Angola > "A Exma. Esposa do Coronel Félix montada num búfalo-pacaça, que, minutos antes, ela própria abatera a tiro de rifle" (Joaquim António da Silva Félix era ofcial do exército, coronel, industrial, agricuktir e publicista, dono da fazenda Glória.)
Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 8, janeiro e março de 1934, pág. 35.
Ilha da Madeira, vista geral do Funchal e da sua baía... "Fotografia gentilmente cedida pela Casa da Madeira, Lisboa" (A Madeira também foi lugar de desterro... até aos anos 30.)
Fonte: Boletim da Sociedade Luso-Africana do Rio de Janeiro, nº 8, janeiro e março de 1934, pág. 46.
Uma tese não pode ser considerada o esgotamento do objeto e de suas múltiplas determinações, pois os problemas e respostas que levantamos são limitados por nossos recortes temporais e teórico-metodológicos.
As vertentes mais “humanistas” do colonialismo na prática não abdicavam da coerção e da integração forçada das populações nativas ao sistema colonial. As diferenças, como já reiteramos diversas vezes, não apagaram o projeto global de dominação e expropriação/coerção das diversas etnias.
A cultura imperial republicana, salazarista ou monárquica, era unânime na defesa da manutenção da presença do Império no ultramar. Colonizar e civilizar faziam parte de uma suposta essência portuguesa. Portugal, para esses intelectuais, precisava se “alimentar” continuadamente de “gentes exóticas” para realizar a sua essência, a “antropofagia lusitana”, como já disse um arguto antropólogo (THOMAZ, 2002: 144) (...)
Todavia, a suposta assimilação do exótico, tão explícita no ideário panlusitano, dava-se em um sentido “hierárquico” entre um “nós” lusitano da metrópole culturalmente superior e um “outro” que deveria chegar ou foi levado à “civilização”. A valorização do “mestiço”, cabo-verdiano ou brasileiro, no Boletim, não se dava exclusivamente porque a cultura negra começava a ser vista como um contributo para a sociedade lusitana, mas porque, na percepção destes intelectuais, os nativos foram culturalmente “civilizados” segundo os parâmetros europeus.
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4 comentários:
Luís Graça, mas que mina descobriste.
Mas olha que:
O Ato colonial não passou de pôr um freio a essa gente que sonhava com uma Àfrica do Sul, com mineiros e grandes industriais a explorar a exemplo de Cecil Rodes e os boeres "muito ouuuuro"" de uma maneira oposta ao modesto Salazar.
Aí sou salazarista, à Norton de Matos ia ser a maior desgraça, havia muitos velhos colonialistas em Angola que antes de 1961, todos do Norton de Matos, mas depois com a upa viraram o bico ao prego.
Queriam explorar aquelas grandes riquezas livremente, como os sulafricanos faziam.
Na grande lista de colaboradores que mostras, há um nome de um grande amigo de Salazar durante a guerra colonial que era embaixador em Paris, que foi Marcelo Matias
Luis penso que saltaste alguma parte, já vais na V.
Ler tudo é complicado.
Vá la que já há brasileiros, como esse investigador, que não sei é branco, preto ou pardo, como eles se classificavam há 50 anos, que sabem que Portugal tinha mais colónias, porque há 50 anos não sabiam disso.
E dos brancos ainda há uma diversidade enorme que não se comparam com os portugueses, que não somos bem brancos como eles, e que só encontraram o Brasil, porque se perderam no caminho.
E até duvidavam de Cabral, o Pedro, porque do Amílcar nem nunca tinham ouvido falar.
Luis Graça, Vem aí uma, que depois de Adriano Moreira acabou o trabalho forçado.
Na prática, foi sempre a mesma coisa. Por mim falo, que sempre vi em Angola, trabalhadores, chamados os "contratados" o processo era o mesmo, antes e depois de A. Moreira.
Serem forçados ou voluntários, o mais complicado eram os velhos e velhas verem os filhos irem para fora da família.
Olha aquela dos antropófagos lusitanos, porreira:
"Portugal, para esses intelectuais, precisava se “alimentar” continuadamente de “gentes exóticas” para realizar a sua essência, a “antropofagia lusitana”, como já disse um arguto antropólogo (THOMAZ, 2002: 144) (THOMAZ, 2002).
Segundo esse Tomaz, nada enchia a barriga a esses intelectuais.
Salazar concordaria com este antropólogo, que não sei quem seja.
Por agora chega, aproveito para lembrar gente exótica que foi para o Brasil, hoje,daqui onde a bola era quadrada e eramos todos joaquins e manueis:
Abel Ferreira – Palmeiras;
Luís Castro – Botafogo;
Pepa – Cruzeiro;
Renato Paiva — Bahia;
Pedro Caixinha – RB Bragantino;
António Oliveira – Cuiabá;
Armando Evangelista – Goiás,
Seguidores de J. Jesus.
Cumprimentos
Rosinha, não conheço este autor, mas tem 3 referências bibliográficas na tese de doutoramento do nosso Marcelo Assunção:
THOMAZ, Omar Ribeiro. Do saber colonial ao luso-tropicalismo: “Raça” e “Nação” nas primeiras décadas do salazarismo. In: Maio, Marco Chor; SANTOS, Ricardo Ventura (orgs.). Raça, Ciência e Sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1996.
_____________________. “O bom povo português”: usos e costumes D’Aquém e D’além Mar. Mana 7 (1): 55-87, 2001.
_____________________. Ecos do Atlântico Sul: Representações sobre o terceiro império. Rio de Janeiro. Editora UFRJ/FAPESP, 2002.
Antº. Rosinha
Realmente é de rir, o Brasil terra de jogadores de futebol que os exporta para todos os cantos do mundo, importa treinadores portugueses que vencem campeonatos nacionais e troféus estrangeiros.
Valdemar Queiroz
Valdemar, como acompanho bastante o Brasil, e ver Jesus a dirigir o Flamengo no Rio e Vitor Pereira o Corinthians em São Paulo, isto é, cada um destes "portugas" suportar fanáticos de vários benficas cada um, seria coisa inconcebível há uns 40 anos atras.
Mas o actual campeão do brasileirão, o Abel Ferreira, o que aguentou mais tempo aquele inferno, os jornalistas já lhe chamaram de tudo, até de "colonizador".
O clube dele é menor que os outros, Palmeiras de adeptos italianos,é um pouco menor que os outros dois, mas complicado na mesma.
Mas este Abel Ferreira vi-o um dia na televisão, revoltado chamar ao vivo cavalgaduras aos jornalistas que o estavam a atacar.
"Vocês têm PALAS nos olhos".
E fez o gesto com as mãos a fazer palas, antolhos, na cara, e como perguntaram o que era palas, explicou que na minha terra, e pareceu-me que falou em Penafiel, usam-se palas nos olhos dos animais para olharem só em frente, vocês também só olham em frente
Pode haver uma explicação muito particular para este inusitado e quase colectivo sucesso destes treinadores lusos, neste país de afrodescendentes.
Mas isso são outros quinhentos, como eles dizem.
Cumprimentos
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