quinta-feira, 14 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11251: Antropologia (22): O corá: Elementos essenciais para a sua compreensão (Braima Galissá / Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 8 de Março de 2012:

Queridos amigos,
O Braima Galissá pediu-me para que este trabalhinho para o qual ele exigiu a minha companhia fosse publicado no blogue.
Trata-se do seu cartão de visita, é um manifesto do seu orgulho pela arte que ele serve desde criança. Nem ele nem eu entendemos como é que a comunidade guineense em Portugal faz tão pouco uso deste glorioso património, os meninos bem podiam, desde tenra idade, conviver com o instrumento e ter nele a sua fonte musical predileta.
Também as escolas portuguesas, em parte preocupadas com a multiculturalidade, podiam promover sessões musicais para promover o conhecimento deste genuíno instrumento africano.
Faz todo o sentido qualquer dia reunirmo-nos para ouvir o Braima falar de como comunica nessas cordas de uma quase harpa-alaúde eventos dos seus antepassados ou feitos do tempo presente.

Um abraço do
Mário




2. Comentário do editor:

Caros amigos

Acabei de publicar este magnífico trabalho sobre o Korá, elaborado por Braima Galissá, que alguns de nós já tiveram o privilégio de ouvir tocar ao vivo. Vejam aqui os seguintes postes:

28 de novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3534: Braima Galissá, grande representante da cultura guineense na diáspora (1): Didjiu e tocador de kora


Por que achamos interessante, enviamos também,  pelo correio interno da Tabanca Grande, o original do texto do Braima Galissá em PDF para os mais curiosos o poderem guardar.

6 comentários:

Luís Graça disse...

Mário:

Obrigado pela tua colaboração neste folheto de divulgação de um instrumento (o Korá), de uma arte (a música afromandinga) e de um artista (o Braima Galissá) de que sou fã como tu...

Quero que transmitas ao Braima o meu/nosso desejo de o ver integrado de pleno direito no nosso blogue e na nossa Tabanca Grande. Queria que ele fosse o grã-tabanqueiro nº 610, a seguir ao Ismael Augusto (do teu/nosso tempo de Bambadinca).

Isso vai dar-lhe também maior visibilidade. Ele é um "combatente" da cultura e eu concordo contigo, que temos que fazer mais e melhor no apoio aos artistas (músicos, cantores. escultores. artesãos...) da nossa querida Guiné, alguns dos quais na a viver em Portugal na diáspora (além do Braima, o Kimi Djabaté,o Mamadu Baio, o Manecas Costa..., daqueles que eu conheço, e que são gente talentosa e generosa).

Dentro de dias quero também apresentar, como novo taabanqueiro, o Mamadu Baio, dos Super Camarimba, da tabanca de Tabatô (e que o meu conheceu em dezembro de 2009 e no meu dia de anos!). Mas o Braima tem toda a prioridade: a antiguidade e a idade são um um posto na nossa Tabanca Grande.... Afinal ele já convive connosco há vários anos, desde o lançamento do tei livro, o "Trigre Vadio", em 2008. E é um grande embaixador da cultura da Guiné. Vais ser o padrinho dele, peço-te que escrevas duas linhas de apresentação...

Um abração. LG

Hilario Peixeiro disse...

Recordo com saudade a saudação de Natal (1968)à CCaç 2403, em Nova Lamego(Gabu)feita por um grupo de musicos tocando esse melodioso instrumento que é o Kora e tenho algures uma gravação do Hino Nacional tocado por eles.
Hilario Peixeiro

Cherno Baldé disse...

Caro amigo Mário,

A génese e o desenvolvimento do Korá como instrumento musical e como meio de transmissão, educação e divulgação histórica e cultural na Costa Ocidental da Africa, mais do que o islamismo, fenómeno social e religioso hoje incontornável mas relativamente recente, esteve ligado as aristocracias (elites) guerreiras dos clãs Mandingas, e não só, que reinavam no espaço do antigo reino de Gabú e mais tarde aos poderes tradicionais dos regulados que a estes sucederam no tempo.

Tanto é assim que, tradicionalmente, todas as grandes familias de Djidius, da Gambia até o Mali, sempre tiveram ligações estreita e privilegiadas com as familias poderosas e grandes senhores, em diferentes épocas, em relação aos quais eram considerados Djidius ou Bardos da corte. Esta tradição continuou com os Régulos Fulas de Gabú, que não viam qualquer incoveniente que os Djidius Mandingas continuassem a elogiar os seus antigos soberanos e, segundo a tradição oral, esta pratica remonta até Sundiata keita e mesmo para lá deste, ainda nos tempos dos Saracolés, o primeiro reino conhecido na região (Ghana).

Com o advento da colonização e seus corrolários, os descendentes destas familias ou castas que queriam continuar a arte e oficio dos seus pais tiveram que adaptar-se, como toda a gente, ao rumo dos novos contextos da nossa Africa de hoje.

Com um abraço amigo,

Cherno Baldé

Luís Graça disse...

Encontrei o Braima em Lisboa, no Festival Todos - Caminhada de Culturas, 11 de Setembro de 2011... Mais exatamente no Arquivo Municipal de Lisboa - Núcleo Fotográfico > Exposição Todos > Tirei-lhe uma foto com a Alice... Modestíssimo, lá estava ele o Braima Galissá, natural do Gabu, o grande tocador de kora da Guiné-Bissau... Fomos encontrá-lo, nesta exposição, a tocar kora... Divinalmente, como só ele sabe fazer... Falou-me da sua banda, e da sua colaboração também com a banda do Kimi Djabaté... Dei-lhe um abraço dos seus amigos, da Tabanca Grande, João Graça e Mário Beja Santos...


Vd. poste de 15 DE SETEMBRO DE 2011
Guiné 63/74 - P8776: Agenda Cultural (153): Lisboa, Mouraria, Festival Todos - Caminhada de Culturas 2011, 8-11 de Setembro de 2011 (Parte II)

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/09/guine-6374-p8776-agenda-cultural-153.html

Anónimo disse...

Braima Galissá
01:21

Olá, sr. Luís Graça

Como vão as atividades ? Tudo bem consigo ? Espero que sim, que esteja tudo bem consigo.

Por outro lado, quero perguntar ao sr. Luís se já esteve na Guiné, e em que zona da Guiné-Bissau. Era só isto. Porque costuma chamar ou dizer camarada, e por isso me parece que esteve em África. Obrigado, camarada.

Braima Galissá

Luís Graça disse...

E se nós conseguissemos juntar alguns músicos guineennses da diaspora, no nosso VIII Encontro Nacional, celebrando o nosso 9º ano de vida ?... Braima Galissá, Kimi Djabaté, Mamadu Baio, Manecas CosTA... ?

Que grande ronco!...

Precisamos de um sócio capitalista... ou de um grande benemérito... ou de um generoso patrocinador...