem amor, outras tomam a primeira refeição do dia, outras vão única e simplesmente à pesca, como é o caso do outro meu vizinho, que mesmo agora por aqui passou, fazendo sinal com a luz do carro, talvez convidando-me, enfim, milhares de coisas diferentes que as pessoas fazem, mas para mim, o importante é que são “quatro da madrugada”, estou acordado e não durmo.

Saio do computador, caminho até à televisão, lá vem o sinal, em letras grandes, com música de fundo, uma música irritante, anunciando algum desastre, é o “Five o’clock news”, pois já são cinco da manhã, vem logo um chorrilho de novidades, que já não são novidades nenhumas, pois infelizmente são as notícias normais, deste mundo normal, “que cada vez, está mais cada vez”, e o noticiário é só desgraças, sendo raro dizerem que nasceu uma criança, mostrarem um jardim com flores ou aquela pessoa, com bons recursos financeiros, deu um beijo e acariciou, dando comida e roupa, àquela criança com o tal “ranho no nariz”.

Não me importo nada de ter vivido no tempo em que as pessoas atendiam o telefone, pois agora, quando queremos falar ao telefone, tirando qualquer dúvida, de uma despesa que fizemos e, não está de acordo com o nosso parecer, depois de ouvir por muito tempo aquelas lengalengas da mensagem, “para saber isto, carregue um, carregue dois, carregue três”, há sempre uma mensagem que diz “estamos abertos, em dias úteis, no horário da zona leste, das oito às quatro”, lá está, às “quatro”, só que desta vez não é às “quatro da madrugada”.

Neste momento já passa das “quatro da madrugada”, por aqui, uma região com um clima sub-tropical, existem muitas festas de final de dia, a que chamam, “It’s 5 o’clock somewhere”, que quer dizer mais ou menos, “são 5 horas, em qualquer lugar”, tanto faz ser às cinco da manhã ou às cinco da tarde, onde as pessoas se divertem, dançam, bebem, comem, namoram, encontram-se, conhecem-se, confraternizam, procuram tudo para se esquecerem da vida dura do dia a dia, o que no meu entender está muito bem, mas continuo a pensar que isto não tem mesmo nada a ver com as “quatro da madrugada”, mas já são cinco da manhã e continuo acordado quando devia de estar a dormir.

Só mais uma “achega” a este pensamento, há um povo na Europa, mais propriamente em Portugal, na região do Alentejo, povo culto e sabedor, que os mal intencionados contam histórias, às vezes não muito abonatórias, que têm uma canção que eu menciono muitas vezes, que é quase um hino à sua região, que começa assim, “`às quatro da madrugada…, o passarinho cantou…”, querendo isto dizer que o passarinho acordou aquela gente às quatro da madrugada, portanto talvez também me tivesse acordado a mim, talvez tivesse acordado as minhas raízes da Europa distante, que não me saem do pensamento e de que muito me orgulho.

Tony Borie, Abril de 2015
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Nota do editor

Último poste da série de 5 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14435: Libertando-me (Tony Borié) (11): Tabanca de Luanda, Mansoa, o nosso terreiro

Guiné 63/74 - P14459: Agenda cultural (387) "Génesis", de Sebastião Salgado, talvez o maior fotojornalista da atualidade: a não perder, de 10 de abril a 2 de agosto de 2015, Lisboa, Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional


Cortesia: Agenda Cultural Lisboa (página do Facebook). 
Para saber mais, ver aqui (www.expogenesis.pt)


SEBASTIÃO SALGADOGÉNESIS

ARTES › EXPOSIÇÕES › FOTOGRAFIA

Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional
Avenida da India,
Lisboa

De 10 abr a 2 ago/15

Sexta e sábado das 10h às 21h00 | segunda a quinta e domingo, das 10h às 19h

Preço: 5€ (com descontos)




 Fonte: Agenda Cultural Lisboa (com a devida vénia...)

Sinopse:

"O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado regressa a Lisboa para a apresentação de Génesis, uma exposição composta por mais de duas centenas de fotografias dedicada aos últimos redutos naturais e humanos de um planeta ameaçado.

"Em jeito de homenagem à Terra e de alerta para a urgente necessidade de a preservar, Sebastião Salgado mostra agora, no seu estilo característico de imagens a preto e branco de grande formato e de enorme impacto, o resultado de oito anos de trabalho e de mais de 30 viagens por diversas partes do globo.

"A exposição é constituída por cinco secções, Sul do Planeta, Santuários, África, Terras a Norte e Amazónia e Pantanal e apresenta ao público ambientes que conseguiram, até à data, escapar às transformações impostas pela sociedade moderna, mantendo-se quase intactos.

"Sebastião Salgado é um dos mais reconhecidos e premiados fotógrafos brasileiros da atualidade, tendo visto o seu trabalho publicado em algumas das mais prestigiadas publicações mundiais."

Biografia:


"Sebastião Salgado nasceu em Minas Gerais, em 1944. Durante a ditadura militar no Brasil emigrou para Paris com Lélia Wanik Salgado, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, a fotografia. Nas suas viagens para África, enquanto trabalhava para a Organização Internacional de Café, começou a fotografar, sem intenções profissionais, com a máquina que Lélia havia adquirido para o seu curso de arquitectura, descobrindo assim a sua paixão pelo fotojornalismo.

"Salgado desde cedo trabalhou para importantes agências de fotografia (Sygma, Gamma, Contact e Magnum) e viu o seu trabalho publicado em algumas das mais prestigiadas publicações mundiais. O seu primeiro livro, “Outras Américas”, foi editado em 1986. No mesmo ano, lançou “Sahel: Homem em Pânico”, sobre a seca no Norte de África. “Trabalhadores”, talvez a sua obra mais conhecida, é publicada em 1993. Em 1997 é a vez de “Terra”, sobre a luta dos sem-terra no Brasil. Em 2000, Salgado lança “Êxodos”, focando-se no fenómeno global das migrações. “África”, o seu continente de eleição, é o tema de uma publicação em 2007. De 2004 a 2012, Salgado viajou por 32 regiões remotas, e por vezes inóspitas, para criar o seu último trabalho, “Génesis”.

"Hoje, Sebastião Salgado é embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos EUA. As suas obras fazem parte de colecções dos mais conhecidos museus, um pouco por todo o mundo. Em 1994 criou com Lélia Wanick Salgado a Amazonas Images, que se ocupa exclusivamente das suas fotografias."

Fonte: Cortesia de www.expogenesis.pt
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Nota do editor:

Último poste da série > 7 de abril de  2015 > Guiné 63/74 - P14442: Agenda cultural (390): Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial” (José Saúde)

Guiné 63/74 - P14458: Parabéns a você (889): Francisco Santiago, ex-1.º Cabo TRMS do BART 3873 (Guiné, 1972/74)

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Nota do editor

Último poste da série de 11 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14456: Parabéns a você (888): Jorge Félix, ex-Alf Mil Pilav Alouette III da BA 12 (Guiné, 1968/70); Jorge Picado, ex-Cap Mil CMDT da CCAÇ 2589 e da CART 2732 e CAOP 2 (Guiné, 1970/72) e Manuel Marinho, ex-1.º Cabo At Inf do BCAÇ 4512 (Guiné, 1972/74)