1. Mensagem de Miguel Oliveira, ex-combatente em Angola, nosso leitor habitual, com data de 16 de Outubro de 2009:
Meu Caro Vinhal,
Em primeiro lugar os meus cumprimentos, extensivo a todos os elementos do Blog, que acompanho diariamente.
Mais uma vez e em nome da Comissão Organizadora dos Convívios da CCaç 727, venho ao V/Blog para dar a notícia do Convívio 2009.
O Encontro/Convívio* realizou-se este ano em Fátima, como anteriormente anunciado e com algumas surpresas.
Este ano estiveram alguns elementos da CART 731/BART 733/RAL1, entre eles o ex-Cap Art Costa Matos, (Cor Tirocinado de Art.ª na Reforma) que foi o CMDT da Cart 731.
Tivemos também a presença de dois guineenses que fizeram parte dos Quadros da CCac 727; são eles: Mamadú Uri D'jaló e Jorge Mendes.
Foi assim em dia grande que os ex-combatentes e seus familiares posaram para as fotos, das quais envio quatro.
Por hoje é tudo, meu caro Vinhal, em nome de toda aquela juventude, um grande obrigado.
Um abraço
No Santuário de Fátima os ex-combatentes das duas Companhias
Ainda no Santuário de Fátima, agora com os seus familiares
Quando se procedia à chamada dos dois guineenses, ao Convívio
O ex-Cap Inf.ª Joaquim Vasconcelos, (de barba branca) rodeado de ex-combatentes das duas Companhias presentes.
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 19 de Agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4835: Convívios (155): Pessoal da CCAÇ 727, no dia 3 de Outubro de 2009 em Fátima (Miguel Oliveira)
Vd. último poste da série de 15 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5112: Convívios (167): Encontro de ex-combatentes da Guiné do Concelho de Gondomar, ocorrido no dia 5 de Outubro de 2009 (Carlos Silva)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 17 de outubro de 2009
Guiné 63/74 – P5122: Estórias avulsas (15): Homens Grandes, Jorge Rosales (ex-Alf Mil da 1.ª CCAÇ - Porto Gole -, 1964/66)
1. O nosso Camarada Jorge Rosales enviou-nos uma mensagem, com a colaboração informática do Vasco da Gama (ex-Cap Mil – Comandante da CCAV 8351 - Os Tigres de Cumbijã -, Cumbijã, 1972/74), que escreveu no seu e-mail a seguinte introdução:
Camaradas e Amigos,
Recebi, há dias, ordens expressas de um homem de Farda Amarela, Jorge Rosales de seu nome, para que passasse a letra de forma um manuscrito de sua autoria, e que de seguida o enviasse para a nossa Tabanca Grande.
Bati com os calcanhares com o vigor dos meus sessenta e três anos e prontifiquei-me de imediato a cumprir ordens do velhinho, com idade não muito própria para ser divulgada em público, pois o camarada, ainda por cima, me ameaçou com "cada um na sua especialidade" e, de seguida, se quiseres aprender a jogar futebol... já sabes".
Sabendo os meus camaradas editores como eu sou um "nabo" em coisas de informática, vejam lá o meu acrescido fado, se tivesse que ir aprender a jogar à bola com um menino do Estoril.
Sei que, durante muitos anos, o Rosales foi jogador de futebol do Estoril Praia, tendo também passado um anito, salvo erro, pela Académica de Coimbra, mas, a bem dizer, um na informática e outro no futebol... cala-te boca...
O meu e nosso camarada Jorge Rosales veio até mim pela mão doutro menino da linha, o nosso camarada José Dinis, conceituado “pipi” de Cascais e um dos nossos brilhantes tabanqueiros.
Como é bom ter à minha volta gente desta...
Um abraço Amigo para todos,
Vasco da Gama
Cap Mil da CCAV 8351
HOMENS GRANDES
Depois de dez dias entre Bissau e Farim, vejo-me a caminho de Porto Gole, Geba acima, a favor da maré; ia num barco da casa “Gouveia”, que levava géneros para Porto Gole e, talvez, Xime e Enxalé…
No barco, sentia-me ansioso, apreensivo: Mafra, Cica 2, viagem no “ Alfredo da Silva”, com passagem pelo Mindelo e Praia, pertenciam ao passado.
Tentava adivinhar qual a reacção do pelotão veterano de Porto Gole, à chegada do Alferes “maçarico”. Era, para mim, um salto no escuro...
À minha espera, como maior graduado, estava o 1º Sargento Alface. Foi ele que me orientou, com os seus conselhos e “palpites”.
Tinha a sabedoria de transmitir, com subtileza, a sua experiência coisa que não vem nos livros… adquire-se.
Para o Abna Na Onça, capitão de segunda linha, o Alface era o confidente, o amigo leal; fez questão de tornar o Alface, seu irmão de sangue.
Assisti à cerimónia de troca de sangue destes dois homens, com os braços unidos.
Num fim de tarde, na sua tabanca, o Abna chamou-me para me mostrar, com orgulho, a sua assinatura: “ Abna na Onça Alface”.
Foi, para mim, um privilégio conviver com estes dois “Homens Grandes“.
Um, balanta de Porto Gole, o outro, alentejano do Cano.
O Abna morreu em combate, em Bissá, Abril de 1967, como relata o Abel Rei no seu livro, “Entre o Paraíso e o Inferno“.
O Alface, também já não está entre nós, vítima de atropelamento na zona de Lisboa.
A “Tabanca Grande“ fez-me voltar à Guiné, às suas recordações… e a mais forte, de todas elas, deu motivo a este relato.
Um abraço,
Jorge Rosales
Alf Mil Inf
Fotos: Jorge Rosales (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
Guiné 63/74 - P5121: (Ex)citações (52): A morte dos nossos camaradas deixou marcas (Luís Graça/JERO)
1. Luís Graça, ex-Fur Mil da CCAÇ 2590/CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71, deixou este comentário no poste 5105, no dia 14 de Outubro de 2009:
Binta, meu caro JERO, foi também uma escola de virtudes... Na tua boca, poderia ser um auto-elogio, escrito por um dos fiéis leitores, deve aproximar-se da verdade...
Parece ser uma lugar-comum, e até uma afirmação temerária dizer que situações-limites como a guerra e a preparação para a guerra podem ser reveladoras...
Reveladoras do que há de melhor e pior nos seres humanos... Em grupo, como primatas sociais que somos, para mais territoriais, predadores, armados de massa cinzenta q.b. e de tecnologias de morte q.b., somos capazes de tudo, incluindo matar e ter compaixão pelas nossas vítimas, e até matarmos-nos por altruísmo... (quantos heróis não terão sido suicidas altruístas ?).
A morte dos nossos camaradas, ao longe ou ao nosso lado, deixou marcas... Éramos uns putos e não estávamos preparados nem para matar nem para morrer nem para ver morrer (independentemente da causa, da bandeira...).
A tropa, a IAO e as todas palhaçadas que andámos a fazer, uns por Santa Margarida, outros por Bolama, outros por Contuboel, tudo isso não passava de um prolongamento das nossas brincadeiras de adolescentes... Uns levavam-nas a sério, até a sério demais... Mas ainda estávamos na guerra do faz-de-conta...(de tal maneira que houve Companhias, tal como a minha, a CCAÇ 12, que teve o seu baptismo de fogo, com mortos e feridos graves, ainda em fato-macaco, em frada n.º 3, logo a seguir ao fim da IAO)...
A guerra, logo a seguir à IAO, essa, era mesmo a sério... Sobretudo as minas, as emboscadas, as colunas logísticas, os golpes de mão, os patrulhamentos ofensivos, a espera (à noite) do ataque, da flagelação... Os dias, as noites, o inferno verde, os mortos, os feridos, a sede, a desidratação, as abelhas, os mosquitos... Enfim, e sobretudo, o INIMIGO sem rosto... Quase como Deus, ubíquo, invisível, imprevisível, insondável...
A guerra marcou-nos com um ferro em brasa... por muito que a gente negue, denegue, racionalize, faça humor, ironize, verbalize, tente esquecer, escamotear, branquear, efabular, infantilizar...
Gestos como o do Belmiro Tavares da tua história também nos sensiblizam e enobrecem (não já como portugueses, simplesmente como homens)... E as cartas que o Belmiro e tantos outros graduados, anónimos, mandaram aos pais dos nossos camaradas mortos (em combate, mas também por acidente e doença) deviam poder chegar ao nosso conhecimento, deviam ser ser conhecidas e preservadas, deviam figurar no futuro museu da guerra colonial...
São documentos muitos íntimos guardados ainda pelas famílias (?)... Quantas cartas dessas terão sido escritas? Quantas poderão ainda chegar até nós, digitalizadas ou transcritas para suporte digital? Ou ao Arquivo Histórico-Militar, os originais?
Cartas (como a do Belmiro Tavares escrita aos pais do malogrado Nascimento) ajudaram, seguramente, a fazer o luto, a humanizar a morte, a suportar a perda irreparável que era a morte de um filho na flor da vida, e para mais a milhares de quilómetros de distância, numa terra estranha...
Estas cartas, de consolo, de solidariedade, de compaixão, escritas por camaradas nossos às famílias em luto, constrastavam com o seco, brutal, frio, impessoal, telegrama, remetido pelos competentes serviços do Exército... (Mas era assim, julgo que era assim, que se comunicava, naquele tempo, a funesta notícia às famílias... Poderia ter sido de outra maneira? Sem dúvida, deveria ter sido de outra maneira...).
Luís Graça
2. Mensagem de José Eduardo Oliveira, ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/65, dirigida a Luís Graça no dia 15 de Outubro de 2009:
Caro Luís
Tens-me honrado com a tua prosa já por diversas vezes.
O teu comentário de ontem foi para mim e para os meus pares da 675, com o Belmiro Tavares na fila de frente, equivalente a uma condecoração.
O texto é notável e atrevo-me a pedir-te que que faças dele uma postagem pois como comentário poderá passar despercebido a muitos dos nossos camaradas. Já me conheces o suficiente para saber que não há cagança neste requerimento mas o que escreveste é tão importante que deveria passar para um jornal nacional ou para um televisão. E todos nós ex-combatentes andamos precisados de apoio depois de algumas malfeitorias dos nossos governantes!
Aliás em relação à nossa pensão dos 150 euros, que recentemente passou a 3 escalões (75,00 até 11 meses, 100,00 até 23 e 150 para mais de 23 meses) tenho uma ideia que vou lançar no dia do Veterano de Guerra, que vai ter lugar em Aljubarrota/Alcobaça no próximo 20 de Outubro.
Conforme a reacção que obtiver depois te direi mais alguma coisa sobre
o assunto.
Em relação ao nosso longo e agradável almoço de ontem só te posso dizer que foi manga de ronco. Já hoje falei com o Belmiro Tavares, que ficou encantado por te conhecer, assim como o Virgínio. É uma pessoa de uma extraordinária generosidade. Vou mandar-te, em correio à parte, um texto sobre ele, que consta do meu livro.
Tenho também fotografias para te enviar que, infelizmente, não ficaram grande coisa, mas o senhor Pereira é melhor recepcionista que fotógrafo...
Renovados agradecimentos pelas tuas palavras.
Vou imprimí-las e pô-las em moldura dourada no escritório da minha residência em Alcobaça.
Um grande abraço.
JERO
Nota adicional:
O nosso editor Luís Graça almoçou, a convite dos mesmos, com José Eduardo Oliveira e Belmiro Tavares, empresário do sector hoteleiro, dono entre outros do Hotel Dom Carlos Parque, em Lisboa.
Belmiro Tavares que foi Alf Mil da CCAÇ 675, ganhou o Prémio Governador da Guiné em 1966.
No almoço esteve ainda presente o nosso camarada Virgínio Briote, ex-Alf Mil Comando.
A conversa, como não podia deixar de ser, foi um desfilar de recordações dos tempos de Guiné, e de locais como Binta, Farim e Bissau, pois então.
CV
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 14 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 – P5105: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (18): Mina antipessoal
Vd. último poste da série de 17 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4971: Comentários que merecem ser postes (8): O que fazer com este Blogue? (Luís Graça)
Binta, meu caro JERO, foi também uma escola de virtudes... Na tua boca, poderia ser um auto-elogio, escrito por um dos fiéis leitores, deve aproximar-se da verdade...
Parece ser uma lugar-comum, e até uma afirmação temerária dizer que situações-limites como a guerra e a preparação para a guerra podem ser reveladoras...
Reveladoras do que há de melhor e pior nos seres humanos... Em grupo, como primatas sociais que somos, para mais territoriais, predadores, armados de massa cinzenta q.b. e de tecnologias de morte q.b., somos capazes de tudo, incluindo matar e ter compaixão pelas nossas vítimas, e até matarmos-nos por altruísmo... (quantos heróis não terão sido suicidas altruístas ?).
A morte dos nossos camaradas, ao longe ou ao nosso lado, deixou marcas... Éramos uns putos e não estávamos preparados nem para matar nem para morrer nem para ver morrer (independentemente da causa, da bandeira...).
A tropa, a IAO e as todas palhaçadas que andámos a fazer, uns por Santa Margarida, outros por Bolama, outros por Contuboel, tudo isso não passava de um prolongamento das nossas brincadeiras de adolescentes... Uns levavam-nas a sério, até a sério demais... Mas ainda estávamos na guerra do faz-de-conta...(de tal maneira que houve Companhias, tal como a minha, a CCAÇ 12, que teve o seu baptismo de fogo, com mortos e feridos graves, ainda em fato-macaco, em frada n.º 3, logo a seguir ao fim da IAO)...
A guerra, logo a seguir à IAO, essa, era mesmo a sério... Sobretudo as minas, as emboscadas, as colunas logísticas, os golpes de mão, os patrulhamentos ofensivos, a espera (à noite) do ataque, da flagelação... Os dias, as noites, o inferno verde, os mortos, os feridos, a sede, a desidratação, as abelhas, os mosquitos... Enfim, e sobretudo, o INIMIGO sem rosto... Quase como Deus, ubíquo, invisível, imprevisível, insondável...
A guerra marcou-nos com um ferro em brasa... por muito que a gente negue, denegue, racionalize, faça humor, ironize, verbalize, tente esquecer, escamotear, branquear, efabular, infantilizar...
Gestos como o do Belmiro Tavares da tua história também nos sensiblizam e enobrecem (não já como portugueses, simplesmente como homens)... E as cartas que o Belmiro e tantos outros graduados, anónimos, mandaram aos pais dos nossos camaradas mortos (em combate, mas também por acidente e doença) deviam poder chegar ao nosso conhecimento, deviam ser ser conhecidas e preservadas, deviam figurar no futuro museu da guerra colonial...
São documentos muitos íntimos guardados ainda pelas famílias (?)... Quantas cartas dessas terão sido escritas? Quantas poderão ainda chegar até nós, digitalizadas ou transcritas para suporte digital? Ou ao Arquivo Histórico-Militar, os originais?
Cartas (como a do Belmiro Tavares escrita aos pais do malogrado Nascimento) ajudaram, seguramente, a fazer o luto, a humanizar a morte, a suportar a perda irreparável que era a morte de um filho na flor da vida, e para mais a milhares de quilómetros de distância, numa terra estranha...
Estas cartas, de consolo, de solidariedade, de compaixão, escritas por camaradas nossos às famílias em luto, constrastavam com o seco, brutal, frio, impessoal, telegrama, remetido pelos competentes serviços do Exército... (Mas era assim, julgo que era assim, que se comunicava, naquele tempo, a funesta notícia às famílias... Poderia ter sido de outra maneira? Sem dúvida, deveria ter sido de outra maneira...).
Luís Graça
2. Mensagem de José Eduardo Oliveira, ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/65, dirigida a Luís Graça no dia 15 de Outubro de 2009:
Caro Luís
Tens-me honrado com a tua prosa já por diversas vezes.
O teu comentário de ontem foi para mim e para os meus pares da 675, com o Belmiro Tavares na fila de frente, equivalente a uma condecoração.
O texto é notável e atrevo-me a pedir-te que que faças dele uma postagem pois como comentário poderá passar despercebido a muitos dos nossos camaradas. Já me conheces o suficiente para saber que não há cagança neste requerimento mas o que escreveste é tão importante que deveria passar para um jornal nacional ou para um televisão. E todos nós ex-combatentes andamos precisados de apoio depois de algumas malfeitorias dos nossos governantes!
Aliás em relação à nossa pensão dos 150 euros, que recentemente passou a 3 escalões (75,00 até 11 meses, 100,00 até 23 e 150 para mais de 23 meses) tenho uma ideia que vou lançar no dia do Veterano de Guerra, que vai ter lugar em Aljubarrota/Alcobaça no próximo 20 de Outubro.
Conforme a reacção que obtiver depois te direi mais alguma coisa sobre
o assunto.
Em relação ao nosso longo e agradável almoço de ontem só te posso dizer que foi manga de ronco. Já hoje falei com o Belmiro Tavares, que ficou encantado por te conhecer, assim como o Virgínio. É uma pessoa de uma extraordinária generosidade. Vou mandar-te, em correio à parte, um texto sobre ele, que consta do meu livro.
Tenho também fotografias para te enviar que, infelizmente, não ficaram grande coisa, mas o senhor Pereira é melhor recepcionista que fotógrafo...
Renovados agradecimentos pelas tuas palavras.
Vou imprimí-las e pô-las em moldura dourada no escritório da minha residência em Alcobaça.
Um grande abraço.
JERO
Nota adicional:
O nosso editor Luís Graça almoçou, a convite dos mesmos, com José Eduardo Oliveira e Belmiro Tavares, empresário do sector hoteleiro, dono entre outros do Hotel Dom Carlos Parque, em Lisboa.
Belmiro Tavares que foi Alf Mil da CCAÇ 675, ganhou o Prémio Governador da Guiné em 1966.
No almoço esteve ainda presente o nosso camarada Virgínio Briote, ex-Alf Mil Comando.
A conversa, como não podia deixar de ser, foi um desfilar de recordações dos tempos de Guiné, e de locais como Binta, Farim e Bissau, pois então.
CV
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Notas de CV:
(*) Vd. poste de 14 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 – P5105: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (18): Mina antipessoal
Vd. último poste da série de 17 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4971: Comentários que merecem ser postes (8): O que fazer com este Blogue? (Luís Graça)
Guiné 63/74 – P5120: Filatelia(s) (6): Envelopes comemorativos do 2º Aniversário da Independência - 12 de Setembro de 1976 (Magalhães Ribeiro)
1. Do arquivo pessoal, do Eduardo José Magalhães Ribeiro, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger da CCS do BCAÇ 4612/74, Cumeré, Brá e Mansoa 1974, anexo dois envelopes comemorativos, do 2º Aniversário da declaração da Independência, com selos postais e carimbos alusivos à efeméride, datados de 12 de Setembro de 1976:
Camaradas,
Dando continuidade à série lançada pelo Luís Graça, dedicada à actividade filatélica na Guiné, apresento hoje 2 envelopes (formatos diferentes) do 2º Aniversário da declaração da Independência, com selos postais e carimbos alusivos do 1º dia de circulação, relativos à efeméride, datados de 12 de Setembro de 1976:
Evidentemente, que esta publicação não é dedicada aos especialistas em filatelia, a quem muito agradeceríamos que nos prestassem a sua melhor colaboração, com as suas eventuais prestações nesta área, e que muito enriqueceria esta série.
Essencialmente, estas publicações destinam-se ao pessoal mais interessado no saber e conhecimento de documentação histórica, que circulou em tempos idos na Guiné e da qual dispomos algumas peças nos nosso arquivos pessoais.
2º Aniversário da declaração da Independência
2º Aniversário da declaração da Independência
Um abraço Amigo,
Magalhães Ribeiro
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BCAÇ 4612/74
Documentos: © Magalhães Ribeiro (2009). Direitos reservados.
___________
Notas de M.R.:
Vd. postes anteriores desta série em:
Guiné 63/74 - P5119: Memória dos lugares (49): Xime, Madina Mandinga, Bafatá e Nova Lamego- (Alfredo Dinis)
1. Mensagem do Alfredo Dinis, que foi 1.º Cabo Enf da CCS da CART 6523, Nova Lamego, 1973/74, com data de 16 de Outubro de 2009:
Camaradas,
Inicio esta minha segunda mensagem, agradecendo as amáveis mensagens de boas vindas ao blogue dos Camaradas Manuel Maia, Hélder Valério, Luís Faria e Fernando Belo. Muito obrigado aos 4.
Ainda não escrevi nenhuma história das minhas, de que me recordo, da passagem pala Guiné, porque não domino, minimamente sequer, estas que são, para mim, ainda novas tecnologias.
No entanto, vou começar a passá-las para o papel e pedir a um dos meus amigos, que com computador, para me fazer o favor de, posteriormente, as “transformarem” em ficheiros informáticos, para, como é de prever, as enviar com pedido de publicação.
A esta curta mensagem aproveito para anexar 4 fotos de contactos e motivos nativos, que fazem parte do meu álbum de recordações.
Uma das lindíssimas bajudas de Madina Mandinga
Em Nova Lamego com a minha lavadeira de serviço
Foto da esquerda: Lavadeiras no rio (Xime) - Foto da direita: Lavadeira (Bafatá)
Até breve, com um abraço para todos,
Alfredo Dinis
1º Cabo Enf daCCS do BART 6523
Fotos: Alfredo Dinis (2009). Direitos reservados.
Emblema de colecção: © Carlos Coutinho (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
17 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5118: Memória dos lugares (48): Béli, Fá Mandinga e Madina do Boé - Independência & Objectos voadores (Armandino Alves)
Vd. poste de apresentação do Alfredo Dinis em:
10 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5091: Tabanca Grande (180): Alfredo Dinis Gonçalves Tapado, 1º Cabo Enfermeiro da CCS/BART 6523, Nova Lamego, 1973/74
Guiné 63/74 - P5118: Memória dos lugares (48): Béli, Fá Mandinga e Madina do Boé - Independência & Objectos voadores (Armandino Alves)
1. Mensagem de Armandino Alves, ex-1.º Cabo Auxilitar de Enfermagem da CCAÇ 1589, Beli, Fá Mandinga e Madina do Boé, 1966/68, com data de 14 de Outubro de 2009:
O nosso Camarada Armandino Alves enviou-me um e-mail, no passado dia 14 de Outubro, colocando-me algumas questões muito lógicas e pertinentes, pelo que, pelo seu interesse, lhe solicitei a devida permissão para publicação no blogue.
O Armandino, anuiu com algumas reticências, dado algum desconforto da sua parte, face a recentes críticas que ele considera injustas e um tanto abusivas, sobre alguns factos que ele relatou em postes anteriores.
A sua mensagem dizia o seguinte:
Amigo e Camarada Magalhães Ribeiro,
Há certas coisas que estão embutidas em nós, que é difícil as pessoas livrarem-se delas. Mas com o tempo a gente vai-se tentando corrigir.
Quanto a publicares no Blogue o que te escrevi faz o que quiseres. Já sei que vou ser bombardeado, mas já estou vacinado contra isso, desde que as “bombas” sejam, pelo menos, bem educadas.
Gostava de saber pelo Patrício Ribeiro, se quando ele foi a Lugajole haviam vestígios de alguma pista de aviação, pois, em caso afirmativo, era sinal que ali houvera uma base do IN e que o objecto que víamos voar ia para lá.
Creio que, mesmo que houvesse nesse tempo algo parecido, passados estes 40 anos já deviam ter desaparecido todas as evidências.
Eu falo por Béli, pois a foto que ele mandou, se não fosse o abrigo do morteiro 81, eu não reconhecia nada nela, pois naquele local não havia vegetação, nem árvores, estava tudo limpinho e em terra batida.
Tínhamos uma pista de aviação a que pusemos o nome de Bélissalanca.
Era muito mais fácil a deslocação do IN para atacar Béli e Medina, pois ficava mais ao menos a meia distância.
Eu não me acredito que o inimigo viesse do lado de lá da fronteira, para dar meia dúzia de tiros e depois andarem cerca de cem quilómetros para regressar.
E mais, para terem instalada toda aquela mobília para o pessoal que assistiu à proclamação, tinham que estar lá há muito tempo e saberem que o nosso pessoal desconhecia por completo aqueles lugares.
A nossa aviação teve tempo para destruir aquilo tudo antes da proclamação, pois enquanto montavam os cenários, não havia dignitários de outras potências.
Já aqui li trocas de acusações de traição, entre nós - os “pequenos” -, pois, para mim, os verdadeiros traidores foram os que nos obrigaram a ir para a guerra e depois aqueles que decidiram entregar as ex-Colónias de mão beijada, e, ainda por cima, pedirem desculpa por qualquer “coisinha”.
Isto já vai extenso mas há coisas que custa a engolir.
Vou então às causas que me levaram a escrever hoje:
- 2. Depois de ler a matéria que tem sido publicada no blogue, que tinha sido em Lugajole e não em Madina do Boé, como sendo o local onde foi declarada a independência da Guiné e que Lugajole ficava junto de Béli, resolvi consultar o mapa da Guiné no Google e fiquei admirado com o que constatei.
Afinal, além de Béli, o que tínhamos: do lado esquerdo – Pataque -, em frente e no caminho da Fronteira, surge-nos Ucha, Guissem e Balandugo e mais à direita, Lugajole, Dinguirai e Vendu Leidi (mesmo em cima da fronteira).
Eu hoje pergunto:
- Estes sítios eram habitados? E por quem?
- Estes sítios eram habitados? E por quem?
Enquanto estive em Béli, todos os ataques que sofremos vieram do lado esquerdo, com uma única excepção do lado direito.
Como nós não saíamos do aquartelamento, todo o terreno, em frente e nos arredores, era considerado como “terra de ninguém”.
Como também de Madina do Boé, as operações eram lavadas a efeito pela NT num raio restrito, todo o território que se situava em frente e nos arredores era, do mesmo modo, considerado “terra de ninguém”.
E chegado aqui pergunto:
- E Lugajole não teria sido uma base do IN, que estava perfeitamente à vontade, pois, assim ninguém o incomodava?
- E Lugajole não teria sido uma base do IN, que estava perfeitamente à vontade, pois, assim ninguém o incomodava?
Tenho lido muito sobre as grandes operações militares em vários locais da Guiné, e também intervi em algumas, mas, que eu saiba, nenhuma delas decorreu na região de Madina do Boé. E era uma região com centenas de quilómetros quadrados ao abandono.
- 3. Agora falando do héli silencioso, de que já vos dei conta em anterior poste, depois de muito matutar e tendo em atenção, que se isso fosse verdade, eu teria que ouvir um ruído semelhante ao que, por exemplo, oiço, hoje, emitido pelos hélis do SNS e da Protecção Civil.
Mas que andava alguma “coisa” no ar, isso é uma verdade indesmentível e reportada identicamente por vários camaradas a estes anos de distância. Por isso, continuei a pensar sobre o que é que andaria lá em cima a voar, movimentando-se com uma luz vermelha e que deslizava silenciosamente.
Um destes dias veio-me à memória a 2ª Grande Guerra e os filmes, que todos nós já vimos mais do que uma vez, e reparei nos planadores que eram rebocados por um avião convencional, e que depois de atingirem uma certa altura e velocidade eram largados, e iam aterrar atrás das linhas inimigas, transportando tropas, equipamentos e munições, para reforçarem e reabastecerem as suas tropas da retaguarda.
Será que o mesmo não teria acontecido na Guiné?
A luz que se via deveria servir para que o pessoal em terra, que os esperava iluminasse o local da aterragem.
Reparem que isto é minha mera suposição, pessoal, reforçada, porque tenho em conta a localização de Lugajole e a rota que a “coisa” voadora levava.
Não me admira nada que fosse para lá, levando abastecimentos e, como a distância até ao raio de captação dos radares de Bissau era muito grande, nunca os detectaram.
Mas tudo isto são conclusões minhas e, que eu saiba, nada está escrito para corroborar estas ilações pessoais.
Um cordial abraço,
Armandino Alves
1º Cabo Enf CCAÇ 1589
_____________
Notas de M.R.:
(*) Vd. último poste da série em:
7 de Outubro de 2009 >
Guiné 63/74 - P5071: Memória dos lugares (47): Bambadinca, a bela Helena no meio de Oficiais & Cavalheiros (Passos Marques)
Guiné 63/74 - P5117: Estórias cabralianas (55): Marqueses e murquesas ou... Peludas e Peluda... (Jorge Cabral)
1. Mensagem do Jorge Cabral (que não precisa de apresentações):
Amigos, para desanuviar o ambiente, ai vai estória.
Abraço Grande
Jorge Cabral
2. Estórias cabralianas > Peludas… Peluda (*)
por Jorge Cabral
Há mais de 30 anos, que montei Escritório [de advogado] na Passos Manuel, entre o Jardim Constantino e o Intendente. Um bom local, com velhos da sueca, sem-abrigo alcoolizados e fanadas matronas em pré-reforma.
Eu gosto. Aqui na Rua, já quase todas as lojas mudaram de ramo. Ultimamente, surgiram os Gabinetes de Fotodepilação. A propósito e não sei bem porquê, pois os pensamentos tal como as palavras são como as cerejas, lembrei-me primeiro de Pero Vaz de Caminha e do desembarque em Terras de Vera Cruz, quando os marinheiros depararam com as índias nuas, mostrando “suas vergonhas tão altas e cerradinhas”. E depois da Guiné. De uma espantosa conversa ao serão. O Alferes, os Furriéis, os Cabos, como de costume, falavam de tudo e de coisa nenhuma… Nessa noite, discutia-se um tema interessante – pêlos púbicos. Delas, claro está…
Quantidade, tamanho, densidade… E comentava o Amaral a sua estranheza perante o contraste entre os homens quase sem barba e as mulheres portadoras de autênticos matagais, tão duros como o arame, que até magoavam. Eis que o mais calado de todos nós, o Cabo Marques, fez uma curiosa afirmação:
- Foi por causa disso que eu casei.
- O quê, Marques?! - perguntámos em coro.
E ele contou.
“Na minha aldeia, diziam que ela era murquês, que não tinha pêlos e eu jurei descobrir. Foi a 7 de Novembro de 1967 e escrevi a data na parede, por via das dúvidas. É que à segunda vez, apareceu a mãe e, vendo-nos afogueados, começou a berrar:
"- Ah malandro, que me desgraçaste!
"...Depois tive que casar".
Nenhum de nós, por pudor ou respeito, chegou a perguntar. Afinal, era ou não era murquês ?(**)
Quarenta anos volvidos, continuo em dúvida. Será que o Marques conseguiu passar à Peluda?
Jorge Cabral
[Revisão / fixação de texto / título: L.G.]
3. Comentário de L.G.:
Jorge, soube por ti, em outra ocasião, talvez noutro planeta, que o teu livrinho já está a caminho... Leia-se: a antologia das tuas/nossas estórias cabralianas. Ou melhor: soube que já começaste o caminho, pedindo orçamento ao editor. Por outro lado, o pedido de prefácio também já está na calha, quero eu dizer, já seguiu caminho, pelo correio... para o prefaciador-mor, que é uma espécie de mestre de cerimónias, com a obrigação de introduzir, pela mão, o artista e a sua obra. Prometo que me vou esmerar como oficiante da cerimónia.
Bem sabes que o teu cabralianíssimo humor é areia fina deitada nas engrenagens do blogue, esta máquina, pesada, que de tempos a tempos tem de ir à lubrificação, como todos os artefactos humanos... sob pena de me gripar os fusíveis e os neurónios.
Valha-nos, ao menos, os teus pobres marqueses e... murquesas. São também eles e elas que me comovem, quando ao fim da tarde de sexta-feira, eu olho para o relógio e para o calendário (Matas do Cantanhez, 2008, imagina!), e, de relance, faço um filme retrospectivo dos nossos verdes anos perdidos nas bolanhas e no tarrafo do Geba e do Corubal .
Pergunto-me, então, como é que gajos como nós ainda conseguem rir-se da humaníssima comédia que continuamos a representar todos os dias... Quantas vezes fiz, de resto, essa mesmíssima pergunta, a caminho do Mato do Cão ou da Ponta do Inglês, ou nas noites longas do Rio Undunduma ou da Missão do Sono em Bambadincazinho. E tu, o mesmo, lá no teu reino, sem rei nem roque, de Fá e depois de Missirá...
Ah! Grande Alfero!... E a tua/nossa resposta foi sempre a mesma: sabes, rapaz, não imaginas quanto um homem é capaz... E de que és capaz... Mas tu és um homem, nem Deus nem monstro. E só os homens são capazes de rir e de chorar... De si próprios...
A esta hora do dia e da semana, as tuas histórias sabem-me tão bem ou melhor que o melhor uísque do mundo com água de Perrier que eu tomava, no bar de Bambadinca, depois do regresso de uma operação e do meu banho retemperador...
Obrigado, amigalhão, obrigado, camarada. Luís (***)
_________
Notas de L.G.:
(*) Peluda:
s. f. Pop. Acto de deixar a tropa e voltar para a terra natal.
Peludo/a: adj. 1. Que tem muito pêlo; 2. Coberto de pêlo...
(**) Vd. poste de 5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1816: Estórias cabralianas (23): Areia fina ou as conversas de Missirá (Jorge Cabral)
(...) Naquela ocasião, quis que falássemos da 'nossa primeira vez'. Mas com verdade, acrescentou, pois desconfiava que alguns ainda não tinham experimentado. Começou ele, e falou de uma virgem loira, à beira rio, num fim de Março, quase Primavera. Não percebemos nada. No início chamava-se Cloé, depois Isolda, e terminou Julieta envenenando-se. Mais tarde confessou-me que inventara. Na realidade acontecera em Badajoz, custara cem pesetas, a mulher era gorda, vesga, e tresandava a alho…
O Pechincha, como sempre, delirou. Logo na Escola primária com a contínua… pois então.
O Monteiro falou da rapariga 'murquês', termo que nunca mais ouvi, e que dará outra estória, mas quem mais nos divertiu foi o Cozinheiro Teixeirinha. (...)
(***) Vd. último poste da série: 11 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4938: Estórias cabralianas (54): O Alfero e as mezinhas (Jorge Cabral)
Amigos, para desanuviar o ambiente, ai vai estória.
Abraço Grande
Jorge Cabral
2. Estórias cabralianas > Peludas… Peluda (*)
por Jorge Cabral
Há mais de 30 anos, que montei Escritório [de advogado] na Passos Manuel, entre o Jardim Constantino e o Intendente. Um bom local, com velhos da sueca, sem-abrigo alcoolizados e fanadas matronas em pré-reforma.
Eu gosto. Aqui na Rua, já quase todas as lojas mudaram de ramo. Ultimamente, surgiram os Gabinetes de Fotodepilação. A propósito e não sei bem porquê, pois os pensamentos tal como as palavras são como as cerejas, lembrei-me primeiro de Pero Vaz de Caminha e do desembarque em Terras de Vera Cruz, quando os marinheiros depararam com as índias nuas, mostrando “suas vergonhas tão altas e cerradinhas”. E depois da Guiné. De uma espantosa conversa ao serão. O Alferes, os Furriéis, os Cabos, como de costume, falavam de tudo e de coisa nenhuma… Nessa noite, discutia-se um tema interessante – pêlos púbicos. Delas, claro está…
Quantidade, tamanho, densidade… E comentava o Amaral a sua estranheza perante o contraste entre os homens quase sem barba e as mulheres portadoras de autênticos matagais, tão duros como o arame, que até magoavam. Eis que o mais calado de todos nós, o Cabo Marques, fez uma curiosa afirmação:
- Foi por causa disso que eu casei.
- O quê, Marques?! - perguntámos em coro.
E ele contou.
“Na minha aldeia, diziam que ela era murquês, que não tinha pêlos e eu jurei descobrir. Foi a 7 de Novembro de 1967 e escrevi a data na parede, por via das dúvidas. É que à segunda vez, apareceu a mãe e, vendo-nos afogueados, começou a berrar:
"- Ah malandro, que me desgraçaste!
"...Depois tive que casar".
Nenhum de nós, por pudor ou respeito, chegou a perguntar. Afinal, era ou não era murquês ?(**)
Quarenta anos volvidos, continuo em dúvida. Será que o Marques conseguiu passar à Peluda?
Jorge Cabral
[Revisão / fixação de texto / título: L.G.]
3. Comentário de L.G.:
Jorge, soube por ti, em outra ocasião, talvez noutro planeta, que o teu livrinho já está a caminho... Leia-se: a antologia das tuas/nossas estórias cabralianas. Ou melhor: soube que já começaste o caminho, pedindo orçamento ao editor. Por outro lado, o pedido de prefácio também já está na calha, quero eu dizer, já seguiu caminho, pelo correio... para o prefaciador-mor, que é uma espécie de mestre de cerimónias, com a obrigação de introduzir, pela mão, o artista e a sua obra. Prometo que me vou esmerar como oficiante da cerimónia.
Bem sabes que o teu cabralianíssimo humor é areia fina deitada nas engrenagens do blogue, esta máquina, pesada, que de tempos a tempos tem de ir à lubrificação, como todos os artefactos humanos... sob pena de me gripar os fusíveis e os neurónios.
Valha-nos, ao menos, os teus pobres marqueses e... murquesas. São também eles e elas que me comovem, quando ao fim da tarde de sexta-feira, eu olho para o relógio e para o calendário (Matas do Cantanhez, 2008, imagina!), e, de relance, faço um filme retrospectivo dos nossos verdes anos perdidos nas bolanhas e no tarrafo do Geba e do Corubal .
Pergunto-me, então, como é que gajos como nós ainda conseguem rir-se da humaníssima comédia que continuamos a representar todos os dias... Quantas vezes fiz, de resto, essa mesmíssima pergunta, a caminho do Mato do Cão ou da Ponta do Inglês, ou nas noites longas do Rio Undunduma ou da Missão do Sono em Bambadincazinho. E tu, o mesmo, lá no teu reino, sem rei nem roque, de Fá e depois de Missirá...
Ah! Grande Alfero!... E a tua/nossa resposta foi sempre a mesma: sabes, rapaz, não imaginas quanto um homem é capaz... E de que és capaz... Mas tu és um homem, nem Deus nem monstro. E só os homens são capazes de rir e de chorar... De si próprios...
A esta hora do dia e da semana, as tuas histórias sabem-me tão bem ou melhor que o melhor uísque do mundo com água de Perrier que eu tomava, no bar de Bambadinca, depois do regresso de uma operação e do meu banho retemperador...
Obrigado, amigalhão, obrigado, camarada. Luís (***)
_________
Notas de L.G.:
(*) Peluda:
s. f. Pop. Acto de deixar a tropa e voltar para a terra natal.
Peludo/a: adj. 1. Que tem muito pêlo; 2. Coberto de pêlo...
(**) Vd. poste de 5 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1816: Estórias cabralianas (23): Areia fina ou as conversas de Missirá (Jorge Cabral)
(...) Naquela ocasião, quis que falássemos da 'nossa primeira vez'. Mas com verdade, acrescentou, pois desconfiava que alguns ainda não tinham experimentado. Começou ele, e falou de uma virgem loira, à beira rio, num fim de Março, quase Primavera. Não percebemos nada. No início chamava-se Cloé, depois Isolda, e terminou Julieta envenenando-se. Mais tarde confessou-me que inventara. Na realidade acontecera em Badajoz, custara cem pesetas, a mulher era gorda, vesga, e tresandava a alho…
O Pechincha, como sempre, delirou. Logo na Escola primária com a contínua… pois então.
O Monteiro falou da rapariga 'murquês', termo que nunca mais ouvi, e que dará outra estória, mas quem mais nos divertiu foi o Cozinheiro Teixeirinha. (...)
(***) Vd. último poste da série: 11 de Setembro de 2009 > Guiné 63/74 - P4938: Estórias cabralianas (54): O Alfero e as mezinhas (Jorge Cabral)
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Guiné 63/74 - P5116: Em busca de... (98): Pessoal da açoriana CAÇ 3326 - Os Jovens Assassinos de Mampatá (1971/73) (António Amaral Brum, Ontário, Canadá)
Guiné > Região de Tombali > Mampatá > CART 6250 , Os Unidos de Mampatá (1972/74) > Um foto aérea de povoação e aquartelamento... A unidade de quadrícula anterior terá sido a CCCAÇ 3326 (1971/73, Mampatá e Quinhamel) a que pertenceu o nosso camarada António Amaral Brum, há 36 anos emigrado no Canadá.
Foto: © José Manuel Lopes (2008). Todo os direitos reservados .
1. Texto do editor L.G.:
Recebi ontem um telefonema do Canadá, da esposa do nosso camarada António Amaral Brum, de origem açoriana, ex-Sold da CCAÇ 3326 – Os Jovens Assassinos de Mampatá (sic), e que teve como comandante o Cap Mil Art José Carlos Paulo Carvalho, militar e homem que ele muita admirava, e de quem gostaria de ter o contacto telefónico.
Esta subunidade, composta por militares açorianos, partiu para a Guiné em 21 de Janeiro de 1971 e regressou em 17 de Janeiro de 1973. Esteve em Mampatá e Quinhamel. É contemporânea das:
(i) CCAÇ 3325 (Guileje, Nacra; Cap Inf Jorge Saraiva Parracho);
(ii) CCAÇ 3327 (Brá, Bachile, Bassarel, Tite, Bissau; Cap Mil Art Rogério Rebocho Alves);e
(iii) CCAÇ 3328 (Bula, Ponta Augusto, Barros, Bula) (esta última, com cinco comandantes).
Todas elas foram mobilizadas pelo BII 17 (Ponta Delgada), com excepção da última que veio do Funchal (BII 19).
O telefone do nosso camarada Brum é o 905 664 1497 (telemóvel ? nº fixo ?). Não tenho a certeza de ter percebido bem o apelido, mas pareceu-me ser Brum. Vive em Hamilton, Ontário (possivelmente, é preciso marcar o prefixo do Canadá e da região, para contactar com ele pelo telefone).
O Brum gostaria muito de encontrar antigos camaradas, em especial o Fur Mil Martinho (ou Martins ?), bem como o Portugal, para além do seu antigo capitão (que chegou inclusive a convidá-lo para vir trabalhar com ele no Continente).
Está há 36 anos no Canadá. Há 14 teve um acidente de trabalho na fábrica onde trabalhava, e que lhe provocou traumatismo craniano (“brain injury”). Está reformado, e faz a sua vida normal, conduz o seu carro, etc.
Falei com a esposa, açoriana, com sotaque cerrado de S. Miguel. Disse-me que queria muito fazer uma surpresa ao marido. Voltou hoje a falar-me… Não conhece Lisboa. Julgava que eu tinha uma base de dados com todos os contactos de todos os militares que passaram pela Guiné, e que logo ali lhe daria o telemóvel do ex-Cap Mil Paulo Carvalho. Alguém lhe deve ter dito que eu também falava numa rádio… Meu Deus, onde já vai o nosso blogue!…
Pareceu-me ser uma pessoa simples e uma esposa dedicada… Pedi-lhe para me mandar fotos, digitalizadas, do marido. Vai pedir à filha, que sabe trabalhar com a Internet. A última vez que o casal veio aos Açores foi há 10 anos. Insistiu comigo para pôr à frente do nº da companhia o nome de guerra por que eles eram conhecidos – Os Jovens Assassinos de Mampatá…
Amigos e camaradas, quem pode dar uma ajuda a este nosso camarada da diáspora portuguesa ? (*)
_____
(iii) CCAÇ 3328 (Bula, Ponta Augusto, Barros, Bula) (esta última, com cinco comandantes).
Todas elas foram mobilizadas pelo BII 17 (Ponta Delgada), com excepção da última que veio do Funchal (BII 19).
O telefone do nosso camarada Brum é o 905 664 1497 (telemóvel ? nº fixo ?). Não tenho a certeza de ter percebido bem o apelido, mas pareceu-me ser Brum. Vive em Hamilton, Ontário (possivelmente, é preciso marcar o prefixo do Canadá e da região, para contactar com ele pelo telefone).
O Brum gostaria muito de encontrar antigos camaradas, em especial o Fur Mil Martinho (ou Martins ?), bem como o Portugal, para além do seu antigo capitão (que chegou inclusive a convidá-lo para vir trabalhar com ele no Continente).
Está há 36 anos no Canadá. Há 14 teve um acidente de trabalho na fábrica onde trabalhava, e que lhe provocou traumatismo craniano (“brain injury”). Está reformado, e faz a sua vida normal, conduz o seu carro, etc.
Falei com a esposa, açoriana, com sotaque cerrado de S. Miguel. Disse-me que queria muito fazer uma surpresa ao marido. Voltou hoje a falar-me… Não conhece Lisboa. Julgava que eu tinha uma base de dados com todos os contactos de todos os militares que passaram pela Guiné, e que logo ali lhe daria o telemóvel do ex-Cap Mil Paulo Carvalho. Alguém lhe deve ter dito que eu também falava numa rádio… Meu Deus, onde já vai o nosso blogue!…
Pareceu-me ser uma pessoa simples e uma esposa dedicada… Pedi-lhe para me mandar fotos, digitalizadas, do marido. Vai pedir à filha, que sabe trabalhar com a Internet. A última vez que o casal veio aos Açores foi há 10 anos. Insistiu comigo para pôr à frente do nº da companhia o nome de guerra por que eles eram conhecidos – Os Jovens Assassinos de Mampatá…
Amigos e camaradas, quem pode dar uma ajuda a este nosso camarada da diáspora portuguesa ? (*)
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Nota de L.G.:
(*) São escassas as referências à CCAÇ 3326 no nosso blogue:
24 de Julho de 2009 >Guiné 63/74 - P4730: Memórias e histórias minhas (José da Câmara) (5): Os primeiros passos na Guiné
Guiné 63/74 - P5115: Direito à indignação (5): O CEP foi transformado em SEP... e os ex-combatentes da Guiné recebem cada vez menos (Júlio Ferreira)
1. Mensagem de Júlio César Ferreira*, ex-1º Cabo, CCAÇ 2659 / BCAÇ 2905 (Cacheu, 1970/71), com data de 15 de Outubro de 2009:
Suponho que todos já viram que, uma vez mais, os ex-combatentes foram
desprezados e achincalhados.
Conforme a nova lei, aprovada em Janeiro último, o Complemento Especial de Pensão (CEP), previsto na Lei 9/2002 de 11 de Fevereiro, foi transformado pela Lei 3/2009 de 13 de Janeiro, em Suplemento Especial de Pensão (SEP). Ou seja mudaram o nome, para nos escamotearem mais alguns Euros.
Se bem se recordam, a Lei 9/2002, no seu Artigo 6 (Complemento Especial de Pensão), dizia:
Aos beneficiários do regime de solidariedade do sistema de segurança social é atribuído um complemento especial de 3,5% ao valor da respectiva pensão por cada ano de prestação de serviço militar ou duodécimo aquele complemento por cada mês de serviço, nos termos do artigo 2.
Porém, o Artigo 5, da Lei 160/2004, no seu n.º 2, Já diz:
(...) determina a atribuição de um complemento especial de pensão de valor igual a 3,5% do valor da pensão social por cada ano de bonificação ou duodécimo daquele valor por cada mês de bonificação.
Ou seja: Aquilo que Lei 9/2002, previa como CEP, 3,5% do Valor da respectiva pensão, foi rectificado na Lei 160/2004, para 3,5% da Pensão Social (que é isso?), fazendo com que, os valores do Complemento Especial de Pensão fossem drasticamente reduzidos. Porém, o ódio, o desprezo, a raiva, aviltação, a antipatia, o rancor, a aversão, o desinteresse por uma larga franja de portugueses, continua e nova Lei chega para transforma um CEP em SEP, reduzindo ainda mais aquele valor irrisório, resultando numa manifestação furibunda, demagógica e demoniaca. O SEP, segunda esta nova Lei, é atribuido da seguinte forma: Até meses de presença na guerra: 75,00 euros; entre 12 e 23 meses 100,00 euros e igual ou superior a 24 meses 150,00 euros.
Esta forma não lembraria ao diabo, mas lembrou a uns quantos salvadores da pátria que julgam que escamotear cerca de 70,00 euros aos cerca de 400.000 ex-combatentes, vão retirar Portugal da crise que está mergulhado, por causa das más politicas, má gestão dos dinheiros públicos e mais ainda, má aplicação dos fundos que nos chegam da Europa.
Porém, isto não termina assim. Esta forma de atribuir um CEP/SEP, é duplamente diabólico, principalmente para todos os ex-combatentes da Guiné: Como todos os ex-Combatentes da Guiné sabem (julgo que os ex-combatentes que estiveram nos outros teatros de guerra, também o sabem!) o tempo de Comissão Miltar na Guiné, era inferior aos dos outros locais. Era-o por muitas razões, sendo uma das mais significativas, o clima agreste, doentio e insalubre, a ponto de, muitas vezes se referir que, clima igual ao da Guiné, só a Birmania, isto além, claro está, do escalar da guerra, que como sabemos era infernal. Por isso, todo aquele militar que, incorporado num Batalhão de Caçadores, numa Compania de Comandos ou Páras, ou mesmo um Destacamento de Fuzileiros, terminavam a Comissão um pouco antes dos 24 meses, não obstante, como era da praxe, receberem a medalha de Final de Comissão, ao atingir os 18 meses. (Como exemplo, refiro algumas Companhias que chegaram à Guiné em Janeiro de 1970 e regressaram em Dezembro de 1971. Só por isso, irão os seus membros receber menos uns 70,00 euros cada. Como se depreende, a malta da Guiné, é por isso, mais vilipendiada, a mais achincalhada, a mais desprezada, por este governo, que continua surdo às mais justas reivindicaçõesdos antigos combatentes. E país que despreza aqueles que por ele lutaram, não tem futuro.
Júlio César Ferreira
Guiné
1970/1971
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 7 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1931: Tabanca Grande (24): Júlio César, ex-1º Cabo, CCAÇ 2659 do BCAÇ 2905 (Cacheu, 1970/71
Vd. último poste da série de 15 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5108: Direito à Indignação (4): Abaixo de cão, isto é uma vergonha (Fernando Chapouto)
Suponho que todos já viram que, uma vez mais, os ex-combatentes foram
desprezados e achincalhados.
Conforme a nova lei, aprovada em Janeiro último, o Complemento Especial de Pensão (CEP), previsto na Lei 9/2002 de 11 de Fevereiro, foi transformado pela Lei 3/2009 de 13 de Janeiro, em Suplemento Especial de Pensão (SEP). Ou seja mudaram o nome, para nos escamotearem mais alguns Euros.
Se bem se recordam, a Lei 9/2002, no seu Artigo 6 (Complemento Especial de Pensão), dizia:
Aos beneficiários do regime de solidariedade do sistema de segurança social é atribuído um complemento especial de 3,5% ao valor da respectiva pensão por cada ano de prestação de serviço militar ou duodécimo aquele complemento por cada mês de serviço, nos termos do artigo 2.
Porém, o Artigo 5, da Lei 160/2004, no seu n.º 2, Já diz:
(...) determina a atribuição de um complemento especial de pensão de valor igual a 3,5% do valor da pensão social por cada ano de bonificação ou duodécimo daquele valor por cada mês de bonificação.
Ou seja: Aquilo que Lei 9/2002, previa como CEP, 3,5% do Valor da respectiva pensão, foi rectificado na Lei 160/2004, para 3,5% da Pensão Social (que é isso?), fazendo com que, os valores do Complemento Especial de Pensão fossem drasticamente reduzidos. Porém, o ódio, o desprezo, a raiva, aviltação, a antipatia, o rancor, a aversão, o desinteresse por uma larga franja de portugueses, continua e nova Lei chega para transforma um CEP em SEP, reduzindo ainda mais aquele valor irrisório, resultando numa manifestação furibunda, demagógica e demoniaca. O SEP, segunda esta nova Lei, é atribuido da seguinte forma: Até meses de presença na guerra: 75,00 euros; entre 12 e 23 meses 100,00 euros e igual ou superior a 24 meses 150,00 euros.
Esta forma não lembraria ao diabo, mas lembrou a uns quantos salvadores da pátria que julgam que escamotear cerca de 70,00 euros aos cerca de 400.000 ex-combatentes, vão retirar Portugal da crise que está mergulhado, por causa das más politicas, má gestão dos dinheiros públicos e mais ainda, má aplicação dos fundos que nos chegam da Europa.
Porém, isto não termina assim. Esta forma de atribuir um CEP/SEP, é duplamente diabólico, principalmente para todos os ex-combatentes da Guiné: Como todos os ex-Combatentes da Guiné sabem (julgo que os ex-combatentes que estiveram nos outros teatros de guerra, também o sabem!) o tempo de Comissão Miltar na Guiné, era inferior aos dos outros locais. Era-o por muitas razões, sendo uma das mais significativas, o clima agreste, doentio e insalubre, a ponto de, muitas vezes se referir que, clima igual ao da Guiné, só a Birmania, isto além, claro está, do escalar da guerra, que como sabemos era infernal. Por isso, todo aquele militar que, incorporado num Batalhão de Caçadores, numa Compania de Comandos ou Páras, ou mesmo um Destacamento de Fuzileiros, terminavam a Comissão um pouco antes dos 24 meses, não obstante, como era da praxe, receberem a medalha de Final de Comissão, ao atingir os 18 meses. (Como exemplo, refiro algumas Companhias que chegaram à Guiné em Janeiro de 1970 e regressaram em Dezembro de 1971. Só por isso, irão os seus membros receber menos uns 70,00 euros cada. Como se depreende, a malta da Guiné, é por isso, mais vilipendiada, a mais achincalhada, a mais desprezada, por este governo, que continua surdo às mais justas reivindicaçõesdos antigos combatentes. E país que despreza aqueles que por ele lutaram, não tem futuro.
Júlio César Ferreira
Guiné
1970/1971
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 7 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1931: Tabanca Grande (24): Júlio César, ex-1º Cabo, CCAÇ 2659 do BCAÇ 2905 (Cacheu, 1970/71
Vd. último poste da série de 15 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5108: Direito à Indignação (4): Abaixo de cão, isto é uma vergonha (Fernando Chapouto)
Guiné 63/74 - P5114: Agenda Cultural (34): A China de Ontem e de Hoje. Conferência proferida por António Graça de Abreu no dia 13OUT09 (Carlos Silva)
1. Mensagem de Carlos Silva, ex-Fur Mil da CCaç 2548/BCaç 2879, Farim, 1969/71, com data de 13 de Outubro de 2009:
Amigos Tertulianos
A propósito do Post 5082 do nosso camarada Mário Fitas, sobre o tema “ A China de Ontem e de Hoje” a desenvolver pelo também nosso camarada António Graça Abreu, no Centro Eng.º Álvaro de Sousa, Edificio ? … “Quinta e Palácio Monserrate”, fui enganado, no bom sentido, na medida em que, pelas fotos publicadas no mencionado Post, tudo sugeria que o Graça de Abreu, o nosso Chinês, pois se não tem a nacionalidade chinesa, já a deveria ter adquirido, fosse falar dos nossos antigos adversários que passaram ou formaram-se na China para combater os Tugas.
Presumindo eu que ele tivesse percorrido o seu [deles] caminho e fizesse um estudo histórico.
Contudo, o que eu ouvi e vi, foi de facto uma brilhante palestra proferida de forma simples, pelo nosso camarada António.
Dotado de uma capacidade oratória brilhante, foi dando mano a mano uma lição sobre a língua chinesa, quer escrita quer falada, que até me parece que eu e a restante assistência saímos de lá a falar mandarim.
Para além deste aspecto linguístico, ele também desenvolveu outros temas, sobre a “China de Ontem e de Hoje” desde História, Geografia Física e Política, Relações Humanas, exposição de slides sobre maravilhosos lugares da China que ele próprio calcorreou.
Enfim, fez uma abordagem ou introdução de tudo um pouco sobre o que é de facto “O Mundo Chinês”.
O António deslumbrou-me, não só a mim como a toda a assistência ali presente que no final da sua lição/exposição bateram-lhe palmas, bem como, solicitaram para repetir não outra Palestra deste tipo, mas muitas mais, ou seja, o António como fascinou aquele público alvo, ficou desde logo agarrado.
Obrigado António, pela tua fascinante palestra. Valeu a pena a minha deslocação ao Estoril.
Aqui deixo também os meus agradecimentos ao Mário, pela promoção do evento
Massamá, 13-10-2009
Seguem algumas fotos relativas à Conferência tiradas pelo fotógrafo do Blogue no presente evento.
Ensinamentos de António Graça de Abreu sobre a Língua “Chinesa – Mandarim” falada e escrita. Mário Fitas entre a assistência
Tema sobre Geografia, vendo-se aqui o Mário desempenhando funções de assistente-ajudante
Aspectos da projecção de slides da China
__________
Notas de CV:
Vd. poste de 9 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5082: Agenda Cultural (31): Centro Eng Alvaro de Sousa, 13/10/09, às 15h00: A China de Ontem e de Hoje, por António Graça de Abreu
Vd. último poste da série de 15 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5110: Agenda Cultural (33): Doclisboa 2009: Hoje, 23h, Cinema Londres2: Dundo, memória colonial, de Diana Andringa
Amigos Tertulianos
A propósito do Post 5082 do nosso camarada Mário Fitas, sobre o tema “ A China de Ontem e de Hoje” a desenvolver pelo também nosso camarada António Graça Abreu, no Centro Eng.º Álvaro de Sousa, Edificio ? … “Quinta e Palácio Monserrate”, fui enganado, no bom sentido, na medida em que, pelas fotos publicadas no mencionado Post, tudo sugeria que o Graça de Abreu, o nosso Chinês, pois se não tem a nacionalidade chinesa, já a deveria ter adquirido, fosse falar dos nossos antigos adversários que passaram ou formaram-se na China para combater os Tugas.
Presumindo eu que ele tivesse percorrido o seu [deles] caminho e fizesse um estudo histórico.
Contudo, o que eu ouvi e vi, foi de facto uma brilhante palestra proferida de forma simples, pelo nosso camarada António.
Dotado de uma capacidade oratória brilhante, foi dando mano a mano uma lição sobre a língua chinesa, quer escrita quer falada, que até me parece que eu e a restante assistência saímos de lá a falar mandarim.
Para além deste aspecto linguístico, ele também desenvolveu outros temas, sobre a “China de Ontem e de Hoje” desde História, Geografia Física e Política, Relações Humanas, exposição de slides sobre maravilhosos lugares da China que ele próprio calcorreou.
Enfim, fez uma abordagem ou introdução de tudo um pouco sobre o que é de facto “O Mundo Chinês”.
O António deslumbrou-me, não só a mim como a toda a assistência ali presente que no final da sua lição/exposição bateram-lhe palmas, bem como, solicitaram para repetir não outra Palestra deste tipo, mas muitas mais, ou seja, o António como fascinou aquele público alvo, ficou desde logo agarrado.
Obrigado António, pela tua fascinante palestra. Valeu a pena a minha deslocação ao Estoril.
Aqui deixo também os meus agradecimentos ao Mário, pela promoção do evento
Massamá, 13-10-2009
Seguem algumas fotos relativas à Conferência tiradas pelo fotógrafo do Blogue no presente evento.
Ensinamentos de António Graça de Abreu sobre a Língua “Chinesa – Mandarim” falada e escrita. Mário Fitas entre a assistência
Tema sobre Geografia, vendo-se aqui o Mário desempenhando funções de assistente-ajudante
Aspectos da projecção de slides da China
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Notas de CV:
Vd. poste de 9 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5082: Agenda Cultural (31): Centro Eng Alvaro de Sousa, 13/10/09, às 15h00: A China de Ontem e de Hoje, por António Graça de Abreu
Vd. último poste da série de 15 de Outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5110: Agenda Cultural (33): Doclisboa 2009: Hoje, 23h, Cinema Londres2: Dundo, memória colonial, de Diana Andringa
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