Factura de compra de um relógio, da prestigiada marca suiça Longines, na loja libanesa Taufik Saad, Lda, no valor de 2950 escudos guineenses
Bilhete de avião de regresso a Lisboa, em 18 de dezembro de 1970
1. Publicação das últimas imagens de uma seleção do álbum fotográfico do Valdemar Queiroz [, foto atual à esquerda].
Treminada a comissão, o nosso camarada Valdemar Queiroz, que era de rendição individual como todos os outros graduados e praças esepcialistas da CART 11, passou por Bissau, onde gastou os últimos pesos e tomou o avião da TAP de regresso a casa, 18/12/1970, como se pode comprovar no documento acima reproduzido. Tão quanto sei, nunca mais voltou à Guiné, agora República ds Guiné-Bissau.
PS - Sobre o comércio de Bissau e o que os militares compravam, no regresso a casa, veja-se aqui o marcador Patacão.
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Nota do editor:
Último poste da série > 24 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13032: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte XIII): Guiro Iero Bocari... Alguém sabe onde fica(va) ?
Último poste da série > 24 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13032: Memórias de um Lacrau (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70) (Parte XIII): Guiro Iero Bocari... Alguém sabe onde fica(va) ?
6 comentários:
Valdemar, parabéns, foste um rapaz poupadinho... Também é verdade que nos sítios por onde passaste não havia muito por onde gastar o patacão... a não ser talvez no bar! De qualquer modo, um relógio Longines era um luxo! Deves ter feito manga de ronco á chegada a Lisboa... Bons tempos! Pudera, tínhamos ,23, 24 anos, estávamos vivos e com esperança no0 futuro!
Vê se dás outra volta ao álbum fotográfico!... Gostei muito!
Luís
Já Agora conta, quem veio contigo nesse avião, e como fomos apanhados na Alfandega em Lisboa.
Já agora, vais ao almoço deste ano, em Nelas, o Cunha já me disse que ia. Diz alguma coisa. Um grande abraço.
Pois foi Duarte.
Como a viagem de regresso, de barco, estava marcada para meados de Janeiro/71 e como podíamos vir de avião pagando nós a diferença do preço que o Exército pagava na de barco para a de avião, resolvemos vir passar o Natal com a família.
Fomos quatro que viemos nesse voo em 18/12/1970: eu, tu e os ex-fur.mil. Pais de Sousa e Manuel Macias. Foi num sábado.
Chegamos a Lisboa antes do meio dia e fomos logo aos Adidos, na Calç. da Ajuda, para fecharmos as contas e resolver a 'peluda'. Chegamos quase em cima do fecho da Secretaria e um Tenente já não nos queria atender e dizia que estávamos apanhados pelo clima e nós dizíamos que o Pais era do Porto e o Macias do Alentejo e não podiam ficar em Lisboa. Exaltação, gritaria, troca de palavras de boas-vindas, 'apanhados', 'você aqui sentado e nós no mato'. Entretanto apareceu um Ten.Coronel meu conhecido, para quem eu trazia uma encomenda, e o assunto lá foi resolvido a nosso favor.
Depois voltamos ao Aeroporto para levantarmos a nossas bagagens e quando passamos na Alfândega é que foi o bom e o bonito. Então o que é que trazem nas malas? perguntou um Guarda Fiscal. Umas garrafitas de whisky, que juntamos na Comissão, respondemos nós. Quantas? perguntou o Guarda. Eu trago umas oito, eu umas dez, eu umas quinze e eu umas cinco, dissemos nós. O quê?, nem pensem que vão passar, abram já as malas.
Amanhã conto o resto
(continuação da chegada a Lisboa, 18/12/1970)
Abram já as malas, dizia o Guarda Fiscal. Ena, o que vem aqui, vai tudo ser apreendido, comentava o mesmo Guarda. Nem pense nisso, levamos uma Comissão inteira a guardar estas garrafas e agora não podem passar, partimos já esta porcaria toda, dizia-mos nós. Como a discussão aumentava de tom, apareceu um senhor à civil que o Guarda tratava por sr. Doutor. Então, o que é que se passa aqui? perguntou o Doutor. Já estou a ver tudo, as garrafas não podem passar, e não partem nada se não vão presos, ainda se fosse uma ou duas, afirmou o mesmo. Mas tudo isto vem da Guiné, afinal a Guiné também é Portugal, e algumas garrafas são especiais para as Forças Armadas, comentava-mos nós exaltados. Mas a Guiné tem outro esquema aduaneiro diferente de cá, comentava o Doutor embaraçado e já com outros passageiros a observar o sucedido.
Venham para o meu gabinete, disse o Doutor, e continuando a conversa, são muitas garrafas e eu não posso fechar os olhos. Bem vamos lá ver, as das Forças Armadas e as produto Portugal não contam, mas as outras vão pagar direitos alfandegários. Nem pensar, comentamos nós. Entretanto eu perguntei-lhe, o sr. Doutor é do Curso de fulano tal, que eu conhecia, ao que ele disse, você conhece o fulano tal.
Bem vamos lá fazer umas contas e foi carimbando as garrafas e depois passou uns recibos, dum livro que nós inauguramos, com 2$50 por umas garrafas importadas.
Lá fomos para as nossas casas, passados 22 meses de Comissão na Guiné e no meu caso 41 meses de tropa.
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