O nosso coeditor Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/Ranger,
CART 3494 (Xime e Mansambo, 1972/1974), professor do ensino superior, indigitado régulo da Tabanca de Almada e da Tabanca dos Emiratos; tem 230 registos no nosso blogue.
ENSAIO SOBRE AS MORTES DE MILITARES DO EXÉRCITO, NO CTIG (1963-1974), DA ESPECIALIDADE DE "CONDUTOR AUTO RODAS": COMBATE, ACIDENTE, DOENÇA - PARTE VIII
1. – INTRODUÇÃO
Com este oitavo fragmento, retomamos a divulgação de mais alguns resultados obtidos na nossa investigação, titulada de «Ensaio sobre as mortes de militares do Exército, no CTIG (1963-1974), da especialidade de “condutores auto rodas”, tendo por principal fonte de consulta e análise o universo das “Baixas em Campanha” identificadas na literatura Oficial publicada pelo Estado-Maior do Exército e elaborados pela Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974), 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II, Guiné; Livros 1 e 2; 1.ª Edição, Lisboa (2001).
O estudo demográfico que comporta esta investigação, iniciada com o P20179, e as variáveis com ela relacionada, foi organizado segundo o competente tratamento estatístico, representado por gráficos e quadros de distribuição de frequências, simples e acumuladas. Cada gráfico e respectivo quadro relata os valores quantitativos de cada um dos elementos das variáveis categóricas ou quantitativas relacionadas, tendo em consideração os objectivos que cada contexto encerra.
No caso presente, recuperamos os valores globais do estudo, apresentando um primeiro quadro estruturado segundo as três variáveis categóricas. No segundo quadro, referente à variável "causas de morte em combate", os números foram agrupados nas três variáveis desta categoria.
Quadro 1 – Da análise ao quadro supra, verifica-se que as causas de morte de condutores auto rodas do Exército, no CTIG (1963-1974), ocorreram, em primeiro lugar na variável "combate", com 112 (58.6%) casos, seguida pela variável "acidente", com 57 (29.9%) casos e, finalmente, a variável "doença", com 22 (11.5%) casos.
Quadro 2 – Da análise ao quadro supra, verifica-se que as causas de morte "em combate" de condutores auto rodas do Exército, no CTIG (1963-1974), ocorreram, em primeiro lugar na variável "contacto", com 67 (59.8%) casos, seguida pela variável "minas", com 33 (29.5%) casos e, finalmente, a variável "ataque ao aquartelamento", com 12 (10.7%) casos.
De seguida, apresentam-se os quadros nominais referentes aos trinta e três casos do estudo onde se verificaram "mortes por efeito de rebentamento de explosivos" (minas). Na coluna mais à direita, referem-se os números dos postes onde estão descritos alguns detalhes de cada uma das cruéis ocorrências.
3. – MAIS ALGUNS EPISÓDIOS E CONTEXTOS ONDE OCORRERAM nMORTES DE CONDUTORES AUTO RODAS ["CAR"] POR EFEITO DE REBENTAMENTO DE "MINAS"
Neste ponto, reservado à caracterização de cada uma das ocorrências identificadas durante a realização do estudo, apresentamos mais quatro "casos" (de um total de trinta e três). Em cada um deles, recuperamos algumas memórias, consideradas relevantes, extraídas das diferentes fontes de informação consultadas, em particular o vasto espólio do nosso blogue, enquadradas pelos contextos conhecidos.
A décima morte de um condutor auto rodas, do Exército, em "combate", por efeito do rebentamento de uma mina anticarro, foi a do soldado Raúl Feliciano Silva, natural da freguesia dos Anjos, Lisboa, ocorrida no dia 05 de Junho de 1967, 2.ª feira, no itinerário entre Bula e João Landim, durante a realização de uma coluna militar.
O condutor Raúl Silva pertencia à CCAÇ 1497 [26Jan66-04Nov67; do Cap Inf Carlos Alberto Coelho de Sousa (1.º) e Cap Mil Art Carlos Alberto Morais Sarmento Ferreira (2.º), unidade mobilizada pelo Regimento de Infantaria 2, de Abrantes, tendo zarpado de Lisboa, rumo ao CTIG, em 20 de Janeiro de 1966, 5.ª feira, a bordo do N/M "UÍGE", onde chegou seis dias depois.
Após a sua chegada a Bissau, onde ficou instalada e integrada no dispositivo e manobra do seu Batalhão (BCAÇ 1876) [do TCor Inf Jacinto António Frade Júnior], assumiu a responsabilidade e protecção das instalações e das populações da área, em substituição da CART 640 [03Mar64-27Jan66; do Cap Art Carlos Alberto de Matos Gueifão (1.º) e Cap Art José Eduardo Martinho Garcia Leandro (2.º)].
Dois meses depois, a 29Mar66, iniciou o deslocamento para Fajonquito, por fracções, a fim de render, por troca, a CCAÇ 674 [13Mai64-27Abr66; do Cap Inf José Rosado Castela Rio]. Passados quinze dias, a 12Abr66, assumiu a responsabilidade do respectivo subsector de Fajonquito, com um Gr Comb destacado em Cambajú e depois outro em Tendinto, este a partir de 02Nov66, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCAV 757 [23Abr65-20Jan67; do TCor Carlos de Moura Cardoso] e depois do BCAÇ 1877 [08Fev66-06Out67; do TCor Inf Fernando Godofredo da Costa Nogueira de Freitas].
No final do primeiro ano de comissão, a CCAÇ 1497 foi rendida no subsector de Fajonquito, em 31Jan67, pela CCAÇ 1501 [02Fev66-06Out67; do Cap Inf Rui Antunes Tomaz], tendo seguido para Binar a fim de substituir a CCAV 789 [28Abr65-08Fev67; do Cap Cav Gabriel da Fonseca Dores (1.º); Cap Inf Joaquim Manuel Martins Cavaleiro (2.º) e Cap Cav Eurico António Sacavém da Fonseca (3.º)]. Ao segundo dia, em 02Fev67, assumiu a responsabilidade do subsector de Binar, ficando novamente integrada no dispositivo e manobra do seu Batalhão.
Em 17Mar67, foi substituída em Binar pela CCAÇ 1498 [26Jan66-04Nov67; do Ten Inf Manuel Joaquim Fernandes Vaz (1.º); Cap Cav Miguel António Carvalho Santos de Melo e Castro (2.º) e Cap Mil Art Luís Filipe Anacoreta Soares (3.º)], a terceira unidade operacional do BCAÇ 1876, seguindo para Bissum (Naga), onde procedeu à construção do aquartelamento, assumindo a responsabilidade do respectivo subsector então criado.
Bissum Naga – Março/Abril de 1967. Fase inicial da construção do aquartelamento. Foto do álbum de Carlos Gomes Ricardo, cor inf DFA (ex-alf da CCAÇ 1496 / BCAÇ 1876, Bula e Bissum Naga, 1967/68; ex-cap, CCS/QG/Bissau e Cmdt da CCAÇ 3, Guidaje, 1970/72) – P17577, com a devida vénia.
[O aquartelamento de Bissum Naga foi desactivado, e entregue ao PAIGC, em 26Ago74, pela 3.ª CCAV [23Jun74-14Out74; do Cap Mil Grad João Pedro Melo Martins Soares] do BCAV 8320/73 [do Maj Cav Luís Manuel Lemos Alves].
Em 14Set67, a mês e meio do final da comissão e consequente regresso à "Metrópole", a CCAÇ 1497 foi rendida no subsector de Bissum (Naga) pela CCAV 1747 [25Jul67-20Jul67; do Cap Mil Inf Manuel Carlos Dias], e recolheu seguidamente a Bissau, onde substituiu a CART 1742 [30Jul67-06Jun69; do Cap Mil Inf Álvaro Lereno Cohen], no dispositivo do BART 1904 [18Jan67-31Out68; do TCor Art Fernando da Silva Branco], com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área, tendo um Gr Comb permanecido em Bissum (Naga) durante mais duas semanas (até 29Set67). Em 02Nov67, foi substituída no sector de Bissau pela CCAÇ 1549 [26Abr66-17Jan68; do Cap Mil Inf José Luís Adrião de Castro Brito], a fim de efectuar o embarque de regresso (Ceca; pp 76-77).
3.23 - O CASO DO SOLDADO 'CAR' ÁLVARO LOUREIRO BARATA, DO PEL MORT 1211, EM 21.OUT.1967, ENTRE BULA E JOÃO LANDIM
A décima terceira morte de um condutor auto rodas, do Exército, em "combate", foi a do soldado Álvaro Loureiro Barata, natural de Álvares, uma das quatro freguesias do Município de Góis, Distrito de Coimbra, por efeito do rebentamento de uma mina anticarro provocado pela viatura em que se fazia transportar, durante uma coluna militar.
Essa ocorrência teve por cenário a estrada entre Bula e João Landim, quatro meses e meio depois do episódio narrado no ponto anterior.
Socorrido pelos seus camaradas, e pedida a sua evacuação para o HMB 241, em Bissau, aí viria a falecer no dia 21 de Outubro de 1967, sábado, devido aos seus ferimentos e queimaduras.
O condutor Álvaro Barata pertencia ao Pelotão de Morteiros 1211 (PMORT 1211) [25Mai67-07Jun69, do Alf Mil Inf Guilherme Cristóvão], unidade mobilizada pelo Batalhão de Caçadores 10 (BC 10), de Chaves, tendo embarcado na Rocha Conde de Óbidos, em Lisboa, na companhia de outros três Pelotões de Morteiros (1208; 1209 e 1210), rumo ao CTIG, em 19 de Maio de 1967, 6.ª feira, a bordo do N/M "UÍGE", onde chegaram a 25 do mesmo mês.
► SÍNTESE DA MOBILIDADE OPERACIONAL DO PMORT 1211
Após a sua chegada a Bissau, seguiu para Bula onde se manteve até ao fim da sua comissão, ficando integrado no dispositivo e manobra do BCAÇ 1876 [do TCor Inf Jacinto António Frade Júnior], que abrangia os subsectores de Bissum, Bissorã, Biambe, Binar e Bula, e depois, a partir de 14Out67, do BCAV 1915 [14Abr67-03Mar69; do TCor Cav Luís Clemente Pereira Pimenta de Castro], composto apenas por Comando e CCS.
A décima quarta morte de um condutor auto rodas, do Exército, em "combate", por efeito do rebentamento de uma mina anticarro, foi a do soldado Júlio Antunes Sapo, natural de Salvador, uma das nove freguesias do Município de Penamacor, ocorrida no dia 19 de Dezembro de 1967, 3.ª feira, no itinerário entre Gã Eugénia e Lala, durante a actividade operacional iniciada com a «Operação Quebra-Vento», em 29Nov67, envolvendo as forças terrestres destinadas à guarnição de Gubia Mancanha, S1, constituídas pela CART 1689 [01Mai67-02Mar69; do Cap Art Manuel de Azevedo Moreira Maia (1.º), Cap Inf Martinho de Sousa Pereira (2.º) e Cap Art Rui Manuel Viana de Andrade Cardoso (3.º), 1 Gr Comb CCAÇ 1587 [04Ago66-09Mai68; do Cap Mil Inf pedro Eurico Gaivão dos Reis Borges], PSap do BCAÇ 1932 e PMil 120, contando estas com o apoio de forças paraquedistas, apoio aéreo e naval (Ceca; p 74).
Infogravura dos itinerários utilizados pelas NT durante a «Operação Quebra-Vento»
As NT e a restante logística foram desembarcadas na Ponta Gã Eugénia, tendo-se procedido à abertura do itinerário para Gubia Mancanha e iniciado os trabalhos de instalação do destacamento, guarnecido, a partir de 24Dez67, pelo Gr Comb da CCAÇ 1587. O fatal desenlace, provocado pelo accionamento de mina anticarro, ocorreu no cruzamento das estradas de Gubia Eugénia - Lala - Gã Suleiman (infogravura acima).
O condutor Júlio Sapo pertencia à CCS do BCAÇ 1932 [02Nov67-20Ago69; do TCor Inf Narsélio Fernandes Matias], unidade mobilizada pelo Regimento de Infantaria 15, de Tomar, tendo embarcado a 28 de Outubro de 1967, sábado, no Cais da Rocha, em Lisboa, a bordo do N/M "UÍGE", com a chegada a Bissau a ter lugar a 02 de Novembro do mesmo ano.
Após a sua chegada a Bissau, o BCAÇ 1932 manteve-se aí instalado, sendo as suas subunidades atribuídas em reforço de outros Batalhões: a CCAÇ 1787 [do Cap Inf Marcelo Heitor Moreira] em Bula; a CCAÇ 1788 [do Cap Inf Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes (1.º) e Cap Inf Luís Andrade de Barros (2.º)] em Contuboel, e a CCAÇ 1789 [do Cap Mil Art Jerónimo de Almeida Rodrigues Jerónimo] em Olossato.
Em 15Jan68, rendendo o BCAÇ 1887, o BCAÇ 1932 assumiu a responsabilidade do Sector O2, com sede em Farim e abrangendo os subsectores de Binta, Farim, Bigene, Canjambari, Cuntima e Saliquinhedim, este desactivado em 07Dez68.
Em 01Set68, por criação do COP 3, o sector foi reduzido dos subsectores de Binta e Bigene. Em 07Dez68, após reformulação dos limites dos subsectores, foi ainda criado o subsector de Jumbembem, na zona de acção do subsector de Canjambari. Em 08Fe69, por troca de sectores com o COP 3, assumiu a responsabilidade do Sector O2, agora com sede em Bigene e abrangendo os subsectores de Bigene, Guidage e Barro, este transferido em 01Ago69 para o Sector do BCAV 2876 [24Jul69-04Jun71; do TCor Cav José Carlos Sirgado Maia].
Desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamentos, emboscadas e acções ofensivas sobre as linhas de infiltração de Lamel e Sitató, no sector de Farim e de Sambuiá e Canja, no sector de Bigene, para além de executar várias operações sobre as instalações inimigas nas regiões de Bricama e Biribão e de garantir a segurança e controlo dos itinerários e a autodefesa das populações.
Pelos resultados obtidos ou pela duração, efectivos e importância das áreas batidas, destacam-se as operações: "Amigo Bom"; "Façanha Grande"; "Agarra Bem"; "Sempre Tesos"; "Entrada Fechada" e "Segura Turra", entre outras.
Em 04Ago69, foi substituído pelo COP 3, novamente regressado à zona de acção do sector de Bigene, recolhendo seguidamente a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso (Ceca; pp 98-99).
3.25 - O CASO DO SOLDADO 'CAR' MANUEL GONÇALVES MARTINS DE LIMA, DO EREC FOX 2350, EM 23.OUT.1968, EM DARA, ENTRE NOVA LAMEGO E PICHE
A vigésima morte de um condutor auto rodas, do Exército, em "combate", por efeito do rebentamento de uma mina anticarro, foi a do soldado Manuel Gonçalves Martins de Lima, natural da freguesia de Santa Maria Maior, Município de Viana do Castelo, ocorrida em 23 de Outubro de 1968, 4.ª feira, no sítio de Dara, no itinerário entre Nova Lamego e Piche, durante a realização de uma escolta militar, no período em que a sua unidade havia sido colocada em reforço da guarnição de Piche.
O condutor Manuel Lima pertencia ao Esquadrão de Reconhecimento "Fox" 2350 (EREC 2350) [15Jan68-23Nov69; do Cap Cav Carlos Fernando valente de Ascensão], unidade mobilizada pelo Regimento de Cavalaria 8 [RC8], de Castelo Branco, tendo embarcado a 10 de Janeiro de 1968, 4.ª feira, no Cais da Rocha, em Lisboa, rumo ao CTIG, a bordo do N/M "UÍGE", com o desembarque em Bissau a ter lugar a 15 do mesmo mês.
Infogravura do itinerário Nova Lamego-Piche, onde se assinala o local da explosão.
► SÍNTESE DA MOBILIDADE OPERACIONAL DO EREC FOX 2350
O EREC 2350, após o desembarque em Bissau seguiu para o Sector L3, com sede em Nova Lamego, onde substituiu, em 21Jan68, o EREC 1578 [13Mai66-25Jan68; do Cap Cav António Francisco Martins Marquilhas], ficando como subunidade de reserva móvel do Cmd Agr 1980 e depois do Cmd Agr 2957, tendo sido colocado em Bafatá, com um pelotão deslocado em Piche, este na dependência do BCAÇ 1933 [27Set67-20Ago69; do TCor Inf Armando Vasco Campos Saraiva (1.º) e TCor Renato Nunes Xavier (2.º)] e depois do BCAÇ 2835 [24Jan68-04Dez69; do TCor Inf Joaquim Esteves Correia (1.º), Maj Inf Cristiano Henrique da Silveira e Lorena (2.º) e TCor Inf Manuel Maria Pimentel Bastos] e, após a criação do Sector L4, do BART 2857 [15Nov68-05Out70; do TCor Art José João Neves Cardoso (1.º) e Maj Art Rui Ferreira dos Santos].
De 22Set68 a 23Nov68, o EREC 2350 esteve colocado em reforço da guarnição de Piche, com vista a actuação prioritária naquela zona de acção. Nesta situação, realizou acções de patrulhamento, escoltas a colunas de reabastecimento, reforço de guarnições e apoio de combate a localidades atacadas, tendo actuado em reforço dos sectores de Bambadinca, Bafatá, Nova Lamego e Piche.
Em 24Nov69, foi substituído pelo EREC 2640 [21Nov69-03Out71; do Cap Cav Fernando da Costa Monteiro Vouga], recolhendo a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso (Ceca; p 555).
Continua …
Fontes Consultadas:
Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 7.º Volume; Fichas das Unidades; Tomo II; Guiné; 1.ª edição, Lisboa (2002).
Ø Estado-Maior do Exército; Comissão para o Estudo das Campanhas de África (1961-1974). Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África; 8.º Volume; Mortos em Campanha; Tomo II; Guiné; Livro 1; 1.ª edição, Lisboa (2001); pp 23-569.
Ø Outras: as referidas em cada caso.
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade… com a máxima protecção do "Covid-19".
Jorge Araújo.
19Abr2020
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Nota do editor:
Último poste da série > 7 de fevereiro de 2020 > Guiné 61/74 - P20629: Jorge Araújo: ensaio sobre as mortes de militares do Exército no CTIG (1963/74), Condutores Auto-Rodas, devidas a combate, acidente ou doença - Parte VII
7 comentários:
Olá Camaradas
As baixas por doença não teriam maior incidência sobre os condutores do que sobre outras especialidades.
Já as relativas acidente (auto, supõe-se,) parecem estar relacionadas com o exercício diário dessa especialidade. Foi uma situação que não se conseguiu controlar, mesmo na Metrópole. Em África, podemos admitir que tal se deveu às más condições de funcionamento das viaturas, motivadas por insuficiente manutenção: falta de peças, escassez de mecânicos qualificados e necessidade de que as viaturas estivessem "sempre" a circular, nas unidades de primeira linha. Esta especialidade estava bastante exposta às acções do inimigo, quer por se constituir alvo a abater para "travar" as colunas com armas ligeiras ou A/Car. As minas eram o outro tipo de acção que se abatia sobre as viaturas das NT e havia algumas muito desprotegidas como era o caso dos Unimog 411 (enxota-pintos) que tinham a roda dianteira a cerca de meio-metro dos pés do condutor. Efectivamente as viaturas Unimog 411 e 409 eram, na sua origem viaturas para a actividade agrícola que, pelas suas características mecânicas eram muito adequadas aos trabalhos e missões das NT. Contudo, no que respeita a protecção contra minas A/Car nunca tiveram nem sequer uma medida de protecção contra a explosão de uma carga explosiva que era >5Kg. A colocação de uma "blindagem" na área do condutor poderia ter-se revelado uma solução satisfatória.
Um Ab.
António J. P. Costa
Tó Zé, o teu comentário merece ser posto na montra principal do blogue. A minha experiencia também comprova que o Unimos foisso um carrasco dos nossos condutores. O 411 era conhecido como o burrinho. Abraço. Luís
No caso de Dara (Nova Lamego-Piche) é o que se costuma dizer, infelizmente teve azar.
Por se tratar de uma Auto metralhadora FOX, e seguir na frente da coluna na zona central da estrada, ter 'pisado' a mina que normalmente era colocada no trilho deixado por viaturas de rodado mais largo.
Por outro lado, também faz confusão, ou melhor faz-me confusão, não ter havido a picagem da estrada como era habitual. No meu tempo, e muitas vezes a minha CART11 fez a segurança a colunas de Nova Lamego-Piche, fazia-se sempre a picagem. O que acontecia, por vezes, era a picagem ser feita e horas depois é que saía a coluna.
Não tenho a certeza se foi neste caso de Nov68, ainda não estava em Nova Lamego, contavam que a FOX saiu muito antes da segurança e o resto da coluna e teria sido atacada e incendiada numa emboscada.
Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz
Camarada Cmdt Pereira da Costa,
Venho ao Fórum acrescentar o seguinte:
Conforme dei conta no primeiro poste desta série - P20126, o número de mortes de condutores "por acidente", no total de 57 (29.9% do total), reportam, em primeiro lugar, à variável "acidente de viação" com 24 (42.1%) casos, seguida pela variável "acidente com arma de fogo" com 16 (28.1%) casos, em terceiro "por outros motivos" com 10 (17.5%) casos, e, por último, "por afogamento" com 7 (12.3%) casos.
Na expectativa de ter ajudado na interpretação dos números, envio um forte abraço de amizade... a 8.000 kms.
Jorge Araújo.
Caro Luís,
Bom dia.
Obrigado pela tua disponibilidade e apoio na publicação de mais um fragmento desta serie.
Entretanto, reparei que o "Araújo", sem acento, colocado no final, gerou um marcador novo (ou um novo marcador).
Fica bem. Até breve.
Com um forte abraço,
Jorge Araújo.
OK, Jorge, corrigido...LG
Bom dia Camarada Araújo
Pelo tipo de acidentes que indicaste parece-me que, para melhor explicitar, indicando em primeiro lugar, à variável "acidente de viação" com 24 (42.1%).
No que respeita ao"acidente com arma de fogo" com 16 (28.1%) casos, parece-me que não será relevante a especialidade condutor. Embora saibamos que "acidentes com arma de fogo" surgissem com certa frequência e com causas que só na unidade podem ser determinadas.
Em relação ao terceiro "por outros motivos" com 10 (17.5%) casos, e ao "por afogamento" com 7 (12.3%) casos, o problema põe-se do mesmo modo. A expressão "outros motivos" é a coluna do etc. ou "observações" que surge sempre em todas as estatísticas e pouco quer dizer.
Também, neste caso, a relação com a especialidade CAR não será de sustentar.
Um Ab.
António J. P. Costa
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