1. Comentários ao poste P13368 (*)
Pela recordação que tenho do Tenente-Coronel Agostinho Ferreira, sendo um militar que não virava as costas ao perigo, não se dava ares de guerreiro como o major de operações Pezarat Correia, ou o próprio General Spinola, o homem do monóculo e do pingalim. Tenho duvidas se ele acreditaria numa vitória militar.
Foi um bom homem. Paz à sua alma!
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Nota do editor:
(*) 6 de juho de 2014 > Guiné 63/74 - P13368: Recordando o BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) comandado pelo ten cor Agostinho Ferreira, o "metro e oit" (Luís Nascimento, Viseu)
(i) Mário Pinto
[ex-fur mil at art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71]
O Ten Coronel Agostinho Ferreira, é dos poucos oficiais superiores a quem tiro o meu quico, pois não se remetia ao seu gabinete a dar ordens mas sim acompanhava os militares em todas as operações do seu sector e conhecia a sua ZO pessoalmente como poucos a conheciam.
[ex-fur mil at art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá", Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71]
O Ten Coronel Agostinho Ferreira, é dos poucos oficiais superiores a quem tiro o meu quico, pois não se remetia ao seu gabinete a dar ordens mas sim acompanhava os militares em todas as operações do seu sector e conhecia a sua ZO pessoalmente como poucos a conheciam.
Tive a honra de o acompanhar na Op Novo Rumo, ao sul da Guiné, onde pude apreciar a sua destreza de comando,.
O metro e oito, como era conhecido, era um homem muito grande e respeitado pelas tropas sob o seu comando, estou convicto que, se mais houvesse oficiais da sua estirpe, o rumo dos acontecimentos por todos conhecido teria outro desfecho.
[editor, ex.-fur mil armas pesadas inf, CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, 1969/71]
Meu caro Mário, eu costumo dizer o mesmo em relação ao único oficial superior que saiu "uma vez" (!), comigo no mato, o ten cor inf Polidoro Monteiro, comandante "imposto" por Spínola ao BART 2917, ainda no decurso dos primeirso meses de comissão, em finais de 1970 ou princípios de 1971, se não erro,
E eu conheci dois batalhões (BCAÇ 2852 e BART 2917)...
Mas não gostaria de generalizar, como tu generalizas... A nossa experiência foi muito limitada, eu conheci um ou dois setores na zona keste (L1, L2...), não mais. Há camaradas que nem isso, conheceram apenas o seu subsetor onde estiveram em quadrícula...
Entendo o teu elogio ao então ten cor Agostinho Ferreira, que de resto é partilhado por mais camaradas nossos... Também partilho do teu ceticismo em relação à nossa "elite militar", mas não faço juízos de valor... A minha experiência é limitada e não gostaria de ser injusto em relação à generalidade dos nossos comandantes, operacionais ou não...
A guerra arrastou-se por demasiado tempo (1961/74) e, em boa verdade, havia pouco entusiasmo em morrer pela Pátria no ultramar...
Muitos destes homens já morreram ou estão na fase terminal das suas vidas... É verdade que nem todos mereceram o nosso respeito e admiração... Mas a guerra acabou há 40... E nós falamos, hoje, sobretudo de nós, das "cenas" em que fomos atores ou protagonistas... É verdade, é raro, no nosso blogue haver um elogio rasgado, sincero, a um comandante de batalhão... Porquê ?
E eu conheci dois batalhões (BCAÇ 2852 e BART 2917)...
Mas não gostaria de generalizar, como tu generalizas... A nossa experiência foi muito limitada, eu conheci um ou dois setores na zona keste (L1, L2...), não mais. Há camaradas que nem isso, conheceram apenas o seu subsetor onde estiveram em quadrícula...
Entendo o teu elogio ao então ten cor Agostinho Ferreira, que de resto é partilhado por mais camaradas nossos... Também partilho do teu ceticismo em relação à nossa "elite militar", mas não faço juízos de valor... A minha experiência é limitada e não gostaria de ser injusto em relação à generalidade dos nossos comandantes, operacionais ou não...
A guerra arrastou-se por demasiado tempo (1961/74) e, em boa verdade, havia pouco entusiasmo em morrer pela Pátria no ultramar...
Muitos destes homens já morreram ou estão na fase terminal das suas vidas... É verdade que nem todos mereceram o nosso respeito e admiração... Mas a guerra acabou há 40... E nós falamos, hoje, sobretudo de nós, das "cenas" em que fomos atores ou protagonistas... É verdade, é raro, no nosso blogue haver um elogio rasgado, sincero, a um comandante de batalhão... Porquê ?
Por outro lado, justa ou injustamente, Spínola será recordado, no meu tempo (1969/71) por ser um comandante "justiceiro" e até "populista", aparentemente implacável para com os seus subordinados, nomeadamente os oficiais superiores, tenentes coroneis e majores, que ele considerava laxistas, incompetentes, que mal tratavam os seus homens ou não se preocupavam com o seu bem-estar, que eram operacionalmente inaptos, etc.
Em que medida isto afectou o "moral" das tropas ? Ou subverteu a disciplina militar ?
Em que medida isto afectou o "moral" das tropas ? Ou subverteu a disciplina militar ?
Acho que podemos abrir um nova série: o que eu proponho é que se fale, aqui, dos comandantes de batalhão que cada um de nós conheceu no TO da Guiné, mal ou bem...
Ora aqui está um bom tema de dissertação e discussão... Já não falo do Com-chefe (Schulz, Spínola, Bettencourt Rodrigues)... Esse, era como um deus, ncessariamente longe e distante. Mas o "comandante de batalhão", esse, pelo menos viajou connosco no mesmo navio, esteve no mesmo setor (nem sempre) e uma vez ou outra visitou-nos (no nosso subsetor)...
Camaradas, procurando ser justos e objetivos, que lembranças têm do vosso "tenente coronel" ? Ainda se lembram, ao menos, do nome dele ? Nalguns casos, deu-nos um louvor ou uma "porrada"..
Vamos falar do conhecemos, não do que ouvimos dizer... Toda (ou quase toda) a gente teve um batalhão ou este adiada a um batalhão,,, Deixemos agora o Spínola em paz, lá no Olimpo dos guerreiros bem como o interminável debate sobre a guerra ganha/guerra perdida... Se puderem mandem fotos dos vossos comandantes, melhor ainda...
(iii) Jorge Teixeira (Portojo)
[ex-fur mil do Pelotão de Canhões
S/R 2054, Catió, 1968/70]
Dois pontos sobre os comentários do Luís: Quantos de nós conheceram oficiais superiores ? Mesmo os que foram incluindos em Batalhãos, provavelmente conheceream o seu comandante apenas nas despedidas.
Pessoalmente, com o meu pelotão, estive adido às CCS de dois Batalhões, o 1913 e o 2865. A minha opinião sobre os dois comandantes está resumida em uma ou outra publicação no blogue. (Há um segundo comandante no 2865, e a minha opinião sobre ele também está referida. Infelizmente, já faleceu. Podem ler a sua biografia nor portal Ultramar Terraweb,.
Mas nada que tenha a ver com operacionalidade. Nunca tive acesso a "segredos". As minhas opiniões são sobre a parte humana. E, tanto quanto me pareceu, e hoje ainda mantenho, ambos eram dominados pelos segundos comandantyes. Por várias razões.
O segundo ponto, tem a ver com o Spínola. Na realidade era comum ouvir-se na caserna, "faço queixa ao Spínola". Não sei se algum, alguma vez, o fez.
Pessoalmente assisti a uma cena degradante e patética do Senhor General, precisamente com o Senhor Comandante (o primeiro, Belo de Carvalho) do 2865, que lhe valeu um castigo. Era uma pessoa muito querida entre o pessoal. Sei que chegou a Comandante da EPA que exercia aquando do 25 de Abril.
Pelo comunicado dos militares "revolucionários" da EPA, que pode ser lido em 25 de Abril - Base de Dados Históricos, parece que o estigma da Guiné lhe ficou sempre preso no corpo.
O mito Spínola, para mim, nunca existiu. Nunca gostei dele como pessoa nem como militar. Muito menos como político.
Como seria a Guiné sem ele ? Não faço ideia nenhuma.
Como me comentou o Luís em tempos, oficiais de Cavalaria nunca gostaram de outras armas. Não terão sido estas as palavras, mas não ando longe.
[ex-alf mil inf da CCAÇ 2616/BCAÇ 2892 (Buba, 1970/71) e CART 2732 (Mansabá, 1971/72)]
Dos meus 17 meses em Buba na CCaç 2616, pertencente ao BCAÇ 2892, comandado pelo Tenente Coronel Agostinho Ferreira, recordo sobretudo as boas referências de todos os camaradas em relação às relações cordiais e ao tratamento correto que tinha com todos.
Ora aqui está um bom tema de dissertação e discussão... Já não falo do Com-chefe (Schulz, Spínola, Bettencourt Rodrigues)... Esse, era como um deus, ncessariamente longe e distante. Mas o "comandante de batalhão", esse, pelo menos viajou connosco no mesmo navio, esteve no mesmo setor (nem sempre) e uma vez ou outra visitou-nos (no nosso subsetor)...
Camaradas, procurando ser justos e objetivos, que lembranças têm do vosso "tenente coronel" ? Ainda se lembram, ao menos, do nome dele ? Nalguns casos, deu-nos um louvor ou uma "porrada"..
Vamos falar do conhecemos, não do que ouvimos dizer... Toda (ou quase toda) a gente teve um batalhão ou este adiada a um batalhão,,, Deixemos agora o Spínola em paz, lá no Olimpo dos guerreiros bem como o interminável debate sobre a guerra ganha/guerra perdida... Se puderem mandem fotos dos vossos comandantes, melhor ainda...
(iii) Jorge Teixeira (Portojo)
[ex-fur mil do Pelotão de Canhões
S/R 2054, Catió, 1968/70]
Dois pontos sobre os comentários do Luís: Quantos de nós conheceram oficiais superiores ? Mesmo os que foram incluindos em Batalhãos, provavelmente conheceream o seu comandante apenas nas despedidas.
Pessoalmente, com o meu pelotão, estive adido às CCS de dois Batalhões, o 1913 e o 2865. A minha opinião sobre os dois comandantes está resumida em uma ou outra publicação no blogue. (Há um segundo comandante no 2865, e a minha opinião sobre ele também está referida. Infelizmente, já faleceu. Podem ler a sua biografia nor portal Ultramar Terraweb,.
Mas nada que tenha a ver com operacionalidade. Nunca tive acesso a "segredos". As minhas opiniões são sobre a parte humana. E, tanto quanto me pareceu, e hoje ainda mantenho, ambos eram dominados pelos segundos comandantyes. Por várias razões.
O segundo ponto, tem a ver com o Spínola. Na realidade era comum ouvir-se na caserna, "faço queixa ao Spínola". Não sei se algum, alguma vez, o fez.
Pessoalmente assisti a uma cena degradante e patética do Senhor General, precisamente com o Senhor Comandante (o primeiro, Belo de Carvalho) do 2865, que lhe valeu um castigo. Era uma pessoa muito querida entre o pessoal. Sei que chegou a Comandante da EPA que exercia aquando do 25 de Abril.
Pelo comunicado dos militares "revolucionários" da EPA, que pode ser lido em 25 de Abril - Base de Dados Históricos, parece que o estigma da Guiné lhe ficou sempre preso no corpo.
O mito Spínola, para mim, nunca existiu. Nunca gostei dele como pessoa nem como militar. Muito menos como político.
Como seria a Guiné sem ele ? Não faço ideia nenhuma.
Como me comentou o Luís em tempos, oficiais de Cavalaria nunca gostaram de outras armas. Não terão sido estas as palavras, mas não ando longe.
(iv) Francisco Baptista:
Era também falado por ser um comandante que algumas vezes saia com os seus homens e por ser um bom estratega militar. Eu poucas vezes estive com ele, talvez duas vezes em Aldeia Formosa e não sei se alguma vez em Buba, pois não me lembro se deslocar lá. Mas sei que era um homem admirado e estimado por todo o batalhão e pelas companhias independentes que estavam sob o seu comando.
Eu estou mais de acordo com o Luís Graça, do que com o Mário Pinto, acho que por muito bons que fossem os chefes militares, a guerra estava perdida no plano político internacional, pois tinhamos a ONU contra nós e grandes países do leste e ocidente a ajudar os movimentos de libertação.
Pela recordação que tenho do Tenente-Coronel Agostinho Ferreira, sendo um militar que não virava as costas ao perigo, não se dava ares de guerreiro como o major de operações Pezarat Correia, ou o próprio General Spinola, o homem do monóculo e do pingalim. Tenho duvidas se ele acreditaria numa vitória militar.
Foi um bom homem. Paz à sua alma!
____________________
Nota do editor:
(*) 6 de juho de 2014 > Guiné 63/74 - P13368: Recordando o BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) comandado pelo ten cor Agostinho Ferreira, o "metro e oit" (Luís Nascimento, Viseu)
5 comentários:
António José Pereira da Costa
6 jul 2014 19:44
Olá Camarada
Parece-me que a confusão é mais que muita.
Penso que terás de pôr ordem "nesta casa".
Os comentários estão a sair desprenados (leia-se desconexo).
Qual é o tema deste post?
Estamos a falar de Cmdts de Batalhão e das suas actuações ou de outra coisa?
Estamos (outra vez(?)) a querer dizer que se não nos púnhamos a pau ainda ganhávamos "aquilo"?
Não acho bem que se alinhe em nacionais-porreirismos, mas parece-me que se não conhecemos, se não privámos com os homens não podemos ter opinião sobre eles.
Ora rectifica...
Um Ab.
TZ
Caro camarada António Costa;
O que escrevi, não foi um poste, foi um comentário o 4º, como está assinalado pelo editor, ao poste nº 13368 do camarada Luís Nascimento.
O Luís Graça , como administrador do blogue quis tranformar os comentários em postes. Nada tenho a opor já que ele é o administrador do blogue. O meu comentário tinha uma falha grave, da qual peço desculpa a todos,e peço ao editor o favor de a emendar. Inicialmente ao querer rererir-me ao tenente coronel Agostinho Ferreira, escrevi Dias Ferreira.
Só encontro esta confusão no meu texto. Agora tu vens falar-me em confusões várias, em comentários despernados, em nacionais-porreirismos, tu não és claro nas tuas criticas e eu não consigo aprender nada com elas.
Em relação ao tenente coronel Agostinho Ferreira, em resposta à tua última frase, já disse e reafirmo que o conheci pessoalmente, pouco convívio tive com ele, mas falei com muitos camaradas do Batalhão 2898, que o conheceram bem e me deram dele as opiniões que transcrevi. Como tu bem sabes a Hístória não se faz somente do conhecimento pessoal, há outras fontes, dentre elas o testemunho dos que privaram com as personagens.
Passa bem
Um abraço a todos
Francisco Baptista
Camarada António Costa:
Ao reler o teu comentário, apercebi-me que ele embora estivesse no final do meu texto, não me seria dirigido.
Seria dirigido provavelmente ao nosso editor, o camarada Luís Graça.
No meio de alguma confusão que se gerou acho que não há feridos graves nem ligeiros.
Amigos como dantes, quartel general em Abrantes!
Um abraço a todos
Francisco Baptista
OK Camaradas
O meu comentário referia-se apenas aos comentários ao post 13368.
Este tema poderia ser interessante se a figura do Cmdt do Batalhão fosse uma figura próxima e que bem conhecêssemos. Como não era assim, pouco sabemos deles. Talvez pela sua acção (discutível, às vezes, eu sei). Convenhamos que a acção do Gen. Spínola não seria muito abonatória, mas...
Dou o exemplo do 1º Batalhão em que (não) me inseri - o 1914. À chegada a Bissau foi de(s)composto, começando pela CArt. 1692 que desceu pelas escadas de corda do costado do navio e foi para Cacine, em batelões, enquanto a CCS e o comando foram para Tite... As outras CArt não sei, mas creio que uma foi para a área de Farim. O BArt só voltará a reunir-se em vésperas de regresso. Vi uma vez o Cmdt do "meu" BArt (o 1896) na pista de Buba. Trocámos umas dez palavras, eu subi para o avião e foi tudo. Depois soube de histórias com um final infeliz...
Vi e falei com o meu Cmdt do BCaç 2834 que lhe sucedeu, em duas visitas e permanências que fez a Cacine.
Contactei com o Cmdt do BArt 3873, por estar perto do comando (Xime - Bambadinca), mas não creio que as unidades do Xitole e de Mansambo o reconhecessem se o vissem na rua à paisana. E neste caso como sucedeu no outro Batalhão a que pertenci, o 4612, a unidade não se dispersou, mas para o conhecimento da generalidade do pessoal é difícil ter opinião. Só pelos "efeitos" da sua acção, mas isso é um assunto a ver caso a caso...
Um Ab.
António J. P. Costa
Francisco, já corrigi a tua gralha, querias-te referirir ao Agostinho Ferreira, comandante do teu batalhão (e não Dias Ferreira).
Quanto ao aproveitamento de comentários, transformando-os em postes, é uma prerrogativa dos editores.
Não o fazemos por sistema. Mas há comentários que merecem, por esta ou aquela razão, ter mais visibilidade. Temos contudo o cuidado de mencionar que se trata de um comentário a um poste (e nalguns casos são mensagens que nos chegam à caixa de correio e que nalguns comentários são comentários "off record"; aí corremos o risco de interpretar mal as intenções dop emissor)...
Um abraço para todos os que estão a alimentar esta nova série... Recorde-se que também temos uma série chamada O Spínola que eu conheci... Ora o nossso com-chefge ainda mais distante que o nosso comnandante de batalhão... Mas podemos ter uma "opinião" tanto sobre Spínola como sobre o nosso comandante de batalhão... Ou não ?
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