sábado, 28 de fevereiro de 2009

Guiné 63/74 - P3950: Sr. jornalista da Visão, nós todos fomos combatentes, não assasinos (7): Manuel Maia, o bardo do Cantanhez

1. Mensagem, algo original, do Manuel Maia, ex-Fur Mil da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4610, Bissum Naga, Cafal Balanta e Cafine (1972/74)

Caro Luis tive oportunidade de ler comentários de camaradas relativamente ao artigo supracitado (*), de que espreitei a parte evidenciada na caserna, e decidi também, à guiza do que tantos já fizeram, dizer de minha justiça pela forma de sextilhas...

Presumo que se trata de jornalista jovem a querer "ganhar espaço" e influenciado por gentalha que teima a apelidar-nos de maus da fita.


Se porventura achares por bem dar a conhecer ao resto do pessoal da caserna, fá-lo. Um abraço do Manuel Maia. (**).


Assente em deturpada narrativa
de escória desertora, fugitiva,
escriba da Visão, agride, insulta.
Do vilipêndio, a geração sofrida,
em nome dos que lá deram a vida
exige-lhe o pedido de desculpa.

Não fomos assassinos, mercenários,
mas antes combatentes, solidários
com povos que aprendemos a gostar.
A prova está no enorme abraço dado
entre afros e as gentes deste lado
de cada vez que encontro tem lugar...

Depois da desastrosa entrada em cena,
terá de retractar-se a estulta pena,
p´ra além do que é dever, está o direito.
Da exigência não abramos mão
pois mancha a veterana condição
e mortos mereciam mais respeito...


___________

Notas de L.G.:

(*) 27 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3947: Sr. jornalista da Visão, nós todos fomos combatentes, não assassinos (6): Luís Graça, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)

(**) 20 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3915: Cancioneiro do Cantanhez (1): De Cafal Balanta a Cafine, Cobumba, Chugué, Dugal, Fatim... (Manuel Maia)

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Camarada Manuel Maia,
Desde que entraste para a nossa Tabanca que leio sem perder pitada a tua "versalhada". Os meus mais sinceros parabéns pela tua veia poética.
Este teu último poste fará inveja a muitos jornalistas que gostariam de ter a tua veia....
Peço-te o favor de o enviares à Visão, ou a alguém que porventura conheças nalgum jornal, para que estas três sextilhas cheguem ao maior número de pessoas e as obrigue no mínimo a perguntar, que foi isso de Guerra Colonial?
Com amizade e admiração do camarada,
Vaso da Gama

Anónimo disse...

Ó Manuel Maia, parabéns!

Tu és o nosso Camões e como ele cantas a gesta Lusitana, por muito que a muitos custe!

Abraço camarigo
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Volto à carga!

Temos poetas e de recorte fino e incisivo.

Publique-se! Poesia dos Veteranos do Vietname Português.

Obrigado Manuel Maia, venha cultura que faz falta.

Um abraço do tamanho do Cumbinjã,

Mário Fitas

Anónimo disse...

De facto há muitos valores encobertos, mas parece que esta Tabanca Grande, na sua função meritória de criar ou obrigar a recriar a História da Guerra Colonial, se está tornando cada vez mais num manancial de cultura.
Não digo "Venham mais cinco", parafraseando o grande Zeca Afonso, mas mais dez, vinte...
Um abraço do Mansoanca, Mansabanho e Cachunguense(?) para todos.
Jorge Picado

Unknown disse...

Uma sugestão: Porque não reunir este tema, (Os poemas acho que é assim que se deve designar, e se não for desculpem a minha ignorancia, principalmente os bardos) para uma publicação especial ? Já há muitos aqui na Tabanca. Fora isso, parabens ao camarada Manuel Maia.