segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Guine 63/74 - P7043: O Nosso Livro de Visitas (101): "O pobre camarada de Crestuma" (José Campos, presidente da Sociedade Filarmónica de Crestuma, Vila Nova de Gaia)

1, Mensagem da Banda de Crestuma, Crestuma, freguesia do concelho de Vila Nova de Gaia, banhada pelo Rio Douro [, foto à esquerda, cortesia de Wikipédia]

De: bandadecrestuma@sapo.pt
Data: 27 Sep 2010
Assunto: Camarada de Crestuma

Exmo Sr. Luís Graça,

O meu nome é José Campos e sou o Presidente da Sociedade Filarmónica de Crestuma, instituição sem fins lucrativos que se dedica ao ensino da música e a manter uma Banda Filarmónica em funcionamento.

Estou a recolher elementos sobre os "desconhecidos" de Crestuma para elaborar um trabalho com vista a apresentar no próximo ano.

Li o seu blog. Gostei. Fiquei no entanto curioso sobre o "pobre camarada de Crestuma" que refere [, no poste P6037] (*):

(...) Quem leva a carta a Garcia
a dizer que a poesia caiu na rua
ou foi apanhada à unha?
Ou que o pombo-correio
foi abatido por um Strela.
Inútil Álvaro de Campos,
inútil Ode Triunfal,
pobre Fernando Pessoa,
menino de sua mãe,
pobre camarada de Crestuma,
morto no tabuleiro da ponte de Caium,
entre Piche e Buruntuma.(...)


Poderá, por obséquio, fornecer maior informação acerca deste seu camarada e meu conterrâneo?

Com os melhores cumprimentos,
José Campos,
http://www.bandafcrestuma.com.sapo.pt


2. Resposta de L.G.:

Meu caro José Campos: Antes de mais, os meus parabéns pela obra que a vossa associação está a realizar em prol do desenvolvimento da cultura musical na sua freguesia... Parabéns pelo vosso sítio na Internet. Parabéns pela bela idade que a vossa banda já atingiu: 90 anos (a celebrar no próximo ano). Sou fâ das bandas filarmónicas das nossas terras (a minha, Lourinhã, tem três: Lourinhã, Atalaia e Moita dos Ferreiros). 

Obrigado pelos seus comentários sobre o nosso blogue. Obrigado pela sua visita (**). E agora seguem as minhas desculpas: lamento se o induzi em erro, a si ou qualquer outro leitor... Há, de facto, um camarada nosso que morreu na guerra do Ultramar, e que era natural dessa freguesia... Mas não foi na Ponte de Caium, na zona leste da Guiné.... Foi em Angola, em 1963...

De facto, não era esse "o pobre camarada de Crestuma" a que se refere o meu poema... Tome essa expressão como uma liberdade poética... Liberdade que têm os poetas mas não os historiógrafos, por exemplo. Se qusier, é uma metáfora, tal como a do pombo correio abatido por um míssil Strela (usado na Guiné a partir de Março de 1973). Enfim, é um poste publicado na série Blogpoesia... O topónimo Crestuma aparece aqui apenas para rimar com Buruntuma...  Não deixa naturalmente de ser também uma homenagem aos muitos camaradas desse concelho (cerca de um centena) que morreram na guerra do ultramar, incluindo na Guiné e na zona leste.

Espero que as gentes de Crestuma não entendem esta liberdade do poeta como uma manifestação, no mínimo,  de mau gosto... A terminar, desejo longa vida à sua banda filarmónica e, a si, os melhores votos de sucesso no desempenho do seu cargo. Disponha sempre. Luís Graça, autor do poste e editor do blogue.
_____________

Notas de L.G.:


56 comentários:

Anónimo disse...

Vamos a ver se esta..."liberdade poética" nao terá como resposta adquada,uma ultrajada vaga de fundo,como outra que por aí anda a "bater no mexilhao".É claro que...AS DIFERENCAS SAO ABISSAIS!Mas,que seja permitida esta "liberdade humorística" de um Lusitano-Lapao.

antonio graça de abreu disse...

A minha primeira namorada era de Crestuma, minha vizinha na Rua do Bom Sucesso, Porto. Tinha dezasseis anos, eu também, chamava-se Irene, era loirinha, toda redondinha e perfumada, linda de morrer. E mais não digo.
Que saudades!...

Abraço,

António Graça de Abreu toda redondinha e perfumada, linda de morrer. E mais não digo.
Que saudades!...

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Caríssimo Graca de Abreu. Vivia na rua do Bom Sucesso,Porto.Tinha dezasseis anos,(eu nao!).Chamava-se Irene,era loirinha,toda redondinha e perfumada,linda de morrer.E, como tu...mais nao digo! Julgo que tivemos a mesma namorada(!) pois ela vinha do Porto passar férias ao Monte Estoril. E,cá está mais uma para juntar ás do A.L.A,e porque nao,"Á" do nosso Poeta L.G. Dá da minha parte um grande beijo com saudade à Ireninha!

Anónimo disse...

Ó meus!

Não acredito! Não é possível!
Não me digam que é a mesma Irene que eu conheci em Buruntuma?!
Não pode ser! Sabe-se lá! A vida dá tantas voltas...

Alberto Branquinho

Zé Teixeira disse...

Mau!
A Ireninha que eu conheci, mais conhecida pela "boa noite só para um" que era eu, era natural de Crestuma/Lever, morava na R. de S. Miguel e trabalhava no Bom Sucesso, será a mesma brasa!
Que traço de mulher!
Que cabeça mais vazia!
Era loira e basta!
Zé Teixeira

Anónimo disse...

Se é a que penso, vinha passar férias aqui em S. Miguel (dos Açores).
Namoricos de Verão. Não deu para mais!
Mas também nunca me esqueci dela... e daquele jeitinho que dava à anca quando, na praia, punha o pé a ver a temperatura da água. Só para ameaçar, pois nunca nela entrou.
Carlos Cordeiro

Carlos Vinhal disse...

Caro Carlos
Os trejeitos que descreves não me parecem os da Ireninha, que por acaso até frequentava aqui as Praias de Leça, mais parecem de uma bicha toleirona.

Ab
Carlos

Anónimo disse...

Ainda bem que "não deu para mais"!!!

Carlos Cordeiro

Juvenal Amado disse...

OH Cordeiro
O que vale é que tu já tinhas avisado que não tinha para mais. Olha se te tens esticado!!!!!

É sempre bom guardar distâncias.

Como isto acabou por ser um poste bem humorado um abraço para todos.

Juvenal Amado

Anónimo disse...

Caros amigos da NOSSA Irene. Como nao se coaduna com este blog , tal tipo de "cosmopolitismo equívoco"; e tendo conseguido uma foto tirada minutos atrás à Ireninha,acabo de a publicar no blog de... paragens mais selvagens http://www.lapplandkeywest.com/ Nao quero de modo algum entristecer os Camaradas Graca de Abreu,Alberto Branquinho,José Teixeira,Carlos Cordeiro,Carlos Vinhal,Juvenal Amado, e mais alguns Batalhöes completos dos bandos armados do C.T.I.Guiné.,mas facto é que,a Irene (sempre muito acalorada como por certo recordam)decidiu vir até aqui refrescar "catota" entre Lapöes.(Espero que alguns dos "séniores", que sempre nos vao espreitando das sombras,aceitem estes termos usados pelos soldados do mato por onde nunca andaram).Como poderao verificar na foto,a NOSSA Ireninha continua continua "redondinha" como tao bem descreve Graca de Abreu. Um grande abraco.

Anónimo disse...

Caro José Belo,
De facto não é a (ou "o", na opinião do Carlos V) que conheci.
Abraço,
Carlos Cordeiro


NB: começo a fazer uma retirada estratégica. Agora já só "conheci"!

Anónimo disse...

Estimados Camaradas.Este vosso as_
siduo visitante, veterano não da Guiné, mas de terras do Indico,pede
licença para se juntar a vós neste
momento de bom humor.Pelo que me é
dado perceber a tão conhecida
Irene,faz-me lembrar três canções
muito em voga nas nossas juventudes
"A casa de Irene",cantada por um
Italiano do qual não me lembro o
nome."Olá então como vais" cantada
pelo Paulo de Carvalho e Tozé Brito
a outra "Tereza da Praia"cantada
pelos Brasileiros Dick Farney e Lú_
cio Alves.Qualquer delas fala de uma hipotetica "Irene"que namorava
com todos, mas não era de ninguém.
Desculpem a intromissão.
Carlos N.

Anónimo disse...

Meu Caro Carlos Cordeiro. Nao vamos agora comec,ar a acreditar em "intrigas" de invejosos.Quem tenha estado...por de baixo de morteiradas de M-120...sabe bem que,precisamente como com a Ireninha (salvo seja com isto do "por de baixo"!),quando "explodiam" tudo ficava a tremer. Quanto ás calúnias quanto ao possível sexo da NOSSA Irene,(para mais, apresentada como menina redondinha por Graca de Abreu) ele lá deverá saber no que se meteu(e,mais uma vez,salvo seja quanto... "ao que se meteu"!),será que vou ter que publicar a foto, guardada no Arquivo de Honra do Estado Maior General das Forcas Armadas,de quando ela,"muito dada" como sempre foi,se ofereceu para a tropa e foi à Junta Médica? Estas escandalosas dúvidas levantadas por Carlos Vinhal,em jogada bem "enviesada" para poder estudar,em detalhe, tal foto.....nem a imaginacao doentia do A.L.Antunes de tal se lembraria!Um grande abraco.

antonio graça de abreu disse...

O que tem muita piada no meio disto tudo é que a Irene não se chamava Irene. E logo cinquenta galifões já entradotes cairam em cima da Irene, a rapariga que viajava entre o Porto, Monte Estoril, Açores e até foi parar a Buruntuma. O Vinhal mudou-lhe o sexo.
No que escrevi é tudo verdade menos o nome da moçoila que, para não magoar alguém, mudei para Irene.
Chamava-se Fernanda, Fernandinha, tinha dessasete anos (eu também),nascera em Lever/Crestuma, era a empregada doméstica (criadas, como eram conhecidas na altura)do 319, r/c esq., Rua do Bom Sucesso,Boavista, Porto. Eu morava no 319, 2º. Esq.
Fui ao meu diário confirmar o que escrevi na altura, a 5 de Maio de 1964. Delicioso texto, não para o blogue mas para um manual da boa educação sexual. O que eu aprendi com a Fernandinha!
E tinha uns esplendorosos olhos azuis...
Abençoado Portugal que tais mulheres dá.

Forte abraço.

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Bom dia camaradas

Após tanta prova, fica-me a convicção que a Casa di Irene tinha mais que um endereço, ela não era propriedade privada, do tal Italiano, o Sr. Nico Fidenco.

Têm toda a liberdade, façam pois as vossas divisões, já que é material tão publico, deixem umas sobras para o rapaz...

Bom dia para todos.

José Corceiro

Anónimo disse...

Bom,lá vamos recomecar de novo! Agora com a Fernandinha,de 17 anos,(ele há cada perverso!),com esplendorosos olhos azuis...mais o tal manual de boa educacao sexual,para os galiföes já entradotes.A continuar assim,e apesar de entre os camaradas haver muitos especialistas em Operacöes Especiais,pergunto-me se o saudoso Laboratório Militar dos nao menos célebres comprimidos LM faz descontos aos veteranos de guerra quanto a certos comprimidos azuis(que ficam tao bem com a cor dos olhos da Fernandinha!).Graca de Abreu está a tornar-se tao responsável por estas memórias pungentes como alguns dos nossos dirigentes políticos quanto às "négas"(salvo seja!) respeitantes ao orc,amento do Estado. Como tao bem escreve o Ilustre Camarada:"Abencoado Portugal da Ireninha,da Fernandinha",e,já agora...dos tais Excelentíssimos políticos". Para acabar com esta telenovela,só espero que o nosso Camarada Carlos Vinhal,nao queira,mais uma vez,imitar a "TAL" imaginacao do Sr.Dr.ALA,pois as fotos que existem da Fernandinha sao impróprias de ser publicadas...até na Lapónia! (PS/Será a mesma Maria Fernanda que,um dia, encontrei na estrada de Gandembel a apanhar "míscaros"?)

silva da cart 1689 disse...

Desculpem, mas a povoação Crestuma/Lever não existe. Existem sim, estas duas vilas do concelho de Gaia. Esta ligação, muito utilizada por políticos e jornalistas, deve-se ao facto de ter havido uma "guerra de limites geográficos"( a tal que condicionou a tomada de posse de Mário Soares, devido ao boicote nas respectivas eleições), quando da construção da Barragem de Crestuma, dentro do limite de Lever.
Aí, nessa fronteira, ´quase despovoada,junto à Barragem, na curva mais larga, onde funciona o "Centro Regional de Trabalho das Meninas dos Palop", foi onde o meu conhecido António Camelo, de Lourosa, abandonou uma cadela chamada Irene que lhe chegou a casa prenha de caezinhos de várias cores.

Luís Graça disse...

Os meus dois cêntimos para acalmar a insubordinação na caserna...


A casa d'Irene... 1965... Lembram-se ? ... E eu a pensar que era a versão italiana da portuguesíssima Casa da Mariquinhas...

Ah!, musiquinhas (românticas) do nosso tempo de jovens com a guerra à porta (em 1965, com 18 anos, já eu tinha o nome para as sortes), ah!, escaldantes e nostálgicos verões à beira mar (ou à beira rio, no caso da Irene de Crestuma)...

Agora que eu fui recuperar e relembrar a letra, verifico que esta canção é muito mais delicodoce do que o fado (imortal) do nosso Alfredo Marceneiro...

Música e letra: Nico Fidenco, 1965.

Diz a Wikipédia:

"Nico Fidenco, nome artístico de Domenico Colarossi, (Roma, 24 de janeiro de 1933) é um cantor e compositor italiano. Foi um dos mais importantes nomes da canção italiana dos anos sessenta.

"Uma de suas canções mais conhecidas é 'A casa di Irene', que é um grande clássico, uma canção profundamente identificada internacionalmente com a imagem da Itália" (...).


Podem ouvir aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=fB4kUTNWZSQ&feature=related

Aqui vai a letra(em italiano, depois traduzo, a seguir):

I giorni grigi
Sono le lunghe strade silenziose
Di un paese deserto
E senza cielo

(Refrão)

A casa d'Irene
Si canta, si ride,
C'e gente che viene,
C'e gente che va.
A casa d'Irene,
Bottiglie di vino,
A casa d'Irene
Stasera si va.

Giorni senza domani
E il desiderio di te.

Sono quei giorni
Che sembrano fatti di pietra,
Niente altro che un muro
Sormontanto da cocci di botiglia.

(Refrão)

A casa d'Irene
Si canta, si ride,
C'e gente che viene,
C'e gente che va.
A casa d'Irene,
Bottiglie di vino,
A casa d'Irene
Stasera si va.


E poi, ci sei tu a casa d' Irene,
E quando mi vedi,
Tu viene da me,
Mi guardi negli occhi,
Mi prendi la mano,
Ed in silenzio mi porti con te.

(Refrão)

A casa d'Irene
Si canta, si ride,
C'e gente che viene,
C'e gente che va.
A casa d'Irene,
Bottiglie di vino,
A casa d'Irene
Stasera si va.


Giorni senza domani
Ed il desiderio di te.

Nei giorni grigi
Io so dove trovarti.
I giorni grigi
Mi portano da te,
A casa d'Irene,
A casa d'Irene

(Refrão)

A casa d'Irene
Si canta, si ride,
C'e gente che viene,
C'e gente che va.
A casa d'Irene,
Bottiglie di vino,
A casa d'Irene
Stasera si va.

Luís Graça disse...

Na casa de Irene (Nico Fideco, 1965; tradução livre, e apressada, do italiano, L.G.)


Os dias cinzentos são as ruas compridas e silenciosas
De um país deserto e sem céu.

(Refrão)

Na casa de Irene
Canta-se e ri-se.
Há gente que entra,
Há gente que sai,
Na casa de Irene
Há garrafas de vinho,
À casa de Irene
Irei lá esta noite.

Dias sem amanhãs
E o desejo de ti...

São aqueles dias
Que parecem ser feitos de pedra,
Nada além de uma parede
Com garrafas quebradas.

((Refrão)

Na casa de Irene
Canta-se e ri-se.
Há gente que entra,
Há gente que sai,
Na casa de Irene
Há garrafas de vinho,
À casa de Irene
Irei lá esta noite.

E logo que eu sei
que estás na casa de Irene,
Quando me vês,
Corres para mim,
Olhas-me nos olhos,
Pegas-me na mão,
E em silêncio levas-me contigo.

(Refrão)

Na casa de Irene
Canta-se e ri-se.
Há gente que entra,
Há gente que sai,
Na casa de Irene
Há garrafas de vinho,
À casa de Irene
Irei lá esta noite.


Dias sem amanhã
E o desejo de ti...

Nos dias dias cinzentos
Eu sei onde encontrar-te,
Os dias cinzentos
Levam até ti,
À casa de Irene,
À casa de Irene.

(Refrão)

Na casa de Irene
Canta-se e ri-se.
Há gente que entra,
Há gente que sai,
Na casa de Irene
Há garrafas de vinho,
À casa de Irene
Irei lá esta noite.

Anónimo disse...

Amigo Luís Graça

O meu obrigado pela tradução da letra, da Casa d´Irene…

Esta canção excita em mim, saudosas e aprazíveis recordações… nostálgicas, de momentos vividos, quando eu era menino e moço!

Guardo ainda dois discos de vinil, do Nico Fidenco, de 45 rpm, que têm a melodia da Casa d´Irene, sendo que um me acompanhou na minha estadia na Guiné!

Um abraço

José Corceiro

Anónimo disse...

Insubordinação, Luís???
Acho que foi mesmo motim! Ainda por cima com a colaboração de um teu 2.º comandante.
Manda melhorar o rancho e verás que tudo regressará ao normal. Processos disciplinares ou conselhos de guerra já não metem medo a ninguém.
Se optares por reforços à Benfica, a Ireninha pode por lá pairar... e lá se vai a segurança.

Não te gabo a sorte como comandante desta tropa.
Abraço,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Meus Senhores!

Estou muito sentido porque ninguém atendeu à explicacação de um natural de Crestuma (Silva da minha/nossa CART 1689) que carreou para esta discussão a explicação bem lógica da prenhez da cadela de nome Irene(Sobre o pai...nickles!).
Por outro lado, quero dizer ao J.Belo que não explicou devidamente aquela "história" dos MÍSCAROS. Nem todos saberão do que se trata. Eu, como duriense, não sabia. Só na Beira Baixa soube da sua existência e da necessária flexão do tronco à frente para "apanhar"... MÍSCAROS.
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Caríssimo Alberto Branquinho.Quanto à explicacao da prenhez da cadela,ainda está a ser analisada por expecialistas de Direito Internacional da Lapónia. Quanto a essa da "flexao do tronco à frente" para apanhar para o cabaz,(e observa que escrevo...para o cabaz...e nao...no cabaz!),referente à Fernandinha da estrada de Gandembel,é uma das posicöes "históricas" que os navegantes portugueses introduziram no Reino (salvo seja!), ao regressarem das suas passeatas até à India.Consta entre eruditos em História,(e aí o dever pedir-se melhor opiniao a Graca De Abreu),que um dos primeiros exemplares de célebre livro "posicionista" terá sido trazido para o Reino pelo próprio Almirante Vasco da Gama.(O Histórico;que nao o nosso da Tabanca do Centro,visto este moderno almirante Da Gama,ser mais dado a estudar tais assuntos em certos vídeos da especialidade). Quanto aos MÍSCAROS;queres convencer-me que tu,como milhöes de outros portugueses nao terao lido conhecida entrevista (das poucas "intimistas") dada por Salazar a um jornal lisboeta nos anos sessenta? Ele aí refere que,durante a sua infäncia nas Beiras,ía apanhar MÍSCAROS em companhia de outros miúdos amigos,entre eles um futuro alto dignitário religioso.(obs/esta entrevista existiu). Sendo este Venerando Estadista dado a outro tipo de divagacöes...mas nunca! NUNCA! do tipo das do Sr.Dr.A.L.A,espero que o termo "viriático" de MÍSCAROS ,por ele usado,entre desde agora no teu vocabolário quotidiano. Com perigo de me repetir,(mas nestas coisas nunca será demasiado),fico sempre profundamente desiludido,quando verifico que alguns...menos portugueses...nao terao sempre "bebido",como se de leite maternal se tratasse,todas as palavras doutas do insigne Estadista. Mas,e voltando a assuntos sérios,será que a Irene e a Fernandinha ainda continuam...muito dadas...ali para os lados do Parque Eduardo VII da minha Lisboa saudosa? Um grande abraco.

Luis Faria disse...

Desculpai lá todos vós,mas julgo que a tal miúda redondinha de quem falais e tendes tão belas recordações era a mesma e chamava-se realmente Irene Fernando(a)como muito bem diz o Vinhal.Conheci-a de vista (só) lá para as bandas ...antes de embarcar e chamavam-lhe realmente Ireninha ou Fernandinha do "pobo" por ela ser da zona do Porto.

Abraço

Anónimo disse...

Estimados S.res.Sem dúvida que tan_
to a Fernanda como a Irene foram
célebres desde o Minho à Guiné e
muito versáteis,até sabiam"apanhar"
Míscaros,mas deixai que vos diga,
não foram as ùnicas.Sempre ouvi di_
zer que uma rapariga chamada Alema_
nha também andava a "apanhar"não sei se seriam Míscaros,descuidou-se
e...perdeu a guerra!...
Este vosso camarada.
Carlos N. (B.Caç.2842 Moçambique-1968-1970).

Anónimo disse...

As "liberdades poéticas" do nosso Editor já provocaram 26 postes! Nao é ainda a esperada vaga de fundo do tipo Sr.Dr.A.L.A.,mas quase. Consta,esta Aldeia de Entre-Renas,terem a Ireninha e a Fernandinha se deslocado para o Centro (Geográfico!Geográfico!) em busca de um tal COZIDO para se manterem "redondinhas".As "dadas meninas" planeiam ainda,uma saltada ao Fundao para, aí,"partir mantanhas" com conhecido habitante,e membro da Tabanca Grande. Como todos estao muito calados, por essas paragens,(quanto a estas duas deslocacöes),presumo,COM MUITA APREENSAO,ter havido algum grande mal-entendido de traducao,entre o..."partir mantenha",e o..."partir catota"! Um grande abraco.

Silva da Cart 1689 disse...

Amigo Branquinho

Sem pretender travar a excelente veia humorística que aqui vai, antes pelo contrário, gostaria de esclarece-lo de que não sou natural de Crestuma, embora me considere crestumense. Sou de Fiães - Feira e fiz a "cambança" para esta linda terra, através do casamento.

Aqui me envolvi socialmente com esta boa gente, associativamente muito activa. Hoje, neste "Outono Invernoso" beneficio de poder contar com um bom grupo de amigos.

Em tempos colaborei muito em actividades desportivas e outras, donde destaco ter sido Fundador e 1º Presidente do Clube Náutico de Crestuma e igualmente Fundador e 1º Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Crestuma.

Devo informar que conhecendo o José Campos, músico e muito digno Presidente da Sociedade Filarmónica de Crestuma, à qual tem dedicado grandemente a sua vida, terei que lhe manifestar aqui o meu apoio e a minha simpatia.

Luís Graça disse...

José Corceiro: Falando alto para me fazer ouvir, já que isto por aqui 'tá uma ganda bagunça... Não queres fazer um poste com as tuas "musiquinhas" do tempo de Guiné, incluindo o pré-Guiné e o pós-Guiné ?

Podíamos depois recuperar as letras e as músicas, via Net...

Diz-me o que ouvíamos (no giro-disco), dir-te-ei quem eras...

Anónimo disse...

Nota-se no ar uma certa necessidade de..."ordem pública". Será? OK, é só mandar tocar ao....Recolher!

Anónimo disse...

... ou dar-lhes música.

Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Amigo Luís Graça

Estes tertulianos querem folia, está tudo ainda com o sangue na guelra.
Luís, tens que levantar o pau e impor a ordem na capoeira, porque segundo consta, há uns conspiradores secretos, a organizar um golpe de mão para desencaminhar Irenes, Fernandinhas e Milenas (Conjunto João Paulo, Sérgio Borges)!

Vamos pois dar-lhe um pouco de música, na esperança que seja o antídoto que os fará sonhar, para melhor poderem fantasiar; a música ajudará a disciplinar os rebeldes, antes que haja alguma insubordinação, quiçá ajudá-los a regressar à desejada juventude que persiste em cada um de nós. Vamos pois ver quais são os virtuosos, que ainda têm folgo para um pé de dança!?

Um abraço e um bom dia para todos.

José Corceiro

Joaquim Mexia Alves disse...

tenho seguido com "muito interesse" esta troca de galhardetes e até comentei na tertúlia dos Lapões, que a fotografia da Ireninha lá colocada, não seria dela, mas sim da Rosa, costureira de Gaia, junto ao RAP 2 de saudosa memória,(a Rosa, que não o RAP2)!

Mas agora venho à liça por que vos esqueceis da famosa Aline, imortalizada pelo françês Christophe nos idos de 1965 como consta de http://www.youtube.com/watch?v=s0PvYKmbk1Y

ou da não menos famosa Michelle, também imortalizada pelos Beatles nos anos 60, conforme
http://www.youtube.com/watch?v=nfWVKQoRXhk

ou ainda a Delilah, esta levada à imortalidade pelo Tom Jones, também nessa época, como se pode confirmar em
http://www.youtube.com/watch?v=sI5LWwC-cE8

E mais não digo!

Um abraço camarigo para todos

Anónimo disse...

MEU QUERIDO PORTUGAL! Um "cheirinho libertário" e...todos gritam pela...ORDEM! (PS/Camarada e Amigo José Corceiro,já agora,quem é a Milena?Essa nao pode ser TAMBÉM conhecida do Graca de Abreu!Ou será aquela amiga do antigo "Príncipe da Madalena" em Lisboa? Um abraco.

Anónimo disse...

Prometo aos Excelentíssimos Senhores Editores do blogue que é a última vez que me meto...NISTO! Mas alguma "orde" tem que haver! Caríssimo Amigo Joaquim Mexia Alves....Que raio de estrangeiradas sao estas? Aline?Michelle?Delilah? Entao por onde andavam a Simone?A Madalena Inglésias e a Tonixa dos anos sessenta?(E o nosso querido Camarada Marco Paulo também poderia ser para aqui chamado;porque nao?).Na rádio da Guiné!!! E isto para nao falar das "clássicas"...A Mariquinhas,a Júlia fadista,e a minha grande amiga Daduxa(ou seria Mamuxa?) das noites de fado em Cascais.Na rádio da Guiné!!! Como diriam os ANTIGOS(!) Camaradas-Camaradas do Sr.Dr.Durao Barroso...."Estrangeirismos para fora dos blogues...JÁ!" Um respeitoso abraco.

Anónimo disse...

…Faltou a portuguesíssima Maria Rita…esta até se oferecia uma vela a S. João!

José Corceiro

Anónimo disse...

Ficará, provavelmente, como o poste mais comentado do mês, além de vir provar que, até no capítulo DISCIPLINAR, a preparação das NT era deficientíssima.
Abraço,
Carlos Cordeiro

Zé Teixeira disse...

Daqui fala o Mamadu Djaló qui firma na Catió. Na pide disco "non som digno di bó".
A frase é:Por uma Guiné minhor.

Pobre Irene de Crestuma/Lever que se perdeu no meio desta terrível confusão.
Deixem-me explicar que Crestuma e Lever são efectivamente duas simpáticas Vilas do concelho de Gaia, que à data dos acontecimentos, ou seja quando todos nós lutávamos por possuir a famosa rechonchuda Irene,a do Bom Sucesso que morava na R. de S. Miguel, elas, as freguesias de Crestuma e Lever debatiam-se por dar o nome à barragem que ali estava ser construída. Ganhou Crestuma por 1 a 0.
Certo porém, que quando a "minha" Irene passava, toda rebolona, o grupo sentado no "Piolho" gritava: olha lá vem a de "Questuma Levar" e ela respondia: Boa noite, mas só para um.
Belos tempos!
Perdi-lhe o rastro quando desertei para a Guiné e nunca mais a vi.
Se a encontrarem por favor avisem-me.

Zé Teixeira

Anónimo disse...

Apesar dos 37(!) comentários,a sabedoria de Lapao honorário diz-me que o relógio da HISTÓRIA está a dar os últimos "Tic-Tacs" para com este poste.OU...? Certamente que nao será por mal,mas será que vamos todos(os "séniores" e as geracöes futuras)ficar sem nada saber sobre a "Milena" referida por José Corceiro? Faz doer ás pedras! (OBS///Excms.Senhores Editores.Este segue ANÓNIMO, porque o Zé Belo já nao se atreve... depois de tanto granel!)

Anónimo disse...

Grande MAIORAL! Essa do..."Questuma Levar" é digna de um Luíz Vaz de C.! Por uma Guiné...minhor!

Anónimo disse...

Já nem me lembrava que tudo começou com:

«Vamos a ver se esta..."liberdade poética" nao terá como resposta adquada,uma ultrajada vaga de fundo,como outra que por aí anda a "bater no mexilhao"». (do Lapão Honorário)

Vaga de fundo, houve.
Se a resposta foi ou não adequada, o "Relatório de Operações" o dirá. Aguardemos.

Carlos Cordeiro

Luís Graça disse...

Joaquim:

Como já tinha dito ao Zé Corceiro, temos aqui material para uma nova série, tipo "As Músicas dos meus 20 anos" (a Antena 1 tem o programa "As Canções da Minha Vida"... mas é só para VIP e amigos)...

Estou a pensar naquelas que fomos (?) a trautear nos Niassas, nos Uíges, e continuámos a trautear (agora entre dentes...) nos Matos Cão, nas picadas, nas lalas, nas bolanhas, nos tarrafos, nos rios... da Guiné. Em terra, ar e mar. Porque quem canta(va) seu mal espanta(va)...

Algumas destas músicas (as francesas e as italianas ainda estavam na moda, até serem submergidas pela vaga da música pop , de origem americana e anglossaxónica) estão inevitavelmente "coladas" aos nossos ouvidos, mais do que à "visão" (ainda não havia o vídeoclip, e a TV estava nos primórdios)...

Podemos recuperar essa memória, ligada à tropa e à Guiné...


Que tal ? Com a ajuda (ou a inspiração/expiração) das Irenes, das Helenas, das Fernandinhas e das demais Marias da terra, de Crestuma até Lever...

Um abraço. Luís


PS - Esse inventário está por fazer. Alguns de nós tinham gira-discos (um pequeno/grande luxo, tal como o frigorífico a petróleo ou até a máquina fotográfica)... E têm, seguramente, lá arrumados no sótão da casa dos pais os primeiros discos de vinil que compraram... Recuperem-se pelo menos as capas e as letras...

Luís Graça disse...

De Crestuma até Lever... Bom, até parece que a nossa querida terra é tão liliputiana, como o Luxemburgo ou o Vaticano, Andorra ou o Lichenstein... Garanto-vos que há mais Irenes, Helenas, Fernandinhas e Marias na terra e muitas mais terras por descobrir, aquém fronteiras... Vejam só esta lista de Tabancas cá do nosso Portugal Sacro-Profano, de A a Z:


A

Agua Derramada - Grândola
Aliviada - Marco de Canaveses
Amor - Leiria
Angústias - Paredes de Coura
Às dez - Angra do Heroísmo

B
Bagaceira – Calheta
Bairro do Fim do Mundo - Cascais
Baixa da Banheira - Antigo Lugar da Banheira (Séc. XV), Moita
Bêbeda - Sines
Bexiga - Tomar
Bicha - Gondomar
Bicho - Santo Tirso

C
Cabeçudos - Marvão
Cabrão - Ponte de Lima
Cabrões - Santo Tirso
Cama Porca - Alhandra
Campa do Preto – Maia
Casal da Gaita - Lourinhã
Casal de Água de Todo o Ano - Abrantes
Catraia do Buraco - Belmonte
Cemitério - Paços de Ferreira
Chiqueiro – Lousã
Coina – Barreiro
Coito - (Vários concelhos)
Colo do Pito - Castro Daire
Cova da Moura - Amadaora
Coxo - Vila da Praia da Vitória, Oliveira de Azeméis e Felgueiras
Crucifixo – Tramagal
Cu de Judas – Ilha de São Miguel, Açores

D
Deixa-o-Resto – Santiago do Cacém
Deserto - Alcoutim, Coruche e Estremoz

E
Endiabrada - Aljezur e Odemira
Esgaravatadouro - Monchique

F/G/H

Focinho de Cão - Aljustrel
Garanhão - Ponte da Barca
Hospícios - Azeitão

I/J

Imaginário - Caldas da Rainha
Jerusalém do Romeu - Mirandela

M/N/O

Mal Lavado - Odemira
Máquina - Cabeceiras de Basto
Mata Cães – Torres Vedras
Mata Mouros - Vila do Bispo
Mata Porcas - Lagos e Monchique
Monte dos Tesos - Avis
Namorados - Castro Verde e Mértola
Orelhudo - Coimbra

P

Paimogo - Lourinhã
Paitorto - Mirandela
Paixão - Celorico de Basto e Vieira do Minho
Paraíso - (Vários)
Passado - Vila Verde
Pedaço Mau - Vila Nova de Ourém
Pés Escaldados - Arganil
Picha - Pedrógão Grande
Pirescoxe - Santa Iria da Azóia, Loures (a terra em que viu nascer gente operária e militantes comunistas como o Jerónimo de Sousa)
Pitões das Júnias - Montalegre
Pobreza – Caminha
Poço de Boliqueime – Loulé
Poço dos Mouros - Lisboa
Ponta - Lajes das Flores e Porto Santo
Porca - Ponte de Lima
Porqueiras - Sítio da freguesia de Seixo Amarelo, Guarda
Presa dos Mouros - Lagoa
Pulo do Lobo - Mértola (celebrizado pelo Prof. Cavaco Silva, e tornado o símbolo do Portugal profundo)
Punhete - Valongo
Purgatório - Albufeira

Q
Quartos - Vila Verde e Loulé
Quinta de Comichão - Guarda
Quinta do Himalaia - Barreiro

R
Rabo de Peixe - Ilha de São Miguel, Açores
Rabo de Porco - Penela
Rato - Barcelos e Vila Nova de Famalicão
Ratoeira - Vila Nova de Cerveira
Rata - (11 concelhos, pelo menos: Arruda dos Vinhos, Beja, Castelo de Paiva, Espinho, Maia, Melgaço, Montemor-o-Novo, Murça, Santarém, Santiago do Cacém e Tondela)
Rego do Azar - Ponte de Lima
Rio Seco dos Marmelos - Ferreira do Alentejo

S
Senhora do Alívio - Baião
Sítio das Solteiras - Tavira

T

Terra da Gaja – Lousã
Tomates - Albufeira
Traseiros - Oliveira de Azeméis

V

Vacalouras - Castanheira de Pêra
Vaginha - Vagos
Vale da Rata – Almodôvar
Venda da Gaita - Tomar
Venda da Porca - Estremoz
Venda das Pulgas - Mafra
Venda das Raparigas - Alcobaça
Vale de Mortos - Beja
Venda dos Pretos - Leiria
Vergas - Vagos
Vila Nova do Coito - Santarém
Vilar de Vacas - Antigo nome de Ruivães, concelho de Vieira do Minho
Vinha da Desgraça - Coruche
Violência - Paredes de Coura

ZZZZZZ...

Vs. Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, I Série > 11 de Outubro de 2003 > Portugal sacro-profano - I: Do Colo do Pito à Catraia do Buraco, Terras de Espanha, areias de Portugal...

http://blogueforanada.blogspot.com/2003_10_05_archive.html

Anónimo disse...

Caro Carlos Cardoso. Como (quase!)todos os portugueses sao poetas,(mesmo a Ireninha,a Fernandinha,a Milena,ou a minha Mamuxa mais nao sao que poemas em movimento),é a dialéctica entre a tal "liberdade poética" e os gritos de:"ÓRDE!ÓRDE!" de algumas entrelinhas, que tornam todo este "granel atirado à parede"...interessante. Como tao bem diz a Ireninha do Zé Teixeira:"Boa noite,mas só para um"! Um grande abraco.

Luis Faria disse...

De facto,Zé Teixeira,essa de ..."lá vem a de Questuma Levar" e a resposta da moçoila(?) "boa noite mas só para um" é digna de uma composição musicada,com rectroactividade aos "modelos sessenta".
Será que o "Zé Cabra" era capaz???

Anónimo disse...

Nao sei bem porquê,mas,VACA LOURAS (Castanheira de Pêra)faz-me lembrar "algo" da Suécia! Atencao!Isto dentro do tal espírito de "liberdade poética".

Luís Graça disse...

Ainda a propósito da Irene de Crestuma (terra de gente tão honesta e trabalhadora, e tão portuguesa como qualquer outra)... Ou de Lever que fica ao lado.

Convenhamos que há sítios mais (im)próprios do que outros para uma pessoa nascer, viver, respirar, amar, trabalhar e morrer... A verdade é que não há equidade no nascer, nem no viver e até no morrer.

Vocês já imaginaram serem vizinhos ou até conterrâneos dos habitantes, por exemplo, de Cabrão, Cama Porca, Catraia do Buraco, Colo do Pito, Focinho de Cão, Paitorto, Picha, Punhete, Rego do Azar, Rio Seco dos Marmelos ou... Venda da Gaita ?

Por mim continuo a não ver mal nenhum nisso, desde que os nossos concidãos/ãs lá nascidos/as não se sintam discriminados/as e sejam felizes... Alguns têm sentido do humor, outros nem tanto.

É o caso por exemplo da minha cunhada Maria, nortenha, um poço de ternura e de doçura, que se diverte à brava, quando a malta chega lá casa, à hora do almoço, sem avisar, e exclama, brejeira, em voz alta:
- Ó seus c..., a única coisa que tendes p´ra comer é... o pito da Maria!

Afinal, senhores e senhoras que nos lêem, são tudo flores (brutas, espontâneas, singelas, magníficas, belíssimas) destas Terras de Espanha, Areias de Portugal (diriam as meninas da Nau Catrineta)...

Infelizmente, muitas destas terras já desapareceram ou tenderão a desaparecer com a desertificação, o envelhecimento, as autoestradas de sentido único, o desinvestimento público, a racionalização e centralização dos equipamentos sociais, a quebra das solidariedades intergeracionais, a aculturação urbana, o consumismo, etc.

Luís Graça disse...

A liberdade não se adjectiva, pratica-se... Às vezes anda escondida, encolhida, recolhida, fechada em casa, ressequida, deprimida, sustida, contida, reprimida, f..., e é por isso que os poetas de tempos a tempos gritam:
- Viva a liberdade livre!

No meio desta blogoterapia toda (a meia centena de comentários a este inocente poste) - blogoterapia que é sempre um exercício saudável, mesmo que sem a participação das nossas, poucas, camaradas e amigas- , permito-me só constatar (não é uma crítica...)que não acrescentámos mais nada à resposta, já de si lacónica, à pergunta do Presidente José Campos, um crestumense que merece toda a nossa consideração e apreço, sobre o "tal pobre camarada de Crestuma" que o poeta pôs a morrer na Ponte de Caium...

Parece, salvo prova em contrária, que "apenas" morreu um homem de Crestuma na já distante guerra do ultramar, no século passado... E não foi em Caium... Que importa o tempo e o lugar, quando um homem morre ?

A verdade, nua e crua, é que militares portugueses continuam a morrer noutros lugares, noutras missões... Ainda recentemente, em 2007, foi um pára-quedista, Sérgio Pedrosa, 22 anos, natural de Crestuma... Tão jovem como os camaradas que morreram na Ponte de Caium ou em Gadamael ou na Ponta do Inglês ou em Cheche ou em Gandembel ou em Guidaje...

Leia-se, a propósito, o que disse o Diário IOL, em 27-11-2007... Aqui vai um pequeno excerto:

(...) «A maior experiência da minha vida está prestes a começar». A frase entre aspas é do soldado Sérgio Pedrosa e foi assinada no dia 23 de Agosto na sua página de Hi5, na Internet, antes de partir para o Afeganistão, país onde perderia a vida, três meses depois, num acidente de viação, durante uma patrulha militar.

"Madrugada de sábado passado nos arredores de Cabul, noite de sexta-feira em Crestuma. Segundo o Google Earth são 6.645 quilómetros de distância em linha recta, entre o local sobre o qual disse ser «o fim do mundo» e aquele para onde queria voltar «no Natal». O jovem paraquedista estava na vigia de um Hummer blindado. Uma berma. Um capotamento. A fragilidade humana. Sérgio morreu com 22 anos.

"Longe de casa, a tecnologia manteve-o à distância virtual de um endereço. Na página que tinha registado no sítio de relacionamento HI5 tem associados «585 amigos». Muitos deles serviram-se do espaço como memorial. «Com a tua partida o mundo ficou um lugar mais triste». Lê-se no último comentário que deu entrada no perfil de Sérgio, até à conclusão desta peça. Abaixo, as mensagens sucedem-se no mesmo tom: «O que é belo não morre, transforma-se em outra beleza...», «as palavras fogem num momento como este», «até sempre».(...).


http://diario.iol.pt/noticias/afeganistao-militar-soldado-crestuma-hi5-/885160-291.html

Luís Graça disse...

Segundo a estatística do Blogger (que suporta o nosso blogue), estamos a chegar aos 15 mil comentários, desde Maio de 2010 (o histórico estatístico começa aqui; até então só continhas à unha)...

Três mil por mês...Cem por dia... É um indicador interessante, dando uma ideia da dinâmica deste espaço (a que eu chamo, na brincadeira, o "downstairs", a cave do blogue)...

Infelizmente ainda há muito malta que não sabe cá vir ter... Passem a palavra uns aos outros, ensinem os demais amigos e camaradas a quem ainda faz confusão esta coisa dos comentários...

Anónimo disse...

Embora um pouco mais recente,mas a
merecer que se faça justiça temos,
a não menos sofrida Amélia.A Amélia
dos olhos doces e do Carlos Mendes.
Amélia dos olhos doces,
Quem é que te trouxe grávida de es_
perança?
Um gosto de flôr na boca,
Na pele e na roupa perfume de França,etc,etc.
Esta moça passou momentos mais de_
sagradáveis em relação à Irene.
carlos N.

Anónimo disse...

Já tocou ao "Recolher".Já tocou ao "Silêncio" com este...saltar de página. E,quando tudo levava a crer que finalmente havia a tal "Órde Pública" dos...cemitérios sob o luar...surge a Amélinha.Para mais, prenhe e a cheirar a Franc,a! Só espereo que,nestas condicöes(!),ela nao seja mais uma das namoradas do nosso ilustre camarada G.A. Respeitosamente.J.Belo

antonio graça de abreu disse...

Num comentário bem atrás, dirigindo-se ao nosso Luís Graça, diz
o José Corceiro:
"Luís, tens que levantar o pau e impor a ordem na capoeira".
Que linguagem é esta?
Não admira que este post, tão cândido,vindo de Crestuma, ou Lever, terra de mulheres bonitas,
já leve mais de meia centena de comentários, um novo record, creio.
Andamos todos com uma grande pedalada
ou com saudades dos bons velhos em andávamos todos com uma grande pedalada.
Com saudades do pau à solta pela capoeira.

Forte abraço,

António Graça de Abreu

antonio graça de abreu disse...

Repito o último parágrafo:

Andamos todos com uma grande pedalada
ou com saudades dos bons velhos tempos em andávamos todos com uma grande pedalada.
Com saudades do pau à solta pela capoeira.

Forte abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

A curtas horas de mais uma abalada para o outro lado do "charco",é com sincero desgosto que vou ter que abandonar estas análises profundas,todas elas resultantes das criativas liberdades poéticas de alguns .Aos editores do blog que tiveram o trabalho de acompanhar os 50 comentários (até agora!),gostaria de dizer que ,a Vossa consciência de terem contribuído para o alto nível (Só a Irene tem p'rá i mais de um metro e oitenta!)dos assuntos debatidos,é,por certo,justo e bem merecido prémio. Bem hajam em nome de todos os...pais solteiros! Um grande abraco do J.Belo.

Anónimo disse...

Carissimos,

Fico muito agradecido pelas palavras simpáticas que dirigiram à minha pessoa, à minha freguesia mas sobretudo á Banda de Crestuma.
Abraço especial ao Amigo Silva da Cart 1689-Obrigado.
Devo dizer que o Blog em si me cativou e tenho, não perdido, mas ganho algum do meu tempo disponivel a ler esta maravilha.
Fiquei orgulhoso por saber que o tópico gerou uma das maiores receitas em comentários. Perdoem afirmar que a Banda de Crestuma provoca esse efeito nas pessoas.

Já agora, aproveito para vos convidar a todos, e perdoem enviar convite especial ao Sr. Luis Graça e ao amigo Silva Cart, a assistirem a um concerto que efectuaremos no próximo dia 23 de Outubro, às 21H30, no Auditório Municipal de Gaia.

Se alguém decidir aparecer, por favor peçam para chamar por mim, pois terei muita honra em conhecer V. Exas.

Continuem com o bom escrever que pela minha parte, prometo continuar a ler.

As melhores saudações musicais,
José Campos

Luís Graça disse...

Convite extensivo a todos os amigos e camaradas da Guiné, em especial os da Tabanca de Matosinhos... Infelizmente não poderei estar, por compromissos profissionais, aí, no Auditório Municipal de Gaia, no dia 23 de Outubro, às 21H30...

Adoro bandas filarmónicas. E teria muito gosto em assistir à actuação da Banda Filarmónica de Crestuma e conhecer pessoalmente o nosso leitor e amigo José Campos, para além do camarada Silva. Se algum dos nossos co-editores nortenhos (Carlos Vinhal ou Eduardo MR) ou se alguém da Tabanca de Matosinhos puder e quiser representar-me, tem o meu OK!

Vamos continuar a falar de Crestuma, da sua Banda Filarmónica e das Irenes dos nossos amores e da nossa juventude. Que o sonho comanda a vida, dirá o poeta, artesão da(s) palavra(s), guardião da liberdade livre...

Luís Graça disse...

Chegámos, com este, aos 56 comentários... Já não me lembro, há muito, um simples poste como este, ainda por cima da série O Nosso Livro de Visitas, ter tantos e tão inspirados, originais e divertidos comentários... Bem hajam todos os comentaristas, a começar pelo J. Belo que lançou o mote e o António Graça de Abreu que ateou o rastilho...

E um beijinho para a Irene de Crestuma, terra onde povo, brejeiro, diz: "O homem é fogo, a mulher estopa, vem o diabo... e assopra!"... Espero que os incêndios (não os da floresta mas os outros, os do coração e da inteligência) continuem em alta em Crestuma (sem desprimor para Lever, que o amor quando nasce deve ser para todos/as)...