quarta-feira, 10 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17339: Os nossos seres, saberes e lazeres (211): São Miguel: vai para cinquenta anos, deu-se-me o achamento (1) (Mário Beja Santos)




1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) com data de 10 de Fevereiro de 2017:

Queridos amigos,
Aqui vivi de Outubro de 1967 a Março de 1968, e prontamente me enfeiticei pelas hidrângeas, a bagacina, a marginal de Ponta Delgada.
No regresso da Guiné, aqui se fez escala e presenciei um dos episódios mais emocionantes que me foi dado viver: o porto pejado de mulheres de preto que esperavam filhos, maridos ou irmãos, uma cantata que a todos pôs a chorar.
Por aqui cirando de vez em quando, razões profissionais não faltaram, cresceram amizades e não escondo o frenesim em regressar a estas paisagens de verde, aos cones vulcânicos, passear na Lagoa das Furnas, avistar a Lagoa do Fogo, são cenários que se entremeiam no meu coração.
Aqui fica uma viagem de saudade, o princípio da festa do cinquentenário.

Um abraço do
Mário


São Miguel: vai para cinquenta anos, deu-se-me o achamento (1)

Beja Santos

Cheguei a Ponta Delgada a bordo do "Carvalho Araújo", que me levou seis meses depois de regresso a Lisboa, o mesmo "Carvalho Araújo" que me trouxe de Bissau em Agosto de 1970. Anoitecera, todos os outros aspirantes a oficial miliciano tinham destino certo, eram da terra. Desembarquei e um amigo do meu cunhado, Eugénio Sales da Câmara, estava à minha espera e levou-me para os Arrifes, dormi no quarto do oficial de dia, com uma bruma que chegava aos cobertores. Ao primeiro toque do corneteiro, levantei-me, preparei-me e procurei desesperadamente comer. É nisto que olho para os montes circundantes, oiço o badalo das vacas, o seu mugido intermitente, um céu plúmbeo por onde esvoaçam nuvens dá a paleta de tons esverdeados que se tornarão inesquecíveis, pela vida fora. Assim começou o meu feitiço açoriano, estávamos em Outubro de 1967. Decidi comemorar com pompa e circunstância, mesmo antes de tempo, precisava desesperadamente de ver as azálias, os metrosíderos, as criptomérias, pisar a bagacina, respirar o enxofre das caldeiras.
Primeiro dia, degustação da terra, aceitei a sugestão do meu amigo Mário Reis, partimos de Ponta Delgada para o porto da Lagoa, almoço com boca negra grelhado, batata cozida e legumes, repasto delicioso, não tivesse dele partido a sugestão atirava-me à albacora ou aos filetes de abrótea. E começava o nosso passeio pela costa Sul, Livramento, São Roque, Relva, Feteiras, Candelária, Ginetes, aproveita-se o céu limpo para ver o miradouro do Escalvado, paragem no alto da Ferraria, as imagens desfolham-se.



Quem não sabe é como quem não vê, na primeira imagem temos uma caldeira seca, não sei se foi há milhões de anos quando por aqui rebentaram vulcões, uns ficaram adormecidos, expelem fumarolas, desfazem-se em lamas sulfúreas, outros secaram. É este o caso, não mete medo e dá pasto. Temos depois o farol da Ferraria, olha-se lá para baixo, para a imensidão do oceano que se atira em cachão sobre as rodas aqui as ondas são bravíssimas, volto a câmara para o outro lado, lá ao fundo estão os Mosteiros, para lá caminharemos, os seus ilhéus atraem turistas e poetas.




O Duque de Viseu, Administrador da Ordem de Cristo, conhecido por Infante D. Henrique, que andou à espadeirada em Ceuta, sonhava em chegar a outras terras para lá do mar, montou um projeto que envolvia expedições oceânicas. Quando aqui se chegou, um outro seu irmão, de nome D. Pedro, o das sete partidas, pediu-lhe para que o nome da ilha fosse S. Miguel, seu patrono. E assim nasceu a fama desta ilha de lagoas, de ventos ciclónicos, onde se pescou baleia, onde combateram liberais contra miguelistas, onde se planta chá e há estufas de ananases e onde quem parte vive em saudade, basta pensar em Natália Correia que se despediu deste mundo com os seus prodigiosos Sonetos Românticos, daqui se partiu e parte muito para Califórnias e Canadás, é a terra do visionário Antero de Quental, de Hintze Ribeiro, do derradeiro poeta do Orpheu, Armando Cortes Rodrigues, e ficamos por aqui. Estamos nos Mosteiros, o maior porto da costa Norte está em Rabo de Peixe, vou evitar palavras, acredito piamente que as imagens falem por si. João de Melo, que nasceu não muito longe daqui, na Achadinha, chama a S. Miguel uma doce melancolia: Aquilo que se avista lá de cima é como um tombadilho gigantesco, todo verde e quase plano (…) A palavra melancolia vê-se também no próprio espanto que em nós estranha e não explica o verde-azul-amarelo da terramar, corpo lânguido e feminino da paisagem, trecho da costa norte fendido ao meio pela Ponta do Cintrão, baixa, e até maneirinha, à esquerda; alta e muito recortada para as bandas de Porto Formoso. Os tons esmeralda da pradaria e das matas de incenso e criptoméria parecem a um tempo colidir e complementar-se entre si; ao longe e em baixo, a brancura das casas – que se perfilam ao longo das ruazitas desertas, tortuosas, com as suas barrinhas de basalto em volta das portas e janelas – resplandece-se acima dos verdes múltiplos da terra como numa marcação a giz dessa cor.




Continuou a jornada para os lados da Bretanha, Remédios, Santa Bárbara e perto das Capelas chegou o negrume da noite, regresso a Ponta Delgada. Mário Reis vai levar-me na manhã seguinte até ao Vale das Furnas, um lugar mágico, asseguro-vos. E assim foi, com as novas estradas vai-se rapidamente a outros pontos da costa Norte, caso do miradouro de Santa Iria, ali perto deu-se a batalha da Ladeira Velha, lê-se a lápide explicativa que é omissa na crueldade com se trataram os vencidos, atirando-os para o abismo. E assim se chega a um local por onde, há perto de 50 anos, passei de revés, o Hotel Terra Nostra, tem um jardim magnífico e um polo de atração irrecusável, a piscina onde a temperatura ronda os 40 graus. Pode ser que a ilha tenha muita melancolia, mas eu tenho a alma em júbilo.

(Continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 3 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17314: Os nossos seres, saberes e lazeres (210): Tavira fenícia, árabe, portuguesa; a cidade e a água (3) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P17338: Parabéns a você (1251): Fernando Valente (Magro), ex-Cap Mil Art do BENG 447 (Guiné, 1970/72) e Henrique Matos, ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1966/68)


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Nota do editor

Último poste da série de 5 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17319: Parabéns a você (1250): Joaquim Gomes Soares, ex-1.º Cabo At Inf da CCAÇ 2317 (Guiné, 1968/69)

terça-feira, 9 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17337: Agenda cultural (560): Apresentação da coleção "Recordações da Pesca do Bacalhau" (5 vols., Âncora Editora; autor: comandante Valdemar Aveiro, capitão Aveiro, uma lenda viva da epopeia da Terra Nova): Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, Paço de Arcos, Oeiras, 17 de maio, 4ª feira, 15h00




1. Convite da Escola Superior Náutica Infante D, Henrique e Âncora Editora, que nos chega através de um amigo comum,  o arquiteto José António Paradela, natural de Ílhavo e apaixonado pelas coisa do mar e da pesca:


No próximo dia 17 de maio, pelas 15 horas, será apresentado na sala 0.27 a coleção de livros "Recordações da Pesca do Bacalhau" da autoria do Cte. Valdemar Aveiro. 

A apresentação das obras será efetuada pelo Sr. Cte de Mar e Guerra Augusto Alves Salgado[, doutor em História dos Descobrimentos, professor na Escola Naval].


2. Sobre o autor, Valdemar Aveiro, o mítico capitão Aveiro [. foto à esquerda, cortesia da Âncora Editora]

(i) nasceu em dezembro de 1934, em Ílhavo, no seio de uma família de pescadores;

(ii) terminada a instrução primária, começou a trabalhar como aprendiz de barbeiro, passados 10 meses empregou-se numa oficina de serralharia civil e, mais tarde, na construção civil;

(iii) aos 15 anos concorreu à Escola Profissional de Pesca, ganhou uma bolsa de estudo que lhe deu acesso ao liceu e, posteriormente, à Escola Náutica, onde concluiu o Curso de Pilotagem;

(iv) embarcou como moço a bordo do lugre-motor Viriato para fazer uma viagem à pesca do bacalhau no sentido de suportar as despesas da sua formação;

(v) em 1957 embarcou como praticante de piloto no navio Santa Mafalda, da Empresa de Pesca de Aveiro, sendo promovido no ano seguinte a piloto, a bordo do mesmo navio, e em 1960 passou a oficial imediato do navio Santa Joana;

(vi) emigrou para o Canadá, em Abril de 1964, na persecução de se licenciar em Medicina, um sonho que não logrou cumprir, tendo regressado a Portugal no ano seguinte;

(vii) em 1966 embarcou no navio São Gonçalo e no ano seguinte passou para um navio moderno, Santa Isabel, comandado pelo capitão David Calão;

(viii) assumiu, em 1970, o comando do mais velho arrastão português, Santa Joana, e, dois anos depois, foi convidado para comandar o navio Coimbra, então em construção nos Estaleiros de S. Jacinto, tendo-se retirado por doença em 1988;

(ix) depois de recuperado, foi convidado a colaborar com a administração da Empresa de Pescas S. Jacinto, SA, sendo, desde 1991, membro do seu conselho de administração.

Livros publicados na Âncora Editora:

80 Graus Norte - Recordações da Pesca do Bacalhau

Ecos do Grande Norte – Recordações da Pesca do Bacalhau

Histórias Desconhecidas dos Grandes Trabalhadores do Mar - Recordações da Pesca do Bacalhau

Nómadas do Oceano - Recordações da Pesca do Bacalhau

Fonte: Âncora Editora

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Nota do editor: 

Guiné 61/74 - P17336: Tabanca Grande (435): Manuel José Janes, ex-1º cabo "O Violas", CCAÇ 1427 (Cabedu, 1965/67): poeta, cantor, dono da "Tasca do Reguengos", Monte da Caparica, Almada... É o nosso novo grã-tabanqueiro, nº 743 (Jorge Araújo)


Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Vista aérea do aquartelamento e pista de aviação


Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Parte do contingente da CCAÇ 1427 (1965/1967) onde se vê o camarada Manuel Janes “O Violas” no interior do círculo com uma das suas companheiras inseparáveis (a viola).


Crachá da CCAÇ 1427 (Cabedú, 1965/67) > "Saudade e orgulho dos caídos na luta"

Fotos (e legendas): © Manuel José Janes / Jorge Araújo (2017). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Texto enviado, em 13/4/2017, pelo nosso colaborador permanente Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp,  CART 3494/BART 3873, Xime Mansambo, 1971/74), residente em Almada





1. INTRODUÇÃO

O encontro/convívio de ex-combatentes no CTIGuiné realizado no passado dia 25 de março, no Monte da Caparica, Município de Almada, em que participaram camaradas de várias Unidades que aí cumpriram a sua missão em diferentes épocas e locais, permitiu partilhar memórias únicas pois só os próprios a sabem contar como ninguém.

O destaque dessa reunião vai, no entanto, para o camarada Manuel José Janes, também conhecido por 1.º Cabo “O Violas”, alcunha pela qual passou a ser conhecido desde o início pelos seus pares, tendo por companheiras inseparáveis: uma G3 e a sua viola.

Para recordar aquela que foi a sua apresentação, recupero alguns factos narrados no P17206 (*):
 
“Quando o almoço decorria com uma natural tranquilidade, eis que se aproxima de nós um indivíduo trauteando alguns versos do seu fadário vivido durante a Guerra do Ultramar, em estilo musical de fado. 


"Era, nem mais nem menos, o proprietário do restaurante, também ele ex-combatente na Guiné, pertencente ao contingente da CCAÇ 1427, Unidade que esteve sediada em Cabedú, na região de Tombali, no Sul, nos anos de 1965/1967”.(*)



O Manuel José Janes, "O Violas"



O Manuel José Janes, hoje, natural de Reguengos de Monsaraz, é proprietário e gerente do restaurante "Tasca dos Reguengos",  Monte da Caparica, Almada.



2. O CAMARADA MANUEL JANES, “O VIOLAS”, 1.º CABO DA CCAÇ 1427 (CABEDU, 1965/67)

Procurando saber mais histórias da sua missão em Cabedú e da sua Unidade (CCAÇ 1427 - 1965/1967), para além das que nos contou durante aquele encontro, e obter uma foto desse tempo para lhe permitir sentar-se à sombra do fraterno poilão da nossa «Tabanca Grande» (**), encontrei-me com o camarada Manuel Janes na passada semana.

Durante a nossa cavaqueira de cerca de três horas, com uma ordem de trabalhos completamente arbitrária, mas sem descurarmos o tema base do nosso encontro – “memórias da Guiné” –, a determinada altura divulguei-lhe aquele que para ele seria um segredo: o de ter tido notícias do camarada Manuel Caldeira Coelho [fur mil trms da CCAÇ 1589 (Nova Lamego e Madina do Boé - 1966/1968)], conterrâneo de Reguengos de Monsaraz e seu grande amigo, que nos idos anos de 1964 haviam fundado um trio vocal.

Recebendo a notícia (segredo) com grande satisfação, fez questão de o contactar enviando-lhe uma mensagem SMS de agradecimento.

Na sequência da primeira narrativa [P17206], na qual faço referência ao nome e à pessoa do Manuel José Janes,  “O Violas”, o camarada Manuel Coelho (a quem agradeci sensibilizado) respondeu-nos, através de correio interno, o seguinte:

“Caros editores, ao ler o poste 17206 do dia 4 [de março], de autoria do camarada Jorge Araújo, não podia deixar de dar uma 'achega' referente às capacidades do Manuel José Janes como cantor e autor.

Somos da mesma terra (Reguengos de Monsaraz) e fundámos um trio vocal em 1964 para nos divertirmos a actuar a nível regional. Temos uma gravação feita num gravador de bobinas emprestado, não sei se poderá ser incluído neste testemunho.

Com uma voz linda de se ouvir em qualquer apresentação, não quis o destino que seguisse carreira artística.

Fomos cada um para seu lado no serviço militar e entretanto a 2.ª Região Militar [Tomar] reuniu vários artistas amadores ou não, para espectáculos em vários locais designadamente na Guarda onde houve festa pela reabertura do quartel do BC 7.

Lá chamaram a ele e a mim e foi um êxito que nos fez repetir no Coliseu de Lisboa e a gravar este espectáculo na RTP,  transmitido em 15/7/1965 e apresentado por Carlos Cruz.

Ocasionalmente encontrámo-nos em Bissau de férias. O que ele me contava de Cabedú e de Catió era tremendo, acho que alguém poderá convencê-lo a descrever essas histórias passadas com a CCAÇ 1427. Eu poderei contactá-lo para isso.

Resumindo: uma voz fabulosa, uma escrita em verso não aproveitada e um destino não como artista mas como industrial de hotelaria.

Perdeu a vida artística mas ganharam os amigos e clientes da sua casa que sempre o ouvem lá cantar e conviver" (
Manuel Coelho).
 

Aqui chegado, e para concluir este apontamento, resta-me apresentar algumas (poucas) imagens de Cabedú [fotos acima], prometendo voltar logo que o camarada Manuel Janes localize o seu baú, uma vez que mudou de residência recentemente. 

Daremos conta, ainda, da «Marcha de Cabedú», da CCAÇ 1427, com letra e música da sua autoria.

Comprometeu-se, finalmente, a dar-me conta da data do lançamento do seu livro de poesia que, segundo me confidenciou, está para breve.
 

Letra da «Marcha de Cabedú», da CCAÇ 1427 
da autoria de Manuel José Janes, “O Violas”



 "Comida típica alentejana, nomeadamente: migas de espargos com rojões, pézinhos de coentrada, sopa de cação, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão...entre outros deliciosos pratos!!!  Temos também pratos de caça, nomeadamente: arroz de pombo bravo, coelho à caçador e arroz de lebre! Por vezes tem que ser por encomenda."

Rua General Humberto Delgado 13B | Monte de Caparica, Almada 2825-016, Portugal
+351 21 295 0299. 
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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17335: Agenda cultural (559): Apresentação do livro "25 de Novembro - Reflexões", coordenação do Coronel Manuel Barão da Cunha, dia 11 de Maio de 2017, pelas 15 horas, na Messe Militar do Porto, sita na Praça da Batalha



 


O nosso camarada Manuel Barão da Cunha, Coronel de Cav Ref, que foi CMDT da CCAV 704 / BCAV 705, Guiné, 1964/66, dá-nos notícia da apresentação de mais uma tertúlia Fim do Império, a levar a efeito na próxima quinta-feira, 11 de Maio de 2017, na Messe Militar do Porto.




17.º CICLO DE TERTÚLIAS, PORTO

174.ª TERTÚLIA

11 DE MAIO DE 2017 - 15 HORAS

MESSE MILITAR DO PORTO



Organização da Liga dos Combatentes, Núcleo do Porto, presidido pelo Coronel Comando José Manuel da Glória Belchior, coadjuvado pelo Capitão Delgado; em articulação com o coordenador do Programa; na Messe Militar, na Praça da Batalha, apresentação do 25.º livro Fim do Império, "25 de Novembro - Reflexões", coordenação do Coronel e Dr. Manuel Barão da Cunha.
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Nota do editor

Último poste da série de 8 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17330: Agenda cultural (558): Sessão de lançamento do livro de Graça Fernandes, “Aparições em Fátima – 1917”, hoje. dia 8, 2ªf, às 17:30, na Sociedade de Geografia de Lisboa. Um dos apresentadores é o cor inf ref e escritor Manuel Bernardo

Guiné 61/74 - P17334: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (19): Por mim, manteria o sítio, o hotel, e a relação qualidade/preço, melhoraria a refeição principal e, sobretudo, agarraria com unhas e dentes esta oportunidade (histórica, única) de convívio anual entre nós, amigos e camaradas (António Duarte, Lisboa)


1. Mensagem do António [João Fernandes] Duarte, ex- fur mil at art, CART 3493 / BART 3873, e CCAÇ 12, Mansambo, Bambadinca e Xime, 1971/74; economista, bancário reformado, formador com larga experiência em Portugal e Angola na área das operações bancárias. Esteve na CCAÇ 12, de novembro de 1972 a março de 1974, em rendição individual. Vive em Lisboa.[Foto à esquerda]


Data: 3 de maio de 2017 às 22:47

Assunto: Convívio da Tabanca Grande

Boa noite Camaradas

Gostaria de dar duas palavrinhas sobre o tema que o Mexia Alves lançou, sobre a qualidade do convívio.(*)


Localização


Sobre a localização penso que dificilmente seria melhor. Bons acessos e no meio do país.

Espaço

O espaço é excelente, com zonas de lazer agradáveis e espaçosas e ainda com a possibilidade de se ficar no hotel, com preço para amigos...

Restauração

Sobre a refeição, diria que as entradas do almoço foram excelentes,
talvez retirasse os carapaus que, por serem grandotes, não eram fáceis de digerir, o resto tudo muito bom (a dobrada estava cinco estrelas).

Ao lanche acrescentaria um pouco mais de fruta, reduzindo alguns doces e se possível introduziria leitão. Quanto ao marisco calculo que encarecerá a refeição, mesmo sendo gambas, o mais vulgar nestes eventos. Vocês verão com o hotel.

A refeição principal não estava brilhante, no entanto haverá por certo espaço para melhorar, alterando o prato talvez para bacalhau à lagareiro, que podia vir às lascas para tornar a refeição mais económica e prático o serviço ou outro a pensar, mas com possibilidade de quem não gostar, o que devem ser poucos, terem uma alternativa (bifinhos, por exemplo) a assinalar no momento da reserva. 

Para sobremesa mantinha o doce e como segunda alternativa uma salada de frutas (também a referir no momento da reserva esta segunda opção).

Preço

Quanto ao preço será de manter. Fiquei com a perceção que poderia ter havido camaradas que não foram, por serem sensíveis ao custo. Mas
parece complicado descer o preço e a qualidade tem de ser paga.

Data

A este propósito também o facto de o dia se integrar em 3 dias de férias poderia ter levado gente a optar por ir a banhos de mar.


Comissão organizadora

Em síntese, e na minha modesta opinião, manteria a equipa, obviamente se assim cada um dos camaradas o entender. Por outro lado em equipa vencedora não se ....

Quanto ao lugar, definitivamente gosto e parece difícil arranjar melhor.

Por último diria que a refeição ficará em segundo lugar, quando se compara com a oportunidade de convívio, esse sim muito importante e objetivo principal do evento.

Abraços e obrigado pelo vosso trabalho.  

António Duarte
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Guiné 61/74 - P17333: XII Encontro Nacional da Tabanca Grande, Palace Hotel de Monte Real, 29 de Abril de 2017 (18): os manos Agnelo e Zeca Macedo, os únicos representantes da Marinha e da diáspora...


Foto nº 1 >  O Zeca Macedo, com a dupla nacionalidade americana e cabo-verdiana....É a segunda vez que   vem oa nosso Encontro Nacional. 

O Zeca Macedo, ex-2º tenente fuzileiro especial, DFE 21 (Cacheu e Bolama, 1973/74), nasceu na Praia, Santiago, Cabo Verde, em 1951; vive nos Estados Unidos, onde é advogado; é membro da nossa Tabanca Grande desde 13/2/2008). Foi uma alegria voltar a vê-lo connosco, a ele, à esposa,  ao irmão e à cunhada, no nosso XII Encontro Nacional.



Fotop nº 2 > Goreti, a esposa do Zeca Macedo.


Foto nº 3 > O Zeca e a Goreti


Foto nº 5 > Agnelo Macedo e Delfina (Lisboa)... Agnelo Macedo é capitão de mar e guerra, na reserva, de seu nome completo Agnelo António Caldeira Marques Monteiro de Macedo, antigo diretor do Centro de Apoio Social de Lisboa do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (2013-2016)


Foto nº 5 > Delfina Macedo


Leiria, Monte Real > Palace Hotel Monte Real > XII Encontro Nacional da Tabanca Grande > 29 de abril de 2017

Fotos: © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].


1. Foram os únicos representantes da Marinha... e da diáspora (EUA), o Zeca e o Agnelo Macedo.

Em 2016, quando nos encontrámos pela primeira vez, em Monte Real, em 2016, demo-conta, eu e o Zeca Macedo, de que já nos conhecíamos de "outra incarnação": em, 1971, o Zeca Macedo, que tinha saído da Escola Naval e aguardava a entrada em outubro na Escola de Fuzileiros Navais, trabalhou nas férias grandes no parque de campismo da Praia da Areia Branca, Lourinhã. Tinha na altura também uma prima na Lourinhã. a trabalhar na Câmara Municipal.  E penso que também foi nessa altura, tinha eu regressado da Guiné em março de 1971, que estivemos juntos ele, e outros cadetes da Escola Naval (Rafael Sardinha Mendes Calado, meu amigo, capitão de mar e guerra de administração naval, reformado;  Agostinho Ramos da Silva, vive-almirante de classe de marinha, e outros cedetes, na altura, de que já não me lembro o nome)...

Em 2017, eu e o Zeca Macedo voltámos, muito brevemente,  ao passado. Com a dupla nacionalidade, cabo-verdiana e americana, conhece e é amigo de diversos combatentes e dirigentes do PAIGC contra os quais combateu no TO da Guiné. Seria o caso, por exemplo, do antigo presidente da República de Cabo Verde, Pedro Pires. Mas não gostam de falar do passado, o que se entende... já que a guerra colonial / guerra de libertação foi uma fractura muito grande na nação cabo-verdiana...E ainda há feridas por sarar...

Foi bom também o Zeca Macedo ter trazido, além da simpatiquíssima esposa Goreti, outro casal, o mano Agnelo e a cunhada Delfina. Os quatro bisaram, e esperamos tê-los cá de novo, para o ano, no nosso XIII Encontro Nacional, a realizar-se em Monte Real, na 1ª quinzena de abril de 2018 (a confirmar).

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Guiné 61/74 - P17332: Convívios (797): XXIV Encontro do pessoal do BCAÇ 2912 (Galomaro, 1970/72), dia 3 de Junho de 2017, em Coruche (António Tavares)

1. Mensagem do nosso camarada António Tavares (ex-Fur Mil SAM da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72), datada de 22 de Abril de 2017:

Caro amigo,
Agradeço a publicação na Tabanca Grande do nosso Convívio.

Abraço do
António Tavares




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Nota do editor

Último poste da série de 7 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17328: Convívios (796): XXXI Encontro do pessoal da Magnífica Tabanca da Linha, dia 18 de Maio de 2017, em Carcavelos (Manuel Resende)

Guiné 61/74 - P17331: Notas de leitura (954): Ruy Cinatti e uma viagem a Bolama, 1935, em “O Mundo Português”, revista de cultura e propaganda, arte e literatura coloniais, o seu número 24, de Dezembro de 1935 (Mário Beja Santos)


Guiné > Bolama > Agosto de 1935 > A chegada do vapor "Moçambique", com os participantes do 1.º Cruzeiro de Férias às Colónias, entre os quais se contaria Ruy Cinatti (1915-1986), engenheiro agrónomo, poeta, antropólogo que iria mais tarde estabelecer uma relação especial com Timor.

Fonte: O Mundo Português, Vol II, nºs 21-22, Setembro-Outubro de 1935 (Exemplar  pessoal de Mário Beja Santos; digitalização e  edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné).


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 10 de Fevereiro de 2016:

Queridos amigos,
Entre chuviscos intermitentes, aquele sábado de manhã na Feira da Ladra permitiu-me adquirir esta preciosidade, ao longo dos anos em que entabulei grande amizade com o Ruy Cinatti, este nunca me fizera referência à sua visita à Guiné e muito menos mencionara existir texto de tal viagem. A sua grande recordação fora a Ilha do Príncipe, deu-lhe fulgor para escrever uma pequena gema literária, o conto "Ossobó".
É bom recordar que este antropólogo e poeta tinha 20 anos quando escreveu estas recordações de viagem.

Um abraço do
Mário


Ruy Cinatti e uma viagem a Bolama, 1935

Beja Santos

O 1º Cruzeiro de Férias às Colónias, coordenado por Marcello Caetano, constituiu uma novidade pelo modo como se pretendia atrair a juventude aos conhecimentos das parcelas do império. Guardaram-se vários testemunhos dessa viagem em que o regime procedera a uma rigorosa seleção de universitários de elevada craveira.
Um dos escolhidos foi Ruy Cinatti (1915-1986) que se irá afirmar como grande poeta, etnólogo, antropólogo e defensor da causa timorense. Tive o privilégio de receber alguns dons da sua amizade benfazeja. Conheci-o quando era membro da direção do jornal “Encontro”, a publicação da JUC – Juventude Universitária Católica, em 1966, fui pedir-lhe um poema, ofereceu-nos “O cego”, o primeiro dos seus “Sete septetos”, livro que viria a ser premiado com o Prémio Nacional de Poesia.
O meu livro “A Viagem do Tangomau”, arranca com um encontro em sua casa, convidar-me para jantar na véspera de eu partir para Mafra, para frequentar a recruta. Leu-me poemas de safra recente, que virão a ser publicados a título póstumo. E na correspondência que com ele troquei na Guiné, deu-me sábios conselhos, foi um lenitivo para a minha alma, daí o ter tratado sempre por “Dear father”.

Encontrei em “O Mundo Português”, revista de cultura e propaganda, arte e literatura coloniais, o seu número 24, de Dezembro de 1935, o seu texto “A Mocidade Académica e o 1º Cruzeiro de Férias às Colónias”. Chamou-me à atenção, na chegada a S. Vicente, a descrição crua que nos faz da vida dolorosa do cabo-verdiano:

“A vegetação em S. Vicente está reduzida a pequenos oásis de verdura – as ribeiras – regiões sobrejacentes aos leitos de ribeiras subterrâneas, onde se desenvolvem plantas dos climas quentes, e a pequenas extensões de vegetação arbórea cuja ramaria, passada certa altura, se estende, se inclina horizontalmente, se prostra ante a fúria niveladora do vento do deserto, que sibila, que ecoa doidamente nos recôncavos da rocha.
O resto são campos de calhaus partidos, triturados, onde a vida vegetal é impossível, porque as águas que nas épocas de chuva se despenham em torrentes pelas encostas arrastam o pouco húmus que se tenha depositado ou os materiais terrosos provenientes da desagregação da rocha.
Todos estes aspetos, geológico, climático, ausência de vegetação na maior parte das ilhas, motivada ou pela falta de chuvas ou pelo seu desperdício quando cai, conduzem à grande tragédia do arquipélago – a fome.
Em 1924, só em S. Tiago morreram à fome 20 mil pessoas. No Fogo, o colmo é arrancado das casas indígenas para ser cozido e servir assim de alimento. As crioulas levavam os filhos já mortos ao colo, iludindo os administradores, para receberem maior ração”.

E conclui:
“Foram S. Vicente e depois o Príncipe, as ilhas que, no desfilar tumultuante de visões sucessivas, mais indelével recordação deixaram no meu espírito”. 

E assim chegaram à Guiné, registará a sua viagem a Bolama:
“O mar muda de cor. Já não é azul ultramarino nem azul-cobalto. As águas são barrentas, com reflexos esverdeados provenientes dos aluviões arrastados pelo Geba e outros rios. A ondulação é mínima, apenas provocada pelo deslocamento do navio.
Atravessámos o dédalo das ilhas Bijagós, cobertas de intensa vegetação verde-amarelada, que me dá uma sensação muito diferente do que eu supunha vir a encontrar.
Costas baixas, em praia, abundantes em recortes e braços de mar, prolongando-se a perder de vista, a ponto de se julgar que a vegetação nasce das águas.
Era já tarde e o sol velado pela fímbria das nuvens caminhava para o ocaso. Não bulia uma folha. Estava tudo parado, tudo embebido num banho morno.
Caminhava ao longo de uma rua de Bolama, com os muros e as casas cobertas de musgo, onde o branco da cal há muito tempo dera lugar ao cinzento esverdeado da terra e das plantas. Andava e não via ninguém. Tudo estava deserto. Só ouvia o ecoar das minhas passadas no cimento do passeio.
Envolvia-me um silêncio sepulcral. Invadia-me um aniquilamento absoluto. Qualquer coisa me amolecia, tornava mais vagaroso o andar. Com a face, com o corpo a escorrer suor, bebi grandes golos de água do cantil; quanto mais bebia mais a sede me torturava.
De repente, em poucos minutos, o céu tapou-se de nuvens; uma ligeiria brisa baloiçou a folhagem dos poilões; começou a chover torrencialmente e a água, rejeitada pela terra saciada de humidade, corria em regatos para as margens lodosas do mar. Ali, refrescando a alma, refrescando o corpo com a deliciosa chuva a escorrer-me pelos cabelos e pela face, reagi.
Com outra alma, caminhei com energia, embebendo-me na paisagem tropical verde cinzenta. Nas margens do rio, onde o lodo borbulhava, o mangal de folhagem miúda muito cerrada estendia-se indefinidamente numa estreita faixa, com as raízes brutescas saindo da água.
Com o mesmo imprevisto com que tinha aparecido, as nuvens foram-se, e de novo o sol inundou a terra. Atravessei a cidade; segui por uma estrada onde, dentre o verde brilhante das bananeiras, das árvores de fruta-pão e dos poilões, surgiam as tabancas cor de argila.
Em volta, em porções de terreno sem área nem contorno definido, estendem-se as plantações de mancarra cultivada pelos negros. Grupos de indígenas, diferentes na aparência física e no vestuário, seguiam ao longo da estrada e estacionavam à porta das tabancas.
Uns, quase nus, com as costas tatuadas em relevo, com folhas de palmeira-leque e um grande cutelo nas mãos. Outros, vestidos com grandes camisas grandes que quase chegam ao chão, com o peitilho bordado e um alfange pendente a tiracolo. Mulheres, ora de tanga, ora envoltas em grandes panos, caminhavam com os filhos às costas e com grandes cabaças sobre o lenço amarelo enrolado em volta da cabeça.
Entrei numa tabanca de Fulas. Casas retangulares e circulares, o telhado de colmo estendendo-se para fora das paredes a servir de alpendre ou galeria. Sentados em volta os homens conversam, as mulheres entram e saem. As crianças brincam indiferentes ao que em volta se passa.
Lá ao longe, mas dentro da tabanca, o barulho de muita gente junta a falar atraiu-me. Fui lá.
Formando uma roda, homens e mulheres olhavam, gesticulando, o começo de um batuque. O tambor começou a suar e logo um negro despindo a camisa branca, descalçando as chinelas vermelhas, saltou para o meio, os músculos salientes a brilhar, exibindo o corpo atlético de um deus grego queimado pelo sol.
Começou a andar em volta, olhando a multidão que o cercava, saracoteando o corpo, batendo ritmicamente os pés, em flexões que iam aumentando com rapidez. Dirigiu-se às raparigas que em monte o olhavam embevecidas, num conjunto de cores em que o vermelho e o amarelo predominam.
Cantava a mesma frase com intervalos em que o som fica suspenso no ar e continuava cada vez mais excitado, na sua movimentada dança, dando saltos mortais.
De vez em quando chegava-se ao pé do tocador de tambor, dobrava-se, batendo com os dedos no chão e levantava-se me seguida bem alto, apontando para alguns dos que ali estavam. Era o desafio para a luta.
Ninguém veio. Mais alguns saltaram para o centro e com as mesmas atitudes desafiaram outros. Ninguém veio. Tudo se parecia temer. Em volta, homens e mulheres procuravam animar, batendo compassadamente as palmas, acompanhamento o canto intermitente dos lutadores. Nada conseguiram. Em breve começaram a dispersar. O sol já tinha desaparecido lançando apenas no horizonte um pálido clarão, que mais fazia realçar a beleza eternas das palmeiras.
Em redor os homens, sentados à porta das cubatas, lavavam os pés, preparando-se para a oração muçulmana”.

Ruy Cinatti escreve este texto com 20 anos. Chamou-me à atenção a dedicatória que ele apõe:
“Para o muito caro José Vaz Pinto, esta recordação do nosso cruzeiro de maravilha com a amizade de Ruy Cinatti Vaz Monteiro Gomes”.

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Nota do editor

Último poste da série de 5 de Maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17321: Notas de leitura (953): "Buruntuma - Algum Dia Serás Grande - Guiné-Gabú - 1961-63", por Jorge Ferreira (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P17330: Agenda cultural (558): Sessão de lançamento do livro de Graça Fernandes, “Aparições em Fátima – 1917”, hoje. dia 8, 2ªf, às 17:30, na Sociedade de Geografia de Lisboa. Um dos apresentadores é o cor inf ref e escritor Manuel Bernardo



Sessão de lançamento do livro de Graça Fernandes,  “Aparições em Fátima – 1917” (Lisboa, 2017, edição de autor), no dia 8 de maio de 2017, 2ªf, às 17:30, na Sociedade de Geografia de Lisboa (R. Portas de Santo Antão 100, 1150 Lisboa).

Convite que nos chegou, com pedido de publicação, da parte de um dos apresentadores, o cor art ref Manuel Bernardo, escritor e nosso leitor, autor de "Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné 1970/80".




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Nota do editor:

Último poste da série > 5 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17320: Agenda cultural (557): Lançamento do livro "Guiné: um rio de memórias", de Luís Branquinho Crespo. Sábado, 6 de maio, às 15h30, em Leiria, no Celeiro da Casa do Terreiro. Apresentação do nosso camarada António Graça de Abreu. O autor fez parte do Grupo dos Amigos da Capela de Guileje.

Guiné 61/74 - P17329: Manuscrito(s) (Luís Graça) (117): Festa, alegria e folia no XII Festival Internacional da Máscara Ibérica (Lisboa, Praça do Império, Belém, 4-7 maio 2017)... O fascínio da gaita de fole!


XII Festival Internacional da Máscara Ibérica (FIMI), Lisboa, 6 maio 2017, Praça Império, Belém: Real Banda de Gaitas de Oviedo, Astúrias, Espanha.. Uma  referência cultural, um ícone,


Vídeo 1' 45''. Luís Graça (2017). Disponível em You Tube > Luís Graça


1. O Festival Internacional da Máscara Ibérica (FIMI), que se realiza em Lisboa,  já vai na sua 12ª edição. Este ano, pela primeira vez, foi no  Praça do Império, em Belém, um espaço cénico por excelência, enquadrado pelo mosteiro dos Jerónimos, o Centro Cultrural de Belém e o estuário do Tejo, um espaço mais imponente do que  a baixa lisboeta. (*)  

Fui lá, na tarde de sábado, para assistir ao desfile das máscaras ibéricas,  mas só levava uma das pilhas da máquina fotográfica meio carregada. A outra já tinha sido gasta num evento anterior, ao fim da manhã e almoço. Ainda  deu para fazer vários vídeos e bater algumas chapas.

Não posso, mais uma vez, deixar de mostrar, aos nossos leitores, através do vídeo  que  junto, o meu fascínio por este  instrumento, a gaita de fole (ou foles ou apenas gaita), da família dos aerofones. Fico feliz por,.  no nosso país a gaita mirandesa, em risco de se perder, nos anos 60 do séc. passado, devido à "modernização" da sociedade portuguesa, a emigração, a guerra colonial, a concorrência do acordeão, etc., conhecer hoje uma revitalização excecional, graças ao trabalho de muita gente, desde os etnomusicólogos aos artesãos locais.

O FIMI, este ano, contou com 36 grupos (metade portugueses) e mais de 650 participantes, que deram a Lisboa um clima de festa, alegria, magia e folia... a que se associaram milhares e milhares de lisboetas e turistas, numa comunhão de cumplicidade e universalidade (**).  Na paz ou na guerra,  no templo ou no teatro, a máscara foi usada e continua a ser usada para nos transfigurar, fazendo a  necessária ligação entre o profano e o sagrado, entre a vida e a morte, entre o racional e o irracional que há em nós. A gaita é um instrumento indispensável neste cenário.  Mas o festivale não é só desfiles, exibições e concertos...Este ano havia uma parte gastronómica fortíssima em que cada terra ou região pôde mostrar os seus trunfos em matéria de comidas e bebidas...E aqui o Portugal profundo continua a surpreender-nos com os seus vinhos, os seus azeites, o seu pão, os seus quejs, os seus enchidos, os seus doces... 

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domingo, 7 de maio de 2017

Guiné 61/74 - P17328: Convívios (796): XXXI Encontro do pessoal da Magnífica Tabanca da Linha, dia 18 de Maio de 2017, em Carcavelos (Manuel Resende)

 

1. Mensagem do nosso camarada Manuel Resende (ex-Alf Mil Art da CCAÇ 2585/BCAÇ 2884, Jolmete, Pelundo e Teixeira Pinto, 1969/71) com data de 1 de Maio de 2017:

Caros membros da Magnífica,
Já foram contactados pelo Facebook, mas como há alguns que não ligam nada a essas tecnologias, que respeito, junto envio convite por e-mail.


MAGNIFICA TABANCA DA LINHA 

XXXI CONVÍVIO

Caros “Magníficos”, 
Vai-se realizar no próximo dia 18 de Maio de 2017, terceira quinta-feira do mês de Maio, o 31.º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha, no Hotel Riviera em Carcavelos, já conhecido de convívios anteriores, e cuja morada, para os que não sabem, aparecerá no fim desta mensagem. 

Como de costume, as inscrições são feitas da mesma forma, ou seja: 
- No Facebook, clicando em "VOU" (não esquecer de indicar o número de pessoas). 
- Por e-mail ou telefone para: 
- Jorge Rosales - jorge.v.rosales@gmail.com - 914 421 882 
- Manuel Resende - manuel.resende8@gmail.com - 919 458 210 

INSCRIÇÕES ATÉ 15-05-2017 – (segunda-feira até às 24h)


- - - E M E N T A - - - BUFFET - - - - 

- Entradas - Pão, queijo, manteiga, salgados e outros 
- Sopa -  Aveludado de galinha com amêndoa 
- Prato quente -  Cozido à Portuguesa 
- Sobremesas - Leite creme - Salada de Frutas 
- Bebidas - Vinho Branco e Tinto Terras de Aleu – Douro Águas Minerais, Sumos, Refrigerantes 
- Café 

Preço por pessoa: 20.00 € 

HOTEL RIVIERA 
Rua Bartolomeu Dias, Junqueiro, 2775-551 Carcavelos 
Tel. 214 586 609 (Próximo da Marginal) 

Um abraço a todos
Manuel Resende
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17278: Convívios (795): XII Encontro do Pessoal da CCAÇ 2726, dias 14 a 18 de Junho de 2017, no Funchal (Luís Paulino, ex-Fur Mil)

Guiné 61/74 - P17327: Blogpoesia (509): "Um carro de fogo"; "Os discursos do piano" e "No cotovelo da praça", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728



1. Do nosso camarada Joaquim Luís Mendes Gomes (ex-Alf Mil da CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66) três belíssimos poemas, da sua autoria, enviados entre outros, durante a semana, ao nosso blogue, que publicamos com prazer:


Um carro de fogo

Espelhado no céu,
Um carro de fogo,
Esparzindo luz e calor,
Avança em vertigem
Até à linha do horizonte.

Se esbatem com luz
As copas ainda negras das árvores
E as linhas quebradas dos telhados.

Mais uns momentos
E uma bola gigantesca assoma
Numa festa viva
Que irá durar o dia inteiro.

Foi sempre assim, desde os tempos imemoriais,
Mesmo quando uma manta espessa,
Ensopada d’água,
O tolda e cega.

Agora, a terra acorda e exulta,
Mergulhada em vida,
Este mar imenso
Que a todos banha…

Berlim, 1 de Maio de 2017
5h50m
Jlmg

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Os discursos do piano

Dá gosto ouvi-lo
quando, imponente e confiante,
sobe ao púlpito.
Discursa ininterrupto,
Se adrega, durante horas,
Com a mesma alma e entusiasmo.

É dele. Fala de tudo.
Sem subterfúgios.
Vai direito aos termos.
Não escolhe as notas.

Peremptório, se impõe sózinho,
Às orquestras impantes.
Nunca se fica.
A tudo responde pronto e certo.

Dá gosto ouvi-lo falar de Rachmaninov,
Seus concertos 2 e 3.
De Chopin. De Tschaykowsky.
Beethoven e tantos mais.

Arrebatador, ninguém fica a dormir.
Se forem exactas as mãos
De quem o toca.

Adora Rubinstein, apesar da idade.
Diverte-se com o fogoso jovem, Lang Lang
E suas cabriolas,

Saboreia os toques suaves e doces
Duma Hélène Grimaud
Ou da sensual Khatia Buniatiswilli.

Fica triste quando tudo acaba,
Apesar das palmas...

ouvindo concerto nº 1 para piano de Chopin
Berlim, 1 de Maio de 2017
20h59m
Jlmg

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No cotovelo da praça

Nada passa no cotovelo da praça.
Tudo deserto.
Foram embora as barracas e os estendais.
Ficaram os paus estendidos p’lo chão.
Há papéis e garrafas plásticas vazias
Pelos cantos.

Tarda em passar o carro do lixo.
Aquelas bancadas fartas de tudo.
Fruta. Bolaria. Rolos de fazenda.
Cabides de roupa.
Pronta a vestir.
Em pano-cru ou cotim.

As albardas e arreios das alimárias.
Benfazejas.
Fazem tudo por palha seca e água na celha.
Restam ainda seus excrementos vegetais.

Voam moscas nas bancadas secas do peixe à mostra.

Há restos de cordas e amarras.
Alguns pregos presos ao chão.

E o vento louco na sua dança,
Vai varrendo as folhas
Como o diabo faz às almas
Quando entram no inferno…
Está mesmo na hora de me ir embora.

Ouvindo música de filmes
Berlim, 3 de Maio de 2017
8h49m
Jlmg
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Nota do editor

Último poste da série de 1 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17299: Blogpoesia (508): "Um banho de frescura..."; "Bosque verde..." e "A voz humana", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728

Guiné 61/74 - P17326: Fotos à procura de uma... legenda (85): Nossa Senhora de Fátima de Guileje... a propósito do lançamento do livro de Luís Branquinho Crespo, "Guiné: um rio de memórias" (Leiria, Textiverso, 2017)


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje ou a caminho de Guileje > 2010 > "A Nossa Senhora de Fátima de Guileje"... A última doação à Capela de Guileje, uma imagem de N. Sra. de Fátima, trazida de Portugal por António Camilo e Luís Branquinho Crespo. 

Recordamos aqui uma mensagem do nosso saudoso amigo Pepito (1947-2014), com data de 16/3/2010:

"Luís: Mais uma importante contribuição dos nossos amigos da Capela de Guiledje, o António Camilo e o Dr. Luis Branquinho Crespo (na foto), que fizeram questão de se deslocarem a Guiledje para doarem a imagem da Nossa Senhora de Fátima à Capela. Este gesto tão bonito, foi acompanhado pelos votos de que esta oferta ajude a Guiné-Bissau a encontrar rapidamente os caminhos da Paz. Abraço. Pepito."

Foto: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [ Edião e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Comentário do nosso editor, inserido no  poste P17320 (*), a propósito do lançamento do livro "Guiné: um rio de memórias", de Luís Branquinho Crespo, advogado em Leiria, que esteve na zona leste, Xitole/Saltinho, entre 1968 e 1970, possivelmente a comandar um Pel Caç Nat (sabemos que no  final de 1968, ao tempo do BCAÇ 2852, o Pel Caç Nat 63 estava no Saltinho, o  Pel Caç Nat 53 em Bambadinca, e o Pel Caç Nat 52 em Missirá: em abril de 1969, o Pel Caç Nat 63 vai para Bambadinca).

 Luís, caro camarada da Guiné:

Antes de mais os meus parabéns pela publicação do livro "Guiné: um rio de memórias". Fico sempre feliz quando vejo um camarada meu, dos tempos da Guiné, exorcizar em livro, em prosa ou em verso, os fantasmas que ainda povoam a floresta galeria da nossa dorida memória..

Embora não nos conhecendo pessoalmente, o nome do Luís não me era estranho... Não estudei em Leiria, sou da Lourinhã e acompanhei, à distância, através do meu amigo de infância Álvaro de Carvalho, hoje conhecido psiquiatra, a irreverência e a inquietação, poética, cultural e cívica, da sua geração (onde se incluem figuras públicas como o Alberto Costa...) enquanto estudantes do liceu de Leiria... Recordo-me de ler, fascinado, o vosso jornal e sobretudo a vossa produção poética...

Por outro lado, tenho velhos e bons amigos aí, em Leiria (...). Vou, desde 1975, com alguma frequência à bela capital do Liz... É nesse concelho, em Monte Real, que se tem realizado, todos os anos, desde 2010, o Encontro Nacional da Tabanca Grande, o mesmo é dizer, do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, que tem 13 anos de existência...

Em contrapartida, sinto-me constrangido, ao escrever-lhe, porque nunca cheguei a dar resposta, que eu me lembre, ao seu amável convite, de 2/12/2013, para aceitar apreciar e comentar o seu manuscrito e ajudá-lo a encontrar um editor. Remexendo numa das minhas várias caixas de correio, deparei-me com a sua mensagem... Nem sequer foi aberta, o que é lamentável, mas eventualmente desculpável: nessa altura, eu ainda estava no ativo, como professor universitário, e nem
sempre conseguia dar resposta aos muitos mails que recebia, quer por razões profissionais, quer na qualidade de editor do blogue. Confesso que não me lembro desta sua mensagem...

Peço-lhe, tardiamente, que aceite as minhas desculpas. Fico feliz por ter encontrado um editor, para mais da terra. Vou ler o livro e prometo fazer-lhe uma bela recensão, eu ou o nosso crítico literário
Mário Beja Santos. Também seria interessante podermos publicar o texto de apresentação.(...) Sei que o apresentador é de cinco estrelas, o meu amigo e nosso camarada António Graça de Abreu.

E faço questão desde já de o convidar, a si, Luís, para integrar a nossa Tabanca Grande. Somos já 742 os grã-tabanqueiros registados (54, infelizmente, já falecidos)... O Luís tem por certo histórias e fotos para partilhar connosco. Para já, e para o apresentar, só preciso de duas fotos, uma do tempo da Guiné e outra atual, e um pequeno CV militar...

Em tempos publicámos uma espantosa foto que o saudoso Pepito nos mandou com o Luís, de costas, "desembrulhando" a nossa senhora de Fátima de Guileje... Na altura o Luís foi, com o Camilo e o Pepito até Guileje, fazer a entrega da imagem... É uma belíssima e feliz imagem, que junto remeto, para o caso de não a ter. O Luís, afinal, fez parte do Grupo de Amigos da Capela de Guileje! (**)

Receba uma alfabravo do camarada Luís Graça.
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