quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Guiné 61/ 74 - P24011: Recortes de imprensa (125): Partida para o CTIG das CCAÇ 2381, 2382 e 2383, em 30 de abril de 1968 (Jornal do Regimento de Infantaria n.º 2, Abrantes, nº 30, maio de 1968) (José Manuel Samouco, ex-fur mil, CCAÇ 2381, "Os Maiorais", 1968/70)


Abrantes > RI 2 (Regimento de Infantaria n.º 2) > 30 de abril de 1968 > Despedida das CCAÇ 2381, 2382 e 2383, a caminho do CTIG





Notícia de 1.ª página do jornal do RI 2, n.º 30, maio de 1968 > Partida das CCAÇ 2381, 2382 e 2383 para o CTIG. Estiveram a frequentar a CIE e o IAO. Cerimónias presididas pelo cor Roldão, com missa na Parada de Honra. (O Comandante Militar do RI 2 na altura seria o cor art José Ventura Roldão?)


Fotos (e legendas): © José Manuel Samouco (2023). Todos os direitos reservados.

 [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]

1. Documentos que nos foram enviados hoje pelo José Manuel Samouco, ex-fur mil, CCAÇ 2381, Os Maiorais (Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada , 1968/70).





Temos referências a estas três companhias: CCAÇ 2381 (184), CCAÇ 2382 (53), CCAÇ 2383 (3). 

Além do Samouco, temos mais cinco camaradas da CCAÇ 2381 inscritos na Tabanca Gande: José Teixeira, José Belo,  Arménio Estorninho, Eduardo Moutinho Santos, Raul Rolo Brás... Têm sido os três primeiros camaradas os mais ativos como colaboradores do blogue. 

Destaque para o emblema, a divisa e a figura do "Zé do Olho Vivo",  da CCAÇ 2382, que, imaginem!, é da autoria do seu comandante,  o ex-cap mil Carlos Nery, que fez tábua rasa da heráldica militar... Divisa: "Por estradas nunca picadas, Por picadas nunca estradas"...Um achado de humor pouco castrense...

Da CCAÇ 2382 (Bula, Buba, Aldeia Formosa, Contabane, Mampatá e Chamarra, 1968/70), temos o José Manuel Cancela, o Carlos Nery, o Manuel Traquina e o Alberto Sousa e Silva.


Da CCAÇ 2383 (Cabuca, 1968/70) temos apenas um camarada, o ex-1º cabo apontador arm pes inf Armando Gomes.

Oxalá apareçam mais, está em curso a campanha de angariação de novos membros da Tabanca Grande: queremos atingir os 900 no fim do ano, o que é um objetivo temerário... E precisamos de fotos e estórias... como de pão para a boca (este blogue é glutão, temos de publicar no mínimo 3 postes por dia, 90 por mês...).
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Nota do editor:

Último poste da série > 3 de novembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23760: Recortes de imprensa (124): Homenagem a Fernando Cepa e inauguração de obras de requalificação do Pavilhão Gimnodesportivo de Mar, com a devida vénia aos jornais; Farol de Esposende e Correio do Minho

7 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A sigla CIE, alguém sabe o que é ? Não consta do glossário do Ministéri da Defesa....

https://www.defesa.gov.pt/pt/comunicacao/glossario

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E este coronel Roldão, que mandava a rapaziada "conservar sempre os Olhos na Pátria e manter a Pátria no Coração", seria quem ? Seria o cor art José Ventura Roldão ? Também fui mobilizado pelo RI 2, no 1º trimestre de 1969...

De 1961 a 1975, o RI2 incorporou, treinou e mobilizou "um total de 52 mil homens para os diverso Teatros de Operações da Guerra do Ultramar, os quais formam 63 batalhões, 30 companhias independentes e 82 pelotões de apoio" (https://pt.wikipedia.org/wiki/Regimento_de_Infantaria_n.%C2%BA_2)

... É obra!

Valdemar Silva disse...

Bem menos de discurso para as massas, a divisa da flâmula "por estradas nunca picadas, por picadas nunca estradas" e a figura picador com ar de sem abrigo, espelha bem o que esperava a rapaziada com nível de preparação que ultrapassava a "craveira normal".

Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdenar, tens aqui o relato do "making of" do emblema, da divisa e do "boneco" (o "Zé do Olho Vivo")...

8 DE JUNHO DE 2010
Guiné 63/74 - P6561: Histórias de Carlos Nery, ex-Cap Mil da CCAÇ 2382 (3): Fui o criador do emblema da Companhia, e gosto

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/06/guine-6374-p6561-historias-de-carlos.html

(...) Olho melhor para o distintivo... Bem... De facto aquilo tem pouco de marcial... "Por Estradas Nunca Picadas"... "Por Picadas Nunca Estradas"... Uma gracinha nada mobilizadora de uma atitude bélica... E a figura central? O tal "Zé do Olho-Vivo"? Um boneco engraçado, talvez... Mas não teria sido preferível colocar ali um bicho? Um Leão, uma Pantera ou um Tigre? Ou até um Gato, de preferência Negro? Olha, uns camaradas nossos optaram por ser os "Morcegos de Nhala"... Bom, também... Quanto aos amigos da CCAÇ 2381 são os "Maiorais"... Que tal?... Há um sugestão de autoridade, no Oeste... Outros levam lenços de côr mal embarcam: "Os lenços Vermelhos, Azuis, Verdes, sei lá... Côr-de-rosa, acho que não"...

Mas essa do Zé do Olho Vivo... Ainda por cima ostentando um nariz redondo e vermelho... Sim... Eu estava a pedi-las naquela noite, em Buba...

Bem, a idéia era ir buscar uma inspiração talvez ao Bordalo, à figura do Zé Povinho... Que se identificasse com o Zé Soldado, de olho alerta, atento, corajoso, capaz de passar além das minas e armadilhas existentes nas picadas da vida. (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E o Manuel Traquina acrescenta:

(...) Este era o distintivo da Companhia. Continha na parte central, a figura de um militar com aspecto de veterano de guerra, já com o camuflado e botas um pouco danificados, e a sua inseparável G3.

Na mão direita segura aquilo a que chamávamos a “pica”, que não era mais que uma vareta de aço afiada e que servia como o nome indica para picar o terreno susceptível de ocultar uma mina. Na extremidade da referida "pica" encontra-se uma pequena caixa que representa uma mina anti-carro.

Sendo a CCaç 2382 uma Companhia Independente, nos quatro ângulos do distintivo encontram-se as iniciais dos comandos a que pertenceu: o primeiro é o Regimento de Infantaria 2 de Abrantes onde a companhia se formou e foi mobilizada; o segundo é o COSAF Comando Operacional de Aldeia Formosa; o terceiro, Batalhão de Caçadores 2834 ao qual a companhia esteva adida e o quarto, o COP4 (Comando Operacional nº4, sedeado em Buba).

As duas inscrições laterais poderão levantar algumas interrogações: “Por Estradas Nunca Picadas”. Esta pequena frase diz-nos que a companhia andou por locais até ali ainda não pesquisados; “Por Picadas Nunca Estradas” aqui pretende-se dizer o que foi uma realidade, que os militares andaram pelo mato por caminhos que nunca foram estradas.
Mas voltando à figura central, àquele a que chamámos “o Zé do olho vivo”, por ser uma figura mais ou menos engraçada, valeu-nos na Guiné o título da Companhia dos Palhaços. (...)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/04/guin-6374-p2701-lbum-das-glrias-46-o.html

Anónimo disse...

José Manuel Samouco
26 jan 2023 09:16

Bom dia Luís

Obrigado pela publicação. Foi quase uma directa. Bom trabalho.

Vou procurar mais fotos nas velharias.

Foste uma vez à Guiné e eu fui duas sempre integrado no pessoal da Tabanca de Matozinhos.

Esta segunda vez não fiz por menos e fiquei 15 dias. Foi em grande. Tenho um filme que ainda está na máquina. Vou tentar passar para o pc e depois envio.

Outra curiosidade: também sou de armas pesadas, sou não. Fui. Mas na Guiné só tive direito a uma g3

Um abraço e saúde

Zé Teixeira disse...

Desconhecia esta notícia.
Fez-me recordar a passeata ao som da caixa pela cidade de Abrantes, seguida da "santa" missa em que um padre já idoso e barrigudo teceu loas ao império português, ao trabalho que a Igreja desenvolvia em África e à nossa missão sagrada de defender a Pátria do comunismo soviético que queria tomar as terras que eram nossas há quinhentos anos, o que me levou a perguntar-me: o que estou aqui a fazer?
Sobre o discurso do tal coronel Roldão, recordo-me de o ouvir dizer que cada um nós tínhamos um bocadinho de terra na Guiné. Era esse bocadinho de terra que íamos defender - o quinhão de cada um - e eu disse baixinho para ninguém ouvir, servindo-me da gíria militar: Podias ir por mim e ficar com o meu bocado, seu c...
Tivemos direito a almoço melhorado e tarde livre. Depois do jantar, chegaram as "ramonas" que nos levaram à estação da CP do Rossio ao Sul do Tejo, mas só chegamos a Lisboa no outro dia, para mais um desfile, um discurso, os falsos sorrisos das "meninas" do MNF e me ofereceram uns maços de tabaco para dar aos "pretinhos" porque eu disse que não fumava e tentei rejeitar. Claro está, que quem os fumou foram os peixinhos do Rio Tejo.

Foi muito mais interessante a viagem de regresso, após o desembarque do Niassa com um comboio cheio de jovens que regressavam à vida, num estridente e contínuo canto de alegria, que ao travessar Lisboa, movia as pessoas a virem à varanda das casas e nos acenaram com um sorriso aberto de alegria pelo nosso regresso atirando-nos beijos e gritando palavras de boas-vindas.
Zé Teixeira