terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P14040: Álbum fotográfico do alf mil art João Calado Lopes (BAC1, 1967/69): Bambadinca, vista do alto da antena de comunicações (Parte IV): A tabanca, a nordeste, o Rio Geba Estreito, o porto fluvial, a Intendência, a bolanha de Finete...



Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 >  Foto nº 30 > A tabanca de Bambadinca, vista do lado norte, dividida ao meio pela estrada que, partindo do quartel, seguia para o porto fluvial (à esquerda) e para Bafatá (à direita). Ao fundo, o rio Geba Estreito, o porto fluvial  e o destacamento da intendência.




Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 >  Foto nº 30 A > Vista parcial da tabanca de Bambadinca, com as moranças que estavam mais junto ao arame farpado, do lado norte.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 >  Foto nº 30 B > Outra vista parcial da tabanca de Bambadinca, com as moranças que estavam mais junto ao arame farpado (, visível em primeiro plano). À direita, o início da rampa, bastante íngreme, de terra batida, que dava acesso ao quartelamento (entrada nordeste).


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 > Foto nº 30 C > Não tenho toda a certeza, mas a casa, em alvenaria, e caiada de branco  parece-me ser a do complexo que incluía   a morança, o armazém  e a loja do comerciante português Fernandes Rendeiro, casado com a mandinga, Auá Seide. O casal  tinha uma prole numerosa.

O Rendeiro faleceu em  setembro de 2011. Fui visita da sua casa e beneficiei da sua hospitalidade. A Auá Seide, que o Rendeiro nunca mostrava aos seus convidados, militares, era uma excelente cozinheira, a avaliar pelo seu chabéu de frango de cuja e sabor ainda me lembro... Também nunca me lembro de ter vistos os seus filhos, embora ele nos falasse de uma filha mais velha, já a estudar no Continente... e que, segundo parece, é magistrada. O Rendeiro, natural da Murtosa, terá ido para a Guiné com 17 anos, na década de 1930. Terá nascido por volta de 1920.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 > Foto nº 30 D > A margem esquerda do Rio Geba estreito, o porto fluvial e a intendência (do lado esquerdo). Do outro lado do rio, começa a bolanha de Finete. A cambança era feita por pirogas.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 > Foto nº 30 E > Vista mais detalhada do porto fluvial e das instalações da intendênciaquerdo). Do outro lado direito, já na curva para a estrada de Bafatá, ficava, se não erro, a loja e o bar do Zé Maria, outro comerciante português.


Guiné > Zona leste > Setor L1 > Bambadinca > CC/S/ BCAÇ 2852 (1968/70) > c. 2º semestre de 1968 > Foto nº 30 F >  Vista parcial da tabanca de Bambadinca, do lado direito da ramapa de acesso ao aquartelamento. Mais ao fundo, do lado direito, mas não visível na foto ficava a tabanca de Santa Helena e o bairro Joli.


Fotos: © João Calado Lopes (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]



1. A foto é do alf mil art João Calado Lopes, BAC 1, 1967/69... Foi tirada (esta e outras que temos vindo a publicar),  no 2º semestre de 1968, quando esteve em Bambadinca em trânsito para Piche. (Julgo que o João está a fazer confusão quando diz taxativamente: "Em Bambadinca comandei um pelotão de obuses 10,5. Não sei exactamente quando estive lá, mas foi no 2º semestre de 1968. (...) Não estive lá muito tempo pois o meu pelotão foi logo destacado para Piche"...

Ora, segundo as informações que temos, Bambadinca nunca terá tido artilharia. No meu tempo (junho de 1969/março de 1971) não tinha. O que era normal era os pelotões de artilharia desembarcarem no Xime ou em Bambadinca, vindos de LDG de Bissau, com destino a diferentes aquartelamentos no leste. Podiam estar em Bambadinca, em trânsito, à espera de escolta ou de coluna.

Como já o referimos, o João Calado Lopes foi colega do liceu do João Martins e ambos foram artilheiros, do mesmo curso ou um antes do outro, em Vendas Novas.

Continuamos na expetativa da sua entrada na Tabanca Grande...  Além de excelente fotógrafo (, tendo uma belíssima coleção de "slides", segundo  me confidenciou o João Martins), é também o primeiro fotógrafo, de entre os nossos camaradas da Guiné, que vem dizer publicamente que subiu a mais de 50/60 metros, ao alto de uma  antena de comunicações (neste caso, em Bambadinca), para bater estas fabulosas vistas de cima.... (que é parecem tiradas de helicóptero!).

Incitamos o leitor a conferir estas imagens com as vistas aéreas de Bambadinca que temos publicado, nomeadamente as do álbum do Humberto Reis. Praticamente a totalidade das instalações e edifícios de Bambadinca da época de 1969/70 estão identificados. Conferir aqui. (LG)
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8 comentários:

Abílio Duarte disse...

PASSEI MUITAS VEZES POR BAMBADINCA.
GOSTAVA DE PASSAR POR LÁ, ONDE DORMI ALGUMAS VEZES, COM O APOIO DO MEU COLEGA E CAMARADA JOSÉ CARLOS LOPES.TINHAM UM BOM BAR.PARA MIM ERA UM ESTADO DE ALMA, TOTALMENTE DIFERENTE QUANDO LÁ CHEGAVA , VINDO DE OPERAÇÕES, OU EM SEGURANÇA A COLUNAS QUE VINHAM DO XIME.POIS SABIA QUE IA ENCONTRAR RÁPIDO A ESTRADA ALCATROADA ATÉ AO LESTE,(GABÚ), FICAVA MAIS RELAXADO.
NUMA DAS VEZES QUE LÁ FIQUEI, FOI QUANDO VIM DE LISBOA (FÉRIAS), DE CALÇÕES E BOINA, SEM QUALQUER ARMAMENTO.VIM DE LDG DESDE BISSAU, E FUI PARA CANQUELIFÁ, ONDE ESTAVA O MEU PELOTÃO.NÃO ME ESQUEÇO DESTA VIAGEM POIS LEVOU TRÊS DIAS, ATÉ AO MEU DESTINO.PAREI EM TODAS AS CAPELAS ATÉ LÁ. RECORDAR É VIVER.

Torcato Mendonca disse...

Olá Luís Graça:Bambadinca não tinha Artilharia. Em 68 tinha o Xime e fizemos uma operação,com apoio dessa Artilaria, num assalto ao Poidom.tempo do Bart 1904. No primeiro trimestre de 69 (?) a Artilaria chegou felizmente a Mansambo. Gosto das fotos da Tabanca. Eu dormi algumas vezes numa dessas moranças perto do arame. Jovensito, meio louco e agradecia a vinda de alguém de Bafatá... caro? é possivel mas no dia seguinte ia para um "burako" qualquer...na vespera ou ante véspera do ataque a Bambadinca dormi lá...protegia-me com a zézinha de 6.35, a manelinha de 20cm de aço e 3ou 4 granadas...os deuses ou os irãs dizes tu davam protecção e era tão agradável...23 ou 24 anos...que saudades...saudades dessa juventude e do resto...Adeus Luís e os Irãs te protejam. AB, T.

Luís Graça disse...

Nessa "morança" a que te referes e onde dormiste, seguramente quentinho, e que era uma sucursal do "Bataclã" (ou o bairro do amor) de Bafatá, também lá fazíamos, de vez em quando, os nossos "roncos"... Havia sempre DJ para estas ocasiões, e claro que as nossas alegres e divertidas acompanhantes de Baftá...

É,como dizes, um gajo tinha 22/23/24 anos e não sabia se ia morrer no dia seguinte...

Um xicoração especial, camarada e amigo Torcato

Luís Graça disse...

Reparando bem, a casa do Fernando Reendeiro era de tipo colonial, casa de sobrado, com rés de chão (onde estava instalada a loja e piso com varanda, onde se acomodava a família)... Como ele tinha muitos putos, devia ter uma anexo para eles e criadagem...

Acho que essa casa de alvenaria, pintada de branco, que se destacava das moranças tradicionais com coberto de capim, fazia parte da morança mas não era a casa principal...

A casa principal, à beira da rampa de acesso ao quartel, ficava do lado direito, na encosta, quando se subia, a uns 50/70 mentros, do arame farpado (no máximo, a uns 100 metros da porta de armas) e nesta foto (nº 30 C) parece estar escondida pelos poilões...

Mas alguém que passou por Bambadinca e que foi visita da casa do Rendeiro, que me ajude!... Até agora ainda não encontrei uma foto da fachada principal da casa e loja do Rendeiro...´

Jaime Machado disse...

Lembro-me perfeitamente do João Calado Lopes.
Em Bambadinca esteve a artilharia embora por pouco tempo. Jaime Machado

Torcato Mendonca disse...


NUNCA DIGAS NUNCA e, como tal meu caro Machado das Daimeler's, eu nada digo.

Aceito o que dizes, tu um residente a mim, um passante como certamente "essa Artilharia". Isso foi no tempo do 2852 (BCAÇ) e certamente eram obúses de passagem...davam uma queca, bebiam uns uisques com gelo e esm águas e, como eu, iam trabalhar para outro lado.

Bom Natal, Bom 2015.

AbT.

Luís Graça disse...

Sê bem aparecido, Jaime Machado... Mas vamos lá tabaquear o caso, como dizem os alentejanos...

Vamos aos factos: Bambadinca teve arilharia, embora por pouco tempo, dizes tu que tiveste lá no tempo do BCAÇ 2852 (1968/70). Ou ainda antes ?.

A malta da CCS do BCAÇ 2852 lembra-se de algum pelotão de artilharia lá estacioando ?

Se sim, isso foi quando ? E por quantop tempo ? Eram obuses 10.5 ou 14 ?

Jaime, nunca vi espaldões de artilharia em Bambadinca no meu tempo, nem vestígios. Falo do etmpo em que lá estive (julho de 19679/março de 1971)...

Mas gostava de esclarecer este ponto... Vamos fazer um poste...

Ab. Festas felizes, com alegria e saúde. Luis

Luís Graça disse...

Falando ontem com o Helder Sousa, um homem das transmissões, ele disse-me que o termo técncio não é "antena", mas "mastro" das comunicações... NO alto no mastro é que ficava a antena...

Nas sedes de batalhão (como era o caso de Bambadinca, setor L1), havia estes mastros, mais altos, que permitiam a comnunicação com Bissau e com os diferentes setores (neste caso da zona leste)...

Ele não afiança, mas este mastro devia ter entre 30 a 35 metros de altura.