terça-feira, 25 de novembro de 2014

Guiné 63/74 - P13941: Manuscrito(s) (Luís Graça) (51) O Mundo é Pequeno e o Alentejo... é Grande: pois que viva o Cante!



Vídeo (1' 28''). Alojado em You Tube > Nhabijoes

Portugal Agro, Feira Internacional das Regiões, da Agricultura e do Agroalimentar, FIL - Feira Internacional de Lisboa,. Parque das Nações, Lisboa, 20-23 nov 2014 > Atuação, sábado, 22, do Grupo Coral e Etnográfico "Os Camponeses de Pias", de Pias, Serpa. Vídeo Luís Graça (2014)


1. Parece ser já amanhã, em Paris, que o cante alentejano poderá vir a figurar, de pleno direito, na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade.

No passado mês, no dia 27, foi entregue o parecer favorável de uma comissão internacional de especialistas da UNESCO. Tratava.se de um reunião prévia aos trabalhos do Comité do Património Imaterial da Humanidade, que está reunido em Paris, entre 24 e 27 deste mês,  e donde sairá a decisão final. A candidatura portuguesa foi considerada exemplar. As expetativas são muito altas.

Eu, pessoalmente, torço para que tudo corra bem na reta final. Amanhã serei alentejano e português. Não por chauvinismo, mas porque gosto do cante alentejano e me emociono a ouvi-lo, onde quer seja. O Mundo é Pequeno e o Alentejo... é Grande!

E a propósito do Cante, fico a saber que há 150 grupos corais e 3 mil cantantes, entre homens (mairotariamente) e mulheres, do Cante Alentejano.

O que é o cante ?

(...) "É um canto coral, em que alternam um ponto a sós e um coro, havendo um alto preenchendo as pausas e rematando as estrofes. O canto começa invariavelmente com um ponto dando a deixa, cedendo o lugar ao alto e logo intervindo o coro em que participam também o ponto e oalto. Terminadas as estrofes, pode o ponto recomeçar com um nova deixa, seguindo-se o mesmo conjunto de estrofes. Este ciclo repete-se o número de vezes que os participantes desejarem. Esta característica repetitiva, assim como o andamento lento e a abundância de pausas contribuem para a natureza monótona do cante."  (...) (Fonte: Wikipédia).

A sua origem histórica não é consensual.

(...) "Curiosamente, apesar de o cante alentejano ser uma expressão de mais arreigada implantação no Baixo Alentejo, o antropólogo Paulo Lima, director da Casa do Cante de Serpa e primeiro responsável pela candidatura desta forma musical a Património Cultural Imaterial da Humanidade atribuído pela UNESCO, conta-nos que "a referência mais antiga data de cerca de 1880 e encontra-se nas posturas da Câmara Municipal de Portel" (no Alto Alentejo). Curiosidade número dois: trata-se de "uma proibição de cantar nas tabernas em coro". Lima refere ainda outros registos pioneiros, como a fundação, em 1907, de um orfeão em Serpa e, igualmente na mesma cidade, a existência dos mais antigos registos sonoros, "em disco e em bobine", datados da década de 1930. (..:)

Quanto à origem, seguramente remota do cante...

(...) "As teorias dividem-se entre a sua génese na música gregoriana e nos cantos polifónicos sacros medievais, e aquelas que defendem como ponto de partida a música árabe. Ou, possivelmente, um encontro destes mundos, moldado pelo povo. Este é um dos pontos em que a catalogação e disponibilização do muito material publicado disperso que a Casa do Cante de Serpa está a coligir poderá ajudar a apontar caminhos." (...) (Fonte: Público).

Caros leitores, se tiverem oportunidade de ver não percam o documentário “Alentejo, Alentejo” , do português Sérgio Tréfaut, (que é de origem alentejana, do lado do pai, e francesa, do lado do pai, tendo nascido em São Paulo, Brasil, em 1965). O filme  foi distinguido como a Melhor Longa-metragem Portuguesa pelo IndieLisboa 2014. "O filme que também se inseriu na candidatura do cante alentejano a património da humanidade, mostrou a qualidade deste processo, disse na altura à Voz da Planície Paulo Lima, presidente da Casa do Cante e um dos elementos envolvidos na candidatura." (Fonte: Voz da Planície).


2. Portugal aderiu à UNESCO em 1965, retirou-se desta organização internacional em 1972 (por causa da questão colonial) e reingressou em 11 de setembro de 1974. Criou a sua Comissão Nacional em 1979 (Decreto-Lei Nº218/79 de 17 de julho),  sob a égide do Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde se encontra sedeada. Portugal foi membro do Conselho Executivo de 2007 a 2009. Integrou em 1999/2005 e integra hoje (2013 - 2017) o comité do Património Mundial.

Algumas datas relevantes para o nosso país: (i) em 2008, Maria de Medeiros foi designada Artista da UNESCO para a Paz;  (ii) o dr. Mário Soares preside ao Prémio UNESCO Houphouët-Boigny para a Cultura da Paz;  (iii) em 2012, Jorge Molder doou a fotografia "A interpretação dos sonhos" à UNESCO;  (iv) todos os anos, no mês de maio, é celebrado o Dia da Língua Portuguesa; (v) em 2011, o fado foi classificado pela UNESCO como "património imaterial da humanidade"...



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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13922: Manuscrito(s) (Luís Graça) (50): O tempo que faz em Imbecilburgo

11 comentários:

Torcato Mendonca disse...

Olá Luis Graça,

Quando abri o Blog e vi o Cante Alentejano senti logo aquele "toque de nostalgia" que me arrepia. O Cante Alentejano está, oxalá que sim,a um passo de ser considerado Pat. I. da Humanidade, como dizes. Fizestes muito bem em fazer um Post com este assunto pois há muitos alentejanos no blog e, com eu, vão arrepiar-se ao ouvir o Rancho de Pias...porque o Cante sente-se e sentimo-nos diferentes. Como sabes considero-me alentejano por ter lá vivido e ter estado sempre ao alentejo ligado. Nasci no Algarve, como um dos meus filhos nasceu em Lisboa e diz que é do Fundão.Acidentes de vidas. Lá está o meu mundo,o meu eu, lá estão meus Pais e eu, um dia, para o lado deles, depois de cremado, queria ir.Quando vou para baixo e "salto" o Tejo, sinto-me logo diferente. O Alentejo é de facto Grande principalmente nas Gentes e no modo como se sente o Mundo...
Ob Luís Graça e um abraço do Torcato

ps - fiz aqui a base porque não parava...e o mundo é pequeno e aqui,neste nosso País....é logo ali...

Luís Graça disse...

Querido amigo e camarada Torcato, todos seremos alentejanos e portugueses amanhã... Tenho muito oprgulho na nossa gente, simples, do povo, que ainda canta , resiste, luta, labuta, cria, encanta... Vê se te lembras desta letra, tradicional...

É tão grande o Alentejo

No Alentejo eu trabalho,
cultivando a dura terra,
vou fumando o meu cigarro,
vou cumprindo o meu horário,
lançando a semente á terra.

É tão grande o Alentejo,
tanta terra abandonada!...
A terra é que dá o pão,
para bem desta nação
devia ser cultivada.

Tem sido sempre esquecido,
à margem, ao sul do Tejo,
há gente desempregada.
Tanta terra abandonada,
é tão grande o Alentejo!


Esta interpretação, segundo presumo, do do Grupo Cultural e Desportivo da Freguesia de Monsaraz, que tem um grupo coral.

http://www.monsarazgrupocultural.com/crbst_44.html


Há outra versão mais completa, dos Ganhões de Castro Verde, de 1997... Mas ainda não apanhei a música...


http://www.meloteca.com/portugal-poesia-e-musica-alentejo.htm

Luís Graça disse...

Torcato, tens aqui o sítio, na Net, dos Ganhões de Castro Verde... Tomo a liberdade de reproduzir este excerto... Um quebra-costela para ti e demais alentejanos da Tabanca Grande... LG
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É TÃO GRANDE O ALENTEJO

Ano de Gravação: 1997
Edição: ACA – Associação de Cante “Os Ganhões”
Suporte: CD
Esgotado

Modas
Ia Chegando às Areias
Ao Romper da Bela Aurora
Olha a Noiva se Vai Linda
Oh Águia que Vais Tão Alta
Vai de Centro ao Centro
A Ribeira do Sol Posto
Mondadeira Alentejana
A Vila de Castro Verde
Camponês Alentejano
Castro Verde é um Jardim
É Tão Grande o Alentejo

Os ricos não cantavam. Eram os homens do campo, os que untavam as gretas das mãos com o suor do rosto, que tinham no cante a receita para os males do corpo e do espírito. O cante era a vida. Sobretudo aquela que se desejava Ter. cantar significava fazer parte. Era a forma mais eloquente de comunicar. Cantava-se no caminho, no trabalho e no regresso. Quem bailou por esses casões fora e seu par escolheu bailando, sabe que a voz e a força de todas elas juntas fazia estremecer o chão e vibrar o corpo em bebedeiras de desejo, de alegria e de juventude. E o cante era rei tinha força. Quando apertava a invernaria e o frio chegava o corpo ao borralho e o estômago á parede, as vozes elevavam-se para os céus cantando ao Menino. E o cante era rei e o rei tinha fome. Quando a monda reunia as moças em rancho e a jorna mal chegava para as solas era a voz que encurtava a caminhada e amaciava o cabo do sacho. E o cante era rei e o rei tinha geada.
Nas ceifas quando o corpo pagava o imposto da sua pobre condição, mais a tirania do capataz, mais o castigo do sol, a voz era um barco navegando por essas searas fora em viagem para outras vidas e outras paragens. E o cante era rei e o rei queria mudança.

O Cante é um hino, um grito de sabedoria condensado pelo tempo.
E no tempo perde-se as recordações, apagam-se as letras, esquecem-se os passos e as voltas da dança. Preservar não significa copiar a todo o custo os pormenores de estilo, de forma e de vida que ao próprio tempo já pertenceram. Preservar tem que significar aceitar a mudança quando sabemos acautelados os nossos valores culturais. O cante não pode ficar amarrado a uma geração, nem à actual exteriorização visual dos seus executantes.

http://ganhoescastroverde.com.pt/cdtaogrande.html

Luís Graça disse...

E já falamos de um povo (o nosso) que ainda canta, chamo a atenção para esta página do Facebook do Tiago Pereira, filho do Júlio Pereira (O "homem dos sete instrumentos", esse mesmo, que reabilitou e dignificou o cavaquinho!)...

O Tiago tem feito um trabalho extraordinário, na senda de etnomusicógrafos como Giacometti e oLopes Graça, calcorreando este país e videogravando "este povo que ainda canta", mas que está a morrer...

Aqui estás o endereço e uma boa notícia, datada de 14 do corrente... Tomem boa boa nota... LG

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O Povo Que Ainda Canta estreia na RTP2 em Janeiro

Na quinta-feira, dia 8 de Janeiro de 2015, às 22h45, estreia na RTP2 a série documental «O Povo Que Ainda Canta», da autoria do realizador Tiago Pereira. Esta série de 26 episódios será uma produção da Música Portuguesa A Gostar Dela Própria (MPAGDP), um projecto de Tiago Pereira que conta com quatro anos de trabalho contínuo, celebrados no dia 16 de Janeiro, em torno de registos de expressões musicais portuguesas nos seus mais variados géneros e intérpretes.

«O Povo Que Ainda Canta», homónimo do programa radiofónico que o realizador mantém na Antena 1, é um convite para o universo de Tiago Pereira e dos protagonistas da música portuguesa que ainda pode ser encontrada em estado natural. O episódio piloto levanta o véu duma Mouraria desconhecida, que também revela uma outra cidade de Lisboa. Os episódios seguintes, cujos títulos passam tanto por regiões como por instrumentos musicais, mostram outros lados da música portuguesa com todas as suas influências.

«O Povo Que Ainda Canta» é uma homenagem de Tiago Pereira à cultura imaterial portuguesa e também uma viagem que começa em Lisboa, passa pelo Algarve e tem incursões previstas por Mogadouro, Dão-Lafões, Ribatejo, Gouveia, Baixo Minho, Baixo Alentejo, Douro, Porto ou Miranda, sem esquecer os arquipélagos da Madeira e Açores, entre outras regiões.

Será possível conhecer as vidas de quem se dedica a instrumentos específicos, como as gaitas-de-fole ou os adufes, seja a tocar ou a construí-los, e a quem mantém viva a tradição das danças de matriz rural. Ainda haverá três episódios específicos: um centrado na acordeonista e cantora Celina da Piedade; outro que será evocativo da Adélia Garcia, que sempre teve um papel importante no trabalho recente de Tiago Pereira; e um terceiro episódio que divulga as histórias da MPAGDP durante a concepção do programa.

Está também a ser negociada a possibilidade desta série encontrar nova vida através duma colecção do jornal Público, que terá o mesmo nome e que será um complemento dos documentários. Editada pela Tradisom, a mesma editora que produziu “O Povo Que Canta”, baseado na obra de Michel Giacometti, esta colecção pretende mostrar aquilo que está para além dos documentários.

A série poderá ser vista às quintas-feiras, às 22h45, mas terá sempre reposição no sábado seguinte, às 12 horas, na RTP2.

Este trabalho, agora tornado público, vem na sequência de vários documentários do realizador, alguns premiados – tal como o “11 Burros Caem no Estômago Vazio” (2006), “Arritmia” (2007), “Manda Adiante” (2007), “Sinfonia Imaterial” (2011), “Vamos Todos Tocar Juntos Para Ouvirmos Melhor” (2012), “Não me Importava Morrer se Houvessem Guitarras no Céu” (2012) e “Quem Manda Aqui Sou Eu” (2014) –, que procuram ainda hoje mostrar a cultura imaterial portuguesa sob um olhar artístico e com uma perspectiva muito própria que mais do que documentar pretende partilhar vidas e os seus protagonistas.

No universo de Tiago Pereira ainda houve lugar para a edição dum disco de recolhas intitulado “Dêem-me duas velhinhas, eu dou-vos o universo”, produzido pela Optimus Discos (agora NOS Discos) em 2013. Este trabalho, que não é independente dos registos que o realizador tem feito sobre a música portuguesa, assume-se como um manifesto cuja mensagem, que é transversal a toda a obra de Tiago Pereira, sublinha a premissa de que “um povo sem memória não existe”.

Torcato Mendonca disse...

Olá Luís Graça,
Não recordo esta letra, tal qual está.Há tantas.Ela diz-nos algo e eu acrescento –a ás canções do meu Povo contra o modo como era tratado. Não posso acrescentar mais aqui.Recordo, na véspera de um dia que espero grande, dois Homens que divulgaram os cantares, a musica e os usos e costumes do Alentejo. Michel Giacometti , gravou e estudou a musica em todo o País, era da Corsega e está hoje ,por sua vontade, em Peroguarda. O outro um homem da rádio,Antena 1, Rafael Correia com o seu programa das manhãs de sábado “Lugar ao Sul”. Assim , com eles e muitos outros se divulgou a cultura, os usos e costumes, a viola campaniça, o cante do baldão, a luta de um povo pela sua dignidade.
Por me identificar com aquela gente, por sentir aquela terra, por ter sido criado no seu seio eu digo que sou alentejano e me arrepio ao ouvir o cante…só? Claro que não.
Abraço, Torcato

José Botelho Colaço disse...

Castro Verde deve ao Dr. José Francisco Colaço a pesquisa e recuperação das violas campaniças e a sua música.
A seguir lançou o jovem Pedro Mestre hoje um símbolo do cante alentejano em Castro Verde com uma escola e uma oficina de fabrico das ditas violas na povoação da sete, freguesia de Santa Barbara dos Padrões concelho de Castro Verde.

Luís Graça disse...

O cantar não tem ciência,

Saber cantar é que tem,

Há muito quem muito cante

Mas pouco quem cante bem.


Vd. reportagem do jornal Público, de hoje:


REPORTAGEM
O cante alentejano foi de autocarro até Paris
KATHLEEN GOMES (em Paris) 26/11/2014 - 07:30
Tudo isto — os leitões, o presunto, mil e oitocentos quilómetros de estrada, 26 horas num autocarro — para cantar durante dois minutos e 55 segundos?

(...)

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-cante-alentejano-foi-de-autocarro-ate-paris-1677422

Luís Graça disse...

UNESCO > CANDIDATURA DO CANTE ALENTEJANO...

Afinal estão atrasados os trabalhos de avaliação, na sede da UNESCO, em Paris, das 46 candidaturas a Património Cultural Imaterial da Humanidade...

Portugal é a candidatura nº 35... Ainda ouvi, ao vivo, esta tarde a do Líbano....Mas vai ser preciso esperar por amanhã de manhã...

Seguir os trabalhos aqui (em francês):

Live audio webcast (French screen)

http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?lg=en&pg=00756

Viva Cante!

Um quebra-costelas para todos os grã-tabanqueiros que gostam de cantar ou ouvir cantar o Cante! LG

Luís Graça disse...

Notícia da Lusa:


UNESCO só aprecia candidatura do cante alentejano na quinta-feira
LUSA 26/11/2014 - 19:01

Público, 26 nov 2014


)...) já encerraram os trabalhos desta quarta-feira do comité intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). "Os trabalhos só vão ser retomados na quinta-feira de manhã", explicou Ana Paula Amendoeira, que se encontra em Paris, a acompanhar a reunião.

O cante alentejano é uma das 46 candidaturas, submetidas por vários países, à inscrição na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, na reunião que está a decorrer, desde segunda-feira, na capital francesa.

Trata-se da 9.ª sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Humanidade, a qual decorre até sexta-feira.

O reinício dos trabalhos desta reunião ficou agendado para as 09h30 de quinta-feira, hora francesa (08h30 em Portugal continental). (...)

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/unesco-so-aprecia-candidatura-do-cante-alentejano-na-quintafeira-1677574

Luís Graça disse...

"Cante Alentejano deveria ter sido consagrado ontem. Houve um atraso e fica para hoje
Quinta-feira pode ser um dia Grande para o Cante Alentejano. O Brasil já está de parabéns com a consagração da Roda de Capoeira como Património Imaterial da Humanidade."

Expresso, 26 nov 2014

http://expresso.sapo.pt/cante-alentejano-deveria-ter-sido-consagrado-hoje-houve-um-atraso-e-fica-para-amanha=f900004


(...:) Capoeira já é Património da Humanidade

As 46 candidaturas estão a ser analisadas por ordem alfabética e, por isso, a Roda de Capoeira do Brasil foi hoje consagrada. O governo brasileiro, numa nota de imprensa, publicada no portal, diz que "o reconhecimento da Roda de Capoeira pela Unesco é uma conquista muito importante para a cultura brasileira. A capoeira tem raízes africanas que devem ser cada vez mais valorizadas por nós. Agora, é um património a ser mais conhecido e praticado em todo o mundo", destacou a ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler.

O site do Globo lembra que a Roda de Capoeira remonta ao século XVII, ao período esclavagista; esta 'dança' "desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência". De acordo com o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), "a prática cultural é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, sendo praticada em mais de 160 países, em todos os continentes".
A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram declarados património cultural brasileiro pelo IPHAN em 2008.

Anónimo disse...

Estou emocionado.
A partir das 10H15 de hoje, a RTP Informação e a TVI 24, em notícia de Última Hora, passaram a informar que: "O CANTE ALENTEJANO" foi considerado PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE" pela Unesco.

Sou alentejano. Deixei o Alentejo (onde não havia trabalho) aos 18 anos, para vir trabalhar para Lisboa.

Não esquecendo as minhas raízes, como português e como alentejano, sinto orgulho e emoção por esta distinção.

José Vermelho

José Vermelho