domingo, 15 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4034: De regresso a Mampatá (Zé Manel Lopes) (2): Do Trópico de Câncer à Mauritânia



Imagens do Saará Ocidental, a caminho da Guiné-Bissau, depois de passar o Cabo Bojador e o Trópico de Câncer...

Fotos: © José Manuel Lopes (2009). Direitos reservados.


1. Continuação da publicação do diário de bordo do nosso camarada e amigo José Manuel Lopes, ex- Fur Mil, CART 6250, > CART 6250 , Os Unidos de Mampatá (Mampatá 1972/74) (*)


23 de Fevereiro de 2009, domingo:

Partida pela manhã, após visita ao Cabo Bojador, pois quem o quiser passar terá de o fazer para além da dor. Não foi o caso e a viagem prosseguia com agrado de todos. E lá seguimos numa estrada paralela ao Atlântico, do outro lado o deserto, aqui e ali com muitos camelos. Uma vegetação muito pobre, que comem as cabras e bois que vimos pelo caminho? Um aspecto muito negativo, a quantidade de lixo que se encontra nas bermas da estrada.

Passamos Dakla e em seguida cruzamos o Trópico de Câncer, justamente quando passavamos ao lado de Elargoub. Por aí o almoço, atum, enchidos e queijo.

Às 17,51 horas o tormento de passar mais uma fronteira, estávamos a chegar à Mauritânia. Do lado de Marrocos carimbo aqui, carimbo ali, carimbo acolá. Torna a carimbar e esperar, que tempo e paciência têm de sobra estes Marroquinos. E que levas ai? Vinho não pode ser!!! É proibido tem que ficar tudo cá.

Porra! é para nosso consumo, a nossa religião permite e eu até nem sou religioso, caraças. Pode , não pode, fica, não fica, bem podem passar, mas não podes deixar uma garrafa, alguns de nós também gostam. Bem, fica lá com duas.

Eis a terra de ninguém, o espaço que separa as fronteiras de Marrocos e Mauritânia. Indescritível pedra, buraco, pedra, buraco vão conseguir passar a Toyota e o Mercedes? E não é que passam. Diz o Carvalho, vem para aqui estes vaidosos, como se viessem para o Dakar de jipes artilhados e o Leça e o Pires dão-lhes uma lição com carros normalíssimos.

Na parte da Mauritânia repete-se o ritual anterior, carimbo mais carimbo, tempo de espera sem fim, olho em frente e vejo um forte antigo, tiro uma foto e sou detido, confiscam-me a máquina. Mais conversa fiada, depois de muito argumento e paciência, acabam por apagar as fotos e devolver a máquina, era uma instalação militar, dizem eles, de muito interesse estratégico. Mas eu não sou nem gosto da CIA nem KGB. Tudo bem, mas nada de fotos. Seguimos para Nouadhibou onde vamos jantar e dormir.

Percorridos 781 Kms

Mauritânia > Imagens já do dia 24 de Fevereiro... Os inevitáveis (e exóticos) camelos, a autenticar a veracidade (e o exotismo) das fotos, tiradas pelo Zé Manel... (que, como ele próprio nos confessou, é um fotógrafo de ocasião, levou uma máquina digital, com pouca memória, não tendo tirado mais do que centena e meia de chapas; o que vale, diz ele, é o nosso Silvério Lobo, mecânico reformado, que fez uma boa reportagem fotográfica desta aventura).

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 15 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4033: De regresso a Mampatá (Zé Manel Lopes) (1): Da Tabanca de Matosinhos ao Cabo Bojador

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