quinta-feira, 13 de julho de 2017

Guiné 61/74 - P17580: Agenda cultural (573): O II volume de "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria de José Ferreira, foi apresentado no passado dia 8 de Julho de 2017, na Quinta dos Choupos, em Fânzeres, Gondomar


No passado sábado, dia 8 de Julho, foi apresentado o II Volume de "Memórias Boas da Minha Guerra", da autoria de José Ferreira, ex-Fur Mil Art da CART 1689 (Guiné, 1967/69).

Cartaz anunciando o acontecimento. © Luís Bateira

A sessão decorreu na Quinta dos Choupos (propriedade do nosso camarada Gil Moutinho, ex-Fur Mil PilAv, Guiné, 1972/73), sede logística da Tabanca dos Melros, onde nos segundos sábados de cada mês se reúnem em almoço de confraternização os combatentes da Guiné do Concelho de Gondomar.

No acto solene estiveram presentes: familiares, camaradas e amigos do Zé da CART, que assim se quiseram associar nesta hora de alegria.

A Mesa era coordenada por Alberto Moura, amigo do autor, e também nosso camarada de armas, que tinha à sua direita: Luís Graça, fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné; Ricardo Figueiredo, que tem em andamento um projecto para a criação de um Museu da Guerra do Ultramar; Jorge Teixeira, Presidente do "Bando do Café Progresso, das Caldas à Guiné"; e José Ferreira, autor do livro "Memórias Boas da Minha Guerra, II Volume", que ia ser apresentado. À esquerda do coordenador sentavam-se: a representante da Chiado Editora, D. Teresa Mesquita; Carlos Silva em representação da anfitriã "Tabanca dos Melros"; e Carlos Vinhal, co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.

Alberto Moura, abrindo a sessão. © Dina Vinhal

Momento em que a representante da Chiado Editora, D. Teresa Mesquita, em breves palavras, se congratulava pela oportunidade da Editora publicar o segundo volume desta obra. © Carlos Silva

A apresentação do II Volume de "Memórias Boas da Minha Guerra" esteve a cargo de Luís Graça, que também prefaciou a obra, fundador e editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Doutorado em Sociologia, não teve dificuldade em prender a assistência, dissertando sobre a facilidade com que o autor analisa pessoas e acontecimentos, encontrando em cada indivíduo ou na sociedade em que está integrado, matéria para passar a escrito, donde saem, conforme a apreciação do leitor, verdades ficcionadas ou ficção pura. 
As estórias de guerra, humoradas ou sérias, esplanadas na sua obra, são um modo diferente de contar o quotidiano de homens vivendo em ambiente de alta tensão e perigo constante. As do pós-guerra caracterizam pessoas, suas condições sociais e épocas. Nestes quase 50 anos após o seu regresso da Guiné, muito mudou na sociedade portuguesa, e isso reflecte-se também na sua escrita.  A linguagem utilizada, o vernáculo e o calão, mais não é que uma escrita honesta, sem disfarces para púdico ler, primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Luís Graça sugeriu ao José Ferreira, a quem qualificou como homem muito vivido e experiente, que pense numa autobiografia, obra que reputa já de grande interesse e de êxito garantido.

Luís Graça durante a sua intervenção. © Dina Vinhal

Seguiu-se a intervenção do nosso camarada Ricardo Figueiredo, que na linha do orador anterior, salientou a qualidade da escrita do José Ferreira. Que o autor, a par de outros combatentes, deixa um legado, em dois livros, para que os vindouros saibam como foi o nosso tempo e a nossa experiência de guerra.

Ricardo Figueiredo no uso da palavra. © Dina Vinhal

Seguiu-se o momento mais humorado da sessão com a intervenção do "Bandalho" Jorge Teixeira, que falou dos livros do José Ferreira mais no sentido estético do que propriamente do conteúdo. Sabemos que esta intervenção só podia ter sido assim, vindo de alguém muito amigo.

Jorge Teixeira, Presidente dos "Bandalhos", tecendo as suas opiniões estéticas sobre o livro do José Ferreira. Não se esqueceu de elogiar as qualidades pessoais do autor, também ele um dos "Bandalhos". © Carlos Silva

Seguiu-se a intervenção do "Presidente" da Tabanca dos Melros, também ele elogiando as qualidades pessoais do autor e caracterizando a sua maneira muito própria de escrever. Em tom mais ligeiro, frisou que tendo já lido centenas de livros sobre a Guiné, ultimamente é a sua mulher quem os lê e lhe conta depois as partes mais importantes. Só nos faltava ouvir esta, nem todos temos uma leitora/narradora.

 Carlos Silva, na sua intervenção. © Dina Vinhal

O último orador convidado foi o co-editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, Carlos Vinhal, que falando por último, ficou sem assunto. Toda a gente já tinha dito bem do Zé Ferreira, tinham feito já a devida crítica literária à obra... mais isto e mais aquilo. Qual a saída? Entalar o Zé, e ler uma das suas estórias publicadas neste segundo volume. Escolheu e leu, contendo a muito custo o riso, "Morteiradas em Canquelifá". Foi outro momento divertido.

O ar divertido na Mesa não se deve aos dotes do orador mas do autor José Ferreira. © Dina Vinhal

...E por último falou o "bombo da festa", perdão, o autor José Ferreira. Visivelmente atrapalhado por estar a ser alvo de tantos elogios por parte dos seus amigos e pela presença dos seus familiares, onde pontuavam as 5 netas e o neto, uns maiores que outros, assim, uns mais atentos que outros, que não quiseram deixar de estar junto do avô, uma pessoa muito importante como estava ali patente.
Na sua genuína humildade, o Zé Ferreira agradeceu aos presentes e ao ausente Alberto Branquinho a quem deve o empurrão definitivo que o levou a este desafio de escrever estas suas Memórias. Agradeceu especialmente ao Luís Graça, fundador do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné que o deu a conhecer ao mundo como o primeiro repositório das suas Memórias, agora transportas em dois livros. Agradeceu-lhe também a disponibilidade para se  deslocar expressamente de Lisboa para estar ali, e pelo prefácio neste segundo volume.

O autor José Ferreira durante a sua alocução. © Dina Vinhal

A sala estava repleta. No exterior havia algumas pessoas a assistir de pé. © Luís Bateira

Segue-se uma sequência de fotos da sessão de autógrafos

Na fila. © Carlos Silva

Silvério Lobo, só podia. © Luís Bateira

 Uma leitora muito especial. © Luís Bateira

José Barreto Pires. © Carlos Silva

Ricardo Figueiredo. © António Tavares

Seguir-se-á o almoço/convívio

Texto, selecção e edição das fotos: Carlos Vinhal
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Nota do editor

Último poste da série de 12 de julho de 2017 > Guiné 61/74 - P17571: Agenda cultural (572): Exposição "Manuel Ferreira, capitão de longo curso", Museu Malhoa, Caldas da Rainha. Convite para a inauguração, no próximo dia 22 de julho, sábado, às 15h00 (João B. Serra, comissário)

1 comentário:

Luci Brito disse...

Parabéns meu amigo.es merecedor desse título ..bjs.