Camaradas,
Eu já num poste disse como os guineenses ao serviço das nossas tropas conseguiam virar a jangada no CheChe, para ficarem com os garrafões do vinho.
Portanto é ponto assente que a jangada virava embora não se afundasse.
O Camarada Rui Felício tem toda a razão, para estar revoltado e basta um pouco de atenção à leitura do relato do falecido Coronel Hélio Felgas, para se constatar que essa teoria do disparo do IN cai por terra.
Então nesse momento não estava a pousar o héli-canhão?
Alguém de bom senso acha que o IN (se lá estivesse) ia revelar a sua posição sabendo que o héli-canhão logo os atacaria.
Não!
O nosso camarada não especifica a quantidade de homens que embarcaram nessa leva mas, para morrerem 47, tinham que ser quase o dobro, se não fossem mais.
Reparem que havia uma ordem de serviço que proibia a jangada de transportar mais de 50 homens de cada vez.
No meu tempo a jangada era movimentada a braços. Havia dois cabos, um de cada lado do rio, presos às margens e os milícias colocavam-se ao longo das laterais e puxavam, com os pés bem assentes no chão e a jangada lá se ia deslocando lentamente.
Posteriormente, parece que a jangada era puxada, ou empurrada, por um barco com o motor fora de borda.
Ora, para esse barco puxar/empurrar a jangada teria que forçar o motor conforme o peso suportado pela jangada. Ora, quanto mais força mais ondulação, o que, obviamente, mais desestabilizaria a estrutura da jangada.
À mencionada instabilidade, juntava-se o factor pessoal embarcado que, ao não estarem quietos nos seus sítios, contribuíram sobremodo para a jangada virar.
Quanto ao filme não o vi, porque já sabia que nada do que lá apresentam ia corresponder à verdade, e sinto-me no direito de pensar que são apenas estratégias para ganhar audiência e ampliar o lucro a obter com o mesmo.
Armandino Alves,
Ex-1º Cabo Enf CCAÇ 1589
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Nota de M.R.:
Vd. último poste da série em:
14 de Junho de 2009 > Guiné 63/74 - P4518: Controvérsias (19): Sob a evacuação das NT de Madina do Boé (Armandino Alves)
2 comentários:
Camarada,este acidente marcou-me
embora em Bissau,as noticias que nos chegaram,pela boca pequena,foi que como era a última viagem os grupos de combate que fizeram segurânça vieram todos e a viatura
na lufa lufa de sair,a jangada era puxada á mão pelo cabo d;aço houve desequilíbrio e foi tudo num ápice parar ao rio,e as condições da jangada?!-Meses antes o Necas da Eng.esteve no Chéche a reparar as pirogas que faziam parte da jangada juntamente com bidons,qual seria o seu estado de conservação?
muitas considerações se poderiam fazer,prefiro Honrar os que pereceram.Que descancem em Paz.
José Nunes
Beng.447
Brá 68/70
Sobre o comentário do José Nunes e acerca da jangada do Cheche, antes da retirada de Madina do Boé foi construída uma jangada nova.
Eu estava em Canjadude (Ago68-Abr70) e por lá passou, neste momento não sei a data, uma coluna para o Cheche onde seguia pessoal de engenharia e três canoas em madeira, que eu fotografei e inseri no texto a que chamei "Triangulo do Boé", que foi publicado neste blogue e na página ultramar.terraweb.biz, encontrando-se um link para o texto, à esuqrda sob o nome Memórias de Madina do Boé.
Tanto quanto eu sei, os últimos a passar foram os homens do Capitão Aparicio, que retiravam de Madina, e os homens dos pelotões dos nosso camaradas bloguistas Rui Felício e Paulo Raposo.
José Martins
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