Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2025)
1. Bissássema, como outros topónimos da guerra, tem estado esquecido. Temos apenas 15 referências no nosso blogue. De um lado do outro da "barricada", há memórias trágicas. Tanto as NT como o PAIGC parece terem feito um "apagão" da batalha de Bissássema (que, em rigor, vai de 31 de janeiro, início da operação para reocupar Bissássema, a 10 de março de 1968, altura em a tabanca foi queimada e abandonada pelas NT).
Falaremos disso em próximo poste. Mas podemos desde já adiantar o seguinte: o Arquivo Amílcar Cabral / Cada Comum tem apenas uma única referência a Bissássema, um comunicado assinado por Amílcar Cabral, em francês, com datada de 19/2/1968, quinze dias depois dos acontecimentos, sobre o grande "ronco" do dia 3; omite-se, portanto, os desaires que o PAIGC sofreu, nesse e nos dias seguintes; por sua vez, o livro da CECA sobre a atividade operacional das NT nesse ano tem 5 referências a Bissássema, mas nenhuma reportada ao dia da tragédia (3/2/1968). Lapso? Branqueamento ? "Apagão" ?...
Falaremos disso em próximo poste. Mas podemos desde já adiantar o seguinte: o Arquivo Amílcar Cabral / Cada Comum tem apenas uma única referência a Bissássema, um comunicado assinado por Amílcar Cabral, em francês, com datada de 19/2/1968, quinze dias depois dos acontecimentos, sobre o grande "ronco" do dia 3; omite-se, portanto, os desaires que o PAIGC sofreu, nesse e nos dias seguintes; por sua vez, o livro da CECA sobre a atividade operacional das NT nesse ano tem 5 referências a Bissássema, mas nenhuma reportada ao dia da tragédia (3/2/1968). Lapso? Branqueamento ? "Apagão" ?...
(...) "Sabe-se que esta intervenção, em Bissássema, foi um fracasso para ambos os lados, e que o PAIGC sempre ocultou no seu historial. Se, pelo lado português, para além dos prisioneiros e dois desaparecidos e feridos, não se conseguiu concretizar os objetivos propostos; para o lado do PAICG, o elevado números de baixas, levou a que sempre escondesse as suas consequências tendo, inclusivamente, ter sido considerado por alguns, como um dos maior desaires que sofreu no seu movimento de libertação da Guiné." (...)
Este é um excerto do texto do antigo alf mil at inf da CCAÇ 2314 (Tite e Fulacunda, 1968/69), J. M. Pais Trabulo, disponível na sua página do Facebook (João Manuel Pais Trabulo), e também reproduzido na página do CCAÇ 2314 - Agis Quod Agis.e e na página do BART Tite - Guiné (BART 1914).
Este é um excerto do texto do antigo alf mil at inf da CCAÇ 2314 (Tite e Fulacunda, 1968/69), J. M. Pais Trabulo, disponível na sua página do Facebook (João Manuel Pais Trabulo), e também reproduzido na página do CCAÇ 2314 - Agis Quod Agis.e e na página do BART Tite - Guiné (BART 1914).
Hoje Cor GNR ref, Pais Trabulho (natural de Meda, a viver em Gouveia), tem mantido viva a memória desse tempo que foi de "terror, para quem o viveu (CART 2314, CART 1743 / BART 1914, milícia e população, etc.). Bem haja!
A versão dos acontecimentos que vamos aqui reproduzir, parece-nos equilibrada e fidedigna. Deve ser conhecida por um público mais vasto, e nomeadamente pelos nossos leitores. Tiro, pois, o quico ao cor Pais Trabulo que de resto tem mais textos sobre Bissássema e a história da CCAÇ 2314.
Da CCAÇ 2314 também só tínhamos até agora escassas referências. O ex-fur mil Joaquim Caldeira aceitou ser o primeiro representante desta subunidade, sentando-se à sombra do nosso poilão no lugar nº 905. (Iremos apresentá-lo proximamente à Tabanca Grande; mas fica também aqui o convite para o cor Pais Trabulo se juntar ao blogue dos "amigos e camaradas da Guiné").
O Pais Trabulo no Poço do Inferno, geossítio do Geoparque Estrela (BG 19), s/d. Cortesia da sua página do Facebook (João Manuel Pais Trabulo). Ex- alf mil at inf, CCAÇ 2314 (Tite e Fulacunda, 1968/69).
Na página do CCAÇ 2314 - Agis Quod Agis.e na página do BART Tite - Guiné (BART 1914) o cor Pais Trabulo tem algumas fotos inéditas e preciosas de Bissássema. Vamos pedir-lhe a competente autorização para as reproduzir aqui. É também uma forma de homenagear os bravos, já esquecidos, de Bissássema.
Tínhamos acabado o treino operacional e a CCAÇ 2314 estava em condições de rumar até Jabadá para assumir a sua área de responsabilidade.
O furriel Fernando Almeida, responsável da logística, deslocara-se para aquele aquartelamento a fim de preparar a ida da companhia.
Enquanto isso, a companhia iria participar numa operação para instalar uma força que iria construir o aquartelamento na região da península de Bissássema, situada na margem sul do rio Geba em frente de Bissau.
Muito se tem dito sobre a "História de Bissássema". Cada uma tem um fundo de verdade no relato desse fatídico mês e consoante a vivência de cada um nessa ocorrência.
A história da Unidade da CCAÇ 2314 refere que “a península de Bissássema se situava na região de Quinara, do lado oposto à cidade de Bissau, tendo o rio Geba de permeio, era uma região essencialmente rica em arroz, cultivado nas extensas bolanhas que a rodeavam e onde o PAIGC se movimentava com facilidade, controlava e recebia apoio logístico da população e onde exercia intensa ação psicológica.
"Face à sua situação estratégica, tendo em conta aquela, tornava-se necessário ocupar a região de modo a evitar possíveis flagelações a Bissau e, por isso, subtrair ao PAIGC o controlo da região, evitando o recrutamento de meios humanos e, também, o reabastecimento de alimentos das suas bases naquele regulado. Era portanto, necessário instalar, assim, uma força naquela região e a consequente construção de um aquartelamento.”
O início de Bissássema ocorreu nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro [de 1968 ], ao se ter realizado naquela região uma operação com a finalidade de instalar essa força. A operação coube à CCAÇ 2314 em conjunto com a CART 1743, reforçadas com elementos da CCS do Bart 1914.
O Pais Trabulo no Poço do Inferno, geossítio do Geoparque Estrela (BG 19), s/d. Cortesia da sua página do Facebook (João Manuel Pais Trabulo). Ex- alf mil at inf, CCAÇ 2314 (Tite e Fulacunda, 1968/69).
Na página do CCAÇ 2314 - Agis Quod Agis.e na página do BART Tite - Guiné (BART 1914) o cor Pais Trabulo tem algumas fotos inéditas e preciosas de Bissássema. Vamos pedir-lhe a competente autorização para as reproduzir aqui. É também uma forma de homenagear os bravos, já esquecidos, de Bissássema.
Memórias de uma guerra… > A Tragédia de Bissássema
por João Manuel Pais Trabulo, cor GNR ref
Tínhamos acabado o treino operacional e a CCAÇ 2314 estava em condições de rumar até Jabadá para assumir a sua área de responsabilidade.
O furriel Fernando Almeida, responsável da logística, deslocara-se para aquele aquartelamento a fim de preparar a ida da companhia.
Enquanto isso, a companhia iria participar numa operação para instalar uma força que iria construir o aquartelamento na região da península de Bissássema, situada na margem sul do rio Geba em frente de Bissau.
Muito se tem dito sobre a "História de Bissássema". Cada uma tem um fundo de verdade no relato desse fatídico mês e consoante a vivência de cada um nessa ocorrência.
A história da Unidade da CCAÇ 2314 refere que “a península de Bissássema se situava na região de Quinara, do lado oposto à cidade de Bissau, tendo o rio Geba de permeio, era uma região essencialmente rica em arroz, cultivado nas extensas bolanhas que a rodeavam e onde o PAIGC se movimentava com facilidade, controlava e recebia apoio logístico da população e onde exercia intensa ação psicológica.
"Face à sua situação estratégica, tendo em conta aquela, tornava-se necessário ocupar a região de modo a evitar possíveis flagelações a Bissau e, por isso, subtrair ao PAIGC o controlo da região, evitando o recrutamento de meios humanos e, também, o reabastecimento de alimentos das suas bases naquele regulado. Era portanto, necessário instalar, assim, uma força naquela região e a consequente construção de um aquartelamento.”
O início de Bissássema ocorreu nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro [de 1968 ], ao se ter realizado naquela região uma operação com a finalidade de instalar essa força. A operação coube à CCAÇ 2314 em conjunto com a CART 1743, reforçadas com elementos da CCS do Bart 1914.
Decorreu aparentemente, sem incidentes significativos e, no local, foi deixada a força comandada pelo alferes mil Rosa, da CART 1743, com o seu pelotão de europeus e mais 2 pelotões de milícias para guarnecer e controlar a região, um de Tite e o outro de Jabadá.
No regresso a Tite, no dia 1 de fevereiro, a CCAÇ 2314 teve o primeiro contato com guerrilheiros do PAIGC e sofreu os dois primeiros feridos, na região de Brandãozinho [carta de de São João ]
Pensou-se que ocupar Bissássema não seria assim tão fácil. Tratava-se de uma tabanca de onde as forças do PAIGC tinham desaparecido sem deixar rasto, mas, na madrugada do dia 3 de fevereiro, desencadeou um forte ataque a Bissássema.
Meia hora depois, o tiroteio parecia ter acabado. Foi esperança de pouca dura, pois logo a seguir, começou um novo ataque. Poucas horas depois, soube-se que a força do PAIGC entrou no dispositivo de defesa, lançando granadas e semeando o pânico.
Em consequência da forte flagelação, o PAIGC expulsou as forças existentes e fez como prisioneiros o alferes António Rosa e mais dois militares [ 1º cabo cripto Geraldino Marques Contino e soldado Victor Manuel Jesus Capítulo, todos da CArt 1743].
Os restantes militares puseram-se em debandada para salvar a vida. Na retirada ficaram desaparecidos um furriel e um sargento e este, mais tarde, foi encontrado morto no rio Geba.
Nessa noite, estava em Tite o Conjunto [Académico ] João Paulo.
Diz a História da CCaç 2314:
“Depois do ataque IN, em 03Fev68, às 00h00, a Bissássema, as posições das NT que se encontravam naquela tabanca ficaram desguarnecidas. Encontrando-se esta CCAÇ em Tite, recebeu ordem para se deslocar para Bissássema a fim de socorrer as NT que se encontravam nessa tabanca.
"Á chegada a Bissássema, verificou-se que o IN já havia retirado, apenas se encontravam na tabanca um pequeno número de elementos da população. Foi dada ordem a esta Companhia para guarnecer Bissássema a fim de proteger a população.”
Eram três da manhã. Face às informações sobre o ataque referido, um “pelotão de voluntários”, cujos elementos mais tarde iriam constituir o grupo “Os Brutos”, incluindo um pelotão de nativos, “Os Boinas Verdes”, avançaram de imediato para Bissássema para se inteirarem da situação e, principalmente, em reforço das forças ali estacionadas.
Entretanto, o resto do efetivo da CCAÇ 2314 preparou-se para se dirigir também para aquela região, tendo encontrado a força inicial posicionada nas imediações da tabanca, que aguardava o resto da companhia.
Constata-se que a enorme tabanca estava praticamente abandonada, sem militares, sem forças do PAIGC e sem população. Contudo no percurso foram sabendo do que tinha acontecido e, pelo que ia observando, era evidente que a situação era extremamente grave e imprevisível.
Face à situação, foram distribuídos setores de defesa aos pelotões e ordenado que rapidamente fossem construídos abrigos e campos de tiro. Mas isto não acabou por aqui, o PAICG não queria perder aquela posição estratégica e a todo custo desenvolveu ações no sentido de recuperar a tabanca.
Assim, na noite do dia 4 e, após 4 horas, na madrugada do dia 5 de fevereiro, desencadeou ações com armas de fogo com a finalidade de experimentar e recolher informação sob o posicionamento dos militares ali instalados em abrigos e valas construídos apressadamente.
E 10 minutos antes da meia-noite do mesmo dia 5 de fevereiro, desencadearem uma forte flagelação, que apenas durou cerca de 25 minutos por, ao pretenderem tomar de assaltos as nossas posições, sofreram consequências drásticas (baixas), o que os levou a retirar.
Mas no dia 9 de fevereiro, pela 1 da manhã, regressaram com muito mais efetivos e melhor armamento, talvez comandados por 'Nino Vieira', com a vontade de novo tomar de assalto, capturar e desalojar as posições defensivas da CCAÇ 2314.
Conseguiram abrir uma brecha no dispositivo de defesa em consequência de terem sido feridos 4 elementos de um abrigo, e penetrado no interior do dispositivo de defesa.
Mas a forte reação das NT obrigou as forças do PAIGC a retirar com pesadas baixas, deixadas no local, abandonando grande quantidade de material de guerra e, apressadamente, transportaram grande quantidade de feridos que sofreram no ataque.
Eram três da manhã. Face às informações sobre o ataque referido, um “pelotão de voluntários”, cujos elementos mais tarde iriam constituir o grupo “Os Brutos”, incluindo um pelotão de nativos, “Os Boinas Verdes”, avançaram de imediato para Bissássema para se inteirarem da situação e, principalmente, em reforço das forças ali estacionadas.
Entretanto, o resto do efetivo da CCAÇ 2314 preparou-se para se dirigir também para aquela região, tendo encontrado a força inicial posicionada nas imediações da tabanca, que aguardava o resto da companhia.
Constata-se que a enorme tabanca estava praticamente abandonada, sem militares, sem forças do PAIGC e sem população. Contudo no percurso foram sabendo do que tinha acontecido e, pelo que ia observando, era evidente que a situação era extremamente grave e imprevisível.
Face à situação, foram distribuídos setores de defesa aos pelotões e ordenado que rapidamente fossem construídos abrigos e campos de tiro. Mas isto não acabou por aqui, o PAICG não queria perder aquela posição estratégica e a todo custo desenvolveu ações no sentido de recuperar a tabanca.
Assim, na noite do dia 4 e, após 4 horas, na madrugada do dia 5 de fevereiro, desencadeou ações com armas de fogo com a finalidade de experimentar e recolher informação sob o posicionamento dos militares ali instalados em abrigos e valas construídos apressadamente.
E 10 minutos antes da meia-noite do mesmo dia 5 de fevereiro, desencadearem uma forte flagelação, que apenas durou cerca de 25 minutos por, ao pretenderem tomar de assaltos as nossas posições, sofreram consequências drásticas (baixas), o que os levou a retirar.
Mas no dia 9 de fevereiro, pela 1 da manhã, regressaram com muito mais efetivos e melhor armamento, talvez comandados por 'Nino Vieira', com a vontade de novo tomar de assalto, capturar e desalojar as posições defensivas da CCAÇ 2314.
Conseguiram abrir uma brecha no dispositivo de defesa em consequência de terem sido feridos 4 elementos de um abrigo, e penetrado no interior do dispositivo de defesa.
Mas a forte reação das NT obrigou as forças do PAIGC a retirar com pesadas baixas, deixadas no local, abandonando grande quantidade de material de guerra e, apressadamente, transportaram grande quantidade de feridos que sofreram no ataque.
Finalmente, passados cerca de 15 dias, no dia 25 de fevereiro, o PAIGC voltou a desencadear mais uma ação violenta de flagelação, agora com menor efetivo e armamento, tendo retirado, novamente, com várias baixas.
Em face do falhanço na efetivação da instalação de um aquartelamento e tendo em consideração os resultados que se registaram no início, foi decidido abandonar a tabanca de Bissássema.
No dia 10 de março de 1968, procedeceu-se à recolha de arroz, e ao reordenamento das populações para seguirem para a região a norte de Tite. Por isso, foram destruídas todas as moranças das tabancas, bem como os próprios abrigos que tínhamos construído para a defesa de Bissássema. Nunca mais lá voltámos. (...)
(Continua)
Em face do falhanço na efetivação da instalação de um aquartelamento e tendo em consideração os resultados que se registaram no início, foi decidido abandonar a tabanca de Bissássema.
No dia 10 de março de 1968, procedeceu-se à recolha de arroz, e ao reordenamento das populações para seguirem para a região a norte de Tite. Por isso, foram destruídas todas as moranças das tabancas, bem como os próprios abrigos que tínhamos construído para a defesa de Bissássema. Nunca mais lá voltámos. (...)
Fonte - João Manuel Pais Trabulho > Página do Facebook CCAÇ 2314 - Agis Quod Agis. (Com a devida vénia...)
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(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos, parênteses retos, links, título: LG)
(Continua)
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Nota do editor LG:
(*) Último poste da série > 22 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26832: Facebok...ando (78): Bissássema (cor GNR ref João Manuel Pais Trabulo, ex-alf mil, CCAÇ 2314, Tite e Fulacunda, 1968/69) - Parte I: Fichas de unidade: BCAÇ 2834 e CCAÇ 2314
Nota do editor LG:
(*) Último poste da série > 22 de maio de 2025 > Guiné 61/74 - P26832: Facebok...ando (78): Bissássema (cor GNR ref João Manuel Pais Trabulo, ex-alf mil, CCAÇ 2314, Tite e Fulacunda, 1968/69) - Parte I: Fichas de unidade: BCAÇ 2834 e CCAÇ 2314
8 comentários:
Cada um sabia do que se passava só á sua volta...
Cada um sabia só do seu "quintal"...
Tal como hoje.
A verdade é que o terror da guerra não chegou, naquela época, às nossas casas, em 1961/74... Angola, Índia, Guiné, Moçambique... era tudo muito longe. Mas Bissássema, não, para quem viveu aqueles dias de terror de fevereiro de 1968...Portugueses e guineenses...Militares, milícias, populações civis....
Bissássema é (continua a ser, para quem está vivo) um topónimo de guerra... A guerra colonial / guerra do ultramar continua a dizer muito pouco à população portuguesa civil, que cá ficou...Os filhos que foram para a guerra, era outra coisa. Mas os pais, as irmãs, os avós...esses ficaram cá, e felizmente não souberam o que era guerra, em direto, a cores, ao vivo, na pele!... Não, não há memória da guerra, neste país!... Desde as invasões napoleónicas, há mais de 200 anos, que os portugueses não sabem o que é uma guerra provocada por um invasor estrangeiro...Claro que também tiveram guerras civis brutais, durante a consolidação do liberalismo (1828/34, 1846/47...)
Por outro lado, não tenho dúvida que muita da adesão popular ao golpe militar do 25 de Abril teve a ver com o fim da guerra... Os jovens que estavam à bica para ir para o ultramar (rapidamente passou a dizer-se...colónias), foram os primeiros a vitoriar os revoltosos... As outras motivações vêm a seguir...
.. E quem estava mobilizado, em Angola, Guiné, Moçambique, etc., a primeira coisa que pensou, foi voltar para casa... Rapidamente e em força, para casa!... É assim em todas as guerras... Por que é que a "nossa" haveria de ser diferente ?... Somos "mais patriotas" do que os outros ?
Olá, as minhas desculpas, estive em Bissássema, desde Outubro de 1972 a Maio de 1973, onde a minha companhia construiu casas para os habitantes, nesse período só tivemos um ataque. Depois para o inferno de Gadamael Porto. Cart.6252/72 "Os Indiferentes"
Bissássema é um paradoxo, tão perto de Bissau, a capital e tão longe da civilização. Desde a independência do território que nesta localidade situada no Sector de Tite que acontecem, quase todos os anos, crimes e ajustes de contas com acusações de feitiçaria e outras barbaridades típicos de sociedades dominadas pelo obscurantismo.
Não conheço, nunca lá estive e é das zonas mais abandonadas do país, pois nunca se houve falar ź dela a não ser pelos piores motivos.
Cdte,
Cherno AB
Bissássema, uma localidade situada tão perto de Bissau, a capital e tão longe da civilização.
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