sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Guiné 63/74 - P2372: O meu Natal no mato (8): Bissorã, 1964 (João Parreira, CART 730)



Lisboa > Belém > Forte do Bom Sucesso > 10 de Junho de 2006 > 13º Encontro Nacional de Combatentes >O João Parreira, à esquerda, e o Miranda, à direita: dois veteranos dos velhos comandos de Brá. O Miranda, do Grupo Os Panteras, foi instrutor do Parreira, do Grupo Os Fantasmas. O Parreira, voluntário nos Comandos, veio da CART 730/BART 733 (Bissorá, 1964/65).
Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2006). Direitos reservados.


Mensagem do João S. Parreira, ex-Fur Mil da CART 730/BART 733, ex-Comando (Guiné, 1964/66):


Caros Luís, Carlos e Virgínio,

FELIZ NATAL e PRÓSPERO ANO NOVO
extensivos aos vossos familiares
são os sinceros votos do
amigo e ex-camarada de armas
João

Caros Camaradas Editores Luís Graça, Carlos Vinhal e Virgínio Briote,


Sob o tema dos Natais passados na Guiné durante a nossa comissão tenho uma vaga recordação, tal como a de outros camaradas com quem contactei, de que o Natal de 1964, da CART 730, do BART 733 foi passado normalmente no aquartelamento de Bissorã onde não tinhamos nada que celebrar, ou antes, jovens como eramos tinha apenas que agradecer ao Poder Divino o facto de ainda nos encontrarmos vivos.

Por outro lado os nossos chefes, que estavam pomposamente instalados nos seus gabinetes, pouco ou nada se ralavam com a forma como passavamos as épocas natalícias, ou quaisquer outras.

Pensar muito na família nessa quadra natalícia também não ajudava muito pois embora estivessem a sofrer em silêncio com ausência de um dos seus, tentariam por certo gozá-la da melhor maneira.

Dois dias antes tinhamos regressado de uma nomadização de dois dias em que já no regresso e bastante fatigados pois tinhamos percorrido cerca de 40 kms nos encontrávamos com uma escassa energia para chegar ao ponto de irradiação quando sofremos uma emboscada na estrada de Barro que nos causou 3 feridos.

Para mitigar um pouco o clima em que se vivia, principalmente naquela quadra, talvez contribuisse a convivência com as duas inocentes bajudas que por aquela altura apareceram no aquartelamento. O fim do ano de 1964 passou-se igualmente com uma nomadização de dois dias.

Em Bissajar o IN reagiu com fogo ao cerco a uma casa de mato, e na bolanha de Marecunda fomos emboscados.


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Natal – Ano Novo 2007/2008
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Os verdadeiros camaradas são como as estrelas.
Nem sempre as vês, mas estão sempre lá.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo

para todos os nossos camaradas e familiares
são os votos do João Parreira

Um abraço.

João Parreira

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Nota dos editores:



(1) Vd. posts de:









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