1. Mensagem de Helena Pinto Janeiro, com data de hoje, às 20h15
Estimado Luís Graça e amigos do blogue «camaradas da Guiné»
O coronel Carlos Matos Gomes, um dos vossos ilustres camaradas na Guiné, vai amanhã apresentar um livro sobre deserção e exílio na guerra colonial. Aqui fica o convite para um evento que demonstra como, em democracia, mesmo os temas incómodos podem ser discutidos com a elevação que o nome dos intervenientes promete.
No Museu do Aljube, à Sé, pelas 18h de 11 de Abril.
Com os melhores cumprimentos,
Helena Pinto Janeiro, PhD
Museu do Aljube - Resistência e Liberdade & Instituto de História Contemporânea, FCSH/ Universidade NOVA de Lisboa
helenajaneiro@egeac.pt
https://fcsh-unl.academia.edu/HelenaPintoJaneiro
[O livro é editado pela Associação de Exilados Políticos Portugueses (AEP61-74), com sede em Carcavelos. Vd aqui o respetivo sítio na Net bem como o índice da obra.]
["A AEP61-74, Associação de Exilados Políticos Portugueses reúne um conjunto de antigos desertores, refractários e exilados políticos portugueses na Europa. Tem por objectivos, publicar o livro Exílios, testemunhos de exilados portugueses na Europa (1961-74); recolher e divulgar memórias do exílio dos anos 60/70 do século XX; criar, produzir e apoiar comunicação multimédia sobre o mesmo período; apoiar e desenvolver iniciativas pela paz, pelos direitos humanos, contra a guerra. É uma organização sem fins lucrativos e está aberta a iniciativas, defensores e activistas destas causas." ]
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Nota do editor:
Último poste da série > 6 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17213: Agenda cultural (552): Lançamento do livro de Sérgio Neto, "Do Minho ao Mandovi: um estudo do pensamento colonial de Norton de Matos" (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016): 10 de abril, 2ª feira, às 17h., Casa Municipal da Cultura, Coimbra. Apresentação: professores doutores Luís Reis Torgal e Armando Malheiro da Silva
7 comentários:
Há, houve, haverá sempre muitas formas de "exílio"... E muitas formas de "resistência", em todas as épocas, em todas as guerras... E o que é uma guerra "justa" ?...
Exílio
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), in 'Livro Sexto' (1962)
Vejo neste grupo de autores mulheres, católicas, como a Maria Irene Martins que, a partir de França, organizaram redes muito ativas de apoio aos desertores, refratários e faltosos... É imprescindível ouvir os seus testemunhos. E daqui vai uma xicoração para ela, meu e da Alice de quem é grande amiga... LG
Embora este seja um blogue de combatentes, temos 85 referências sobre "desertores":
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/desertores
... e 12 sobre refratários:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/refract%C3%A1rios
Ab. LG
Cultivei sempre respeito pelos que optaram por fugir à guerra do Ultramar - refractários e até desertores, escrutinando a sua atitude como vencidos pelo medo ou como objectores de consciência, até prova em contrário. Eu mais os 180 que nomadizamos 1 ano em Buruntuma, não desertamos porque não quisemos. Bastavam umas passadas - muitas eram as aliciantes.Paradoxalmente, tivemos uma guerra de mais de 12 anos, capitulamos ante os que nos combatiam e não há registos de algum "arguido" de traição!... Porem, jamais lhes admiti qualquer espécie de sobranceria, comparativa aos que cumpriram a sua "honra" se soldados do seu país.
Todos terão as suas memórias de exilados; à priori, nenhum me convencerá que terá sofrido ou penado tanto como os que viveram dois anos nos "campos de batalha" ultramarinos.
Aquela guerra era injusta? E a emendada durante 25 anos pelos que nos combatiam (na Guiné ainda não acabou...) o que é?
Manuel Luís Lomba
Sinto poder dormir descansado.
O comentador Luís Lomba está atento às águas turvas onde nadam desertores.
Quase se ouve na noite dos tempos as vozes aguerridas dos nossos MAIORES Galaico Durienses
comandando: Aos pássaros há que deixá-los pousar! Há que deixá-los pousar!
Rui Santos Lima
Meu querido amigo e camarada Manuel Lomba: não há escalas psicométricas, válidas e fiáveis, para medir o "sofrimento" dos seres humanos... Válida, medindo verdadeiramente o sofrimento humano, que de resto não é "universal", varia muito com a cultura de cada povo; fiável, consistente, medindo o sofrimento ao longo do ciclo de vida, por exemplo...
Eu próprio tenho dificuldade em "avaliar" o meu próprio sofrimento aos 14, aos 18, aos 22, aos 24 anos, aos 26 anos, antes, durante e depois da guerra...
Um abraço, boa e santa Páscoa. Luís
Eh, Luís! Uma boa ajuda ao défice da minha "erudição"...
Um abraço e retribuição dos votos de boa Páscoa (que suponho incluirá o anho e o arroz do forno do Marco).
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