Guiné-Bissau > Guileje > 1998 > Restos do aquartelamento, abandonado pelas NT em 22 de Maio de 1973.
© Xico Allen (2005)
Texto do director executivo da AD - Acção para o Desenvolvimento (Bissau):
Tive conhecimento, através do Blogue-fora-nada, que o pessoal que pertenceu à CCAÇ 2317 (Guiledje, 1967/68) se prepara para a sua reunião de convívio anual, a realizar no dia 3 de Junho próximo, em Fátima (Contacto: Soares > Tel. 936 831 517 ou 222 000 200)
Sucede que a Acção para o Desenvolvimento (AD) é uma organização não-governamental guineense que está a promover a Iniciativa de Guiledje que visa recuperar aquele local, recolhendo testemunhos de um lado e de outro, com o objectivo de transformar aquele ex-quartel num local histórico onde se poderá ter acesso à memória de então e também para aqueles que desejem voltar com as famílias poderem fazer ecoturismo na Mata de Cantanhez (onde há chimpanzés, búfalos e elefantes).
Temos recebido excelente colaboração de outras Companhias que por lá passaram em termos de envio de relatórios, fotos e testemunhos.
Gostariamos de saber se da parte da vossa Companhia haverá também essa disponibilidade (1).
Nós temos uma organização portuguesa que é nossa parceira, o Instituto Marquês Valle Flôr, que poderá fazer a ponte, ou então eu próprio que normalmente vou a Portugal em Julho-Agosto, poderei entrar directamente em contacto com quem queira colaborar.
Para os que estiverem mais interessados em conhecer esta Iniciativa, poderão ir ao site da nossa organização: www.adbissau.org
Cumprimentos a todos.
Carlos Scharwz (Pepito)
Director Executivo da AD
________
Nota de L.G.
(1) Sobre a CCAÇ 2317 (Guileje, 1967/68), vd. os seguintes posts:
23 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXIII: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto)(4): os azares dos sargentos
(...) "Um dos ataques deu-se quando já lá se encontrava a CCAÇ 2317 que, em princípio, nos ia substituir. Nós, como é natural, transmitimos aos novatos a experiência acumulada de como safar o pêlo quando havia festivais. Só que o manual não previa a situação caricata que se passou" (...).
30 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDLXXXVI: O meu diário (José Teixeira, enfermeiro, CCAÇ 2381) (10): Abril/Maio de 1969, 'Senhora, nem Tu me salvaste!"
(...) "Buba, 5 de Maio 1969 :
"Outro domingo inesquecível. Foi o Miguel como poderia ter sido outro. Pisou uma antipessoal e ficou sem o pé esquerdo e com a perna toda esfacelada.
"Saíram de madrugada, com destio a Nhala, levar mantimentos. Depois da curva do Vilaça detectaram três minas A/P. Os nossos homens puseram-se em posição de defesa e o Sapador preparou-se para as levantar, quando o Miguel se decide avançar um pouco e pisa uma terceira que estava dissimulada junto a um tronco de palmeira. O IN que estava emboscado no local a assistir ao levantamento abriu fogo de imediato, mas nada mais aconteceu de grave.
"Rapidamente assistido pelo Catarino debaixo de fogo, o Miguel foi transportado em seguida para Buba, de onde o heli o levou até Bissau, enquanto a coluna seguia o seu destino, detectando-se mais duas minas e uma armadilha de tropeçar e um cemitério (em cenário) com pedidos para voltarmos para a Metrópole, deixando o povo da Guiné gerir o seu destino e ameaças de morte em que o falso cemitério era o exemplo do que nos esperava se continuassemos a fazer guerra. A CCAÇ 2317 ficou no local a levantar um campo de 38 minas antipessoais" (...).
14 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXXXIV: Memórias de Guileje (1967/68) (Zé Neto) (8): Gazela com chouriço à moda do Celestino
(...) "O ano de 1968 entrou com uma novidade. O esforço sobre o corredor de Guilege diminuiu de intensidade e a actividade operacional concentrou-se mais para a zona da fronteira, com a prioridade de manter seguro o itinerário Gadamael Porto – Guilege. Estavam para chegar as CAÇ 2316 e 2317 que iam acantonar, em condições precárias, no Mejo e em Guilege com vista a qualquer acção em grande que estava no segredo dos Deuses de Bissau" (...).
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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