quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Guiné 61/74 - P17853: Fotos à procura de... uma legenda (93): O monumento aos mortos em combate, erigido em Bissorã pela CART 1525, "Os Falcões"... Metamorfoses: 1966, 2011 e 2017




Foto nº 1 > Guiné > Região do Óio > Bissorã > CART 1525 (1966/68) > "Monumento erigido em  homenagem aos mortos em combate. Inaugurado no dia 26 de fevereiro de 1967, data do 1º aniversário da chegada da CART 1525 a Bissorã. Trabalho de autoria e execução, da parte de escultura, do 1º cabo radiotelegrafista José Hilário da Silva Portela, com a colaboração de outros militares da Companhia. Foto de Adrião Mateus, ex-fur mil da CART 1525."

Foto (e legenda):  página da  CART 1525 > Galeria de Fotos [com a devida vénia...] [editada pelo Blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné]



Foto nº 2  >  Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > "Monumento erigido em  homenagem aos mortos em combate, pela CART  1525 (Bissorã, 1966/68)



Foto nº 3  > Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > "Monumento erigido em  homenagem aos mortos em combate, pela CART 1525 (Bissorã, 1966/68)


Foto nº 3A

Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > 2011 >  O mesmo monumento, 44 anos depois... Foto tirada pelo José Gomes, da ONG Ajuda Amiga, na sua visita à Guiné-Bissau em fevereiro de 2011.

Legenda: "Homenagem aos que tombaram: Furriel [Armindo Vieira] Veloso;  1º Cabo [Acácio P. ] Rafael; 1º Cabo [José A. da S. ] Craveiro;  Pol Adm [Polícia Administrativa]  Paulo Gomes; Milícia Aia Mané; Milícia "Chico" [Mamadu] Seidi ; Mílicia Braima Duca [?]; Milícia Seni Camará."

Foto (e legenda):  página da  CART 1525 > Galeria de Fotos [com a devida vénia...][com a devida vénia...] [editada pelo Blogue Luís Graça &  Camaradas da Guiné]


Foto nº 4 


Foto nº 4A


Foto nº 4B


Foto nº 4C

Guiné-Bissau > Região do Óio > Bissorã > 2017 > 3 de abril de 2017 > "O colega Vitorino e um elemento da Administração local, junto a memorial que recorda a presença por aquelas paragens da Companhia de Artilharia 1525 (CART 1525)" (*)

Na lápide, parcialmente tapada, pode ler-se: "Homenagen aos guineenses Queba Camará, Citafá [ou Santifá ?] Camará, Bacai [?] Camará, que combateram do lado exército português por uma Guiné portuguesa; ao cabo-verdiano do PAIGC [?] Ramos, morto em combate pela [...]"

Foto (e legenda): © A. Acílio Azevedo (20017). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1.  É apropriado falar de "metamorfoses" a propósito deste monumento que, passados estes anos todos, ainda lá está, "de pedra e cal", embora quase engolido pelas moranças que cresceram como cogumelos... 

Foi erigido em 26/2/1966 pela malta da CART 1525, em reconhecimento à vila de Bissorã e em homenagem aos mortos da companhia e subunidades adidas (Foto nº 1) Tinha a forma de uma pirâmide, encimada pelo brasão dos "Falcões" e da sua divisão "Mais Forte, Mais Alto"...
Tinha uma bela envolvente exterior, situando-se, como se presume, dentro do perímetro do quartel. Em 2011, com a expansão da povoação, o monumento ficou "emparedado"... E a sua cor original desapareceu...

Em 2017, aparece com um outro aspeto exterior: alguém o pintou com as cores (vermelho, verde e amarelo) da bandeira da Guiné-Bissau e acrescentou-lhe uma "lápide", que nos parece ser de mármore  (Foto nº 4).

2. Pode-se falar de "canibalização" ou de simples reaproveitamento do monumento ? Terá sido uma iniciativa da adminstração local, homenageando (i) 3 antigos combatentes, muito provavelmene naturais do concelho de Bissorã, que morreram sob a bandeira do exército português;  e, ao mesmo tempo, o que não é normal, (ii) um combatente cabo-verdiano do PAIGC, de apelido Ramos, igualmente morto em combate ?...

Quem seria este Ramos, e qual a sua ligação a Bissorã ?  E quem foram exatamente estes combatentes do exército português, guineenses, de apelido Camará ? No caso do combatente do PAIGC, não nos ocorre à memória nenhum dirigente ou militante conhecido, de apelido Ramos, para além dos irmãos Domingos e Pedro Ramos, mas esses não eram cabo-verdianos, tanto quanto sei...

Talvez algum dos nossos leitores nos possa ajudar a completar a legenda... (**)
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 10 de outubro de 2017 >  Guiné 61/74 - P17844: As memórias revividas com a visita à Guiné-Bissau, que efectuei entre os dias 30 de Março e 7 de Abril de 2017 (7): 5.º Dia: Bissau, Safim, Bula, Binar e Bissorã (continuação) (António Acílio Azevedo, ex-Cap Mil)

16 comentários:

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

A comparação entre os dois monumentos, especialmente no campo estético fala por si.
Utilizar um monumento do inimigo para louvar os nossos é um contra-senso.
Afinal quem é que se louva ou se perpétua?
Duas placas com nomes dos dois beligerantes no mesmo monumento não será falta de imaginação?
Se se pretende homenagear a heroicidade em "valor absoluto" independentemente de quem a
pratica acho estranho e não conheço nenhuma situação similar... Alguém conhece? Onde?
Afinal tínhamos todos razão? Não costuma ser assim, digo eu.
Além disso parece-me que este género de monumentos deverá ficar em local bem visível, o que parece não suceder. Afinal o que é que se pretende?
Por tudo isto, acho supérfluo perder tempo a arranjar uma legenda para esta foto.
Talvez o título pudesse ser "Surrealismo comemorativo".
Fica a sugestão

Um Ab.
António J. P. Costa

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Tó Zé:

Podemos chamar-lhe... "economia de esforço e de... materiais"...

O caso não é virgem, na Guiné- Bissau... Já aqui publicámos uma foto em Gabú Sara (,antiga Nova Lamega), tirada em fevereiro de 2005, com o José Couto entre dois militares das Forças Armadas da Guiné-Bissau, no centro da parada do antigo quartel das NT, junto ao monumento de homenagem a Amílcar Cabral (que, por sua vez, era/é uma "canibalização" do memorial aos mortos do BCAÇ 2893, que esteve ali sediado, o comando e a CSS, entre 1969/71.

Viraram a pedra ao contrário, nem tiveram a preocupação em riscar os nomes dos "tugas"...

Aqui, a mesma pedra, virada ao contrário, serviu, depois da independência, para lavrar uma homenagem ao "pai da Pátria", Amílcar Cabral...

Eu acho que sempre tem sido assim, com todos os "conquistadores": os romanos construiram sobre as ruinas gregas, os visigodos sobre as ruínas romanas, os mouros sobre as ruínas cristãs, os cristãos da reconquista sobre as ruínas do Al-Andalus, e por aí fora...


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2016/07/guine-6374-p16305-efemerides-233-15-de.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rogério Freire e demais camaradas que andaram por Bissorã:

Sabem o que se terá passado entre 2011 e 2017 com o monumento aos mortos da CART 1525 ?

Houve uma "canibalização" do monumento: alguém acrescentou uma lápide com 4 nomes, 3 guineenses que estiveram nas nossas fileiras e um tal Ramos, cabo-verdiano, do PAIGC, morto também em combate...

Vocês têm alguma "pista" ?...O Acílio Azevedo e o João Rebola estiveram lá há pouco tempo, em abril de 2017...

Obrigado pela colaboração... Boa noite. LG

Anónimo disse...

Rogerio Freire
11 out 2017 22:54


Caro Camarigo Luís Graça:

Interessante ... interessantíssimo!!

O Quebá e o Citafá Camará eram comandantes de pelotão da Milícia. Eram irmãos e ambos foram promovidos a Alferes durante a nossa Comissão. O Quebá veio com um prémio a Portugal.

O Quebá foi ferido com gravidade em combate por duas vezes durante a nossa comissão - a primeira em 5 de Dezembro de 1966 na Operação Bissilão ao Biambi e na segunda vez em 9 de Junho de 1967 na Operação Bizarma ao Tiligi.

Foram dois Heróis a quem entregávamos as nossas vidas quando íamos para o mato ...e foram muitos milhares de Portugueses que ao longo do tempo em que eles estiveram ao serviço das NT a eles se entregavam durante a noite pelas bolanhas fora a caminho do objetivo.

Triste ... Triste mesmo é que eu li no Diário de Notícias uns meses depois da saída das NT da Guiné (1974 ou 1975) que, tanto o Quebá como o Citafá, tinham sido fuzilados pelo PAIGC ... abandonados à sua sorte pela forma infeliz com que a descolonização foi efectuada.

Caro amigo ... sugiro uma visita ao nosso Historial (não sei se haverá outros documentos tão completos disponíveis na Internet) publicado no nosso site em www.cart1525.com. Lá encontrarás muita informação. Páginas 109/110 nº4 - Valorização das Forças Nativas.

Quanto ao Ramos ...

Pág. 35/36 do Historial

7. Operação FURÃO II
QUERÉ, 21MAI66

RESULTADOS
- Foram feitos 10 mortos confirmados ao IN, entre os quais se conta um natural de São Tomé, José Ramos, responsável pela base de BANCOLENE, o qual foi trazido para Bissorã.

Saudações
Rogério Freire

Anónimo disse...

Não percebo esta ideia de chamar exercito colonial as tropas na guiné.E ca era o exercito quê,E tu lutastes ou estivestes em que exercito?.
Luis Campos

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Um "lapsus linguae" que já foi corrigido... De qualquer modo, usamos aqui, de maneira plural e tolerante, desde 2004, as expressões "guerra colonial", "guerra do ultramar", "guerra de África"... Diferenças que não são apenas semânticas,é verdade... mas também conceptuais... Mas, camaradas, deixemos a discussão do sexo dos anjos para os académicos... Luís Graça, editor.

Anónimo disse...


Armando Pires
12 out 2017 01:48

Camaradas

Talvez o Carlos Fortunato possa adiantar alguma informação, ele que pelo menos uma vez por ano visita Bissorã, em missão da Ajuda Amiga, e que ali tem contactos privilegiados, nomeadamente com homens que combateram nas fileiras da CCAÇ13.
Saudações Camarigas
armando pires

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Com a devida vénia e agradecimento ao Rogério Freire... LG



Pág. 35/36 do Historial da CART 1525 (Biissorã, 1966/68):


7. Operação FURÃO II
QUERÉ, 21MAI66

MISSÃO
Batida na região.
FORÇA EXECUTANTE
- Comandante da Companhia;
- Companhia (a 3 GrComb) e um Pelotão de Milícia;
- Actuou ainda forças da CART 1486 e do BCAV 790;
- Apoio Aéreo.

DESENROLAR DA ACÇÃO
As NT saíram de Bissorã pelas 22h30 seguindo o itinerário Quenhaque-Uenquen-Queré onde chegaram pelas 05h00 indetectadas. Ao chegar-se junto das primeiras moranças (15301205 D3) e quando se procedia à divisão das forças em dois grupos, foi toda a Companhia fortemente emboscada por violento tiroteio de Pist, PM e LGFog. O grupo IN que emboscou a força estava disposto em círculo nas moranças circunvizinhas e colocado sobre as árvores. O local não possuía quaisquer acidentes de terreno que pudessem servir de abrigo às NT, pelo que as mesmas foram obrigadas a abrigar-se por detrás das árvores, protecção essa que se revelava ineficaz, uma vez que o tiroteio IN emanava de todas as direcções, a maioria partindo de muito próximo (50 a 100 metros) do local onde as NT se encontravam fixadas.

O IN mostrou-se animado de grande agressividade, comprovada pela grande aproximação a que se colocou das NT. Esta situação manteve-se aproximadamente durante uma hora, sem que houvesse neste período de tempo possibilidades de controlar devidamente a acção do nosso pessoal, que se mostrava, em face do violento tiroteio, da inexistência de abrigos próprios e ainda de feridos graves que surgiram, desorientado e disperso.

Como esta situação não se pudesse manter por mais tempo, foi ordenado que se fizesse sobre a morança onde se encontrava o LGFog e donde provinha a maior intensidade fogo, um cerco pelas NT e uma concentração de fogo de armas automáticas e de armas pesadas. Para isso, o grupo que fez o cerco teve que aproximar-se bastante, só assim conseguindo, ajudado pelo fogo de Mort e LGFog, desalojar o IN e pô-lo rapidamente em fuga. Deste modo, os restantes elementos IN puseram-se também em fuga debaixo do nosso fogo.

Ficando esta zona libertada do IN, aguardou-se a chegada do PCV a fim de se pedir a evacuação dos feridos. Após este pedido e até que a mesma se efectuasse correu uma hora e quinze minutos. Aquando da segunda evacuação, aproveitou-se o helicóptero para fazer o remuniciamento de todas as armas em virtude do prolongado tiroteio que se manteve. Efectuado o mesmo, iniciou-se o movimento de retirada, que decorreu sem qualquer outro incidente, sendo as NT recolhidas em viaturas na estrada de Mansoa e chegando a Bissorã pelas 12h00.

RESULTADOS
- Foram feitos 10 mortos confirmados ao IN, entre os quais se conta um natural de São Tomé, José Ramos, responsável pela base de BANCOLENE, o qual foi trazido para Bissorã.
- Foram capturados alguns carregadores, munições diversas e documentos.
- As NT sofreram dois mortos, um ferido grave e um ligeiro.

http://www.cart1525.com/

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Continuamos sem saber de quem foi a iniciativa de afixar, entre 2011 e 2917, uma lápide ao memorial da CART 1525, com os seguintes dizeres;

"Homenagem aos guineenses Queba Camará, Citafá Camará, Bacar Camará, que combateram do lado exército português por uma Guiné portuguesa; ao cabo-verdiano do PAIGC Ramos, morto em combate pela [...]" {independência da Guiné-Bissau?]...

Quem teve a iniciativa de "afixar" a lápide ? Antigos milícias que serviram o exército português e colaboram em operações com a CART 1525 ? Antigos militares guineenses da CCAÇ 13, naturais de Bissorã ? A administração local ? Alguém da "Ajuda Amiga", ONG liderada pelo nosso camarada Carlos Fortunato, que vai todos os anos a Bissorã ?...

De qualquer modo, o fuzilamento do Queba e e do Citafá, irmãos, e ex-alferes de 2ª linha, já depois da independência, é omitida pelo autor da inscrição, que, tudo o indica, quis ser "politicamente correto"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Rogério, esse José Ramos, morto na Op Furºao II, em Queré, em 21 de maio de 1966, deveria ser o José Ramos de Almeida...

No Arquivo Amíl Cabral / Casa Comum / Fundação Mário Soares há duas referências a este nome, uma delas é a seguinte:

Fundação Mário Soares
Pasta: 07065.068.008

http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07065.068.008

Título: Comunicado [Região 3, Zona 9]
Assunto: Comunicado assinado por Francisco Mendes sobre o ataque de um grupo de guerrilheiros do PAIGC, comandado por José Ramos de Almeida, nas proximidades de Bissorã.
Data: Sexta, 11 de Junho de 1965 (...)


Citação:
(1965), "Comunicado [Região 3, Zona 9]", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40717 (2017-10-12)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Outra referência ao José Ramos, no Arquivo Amíl Cabral / Casa Comum / Fundação Mário Soares:


Pasta: 07065.068.004
http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07065.068.004


Título: Comunicado
Assunto: Comunicado assinado por Julião Lopes sobre o ataque de um grupo de guerrilheiros do PAIGC, comandado por José Ramos de Almeida, às tropas coloniais, na estrada de Concaly.
Data: Quarta, 2 de Junho de 1965 (...)

Citação:
(1965), "Comunicado", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40713 (2017-10-12)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já agora, Rogério, diz-nos como é que foi transportado o cadáver do "comandante" José Ramos [de Almeida] para o quartel de Bissorã ? Às costas do pessoal, branco ou guineense ? De helicóptero ? Vocês já tinham dois mortos para levar... e, eu sei por experiência própria, quão penoso era, para as NT, transportar às costas um cadáver na Guiné...

E, depois, teve um enterro "condigno" ? Foi inumado em Bissorã ? Afinal, era são-tomense ou cabo-verdiano ? Apesar de "inimigo", era um homem... e teve por certo alguém a chorar por ele, como aconteceu com os nossos mortos...


Obrigado. LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

As baixas mortais das NT no decurso da Op Furão II, em Queré (Encheia), em 21/5/1966, foram:

(i) Paulo Gomes, caçador nativo;

e (ii) Paulo G. Santos, cmdt do pelotão de polícia administrativa.

Fonte: CART 1525 > Historial > Baixas em Combate

http://www.cart1525.com/

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Afinal os nomes que constam da lápide são os dos três Comandantes dos Pelotões de Milícia de Bissorã:

Bacai [e não Bacar...] Camará,

e os alferes de 2ª Linha Quebá Camará e Sitafá [e não Citafá] Camará.


Lê-se no Galeria de Fotos da CART 1525:

(...) "Os dois últimos foram premiados com o prémio 'Governador da Guiné' por terem prestado serviços de extraordinária valia às nossas tropas, com exceptional valor e coragem com brilhantes actuações em combate, reveladores da sua alta determinação e patriotismo.

"Foram condecorados e vieram a Portugal em inícios de 1968 conhecer a capital da que consideravam a sua Pátria.

"Depois do 25 de Abril estes valorosos militares Portugueses que consideravam Portugal a sua Pátria foram abandonados pelo governo Português e foram assassinados pelas tropas do PAIGC, durante a governação do Presidente da Guiné Bissau Luís Cabral, sem qualquer julgamento ou meio de defesa, perante um pelotão de fuzilamento

"Cremos que os seus restos mortais foram depositados numa vala comum em Mansôa." (...)


http://www.cart1525.com/bissora02.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Quem é que se lembraria, na 2ª década do séc. XXI, de um obscuro comandante do PAIGC, morto em 21 de maio de 1966 ? O Arquivo Amílcar Cabral só tem 2 referências ao nome do José Ramos de Almeida, ambas de 1965... Depois disso o silêncio...

O seu nome só poderia ser lembrado por antigos milícias (ou elementos da polícia administrativa) de Bissorã que participaram na Op Furão II,. e que provavelmenmte o mataram...

Por um questão de "equidade", os "promotiores da iniciativa" puseram na lápide os nomes dos seus comandantes, o Queba, o Sitafá e o Bacai Camará mais o "combatente da liberdade da Pátria" José Ramos (que ninguém na Guiné-Bissau de hoje, deve saber quem foi...). De resto, o que é o José Ramos teria a ver com Bissorã, a não ter comandado uma "barraca" [base] em Queré ?

Infelizmente a "paz do cemitério" é a lei que vigora de um lado e do outro desta guerra de que já ninguém se lembra (ou quer lembrar)...

Todos os combatentes, mortos, de um lado e do outro, merecem hoje o nosso respeito.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A chave da resposta é o Carlos Fortunato que a tem... Ele é fundador e dirigente da ONGD Ajuda Amiga, vai todos os anos a Bissorã, tem uma relação privilegiada com os seus antigos soldados da CCAÇ 13, embora 80% já não devam ser vivos... A Vida é curta na Guiné-Bissau...

Fomos os dois no mesmp navio e na mesma data, para a Guiné, no N/M Niassa, em 24/5/1969... Ele foi para a CCAÇ 13,eu para a CCAÇ 12...Fomos dos primeiros a criar, na Net, páginas sobre a Guiné do nosso tempo e a guerra que lá travámos...

Um grande abraço para o Carlos que já não vejo há uns bons anos....LG