domingo, 27 de abril de 2014

Guiné 63/74 - P13053: Aqueles que nem no caixão regressaram (7): Certidão de óbito de Manuel Salgado Antunes, sold, CART 3494 (Xime e Mansambo, 1971/74), desaparecido, com mais dois camaradas, no Rio Geba, em 10 de agosto de 1972... Era natural de Quimbres, São Silvestre, Coimbra.







Manuel Salgado Antunes. Cortesia do blogue CART 3494
& Camaradas da Guiné
Certidão de óbito do sold Manuel Salgado Antunes, da CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/74), desaparecido no Rio Geba em 10 de agosto de 1972 (*).  [Foto à esquerda]

Com ele pereceram os sold Abraão Moreira Rosa (desaparecido) e José Maria da Silva e Sousa (sepultado no cemitério de Bambadinca


A certidão foi emitida pela Conservatória do Registo Civil da Comarca da Guiné em 13 de março de 1973. 

O exército tinha processos expeditos de resolver estes casos  de "morte presumida" ), neste caso por afogamento,) que, na metrópole, poderiam levar anos e anos: veja-se o caso dos pescadores desaparecidos em naufrágios ao largo da nossa costa... 

Casos de camaradas nossos, presumivelmente afogados nas águas lodosas e traiçoeiras dos rios e braços de mar Guiné como o Manuel Salgado Antunes, natural do concelho de Coimbra, ou do José Henriques Mateus, natural do concelho da Lourinhã, eram "despachados" no prazo de um ano ou menos...  São apenas dois dos muitos camaradas nossos que "nem no caixão regressaram" (**)

Imagens: cortesia do blogue CART 3494 & Camaradas da Guiné, criado e mantido pelo nosso grã-tabanqueiro, o nº 2, Sousa de Castro.
___________

Notas do editor:


(*) Vd, postes do blogue CART 34994 & Camaradas da Guiné:

14 de junho de 2013 > P180 - O Nosso camarada desaparecido no Rio Geba em 10AGO1972, Manuel Salgado Antunes não era efectivamente da Póvoa de Varzim, mas sim do Lugar de Quimbres da Freguesia de S. Silvestre do Concelho de Coimbra, conforme certidão de óbito que seu sobrinho nos facultou.

9 de agosto de 2012 > P-159 (III) O RIO GEBA E O MACARÉU - O NAUFRÁGIO NO DIA 10AGO1972 (Guiné, Xime - CART 3494) por: Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Milº. Op. Esp./RANGER


(**) Vd. postes anteriores da série:

13 de maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2837: Aqueles que nem no caixão regressaram (6): O infeliz António da Purificação Marques, morto no Cantanhez (Mário Fitas)

12 de maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2836: Aqueles que nem no caixão regressaram (5): Alguns casos da minha unidade, a CART 1690 (Geba, 1967/68) (A. Marques Lopes)

10 de maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2830: Aqueles que nem no caixão regressaram (4): O Açoriano, da CCAÇ 1439, desintegrado por uma mina (Henrique Matos)

9 de maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2829: Aqueles que nem no caixão regressaram (3): Os oito esquecidos de Guidaje (Albano Costa)

9 de Maio de 2008 > Guiné 63/74 - P2821: Aqueles que nem no caixão regressaram (2): O caso do José Henriques Mateus, da CCAV 1484, natural da Lourinhã (Benito Neves)

9 de maio de 2008 >  Guiné 63/74 - P2820: Aqueles que nem no caixão regressaram (1): O Sold António Alves Maria da Silva, campa nº 247, Bissau (Virgínio Briote)

4 comentários:

Anónimo disse...


Benito Neves
27 abr 2014 10:39

Luís

Mais me convenço de que estes formalismos eram prática corrente. A minuta era a mesma e apenas se preenchiam os espaços em branco.

Relembro agora o caso do Batista que foi dado como morto numa emboscada e que apareceu anos mais tarde depois de libertado. O exército nem queria aceitar que o Batista estivesse vivo e bastantes foram as dificuldades para regularizar a situação.

Enfim, coisas da guerra.

Abraço

BNeves

Luís Graça disse...

O nosso colaborador permanente José Martins tem umas estimativas estatísticas para os afogamentos, que vou publicar... No caso do TO da Guiné será 6,9% dos mortos, ou sejam, 143, sendo 135 militares e 8 milícias, desde 1963 a 1974. O pior ano foi o de 1969 com 52 casos (incluindo os 47 mortos no desastre do Cheche, no Rio Corubal, em 6/2/1969).

Anónimo disse...

Todos os militares que perecerem e que os corpos não foram possíveis de recuperar, apanhados por minas ou afogados, serem declarados desaparecidos em combate com forte presunção de morte, era com esta comunicação que era elaborada a mensagem para os Adidos afim de informarem as famílias, quanto ao Batista sempre se acreditou que estava morto e que o corpo sepultado na Metrópole era ele, só quando da troca de prisioneiros no período da descolonização é que se veio a revelar tudo isto. Francisco Jorge de Pinho Ex-Fur Mil 1ªRep-2ªFun/QG-CTIG

Anónimo disse...

Jaime Silva

27 abr 2014 21:55

Luís

Acabo de falar com o Arménio e ele confirma a ideia que tenho: não existe nenhuma campa ]do Mateus] no cemitério da Lourinhã.

Talvez a dúvida advenha do facto de eu te dizer que sugeri à Liga dos Combatentes para colocarem no Talhão Municipal dos Combatentes, aí existente, uma placa alusiva ao seu desaparecimento.

Deve ter sido isso
Abraço
Jaime