domingo, 11 de dezembro de 2011

Guiné 63/74 - P9178: (Ex)citações (165): Agora já não há contenda, embora às vezes me pareça que para alguns, ela, a contenda, ainda perdure (Francisco Godinho)

1. Comentário do nosso camarada Francisco Godinho, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2753 (Os Barões do K3), Madina Fula, Bironque, K3 e Mansabá), deixado no Poste Guiné 63/74 - P9149: (Ex)citações (161): Fomos capazes de manter respeito e amizade uns pelos outros e mesmo de deixar saudades (José Brás):

Caríssimos!
A questão central era, penso eu, e se não for corrijam-me, poder este Blogue, comportar, estar aberto, incluir opiniões, relatos de situações vividas, pontos de vista, dos dois lados da contenda, ao tempo. Agora já não há contenda, embora às vezes me pareça que para alguns, ela, a contenda, ainda perdure, viva e "assanhada". Enfim, pontos de vista...!

Penso que, os fundadores (pais da criança) deste nosso Blogue, principalmente o Luís, e se calhar o Vinhal e o V. Briote, idealizaram, imaginaram, criar um espaço onde os dois lados do conflito (repito já terminado) pudessem dissecar, exorcizar fantasmas, contar a história (quase sempre mal contada por outros) pelo seus próprios protagonistas, ou seja, nós, e os outros, do outro lado. E aceitá-los, aos "outros", caso o desejem, como membros de pleno direito, do colectivo que é o nosso Blogue.E aqui, o "colectivo", para que não surjam dúvidas, não tem nada de conexões políticas, garanto.
Então porque não aceitar as versões deles?- Evidentemente que poderão estar, algumas, como direi, inquinadas de algo que poderemos não concordar, assim como do nosso lado, se calhar, também alguns deles, os poucos que nos lerão, infelizmente até por razões de expectativa de vida - morrem muito mais cedo que nós- se calhar direi eu, também não concordarão.
Mas é assim, sempre foi assim, sempre há duas, ou mais, verdades, há sempre (como agora soi dizer-se) direito ao contraditório.
E assim, como aliás os nossos estatutos, as nossas regras de jogo prevêem e estipulam, se estabelecem consensos para os "homens de boa vontade". Mas temos que ser "homens de boa vontade", nós e eles evidentemente.

Uma coisa é certa, como bem diz o Zé Brás, fomos capazes, teremos que continuar a ser capazes, de manter o respeito e a amizade uns pelos outros.
Durante o conflito, em zona de combate, durante as acções, no calor da refrega, obviamente que, se calhar, foram cometidas, ou melhor, não foram evitados certos excessos, certos exageros, cruéis até por vezes, de parte a parte, pelas mais variadas razões, não vamos agora aqui escalpelizar, ou até branquear porque já não resolvemos nada, o tempo e os actos já não voltam atrás.

Há um aspecto, ligado a isto do respeito e consideração pelos outros, os do "outro lado duma guerra" que queria compartilhar, trazer ao "terreiro" desta nossa catarze sobre a guerra que protagonizámos, cada um no seu tempo como é bom de ver.
Conheço há já algum tempo, anos largos até, um ex-combatente da Guiné como nós, é quase meu vizinho aqui no concelho do Seixal, e do qual eu sabia ter estado na Guiné, penso que em 1967/1968. Ele é de poucas falas sobre isso, um pouco introvertido até, enfim eu de certo modo respeitava isso, embora lhe fosse dizendo que era bom falar, desabafar, convidei-o inclusive para o Blogue, mas ele nada. Agora há para aí um mês, mais coisa menos coisa, e a propósito de um destes programas da nossa TV sobre prisioneiros de guerra, é que ele me confessou que esteve prisioneiro em Conakri quase 2 anos, e que veio naquele grupo libertado aquando da operação "Mar Verde" do Alpoim Calvão".
É o António Teixeira (não o nosso Fermero Tichera claro) é outro Teixeira que pertenceu à CArt 1746, que estava em Geba, e ele estava no Destacamento de Cantacunda com o seu Grupo de combate (na altura comandado pelo Fur. Mil. Vaz, creio que o Alf. Mil. que o comandava estaria de férias na Metrópole -livrou-se de boa, o fulano - e creio que em Junho de 68, o PAIGC atacou o Destacamento, derrubou o arame farpado, parece que não havia iluminação adequada, e quando deram por ela, estavam completamente cercados e neutralizados. Creio que ainda conseguiram fugir para a mata 9 ou 10, distavam de Geba cerca de 40Km, mas ele e mais 11, incluindo o Furriel, foram apanhados à mão e levados pelo PAIGC. O Marques Lopes, nosso tertuliano, creio que era Alf. Mil. dessa mesma CArt 1746, mas que, penso, já há data, nao estar na Companhia por ter sido ferido e posteriormente evacuado para Lisboa, tem este episódio bem escalpelizado no seu Blogue "Coisas da Guiné" e não vou alongar-me mais sobre isto.

O que eu queria dizer fundamentalmente, é que, e repito, o Teixeira tem falado comigo sobre isto, muito a custo. Durante o trajecto a pé, com sapatilhas que era o que trazia calçado na altura, atravessou o Oio todo, inclusive o rio Cacheu, pois foram primeiro ao Senegal, trataram-lhe dos pés que estavam como calculam numa desgraça (a ele e aos outros), foram recebidos de forma correcta pelo Luis Cabral, e depois, já de camião, para Conackri, onde estiveram cerca de 18/19 meses, até à libertação pela "Mar Verde" creio que em Nov/70 (Luis, confirma s.f.f.) e segundo ele nunca foram maltratados. Inclusive até recebiam os jornais (A Bola, etc., etc.) que a família lhes mandavam, só que, como se compreenderá, com alguns dias de atraso.
Espero, e disso já dei conta ao Luís via telefone, "arrancar-lhe" mais algumas coisas para poder partilhar convosco, mas não posso prometer muito. Inclusive vou tentar falar com o Vaz, o tal Furriel que também lá estava, visto que o Teixeira tem o contacto dele, e vamos almoçar os três um dia destes, a ver se é mais loquaz.

Como vêem, depende apenas de pessoas, Comandantes neste caso, o respeito pelos outros, seja de que lado for.

Até sempre
Francisco Godinho
____________

Nota de CV:

(*) Vd. último poste da série de 9 de Dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9170: (Ex)citações (164): Furriel, turra é preto e vaca é branca!... (Henrique Cerqueira)

12 comentários:

Chapouto disse...

Caro companheiro com todo o respeito que tenho pelos ex combatentes concordo com os teus dizeres,o blogue já não é como o Luís o idealizou.
Em relação ao nosso companheiro que foi prisioneiro era da companhia 1690 e não a que tu referes que rendeu a minha que por acaso eu fui rendido em Cantacunda um local muito esquisito em que tudo era desconhecido e um ambiente que não era nos outros locais.
Quando forem almoçar os dois contem comigo que eu faço por estar desse lado
Um abraço
Fernando Chapouto

Anónimo disse...

Camarigo F.Chapouto

Acabei de consultar o Bloge "Coisas da Guiné" do n/tertuliano Marques Lopes, e confirmo o que dizes. A CART em questão era efectivamente a 1690, e o n/camarada que esteve prisioneiro e que eu conheço chama-se efectivamente José dos Santos Teixeira, e não António como lhe chamei. A verdade dos factos.
Obrigado pelo reparo e um abraço,

Francisco Godinho

Colaço disse...

Outros tempos se a memória não me falha o aquartelamento no Geba foi inaugurado pela C.caç 557 no 2º semestre de 1965, só lá tínhamos uma secção comandada por um furriel.
Cumprimentos.
Colaço.

Joaquim Mexia Alves disse...

Vamos mantendo a polémica, transformando comentários em postes, alimentando a discussão em torno daquilo que já fopi dito e redito.

Curiosamente os comentários transformados em postes têm o condão de reflectir sempre o mesmo pensamento, sempre o mesmo lado da moeda.

Não se trata de deixar ou não que os antigos inimigos dêem a sua versão da guerra, mas sim, que ela seja minimamente verdadeira, e que a escalpelização que se faz de cada história de um combatente das nossas forças seja também feita às histórias, (poucas, muito poucas), que por aqui vão havendo dos elementos do PAIGC.

E, a maior parte dessas histórias, são tiradas de livros editados e não de um discurso directo aqui neste espaço, pelo que, carevcem sempre de um contraditório directo daqueles que contaram tais histórias.

E sempre, infelizmente, são dadas como mais credíveis as histórias dos outros do que as nossas, e são levadas até á exaustão, provocando as naturais e legitimas reacções de quem não se revê nestes encómios ao antigo inimigo.

Será este um bom serviço à causa da história da guerra?

Quanto a mim não, porque não há precisamente discurso directo, mas apenas versões do que alguém disse em determinado contexto.

Será para bater recordes de frequência neste espaço?

É pena se assim for, e ainda quero acreditar que não.

Um dos grandes males dos Portugueses, (quanto a mim, claro), nas últimas décadas, foi sempre tentarem ser politicamente correctos,tentarem ser os "bons alunos", como alguém disse, e não falarem de igual para igual com os outros.

Não perdemos guerra nenhuma, (a politica perdeu-a), e mais um pouco e este espaço pode transformar-se num enorme programa de televisão do tipo "perdoa-me"!

Para isso não dou!

Fico-me por aqui, estou cansado!

Desejo fazer as pazes com o antigo inimigo, mas não é assim que se constroem essas pazes, mas apenas no sentido em que o antigo inimigo também as quer fazer, de igual para igual, e não esperando que reconheçamos aquilo que não é reconhecível, ou seja, que ambos os lados contem as suas histórias com um minimo de veracidade.

E depois, meus caros camarigos, ainda há muitos camaradas de armas a dormirem nas ruas do nosso país.

Um abraço para todos

antonio graça de abreu disse...

Pois é, o Joaquim Mexia Alves tem toda a razão.
Nós portugueses temos uns corações de ouro. A má consciência pesa, a política condiciona as mentes (ou éramos todos uns santos ao serviço
do regime colonial fascista como uma certa "esquerda reacionária" que aparece todos os dias no blogue rotula -- mas não usa estes termos -- o salazarismo-marcelismo?) e vá então de branquear ou exagerar todos os crimes e "boas acções" que se cometeram numa guerra dura, nossos e do inimigo de então. È mesmo o "perdoa-me"
que somos todos bons rapazes!
Eu sei que a guerra acabou há muitos anos, ninguém quer mais pegar em espingardas, mas sejamos honestos, coerentes e justos.
Falsifica-se a nossa História, a nossa e a dos homens do PAIGC, infelizmente mestres na arte rasteira de inventar dados inexistente e falsos.
O que também não é bom para a própria Guiné Bissau. Que bom seria se os nossos irmãos da Guiné escrevessem a História da sua luta contra as Forças Armadas baseada na verdade histórica, referindo sempre honestamente as suas fraquezas e forças, a sua luta de algumas vitórias e muitas derrotas, com uma grande vitória final oferecida pelos capitães de Abril, quando Portugal, pós 25 de Abril, abandonou a luta!...

Abraço amigo,

António Graça de Abreu

antonio graça de abreu disse...

À atenção dos muitos distraídos e bem intencionados do blogue.

Leio no blogue "Coisas da Guiné" do nosso A. Marques Lopes, a "verdade" sobre as nossas guerras:

Notícia sobre a guerra colonial – Jornal do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) (1970):
«No dia 25 deste mês, os colonialistas portugueses sofreram um dos seus maiores reveses na nossa terra. Um helicóptero, que transportava quatro deputados, entre os quais o traidor do nosso povo, James Pinto Bull, e dois oficiais do exército colonial, foi abatido sobre o rio Mansoa pelos nossos valentes combatentes».

Agora leio no livro "O meu Testemunho", de Aristides Pereira, ,Ed. Notícias, 2003, pag.390:

"Bom, é preciso ver que na guerra é preciso fazer propaganda, sob pena de estagnarmos.Por exemplo, houve um helicóptero em que estava o James Bull e outros deputados portugueses que apanhou um tornado no caminho e caiu. Nós íamos deixar isto assim? Fizemos um comunicado a dizer que tínhamos abatido o helicóptero. Na guerra tem de ser assim. Eles que desmentissem, dizia o Amílcar."

A mentira, a falsificação dos factos, também com Amílcar Cabral por detrás. Respeito pelo antigo inimigo, com certeza, mas basta de ingenuidades, que respeitem a verdade e nos respeitem também.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Propaganda do PAIGC versus Propaganda da CTIG !

Ou havera porventura alguma propaganda menos "mentirosa" que a outra ?

Mantenhas

Nelson Herbert

Anónimo disse...

Caríssimos!
A verdade é que não queria voltar ao assunto, não quero e nunca quiz, alimentar polémicas, mas não fujo a elas, nunca fugi, acho até que, dentro da "normalidade" até podem ajudar, a fazer mais luz, sobre determinado assunto.E o "assunto", não me desvio, era e é, a possibilidade de os n/antigos inimigos,(melhor dizendo adversários) os ex-combatentes do PAIGC, poderem contar, de viva voz, o seu lado, se quizerem, a sua(deles)visão sobre factos, ocorrências, situações vividas, que (nalguns casos) até foram comuns às nossas.
Por isso, quero dizer o seguinte, especialmente aos camarigos J.M.Alves e A.G.Abreu.
1- Nunca aflorei, nem agora nem nunca a questão da guerra ganha/guerra perdida.Na minha modesta opinião,perdemos todos, nós e eles,perdemos vidas humanas, perdemos tempo porque não se resolveu a tempo(aqui concordo que nós,específicamente combatentes, não tivemos culpa nenhuma, apenas e só estivemos lá, a maioria obrigados, e não fomos ouvidos sobre o assunto), e também perdemos
(ou gastou-se)muito dinheiro, neste caso, mais nós, enquanto País, pois estarão lembrados, naquele tempo nas 3 Frentes como então se dizia, consumia-se 60% ou mais do OGE, sem discussão na então AN.Por isso J.M.Alves, não estás sozinho a "não dar nada" para esta coisa da "guerra perdida/guerra ganha".
2- O que relato que passei para vós, atravéz do n/blogue, do camarada Teixeira, não o transcrevi de nenhum livro nem de nenhum Blogue, ouvi-o de viva voz, olhos nos olhos, do camarada referido, que, como aliás digo no Post inicial, já conheço hà agum tempo(anos mesmo)apenas desconhecia, esta particularidade do seu cativeiro.
3- Quanto à "curiosa" coincidência,- comforme lhe chama o M.Alves,- de os comentários transformados em Posts, reflectirem sempre o mesmo pensamento, do mesmo lado da "moeda", francamente não entendo, ou melhor entendo, mas não "encaixo". Para mim, esta moeda, porque é única, é a minha, e se calhar a vossa também, é especial, e só tem um lado, pelo menos para mim.

Até sempre, camarigos
Francisco Godinho

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

O comentário anterior do Francisco Godinho é, em minha opinião, de uma absoluta transparência e bem revelador de como algumas coisas são interpretadas com 'duas pedras na mão'.
Estou de acordo com o que ele escreve e com os seus pontos de vista.

Também acho que o Joaquim Mexia Alves tem razão, ou melhor, deve ter, embora talvez não pelos argumentos que invoca.

Já quanto aos comentários do AGAbreu são coerentes, na linha do que já nos habituou, portanto o António no seu melhor.

Abraços
Hélder S.

Joaquim Mexia Alves disse...

Caro camarigo Francisco Godinho

Dizes tu no teu comentário:
«os ex-combatentes do PAIGC, poderem contar, de viva voz, o seu lado, se quizerem,»

Precisamente por isso, e porque estou de acordo com isso mesmo, é que não consigo perceber a necessidade de se ir buscar a livros esses depoimentos, levando-os até à exaustão, considerando-os "encapotadamente" mais fidedignos do que os nossos depoimentos, e muitas elogiando-os
sem qualquer sentido.

Pois é, é que o "de viva voz" de que falas, não existe!!!

Tenho a certeza de que, se houvesse depoimentos directos de antigos combatentes do PAIGC, dando-se ao exercicio do contraditório, como fazemos exactamente com os nossos depoimentos, ninguém aqui se insurgiria contra eles, antes pelo contrário.

Depois, se leres o meu comentário, perceberás que ele não se dirige a ti, mas a uma sucessão de textos sempre no mesmo sentido e muito menos se dirige a ti o facto dos comentários serem transformados em postes, pelo que o teu reparo não tem sentido.

Por isso mesmo, respeito o teu "lado da moeda", ao qual não me refiro especificamente, porque é teu individualmente, mas ao "lado da moeda" que parece estar latente na orientação da edição de alguns destes textos.

Meu caro Helder

Se as "duas pedras na mão" se referem ao meu comentário, desculpa mas conheces-me melhor do que isso.

Desculpa ainda, mas então em que é que eu tenho razão se os meus argumentos estão pelos vistos errados?

Um grande e camarigo abraço para os dois e para todos

Hélder Valério disse...

Caros amigos

Este breve comentário tem apenas a finalidade de não deixar no ar a possibilidade de interpretação de que não respondi ao Mexia Alves.

Não senhor, nada disso. Por um lado não estou sempre com acesso ao computador e, por outro, não tenho nenhuma intenção de contribuir, minimamente que seja, para o peditório dos que se afadigam a tentar minar o Blogue.

Por isso, também, ficam aqui alguns tópicos do que eu entendo dever esclarecer, reservando-me para troca de opiniões e pontos de vista directamente com o Joaquim, se for caso disso.

Quando escrevi que que o Joaquim tinha razão é porque de facto os elementos do PAIGC não escreveram directamente no Blogue, foi sempre através de citações de livros, entrevistas, propaganda. E isso é inquestionável, embora nos pudesse levar agora a teorizar sobre o porquê disso acontecer. Portanto, o Joaquim tem razão e explicitou-a assim mesmo no comentário posterior ao meu, razão porque eu lá tinha escrito "tem razão , ou melhor, deve ter, embora talvez não pelos argumentos que invoca", já que nessa ocasião ainda não eram explícitos.

Quanto "às duas pedras na mão", sendo de facto uma figura de estilo, não foi motivada pela intervenção do Joaquim do qual, como ele escreve, conheço-o 'melhor do que isso', presumindo eu que o 'isso' sejam as sauas posturas, opiniões, posições.

Espero ter contribuído para um melhor esclarecimento.

Abraços
Hélder S.

Joaquim Mexia Alves disse...

Um grande, camarigo e grato abraço, Helder!