quinta-feira, 6 de abril de 2017

Guiné 61/74 - P17213: Agenda cultural (552): Lançamento do livro de Sérgio Neto, "Do Minho ao Mandovi: um estudo do pensamento colonial de Norton de Matos" (Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016): 10 de abril, 2ª feira, às 17h00, Casa Municipal da Cultura, Coimbra. Apresentação: professores doutores Luís Reis Torgal e Armando Malheiro da Silva


Capa do livro de Sérgio Neto, "Do Minho ao Mandovi: um estudo sobre o pensamento colonial de Norton de Matos. Coimbra". [ Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016, 464 p., 23 cm. (História contemporânea, 2183-9840), ISBN 978-989-26-1172].



O autor, Sérgio Neto, historiador


Resumo:

A longa vida do general José Norton de Matos (1867-1955) teve na questão colonial, apesar do “Milagre de Tancos” e da sua candidatura à presidência da República, em 1949, um esteio maior. Com efeito, a sua comissão na Índia, (1898-1908), onde dirigiu os Serviços de Agrimensura, a sua participação na missão encarregue de delimitar os limites de Macau (1909-1910), assim como os cargos de Governador-Geral (1912-1915) e de Alto-Comissário (1921-1924) da província de Angola, assinalaram muitos anos de actividade no Ultramar, a que se seguiu, uma vez concluída a acção no terreno, a redacção de livros de pendor doutrinário e uma vasta colaboração em jornais e revistas, sendo de destacar aquela que desenvolveu n’O Primeiro de Janeiro (1931-1954).

De resto, é possível falar num saber (sobretudo) de experiência feito, em que Norton beneficiou do contacto directo com colonialistas de gerações anteriores, como Mouzinho de Albuquerque, Henrique Paiva Couceiro ou Joaquim José Machado, governador da Índia quando da sua chegada a este território. Seja como for, as leituras dos clássicos ingleses da colonização tiveram o seu lugar no ideário “nortoniano”, expressando o general grande apreço pela aliança com a Grã- Bretanha e admiração pelos seus processos administrativos nos territórios africanos e na Índia. 

O objectivo deste estudo é seguir o percurso colonial de Norton de Matos, de modo a integrá-lo na sua época. Havendo convivido com a questão ultramarina, ao longo de três regimes políticos, ensaiar-se-á avaliar a sua experiência colonial a partir das linhas de força da Monarquia Constitucional, da Primeira República e do Estado Novo. Apreciar os debates e os argumentos trocados. Explicar o impacto da geopolítica mundial do período de entre-guerras no olhar desta importante figura histórica portuguesa do século XX, cotejando-a com a mitologia colonial herdada da Primeira República e aqueloutra desenvolvida pelo Estado Novo. 

Importa, pois, estabelecer os pontos de contacto entre os três regimes e explicitar algumas ideias que permearam as suas visões, nomeadamente, o mito prometeico da “gesta colonizadora”, o Apartheid, a miscigenação e o entendimento colonial que fazia dos imperialismos coloniais, assim como as primeiras independências, na Ásia e em África.

Fonte: NETO, Sérgio Gonçalo Duarte - Do Minho ao Mandovi : um estudo sobre o pensamento colonial de Norton de Matos. Coimbra : [s.n.], 2013. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/23772
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Nota do editor:

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Mensagem acabada de enviar ao Sérgio Neto:

Sérgio:

Parabéns pelo seu trabalho de investigação, pelo seu livro, pela sua homenagem a um grande português...

Aqui tem a notícia da sessão de lançamento do livro. Desejo que seja uma sessão viva, animada, correspondendo às suas expetativas.

Disponha das páginas do nosso blogue para poder acrescentar algo mais sobre a figura do gen Norton de Matos e o seu papel na nossa história.

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Um alfabravo (ABraço), saudações académicas, Luís Graça

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2017/04/guine-6174-p17213-agenda-cultural-552.html

Unknown disse...

Muito agradeço as palavras e a disponibilidade em dar a conhecer o meu trabalho. Dou-vos os parabéns pelo blog, que vou seguindo com alguma regularidade. Obrigado também pelo convite a publicar no vosso blog. A ver se, mais para frente, colaboro convosco.

Um grande abraço
S. Neto

Antº Rosinha disse...

Luís Graça, este estudo pode vir a mostrar aos poucos "velhotes que por aqui andamos, coisas que nos irão explicar porque o Salazar puxou tanto pela nossa geração.

Deve ser uma mina de novidades, este estudo de Sérgio Neto.

Cumprimentos