segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Guiné 61/74 - P22477: (De)Caras (174): Carlos de Azeredo (1930-2021), um homem digno, nobre e corajoso (José Belo, Suécia)


Capa do livro de memórias de Carlos de Azeredo “Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império” (Porto, Civilização Editora, 2004, 496 pp.): Sinopse: "Foi prisioneiro após a invasão do Estado português da Índia, seguir-se-ão três comissões, das duas na Guiné, por onde andou no Olossato, Aldeia Formosa e Bolama, regressará meses depois, a pedido de Spínola, para acompanhar os reordenamentos, envolveu-se no 25 de Abril, foi governante na Madeira, onde recebeu o Presidente da República e Presidente do Conselho depostos; será assessor militar de Sá Carneiro, Comandante da Região Militar Norte e Chefe da Casa Militar de Mário Soares. É intenso livro de memórias, o General Carlos de Azeredo é conhecido pela resposta pronta, pela língua afiada e pelo destemor." (*)


1. Mensagem de José Belo, o nosso luso-sueco, cidadão do mundo, membro da Tabanca Grande, que reparte a sua vida entre a Lapónia (sueca), Estocolmo e Key-West (Flórida, EUA). Foi nomeado por nós régulo (vitalício) da Tabanca da Lapónia (Na outra vida, foi alf mil inf, CCAÇ 2391, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70); é cap inf ref. ; durante anos alimentou, no nosso blogue, a série "Da Suécia com Saudade"): 


Data - 22 agosto 2021 13:38
Assunto - Carlos de Azeredo


Caro Luís: A notícia da morte do Sr. General Carlos de Azeredo (**), a quem me ligava profunda e respeitosa amizade pessoal, foi para mim um daqueles momentos em que uma catadupa de recordações foram dominantes.

Escrevi algumas “linhas” a título de comentário que se tornaram num texto longo para tal.
Vou enviar-te o texto que talvez tenha neste momento especial algum interesse para os Camaradas.

Um abraço, J.Belo


Carlos de Azeredo um Homem digno, nobre e corajoso (***)

por Joseph Belo

Data - 22 agosto 2021, 14:43

A citação do General Douglas McArthur aquando do seu discurso de despedida ao Congresso Norte Americano em 1951 bem se poderia aplicar à morte do Sr. General Carlos de Azeredo: “Old Soldiers never die;they just fade away” (Os velhos soldados nunca morrem simplesmente desaparecem)

Tendo servido em Aldeia Formosa e Mampata sob as ordens do então Major Carlos de Azeredo, fiquei a ele ligado por forte e respeitosa amizade pessoal.

Tive a honra de dar uma pequeníssima colaboração aquando da preparação do seu livro “Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império” (**).

Já há muito a viver na Suécia, fui contactado por um dos seus filhos que então o apoiava na recolha de “histórias” relacionadas com a sua presença no teatro de guerra da Guiné. (Contacto facilitado pelo meu Amigo e Camarada José Teixeira).

Entre outros, os detalhes relacionados com a ataque a partir de Aldeia Formosa a importante base inimiga situada na proximidade, mas bem já dentro da República da Guiné-Conakri.

Os ataques com canhões sem recuo, morteiros 120 e mesmo foguetões 1122, tanto a Aldeia Formosa como aos Destacamentos de Mampatá e Chamarra, assim como as inúmeras emboscadas às colunas de abastecimento Buba-Aldeia Formosa-Gandembel, eram efectuados por forças inimigas desta base.

Num período em que os mesmos se estavam a intensificar, o Major Azeredo ordenou ao Capitão de Artilharia Ricardo Rei, então responsável por uma bateria de obuses 14 sediada em Aldeia Formosa para elaborar um plano de fogos para um ataque a esta base.

O Capitão Rei, que era um operacional bastante agressivo, tinha evidente vontade de cumprir a ordem. Lembrou no entanto ao seu superior que tal ataque viria certamente a causar “turbulências” tanto a nível do Quartel General de Bissau, como no Comando-Chefe e, não menos, entre os políticos em Lisboa pelas previsíveis consequências internacionais.

A resposta do Major Azeredo foi simples: "Precisamente!"

Depois de preparação cuidadosa, as granadas foram durante a mesma noite “enfiadas” na base inimiga, com as inerentes consequências provocadas por uma bateria de obuses 14 quando sob comando competente .

Não muitas horas passadas, Spinola desembarca do seu helicóptero em Aldeia Formosa. Trazia uma expressão facial que nada de bom indicava. Realmente as “turbulências” previstas estavam a surgir.

Depois de vívida troca de opiniões com o Major Azeredo, o Comandante-Chefe aparentou acalmar-se. Talvez (!) o respeito pela coragem da frontalidade de Carlos de Azeredo, então não muito habitual entre alguns dos responsáveis militares.

De qualquer modo, ao regressar ao helicóptero disse em voz bem audível: "Continue!"

Talvez (!) tivesse contribuído para a falta de consequências disciplinares, por muitos previstas,
o facto de tanto Spinola como Carlos de Azeredo serem oficiais da Arma da Cavalaria e o Comandante-Chefe sempre que, em conversa, se referia a Carlos de Azeredo, o apodar de um “Puro Sangue”. Talvez. (Spínola, nascido em 1910, era vinte anos mais velho que o Carlos de Azeredo.)

Recomenda-se a leitura do livro “Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império” não só pelos acontecimentos relacionados com a Guiné mas, e principalmente, com tudo o relatado por vários testemunhos de outros militares quanto ao procedimento honroso do então Capitão Carlos de Azeredo. (***)

Um abraço do J.Belo

2. Nota do editor:

No CTIG, Carlos de Azeredo foi comandante da CCav 1616 / BCAV 1897 (Mansoa e Olossato, 1966 / 1968), do Comando Operacional do Sector de Aldeia Formosa / COP 1 (1968/69), e do Centro de Instrução Militar de Bolama (1969).

Fichas de unidades:

(i) CCav 1616 (Mansoa e Olossato, 1966 / 1968):

Cmdts: Cap Grad Cav Eduardo Manuel de Oliveira Trigo PerestreJo de Alarcão e Silva | Cap Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme

Partida: Embarque em 12Nov66, desembarque 18Nov66 | Regresso: Embarque em 02Ago68
Síntese da atividade opercaional

A CCav 1616 seguiu, em 28Nov66, para a região de Mansoa, a fim de efectuar a adaptação operacional sob orientação do BCaç 1857 e seguidamente ficar integrada no dispositivo e manobra do seu Batalhão, instalando a sede em Mansoa.

Actuou em operações nas regiões de Cubonge, Locher, Sarauol e Tambato, entre outras e na protecção a trabalhos de descapinagem da estrada Mansoa-Cutia, até 03Abr67.

Após ter tomado parte na operação "Fabíola", foi colocada, temporariamente, em Cutia, onde substituíu a CCaç 1421, de 26Abr67 a 07Mai67, com vista a assegurar a segurança e protecção dos trabalhos da estrada Mansoa-Mansabá, então realizados na dependência do BCaç 1912.

Deixando ainda um pelotão em Cutia até 29Jun67, foi transferida em 07Mai67 para Mansabá, a fim de assumir a missão de intervenção e reserva do seu batalhão.

Em 02Ju167, rendendo a CArt 1486, assum iu a responsabilidade do subsector de Olossato, com um pelotão em Ponte Maqué, no sector do seu batalhão.

Em 29Ju168, foi rendida no subsector de Olossato pela CCaç 2367, ali colocada do antecedente em reforço da guarnição, até à chegada e final do treino operacional da CCaç 2406, seguindo depois para Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - O BCAV 1997 (CCAV 1615, 1616 e 1617 ) tem História da Unidade (Caixa n." 78 - 2ª Div/4ª  Sec, do AHM). A CCav 1617 tem Breve Resumo da História da Unidade (Caixa n." 106 - 2* Div/4ª  Sec, do AHM).
 

(ii) Comando Operacional do Sector de Aldeia Formosa / Comando Operacional n.º 1

Identificação COSAF I COP 1
Cmdt: Maj Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme
Início: 12Jun68
Extinção: 15Jan69

Síntese da Actividade Operacional

Este comando operacional foi criado com vista a fazer face a um recrudescimento da actividade inimiga na região do Forreá-Contabane, efectuar o reordenamento de populações na área de Aldeia Formosa e facilitar a acção operacional do BArt 1896 - e depois do BCaç 2834 - na região de Buba.

Estabeleceu a sua sede em Aldeia Formosa. Dele fizeram parte a companhia e outros meios de apoio de combate ali sediados e mais duas subunidades de intervenção que lhe foram especificamente atribuídas.

Em 20Ago68, o COSAF passou a designar-se COP 1. Desenvolveu intensa actividade operacional na área, com a realização de patrulhamentos ofensivos, emboscadas e acções sobre as forças inimigas infiltradas na zona.

Em 15Jan69, foi extinto, passando a responsabilidade da área a ser assumida pelo BCaç 2834.

Observações - Não tem História da Unidade.
 

(iii) Centro de Instrução Militar

Identificação CIM

Cmdt:
Cap Inf José Manuel Severiano Teixeira
Cap Inf António Lopes de Figueiredo
Cap Inf António Ferreira Rodrigues Areia
Cap Inf Laurénio Felipe de Sousa Alves
Cap Inf António Feliciano Mota da Câmara Soares Tavares
Cap Inf João José Louro Rodrigues de Passos
Cap Inf Alcino Fernando Veiga dos Santos
Cap Inf António de Matos
Cap Art Samuel Matias do Amaral
Cap Inf Carlos Alberto Antunes Ferreira da Silva
Maj Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme
Maj Inf Carlos Alberto Idães Soares Fabião
Maj Inf Fernando Jorge Belém Santana Guapo
Maj Cav José Luís Jordão de Ornelas Monteiro
TCor Inf Octávio Hugo de Almeida e Vasconcelos Pimentel
TCor Cav Raúl Augusto Paixão Ribeiro
Cor Inf Carlos Emiliano Fernandes
Divisa:

Início: Anterior a OIJan61 | Extinção: 14Set74


Síntese da Actividade Operacional

Era uma unidade da guarnição normal, tendo sido criada inicialmente em Bissau no aquartelamento de Santa Luzia, a partir de 17Mar59, com a finalidade de ministrar instrução militar ao pessoal residente na Guiné e já recenseado
e com documentos de identificação nacionais.


Inicialmente, com a designação Centro de Instrução de Civilizados, passou, a partir de 24Nov59, a ter a designação de Centro de Instrução Militar, ministrando também instrução a praças I.

Em 20Mai61, foi transferido para Bolama, tendo assumido a responsabilidade do subsector respectivo, o qual englobava ainda as ilhas de Bijagós.

Para além da instrução básica e especial ministrada aos militares do recenseamento local para formação de diversas especialidades, efectuou ainda a IAO de unidades e subunidades metropolitanas, esta instrução especialmente a partir de meados de 1970, e estágios de Oficiais e Sargentos para enquadramento de unidades africanas da guarnição normal.

Efectuou também acções de patrulhamento e de contacto com as populações, garantindo ainda a segurança, protecção e controlo dos itinerários, dos aldeamentos e das populações, contribuindo para o seu desenvolvimento social, económico e cultural e superintendendo
no funcionamento do Centro de Licenças de Bolama.

Em 14Set74, na sequência do plano de retracção do dispositivo e após entrega do aquartelamento de Bolama ao PAIGC, o Centro foi desactivado e extinto.

Observações - Tem História da Unidade, referente a OlJan72 a 30Jun74 (Caixa n.º 117 - 2ª
Div/4ª Sec, do AHM).

Fonte:  Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas das Unidades: Tomo II - Guiné - 1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002, pp. 265, 487 e 601 e 683/684.
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

1 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15693: Notas de leitura (804): “Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império”, por Carlos de Azeredo, Livraria Civilização, 2004 (1) (Mário Beja Santos)

5 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15708: Notas de leitura (805): “Trabalhos e Dias de Um Soldado do Império”, por Carlos de Azeredo, Livraria Civilização, 2004 (2) (Mário Beja Santos)

(**) Vd. poste de 21 de agosto de 2021 > Guiné 61/74 - P22474: In Memoriam (404): Gen Cav Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme (1930-2021), falecido na cidade do Porto no passado dia 19 de Agosto de 2021... Entra para a Tabanca Grande, a título póstumo, sob o lugar nº 848

(***) Último poste da série > 15 de junho de 2021 > Guiné 61/74 - P22283: (De)Caras (138): Pepito, o amigo sportinguista (Carlos Fortunato, ex-fur mil trms CCAÇ 13, "Os Leões Negros", Bissorã, 1969/71, e presidente da direção da ONGD Ajuda Amiga)

14 comentários:

Anónimo disse...

Venho aqui comentar apenas porque o General Carlos Azeredo foi, pelo que li, contemporâneo meu na Guiné, de 67/69, mas nunca o conheci nem sabia desta coincidência.

Porque é do Porto e morreu no Porto, é da minha geração, ou eu sou da dele, em parte.
Comecei a conhecer melhor a sua figura a quando das eleições à Camara Municipal do Porto,
tendo observado à distância essa época eleitoral, que nada me dizia, nem antes, nem depois.
Mas apercebi-me, dada a sua frontalidade, quer não era muito bem visto pela maioria da população do Porto, e por isso não foi eleito.

Partilhei alguns momentos da campanha, pela mão do meu falecido Irmão que o conhecia como prisioneiro na India.
Para mim era mais um candidato a umas eleições recorrentes, coisa que não dou grande interesse, e já tinha razão nessa época...

Paz à sua alma, e condolências à familia.

Virgilio Teixeira





Hélder Valério disse...

Não me pronunciei no "post" que nos dava nota do falecimento mas sendo óbvio o que já algumas vezes tenho dito aquando de situações idênticas de que este tipo de "final de vida" está reservado para todos nós, é sempre com alguma emoção e constrangimento que tomamos conhecimento destes casos.

Sendo também certo que todos, e cada um de nós, tem as suas características próprias, o que temos conhecimento do Sr. General leva-nos a considerar a sua verticalidade e frontalidade, coisas que até vão rareando.

Então, dando cumprimento ao que nestas circunstâncias é dado, aqui deixo também as minhas condolências à família e o desejo de que descanse em paz.

Hélder Sousa

Manuel Luís Lomba disse...

O General Carlos Azeredo foi o autor do plano e o comandante do 25A na Região Militar do Norte, tinha vaidade da sua "operação relâmpago", executara-a em apenas dois minutos, ganhara anticorpos do MFA lisboeta como "oficial e cavalheiro", não só não permitiu a prisão do seu General como o autorizou e à família a residir no QG, até ao casamento e à boda da filha, daí a dois dias.
Fomos vizinhos: a sua residência no Porto era no prédio dos escritórios da Soares da Costa, o PREC tinha corrido com ele dum alto cargo na Madeira para comandante do RC6, então à Ramada Alta, o General Costa Gomes tinha requerido o Forte de S. Julião da Barra para residência e ripostara, requerendo o Forte de S. João da Foz para sua, o nosso primeiro contacto foi quase surreal. Estava a fitá-lo na sua primeira saída da garagem do prédio,de gabardina militar, boina ao lado e de galões de Tenente-coronel, a montar uma motorizada, interpelou-me:
- Nunca viste? Contavas com um Mercedes ou uma Chaimite?
- Aceite os parabéns deste seu vizinho, meu Tenente-coronel...
As circunstâncias da vida fez-nos encontrar várias ocasiões, era frontal e amigo dos seus ex-soldados,um fiel servidor da República, mas monárquico convicto - "Os Portugueses não são filhos da puta, para terem de escolher um pai de cinco em cinco anos"...
Paz à sua alma e os pêsames à Família.
Manuel Luís Lomba

Valdemar Silva disse...

Há uma certa confusão com os anos de comissão na Guiné do Gen. Carlos Azeredo.
Parece perceber-se que esteve em comissão de 1966 a 1969.
Então quer dizer que não estava na EPC-Santarém entre Julho-Outubro de 1967, fiz confusão não podia o ter conhecido naquele ano. Interessante, quando o vi pela primeira vez em Contuboel em 1969 tinha a ideia de o já ter conhecido antes.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Ninguém nos ouve ...Caro J.Belo

No meu tempo era comum flagelar para o outro lado, só havia um inconveniente, que era o alcance máximo do obus 14....16 km .

As minhas condolências à família do Sr.General.

AB
C.Martins

JB disse...

Para os que tiveram a oportunidade de conviver com o Sr.General Carlos de Azeredo nas mais díspares situações, e localizações ,da sua longa vida,a candidatura a cargo político na Cidade do Porto foi uma profunda surpresa.
É certo ter adquirido alguma experiência “ na política” aquando dos seus cargos na Madeira depois de Abril de 74.
Mas uma política a seu modo alicerçada na base de apoios político-militares que lhe iam chegando desde Lisboa,.nas condições pouco normais em que se vivia na época.
O facto de ter acompanhado o seu amigo de juventude Sa Carneiro,e posteriormente Mário Soares, por dentro dos “corredores do poder” ter-lhe-á facilitado uma visão do significado de ser-se…..político!

Mas quem o terá convencido,em momento já adiantado de uma longa e muito rica em acontecimentos, vida,a uma candidatura política?
Vida política num tipo de cargo que em nada se coadunava com a reconhecida frontalidade , e honestidade,de Carlos de Azeredo.

A falta de estímulos e desafios a quem toda uma vida os teve e soube enfrentar?
O grande amor pela cidade do Porto e de todo o Norte em geral?
Para alguns é um momento estranho,por inesperado,na sua tão rica biografia.

Na nossa história recente há uma sucessão de figuras de Generais,mais ou menos carismáticos,a quem a vida política acarretou desilusões e mesmo dissabores graves.
Norton de Matos,Craveiro Lopes,Humberto Delgado,Spinola,Ramalho Eanes,só para citar os mais “reconhecidos”.
O Sr.General Costa Gomes terá um lugar um pouco diferente na “lista “ porque,para além dos seus vastos conhecimentos académicos ,possuía (em elevado grau!) algumas das características que formam políticos….”.efectivos”.
Características difíceis de encontrar em Carlos de Azeredo.

Não me atrevo a escrever *Que descanse em paz*.
Com a sua enorme energia, e capacidade de ação, estará nesta altura bem ocupado a remodelar e actualizar as rotinas há milénios ultrapassados do dia a dia no Paraíso.

J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Os filhos do gen Carlos de Azeredo deixaram os seguintes comentários no poste P22474 (, infelizmente não temos nenhum contacto deles, endereço de email e/ou nº de telemóvel):

(i) Maria Azeredo disse...
Obrigada a todos pela palavras tão reconfortantes e que nos enchem de orgulho de ser seus filhos🤍🤍


22 de agosto de 2021 às 17:37

(ii) Unknown disse...

Eu e os meus irmãos, sentimos orgulho nos amigos do nosso Pai. Bem hajam

23 de agosto de 2021 às 13:51

Anónimo disse...


Joseph Belo (by email)
24 agosto 2021 12:32

Caro Luís

Acabei de colocar um comentário ao texto sobre o General Azeredo.

Tendo verificado que a sua filha,também em comentário,se fez ouvir sobre o texto com a notícia da sua morte, pergunto se terás oportunidade de lhe (lhes!!!) fazer chegar este meu texto e comentário.

Contínuo com profunda curiosidade sobre quem,ou o quê, que terá levado o General Azeredo a tal candidatura…..política.

Já passaram muitos anos desde o meu contato com o filho que o ajudou quanto ao livro e,infelizmente, moradas perdem-se com facilidade quando se saltita continuamente de um lado para o outro deste pequeno charco que é o Atlântico, ao mesmo tempo em que a vida dá muitas e inesperadas voltas.

(...) Volto na próxima semana paar os States,ficando com muito poucas oportunidades “colaborativas”.

Espero que a tua saúde continue em boa recuperação.

Um abraço. J. Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

José: Pode ser que o "maioral" do Zé Teixeira te possa ajudar... Em tempos, ele trabalhou com a esposa do general,Lúcia Josefina de Castro Girão, no âmbito da Acção Católica, num grupo de autoajuda ou ajuda mútua, não sei ao certo... Foi aí que ele acabou por conhecer pessoalmente o gen Carlos de Azeredo, seu comandante do COP 1. Ele ontem telefonou-me, estava de férias em Sesimbra. Vou reencaminhar-lhe o teu pedido.

Boa viagem até aos States. Espero que encontres bem todos os que amas, filhos, noras, netos, amigos. Desde há três meses que ando todos os dias a caminho da fisioterapia. Acho que me está a fazer bem... Mas agora é o meu calvário de verão. Luís

José Teixeira disse...

Bons amigos e camaradas José Belo e Luís Graça. Tive a feliz oportunidade de conhecer o Sr. General fora do contexto militar. Participei durante uns anos como voluntário uma associação de apoio a pessoas em solidão e luta contra o suicídio não ligada a qualquer igreja ou religião onde colaborava também a senhora sua esposa, D. Lucia Girão. Descobri com muito gosto gente de princípios e valores voltados ao serviço comunitário. Infelizmente com a ida do Sr. General para Lisboa assessorar o Presidente Mário Soares perdemos o contato. Quanto à sua candidatura à Presidência da CMP, na minha modesta opinião, deve-se ao seu sentido de serviço à comunidade, por um lado e porque se tratava de um novo desafio de um grupo onde pontificavam vários amigos seus ligados à social democracia defendida por Sá Carneiro amigo pessoal e filho da Condessa de Lumbrales uma monárquica, uma senhora a quem as classes desfavorecidas da cidade do Porto daquele tempo devem muito como vereadora da ação social da CMP.
Fraternal abraço do Zé Teixeira

JB disse...

Meu Caro “Maioral” do segundo Pelotão da 2381,meu Amigo e Camarada José Teixeira.

Grato pelos rápidos esclarecimentos que me ajudam (a tentar!) compreender o porquê do “nosso Major Azeredo”…….politico camarário!

Um grande abraço do J.Belo

José Teixeira disse...

Zé Belo, velho camarada. O nosso Major foi sem dúvida um grande militar português, um grande homem como pessoa, mas na política esbarrou-se na primeira esquina. Creio que foi espicaçado e como gostava de desafios seguiu em frente, mas por pouco tempo. Gostava muito de ir para o Douro pescar. Fraternal abraço.

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Para saber mais sobre o gen cav ref Carlos Azeredo:

Nota de óbito deixada na página do Facebook da Tabanca Grande:

https://www.facebook.com/people/Tabanca-Grande-Lu%C3%ADs-Gra%C3%A7a/100001808348667

Utw Ultramar Terraweb
23 de agosto às 18:33 ·

Breve resenha e notícia de óbito:

Faleceu no dia 19Ago2021 o veterano Carlos Manuel de Azeredo Pinto Melo e Leme, General na situação de reforma.

Agraciado com Cruz de Guerra de 1.ª classe e 2 Medalhas de Prata de Serviços Distintos com palma. Serviu Portugal:

(i) no Estado da Índia Portuguesa, no período de 1954 a 1955: cmdt de um PelRec do ECav2 – Mapuçá, e no período de 1960 a 1962: 2.º cmdt da PSP (Pangim),

(ii) e nas Províncias Ultramarinas de Angola, no período de 1964 a 1966: cmdt da CCav681/BCav682,

(iii) e da Guiné, no período de 1967 a 1969: cmdt da CCav1616/BCav1897, cmdt do COSAF/COT1 e cmdt do CIM-Bolama e no período de 1970 a 1972: chefe da SecOrgAutDef/CCFAG.

Paz à sua Alma.
Elementos cedidos por um colaborador do portal UTW

http://ultramar.terraweb.biz/CarlosManueldeAzeredoPintoMeloeLeme_1.htm

Anónimo disse...

Em relação ao Senhor General Carlos Azeredo:

Lendo agora este resumo, e com a devida vénia, mais uma coincidência que não conhecia.
Foi também contemporâneo no ano de 1955, do meu pai na India Portuguesa - Estado Português da India.
Para além de como já disse, também 'companheiro' no Campo de Concentração de Pangim, Nova Goa, do meu irmão, como prisioneiro da India de Nehru.

E comentando alguém que já não encontro quem, a forma vergonhosa como foram 'encaminhados' tal como cadastrados comuns, chegando por via aérea do Paquistão, desembarcando escondidos, quase ninguém se deu conta deles.
O meu irmão apareceu em nossa casa de familia, de surpresa, ninguém o esperava...

Está tudo dito, o desejo da Nação era que todos tivessem morrido - assassinados ao serviço da Pátria e a India Portuguesa ia cair na mesma nas mãos das tropas especiais 'Siks' do Nehru.

Não se percebe bem como foi o Senhor General levado a candidatar-se à CMP, que não correu nada bem, ele não era politico de raiz, e criticada por várias sensibilidades ditas 'ilustres', ou não!

À Familia mais uma vez os meus pêsames e que descanse em paz.

Cumprimentos,

Virgilio Teixeira,
Ex- Alferes Miliciano nos anos de 67/69 - Guiné Portuguesa,
Natural e vivido no Porto.