1. O nosso Camarada José Marques Ferreira, ex-Sold Apontador de Armas Pesadas da CCAÇ 462, Ingoré (1963/65), enviou-nos hoje a seguinte mensagem:
Olá camaradas,
O Domingos, cuja história já aqui contei em postes anteriores, contactou-me pelo Facebook.
Por intermédio desta mesma rede social, respondi-lhe e pedi-lhe algumas indicações mais, pois já há muita gente interessada em saber algo sobre ele.
ATÉ AO MOMENTO AINDA NÃO RESPONDEU… Porra!
Passando a outro assunto:
Como já afirmei por meia dúzia de vezes, não tenho grandes histórias para contar da nossa guerra na Guiné, mas lá vou encontrando algum material que penso ter interesse e, assim, aqui estou a enviar mais um texto, com três anexos, sobre o pessoal da minha CCAÇ, que embarcou no «Niassa» e depois de desembarcar nunca mais se juntou.
A LISTA DO PESSOAL DA CCAÇ 462 QUE EMBARCOU EM BISSAU, NO NAVIO «NIASSA», EM 7 DE AGOSTO DE 1965, E CHEGOU A LISBOA NO DIA 14 DAQUELE MÊS
Caros Camaradas, Amigos, Editores e Trabalhadores desta Tabanca Grande, como há muito não deambulava nestas paragens, trago hoje à colação um factor muito usual e frequente nos militares da guerra colonial. Os encontros e convívios que ainda se vão fazendo.
Precisamente para dizer que a subunidade de que fiz parte nunca aderiu, organizou, emparelhou pelo mesmo diapasão. Por outras palavras, nunca ninguém teve a ousadia de tomar a iniciativa para juntar meia dúzia de companheiros (alguns que cimentaram/construíram grande amizades), para realizarmos um encontro/confraternização.
Contra mim próprio viro a arma do comodismo, da indiferença, do deixa andar, do desinteresse…
Como já repeti aqui uma dúzia de vezes, em 1963 as zonas que calcorreámos, registavam grande actividade guerrilheira, atroz e de regulares «estragos» nas nossas tropas.
A esta minha subunidade, não sei porquê, nunca tiveram a ousadia de «chatear», fosse em ataques organizados, emboscadas, assaltos, ou sei lá que mais. Foi uma guerra santa a nossa…
Mas remexendo nos papéis (poucos) que trouxe comigo, encontrei a lista do pessoal que embarcou no navio «Niassa», que apresento em anexo.
Esta lista foi elaborada por mim, logo que nos chegou a informação de que iríamos embarcar, de regresso, no dia 7 de Agosto de 1965.
Neste navio – e sem sabermos um do outro –, vinha como é natural além de muitos outros, um militar que mais tarde se tornou um grande amigo meu – o Armor Pires Mota.
Com esta minha iniciativa, a publicação da lista, espero despertar as saudades em alguns ‘adormecidos’ e fico a aguardar, ansiosamente, que alguns deles me contactem.
Um outro pormenor é que quase toda esta malta é do Norte (carago…) e só meia dúzia é da zona sul (Lisboa a Setúbal).
Com alguns, poucos de Avanca, Cesar, Aveiro e não sei mais onde, já tive contactos. Outros perdi-lhes completamente o rasto… não sei onde param.
Como já disse em outras ocasiões, tivemos duas baixas: uma por acidente ao montar uma armadilha e outra por doença.
Alô! Há por aí alguém à escuta?
Se sim, comentem e informem aqui em baixo, no local reservado a comentários, ou escrevam-me para o e-mail: jmferreira@kanguru.pt
J. M. Ferreira
Sold Apt Armas Pesadas da CCAÇ 462
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Nota de M.R.:
Vd. último poste da série em:
22 de Abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8156: Estórias avulsas (107): Carta de agradecimento da gente de “Mampatá Forrea” (José Eduardo Alves)