sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14225 Agenda cultural (378): De 3 a 6 de fevereiro, a televisão pública (RTP2) evoca o início, há 54 anos, da guerra colonial: filmes, documentários, debates

1. De 3 a 6 de fevereiro, a nossa televisão púlica, através da RTP2 assinala o início da guerra colonial  (1961/74) através de documentários, filmes e debates. Embora possa não ser ainda consensual, este período da nossa história vai de 4 de Fevereiro de 1961 (assalto a prisões de Luanda) a 25 de abril de 1974 (a chamada revolução dos cravos, em Portugal).


RTP2 > 3ª feira,  3 de fevereiro de 2015,   23h34 A>  QUEM VAI À GUERRA [vd. aqui trailer]


A enfermeira paraquedista e nossa grã-tabanqueira
Rosa Serra, uma das participantes
do filme de Marta Pessoa (realizadora, ela própria filha
de militar que esteve na Guiné)

Quem Vai à Guerra é um filme de guerra de uma geração, contada por quem ficou à espera...

Entre 1961 e 1974, milhares de homens foram mobilizados e enviados para Angola, Moçambique e Guiné-Bissau para combater numa longa e mal assumida Guerra Colonial. Passados 50 anos desde o seu início a guerra é, ainda hoje, um assunto delicado e hermético, apoiado por um discurso exclusivamente masculino, como se a guerra só aos ex-combatentes pertencesse e só a eles afetasse. No entanto, quando um país está em guerra, será que fica alguém de fora?

Quem Vai à Guerra é um filme de guerra de uma geração, contada por quem ficou à espera, por quem quis voluntariamente ir ao lado e por quem foi socorrer os soldados às frentes de batalha. Um discurso feminino sobre a guerra.Com: Ana Maria Gomes, Anabela Oliveira, Aura Teles, Beatriz Neto, Clementina Rebanda, Conceição Cristino, Conceição Silva, Cristina Pinto, Ercília Pedro, Fernanda Cota, Giselda Pessoa, Isilda Alves, Júlia Lemos, Lucília Costa, Manuela Castelo, Manuela Mendes, Margarida Simão, Maria Alice Carneiro, Maria Arminda Santos, Maria Augusta Filipe, Maria de Lourdes Costa, Maria Laura Silva, Maria Odete Barata, Maria Rosa Redondo, Natércia Neves, Rosa Serra


Título Original:Quem vai à Guerra
Realização: Marta Pessoa
Produção: REAL FICÇÃO
Ano:2009
Duração:123 minutos

RTP2 > 4ª feira, dia 4 de fevereiro de 2015, às 23h30 >  ANDAR RÁPIDO E EM FORÇA (Série documental “A Guerra”)
[Disponível aqui, na íntegra, no portal "A Guerra Colonial", parceria da RTP e da A25A]

Este episódio relata o dia 4 de fevereiro de 1961. Antes dos ataques da UPA, em Março, já o pânico dominava Luanda desde 4 de Fevereiro, quando centenas de angolanos assaltaram as prisões da cidade. A resposta portuguesa, civil e militar, leva o terror aos muceques. E a violência sem limites propaga-se a todos os grupos sociais, quando o 15 de Março lança o pavor em todo o norte. Angola reclama por apoio militar, mas Salazar só mandará “andar rápido e em força”, depois de afastar Botelho Moniz, o general que, entretanto, tentara depô-lo.


RTP2 > 5ª feira, dia 5 de fevereiro de 2015, às 23h30 > O HERÓI [vd. aqui trailer]

Luanda é uma cidade assaltada por milhares de pessoas, à procura de uma só coisa: sobreviver

Vitório regressa da guerra. Uma guerra que durou quase três décadas, na qual entrou forçado, aos 15 anos, como soldado raso, pau para toda a obra. Vitório matou gente, viu os amigos morrerem, passou fome e antes de ser desmobilizado, pisou uma mina e perdeu uma perna. 

Após uma lenta recuperação no hospital, Vitório como milhares de angolanos, tenta a sua sorte nas ruas de Luanda.

O seu principal intento: sobreviver.

Título Original: O Herói
Realização: Zézé Gamboa
Produção: Paula Ribas [co-produção: França, Angola, Portugal]
Autoria: Carla Batista
Música: David Links
Ano: 2002
Duração: 97 m


RTP2 > 6ª feira, dia 6 de fevereiro de 2015 > 23h02 > DESCOLONIZAÇÃO - 40 ANOS


 Um debate moderado por Luís Marinho sobre a descolonização, com a presença dw:

Prof. Jaime Nogueira Pinto | Embaixador de Angola - Dr. Luís de Almeida | Embaixador Francisco Seixas da Costa.


RTP2 > 6ª feira, dia 6 de fevereiro de 2015 > 23h68 >   A COSTA DOS MURMÚRIOS [vbd. aqui trailer]

Uma visão feminina sobre a Guerra Colonial

"Sim, é verdade, nesse tempo chamavam-me assim... Nesse tempo Evita era eu..."
Evita recorda e corrige uma história que já lhe pertenceu.


No final dos anos 60, Evita chega a Moçambique para casar com Luís, um estudante de matemática que ali cumpre o serviço militar. Nos dias que se seguem, Evita rapidamente se apercebe que Luís já não é o mesmo e que, perturbado pela guerra, se transformou num triste imitador do seu capitão, Forza Leal.

Os homens partem para uma grande operação militar no norte. Evita fica sozinha e no desespero de tentar compreender o que modificou Luís, procura a companhia de Helena, a mulher de Forza Leal. Helena, submissa e humilhada, é prisioneira na sua casa onde cumpre uma promessa. É ela que vai mostrar a Evita o lado mais negro de Luís e a tenta atrair numa relação ambígua de destruição e morte.

Perdida num mundo que não é o seu, Evita cai numa teia de violência mesquinha, sem glória e sem honra. A violência de um tempo colonial à beira do fim. Um tempo de guerra, de perca e de culpa.
Trata-se de uma visão feminina sobre a Guerra Colonial, que assinalou a estreia da realizadora Margarida Cardoso no domínio da ficção cinematográfica e tem integrado importantes festivais de cinema, entre os quais se destacam a selecção para o Festival de Veneza 2004, na secção Giornate degli Autori, a participação no Festival de Manheim, durante o qual foi distinguido com o prémio especial do júri internacional e as mais recentes participações no Festival de Cinema Latino, em Chicago e no CINEPORT 2005.

"A Costa dos Murmúrios" é a adaptação livre do romance da escritora portuguesa Lídia Jorge.
"A Costa dos Murmúrios" foi distinguido com o Prémio Revelação, na 7º edição do Festival de Cinema Europeu, Cinessonne 2005


Ficha técnica:

Título Original: A Costa dos Murmúrios
Com: Beatriz Batarda, Carla Bolito, Monica Calle, Sandra Faleiro, Custódia Galego, Adriano Luz
Realização: Margarida Cardoso
Produção: Maria João Mayer
Autoria: Cedric Basso, Margarida Cardoso
Música: Bernardo Sassetti
Ano:2004
Duração:115 minutos

 RTP2 > 4ª feira,dia 11 de fevereiro de 2014,  às 00h15 >  GUERRA OU PAZ [vd. aqui trailer]

Uma outra face da guerra e a sua influência na sociedade atual. Entre 1961 e 1974, 100.000  [?] [, é uma grosseira gralha da produção!, foram mais de 1 milhão!] jovens portugueses  partiram para a guerra nas ex-colónias . No mesmo período, outros 100.000, saíram de Portugal para não fazer essa mesma guerra. Em relação aos que fizeram a guerra já muito foi dito, escrito, filmado. Em relação aos outros, não existe nada, é uma espécie de assunto tabu na nossa sociedade. Que papel tiveram esses homens que "fugiram à guerra" na construção do país que somos hoje? Que percursos fizeram? De que forma resistiram?


Ficha técnica:

Título Original: Guerra ou Paz
Com: António Setas; Arlindo Barbeitos; Cláudio Torres; João Freire; José Mena Abrantes; Luis Cilia; Manuel dos Santos Lima; Manuela Torres; Rui Simões
Realização: Rui Simões
Produção:Real Ficção - ICA/MC/RTP
Ano: 2012
Duração: 77 minutos

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Nota do editor:

Guiné 63/74 - P14224: Notas de leitura (679): Do livro "Família Coelho", edição de autor, 2014, de José Eduardo Reis Oliveira (JERO) (6): A Terceira Geração d'Os Coelhos (2)

 


1. Do livro, Família Coelho,(*) da autoria do nosso camarada José Eduardo Oliveira (JERO) (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), aqui fica a segunda parte do capítulo dedicado à Terceira Geração.




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Notas do editor

(*) Poste anterior de 4 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14219: Notas de leitura (677): Do livro "Família Coelho", edição de autor, 2014, de José Eduardo Reis Oliveira (JERO) (5): A Terceira Geração d'Os Coelhos (1)

Último poste da série de 6 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14223: Notas de leitura (678): “Morreremos Amanhã”, por Carlos Tomé, Artes e Letras, Ponta Delgada, 2007 (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14223: Notas de leitura (678): “Morreremos Amanhã”, por Carlos Tomé, Artes e Letras, Ponta Delgada, 2007 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 22 de Abril de 2014:

Queridos amigos,
Para bem da literatura e das memórias dos combatentes, não há padrão narrativo para os nossos relatos que podem integrar emboscadas e flagelações, medo e solidão, heroísmo e bravura, abnegação ou medo, são ingredientes mas há outros mais.
Carlos Tomé explora o cumprimento de uma dívida, vem assaltado pelo remorso, evoca aquele desconforto de que muitos de nós sofremos de não termos cumprido uma obrigação a pedido de um camarada. Carlos Tomé consegue uma obra equilibrada entre a simulação de uma reportagem, coisas da sua profissão, e o reencontro com o amor do seu mais íntimo camarada de guerra, tudo numa tessitura de plausibilidade, dois cinquentões solitários sentem-se capazes de recomeçar a vida.
E há as memórias escritas que o Rui deixou. Ele promete dar-lhes forma. Como se diz algures, só se morre quando ninguém se lembrar de nós, até lá mesmo os que combateram em África estarão presente nos testemunhos que lhes dedicarmos.

Um abraço do
Mário


Não consigo livrar-me daquilo, é o meu inferno privado

Beja Santos

“Morreremos Amanhã”, por Carlos Tomé, Artes e Letras, Ponta Delgada, 2007 é um romance que procura ir mais além das contingências de um teatro de operações, versa duas questões raramente abordadas frontalmente na literatura da guerra em África: Qual a dimensão do remorso e como o gerimos no ramerrão do quotidiano? Como subsiste, na nossa mente, a história da guerra depois da guerra, a que continua na memória dos sobreviventes, onde temos dívidas morais para pagar e torneamos permanentemente a incomodidade, a dilaceração do espírito?

O autor é jornalista e tem a sua vida profissional ligada à RTP Açores, desde 1976. “Morreremos Amanhã” não é a sua estreia literária mas será porventura a sua primeira incursão na guerra. Combateu em Angola, como oficial miliciano de Operações Especiais, entre 1972 e 1974.

O remorso não é obsidiante mas a memória dos acontecimentos não o larga:
 “Aquele tiro, todos os dias o ouço.
Ecoa na minha cabeça, num pontinho bem definido, atrás do ouvido esquerdo.
Às vezes surge sem aviso, no meio de uma conversa, na rua, no cinema, a meio da noite. Outras, adivinho-lhe o estampido à passagem de uma motorizada barulhenta ou quando algo cai, um vidro se estilhaça. No instante imediato, a minha cabeça parece explodir, sacudida por esse som que nunca consegui esquecer e me parece, até, cada dia mais nítido”.

Ele é jornalista, recebeu a incumbência de ir fazer uma reportagem a S. Miguel, as térmitas estão a destruir edifícios fundamentais do centro da cidade de Ponta Delgada. Tomou a decisão, passadas estas décadas, de procurar a Alice Tavares, a viúva do Rui, tem uma promessa para cumprir.

A guerra perpassará ténue e diáfana no contexto deste romance, mas é o condimento poderoso da amizade entre Tozé e Rui, fizeram uma jura de honra. Vacinados em Luanda, Rui Tavares tem a premonição que nunca mais irá voltar a ver a Alice, a família, os Açores. Tozé volta-se para Rui e propõe-lhe a seguinte combinação: se só um sobreviver dará um mês de ordenado à mulher amada. O Rui aceita. Rui já está em Ponta Delgada, bate à porta da Alice, na rua de Santa Catarina. Alice está maravilhada com o encontro, sempre previra aquele encontro, sempre ansiara ouvir da boca do maior amigo do Rui as razões da sua morte. A saudade não passou, transformou-se: “Já não choro quando me lembro do Rui, não me tranco no quarto, ao escuro, por dois ou três dias, e não rejeito o lado bom da vida. Tenho saudades, Tozé. Mas não é tanto saudades dele. São saudades da vida que não chegámos a viver os dois”. Conversam, Alice quer saber notícias da Luísa, Luísa e Tozé separara-se dois anos após o regresso de Angola. Marcam encontro para o dia seguinte, Tozé não teve coragem de cumprir o acordo que fizera com o Rui.

A reportagem sobre as térmitas é convincente, a desinfestação é cara, há monumentos como o Convento da Esperança que estão profundamente afetados. Interpolam-se cenas da guerra, ganha realce o acidente que vitima Rui Tavares, este estava a jogar às cartas numa divisão, ao lado, um furriel a limpar a G3 descarregou inadvertidamente a arma sobre uma parede de fraca espessura, atingiu Rui Tavares no pescoço, esvai-se em sangue. Isto em Mucondo, não muito longe de Nambuangongo. Tozé está ao lado do Rui naqueles momentos de estertor. A reportagem continua, Tozé está no Convento da Esperança, onde se guarda a imagem do Santo Cristo dos Milagres, e ele lembra-se que o Rui nunca se separava de uma pequena medalha do Santo Cristo, trazia-a, sempre, pregada com um alfinete, no interior do bolso esquerdo dólmen. “Se me acontecer alguma coisa, pá, deixa-a ir comigo”.

Tozé percorre Ponta Delgada e descreve-a na perfeição, visita os estabelecimentos afetados pelas térmitas, toma notas. Continua as entrevistas, um biólogo assegura-lhe que é impossível erradicar a praga. O seu pensamento viaja para a guerra de Angola, e lembra-se da salalé, a formiga aí constrói em altura: “Muitas dessas construções, enormes, por vezes com mais de dois metros de altura, surgiam, quase da noite para o dia, na improvisada pista de aterragem do Mucondo. Em dia de avioneta tínhamos de arrasá-las. À picareta”. Alguém, na Direção Regional da Habitação, dá-lhe conta das comparticipações do Governo e dos empréstimos a juro bonificado para todas estas obras.

Tozé vai jantar a casa da Alice, as suas recordações viajam até Mucondo, Tobias, um guerrilheiro capturado, pedira-lhe insistentemente para ir buscar a família, o capitão e os outros alferes opuseram-se, parecia a armadilha descarada. A operação correu bem, reganhou-se a confiança da população. Alice pede a verdade, Tozé conta-lhe o acidente com a armada de fogo. A única mentira foi de que o Rui não sofrera muito, ele bem vira aquele ferimento e os borbotões de sangue saindo da jugular seccionada. Alice entrega-lhe uns apontamentos do Rui que vinham dentro das cartas, eram notas para um livro que pretendia escrever quando regressasse, o que dá aso a vastas rememorações, por exemplo: “Cheguei a Angola com uma ideia errada do que acontece em combate. Soubesse que ia entrar numa guerra, pensava ter treinado o suficiente para enfrentar situações difíceis e, com um pouco de sorte, sair delas com vida. Mas não há um simulador para o medo. Nem treino para a estupefação ao som de uma rajada. De um momento para o outro somos invadidos, brutalmente, pela certeza de que alguém nos quer matar. O choque com a realidade é duro”. Todos aqueles apontamentos do Rui deram para recordar várias operações no Norte de Angola, havia ali notas de profunda indignação do Rui pela quase escravatura montada pelos fazendeiros:  
“O que não revelava era a existência de uma cantina onde, a preços exorbitantes, vendia tudo o que aos desgraçados poderia interessar. Fornecia açúcar, arroz, farinha, feijão, mas também roupas, sapatos, rádios a pilhas, óculos de sol.
De tanto de endividarem, quase todos ficavam de um ano para o outro, cada vez mais presos. Trabalhavam, já, por menos de um terço do terço que lhes cabia. Uns míseros tostões. O grosso ficava nos bolsos do fazendeiro, para abater na dívida.
O motim que os bailundos desencadearam só não acabou mal porque fomos chamados a intervir. Foi lá o Rui com os seus homens. Como ele próprio disse, o 7.º de Cavalaria desta vez salvou o bandido”.
E veio a propósito o pedido do sargento Figueiredo de trazer duas ou três raparigas de Quibaxe para consolar a companhia, deu-se luz verde, a operação seria supervisionada pelo furriel enfermeiro. Tudo correu lindamente, as meninas regressaram um mês depois desfeitas em lágrimas, nunca tinham encontrado gente tão civilizada.

Caminhamos para o desfecho, o jantar termina e fala-se na manhã seguinte em irem ao cemitério. Desta vez, Tozé arranja coragem e entrega-lhe o envelope que Alice prontamente devolve, não se podia insistir, o fundamental fora a nobreza do gesto. Tozé acaba de ler as últimas notas deixadas pelo Rui: “O 25 de abril veio trazer-nos mais esperança. Não queremos morrer aqui. Estamos demasiado longe das nossas casas, das nossas mães e das nossas mulheres. Havemos de morrer, sim, mas não aqui. E morreremos amanhã, se Deus quiser, de velhice, de cancro, de colapso cardíaco ou de outra maneira qualquer”. Rui pensa “Morreremos Amanhã é um bom título".

Ainda há algumas lembranças esparsas daquela guerra. Mas algo aconteceu entre Alice e Tozé. Alice corresponde a um beijo mas responde prontamente: “Pensei estar livre. Mas não estou. A tua vinda fez-me recuar muitos anos. Reabriu feridas que já estavam curadas. Preciso de tempo para me situar, de novo, e para voltar à mulher que sou”. Reconhecem que ainda é muito cedo para eles, precisam de tempo. E despedem-se, já estão a preparar o reencontro. Tozé é um solitário, reencontrou o amor, está embevecido com S. Miguel.

Nós só morremos no dia em que mais ninguém se lembrar de nós nem de quantos combateram em África.
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Nota do editor

Último poste da série de 4 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14219: Notas de leitura (677): Do livro "Família Coelho", edição de autor, 2014, de José Eduardo Reis Oliveira (JERO) (5): A Terceira Geração d'Os Coelhos (1)

Guiné 63/74 - P14222: Parabéns a você (857): Ana Duarte, Amiga Grã-Tabanqueira; Fernando Franco, ex-1.º Cabo Caixeiro do PINT 9288 (Guiné, 1973/74); Hugo Moura Ferreira, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 1621 e CCAÇ 6 (Guiné, 1966/68) e José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enf da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70)




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Nota do editor

Último poste da série de 4 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14217: Parabéns a você (856): José Belo, Cap Inf Ref, ex-Alf Mil da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70) e Mário Silva Bravo, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 6 (Guiné, 1971/72)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14221: Historiografia da presença portuguesa em África (58): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte IX (Mário Vasconcelos): o madeireiro Manuel Ribeiro de Carvalho (Binta, Farim) e a carpintaria mecânica de Humberto Félix da Silva (Bissau)








Digitalizações:  Mário Vasconcelos (2015). [Edição: LG]



1. Continuação da publicação de anúncios de casas comerciais, da Guiné. Reproduzidos, com a devida vénia, de Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2. (*).

Trata-se de uma gentileza do nosso camarada Mário Vasconcelos [,ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72,Mansoa, e Cumeré, 1973/74; foto atual à direita] que descobriu um exemplar, já raro, desta edição, no espólio do seu falecido pai.

Hoje publicamos mais dois anúncios: 

(i) O Manuel Ribeiro de Carvalho, que seria em 1956, antes da guerra, "o maior exportador de madeiras da Guiné"; tendo serração mecânica em Binta, Farim;

(ii) O Humberto Félix da Silva, de Bissau, telefone nº 6 (!), tinha carpintaria e marcenaria mecânica",  efetuava "todos os trabalhos de construção civil" e, muito importante, tinha "camionagem própria"...

A guerra deu cabo destes negócios, nomeadamente o da exploração e da exportação de madeira. 

Sabemos que o aproveitamento da "fileira florestal" vai se intensificar durante  a II Guerra Mundial, na sequência do aumento das cotações da madeira. As florestas do Cacheu, ricas em bissilião, vão ser duramente castigadas. A exportação de madeira, da província, passa dumas míseras 131 toneladas (32 contos), em 1931-35, para 24 vezes mais, em 1946-50: 3133 toneladas (2514 contos).

Coma o início da guerra, em 1963, as exportações rapidamente entraram em declínio: 13551 t (6734 contos), em 1960; 3406 toneladas (1848 contos), em 1965. A quebra mais acenuada, nessa década,   é a partir de 1963, onde o volume das exportações ainda ultrapassou as 17250 toneladas (e os 7900 contos). (Fonte: Dragomir Knapic - Geografia económica de Portugal: Guiné. Lisboa: Instituto Comercial de Lisboa, 1966, pp. 33/34).

Alguém se lembra destas duas empresas e dos seus donos ? Ainda conheci, em Contuboel, um madeireiro!....A serração do Albano ainda existia no meu tempo (junho/julho de 1969), quando Contuboel foi Centro de Instrução Militar, donde saíram, de entre outras, as futuras CCAÇ 11 e 12. A malta da CART 2479 / CART 11 deve-se lembrar bem do Albano. (**) (LG)

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Nota do editor:.

(P*) Vd. os dois postes anteriores:

3 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14213: Historiografia da presença portuguesa em África (53): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: monumentos - Parte I (Mário Vasconcelos): destaque para o edifício da administração civil (Bissau) e o monumento aos pilotos italianos mortos em 1931 (Bolama)

30 de janeiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14205: Historiografia da presença portuguesa em África (52): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte VIII (Mário Vasconcelos): Mais 4 lojas de Bissau, três delas já com telefone

(**) Sobre outros madeireiros na Guiné:

7 de junho de 2010 >  Guiné 63/74 - P6549: O Nosso Livro de Visitas (92): O Xitole que eu e os meus pais conhecemos até 1962 (Maria Augusta Antunes, filha de Henrique Martinho, antigo madeireiro)

27 de julho de  2010 > Guiné 63/74 - P6794: O Nosso Livro de Visitas (96): Quem se lembra do Dr. Noronha (de Bafatá), Toscano de Almeida, madeireiro, do Dias Saboeiro, figuras que povoam a minha infância ? (Maria Augusta Antunes, que cresceu no Xitole, na década de 1950)

Guiné 63/74 - P14220: Pequenas recordações, a minha máquina fotográfica e o meu rádio (Leão Varela)

1. Mensagem do nosso camarada Leão Varela, ex-Alf Mil da CCAÇ 1566 (Jabadá, Pelundo, Fulacunda e S. João, 1966/68), com data de 27 de Janeiro de 2015:

Boa Noite Amigos Luís, Carlos e restantes Camaradas
Vinha com a ideia de escrever uma pequenina e simples história de cariz humano e que nunca mais esqueci pelo que significou para mim. Contudo, hoje vou ficar-me por vos deixar duas fotos: a da minha máquina fotográfica e a do meu primeiro rádio que só troquei na segunda vez que vim de férias e que comprei em Bissau mas que já não o tenho.
Elas aqui ficam.

Abraço-vos com amizade
Leão Varela



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Nota do editor

(*) Vd. poste de 11 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14007: Tabanca Grande (452): José Inácio Leão Varela, ex-Alf Mil da CCAÇ 1566 (Jabadá, Pelundo, Fulacunda e São João, 1966/68)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14219: Notas de leitura (677): Do livro "Família Coelho", edição de autor, 2014, de José Eduardo Reis Oliveira (JERO) (5): A Terceira Geração d'Os Coelhos (1)

 


1. Do livro, Família Coelho,(*) da autoria do nosso camarada José Eduardo Oliveira (JERO) (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Quinhamel, Binta e Farim, 1964/66), aqui fica mais um apontamento, este dedicado à Terceira Geração.



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Nota do editor

(*) Vd. poste de 20 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14166: Notas de leitura (672): Do livro "Família Coelho", edição de autor, 2014, de José Eduardo Reis Oliveira (JERO) (4): Como era Alcobaça nos tempos dos primeiros Coelhos

Último poste da série de 2 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14212: Notas de leitura (676): “Carlos Veiga, Biografia Política”, por Nuno Manalvo, Alêtheia Editores, 2009 (Mário Beja Santos)

Guiné 63/74 - P14218: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (32): Falei ao telefone com o comandante Pombo, amigo de Luís Cabral e de 'Nino' Vieira... e sobretudo um orgulhoso sobrevivente dos Strela (em 1973/74) e da "Operação Atlas", em agosto de 1961 (travessia, com uma esquadra de F-86F “Sabre”, Monte Real-Bissalanca, num total de 3888 km e o tempo de 7h50 sobre o Atlântico) (Luís Graça, com José Cabeleira, cap TMMA ref, Leiria)

1º Srgt Pombo, piloto de F-86-F Sabre,
BA 5, Monte Real, 1961.
Cortesia de José Cabeleira (2011)
1. Tive anteontem o privilégio de falar com o comandante Pombo. A filha, Maria João, ligou-me e passou-me o telemóvel. Ela tinha ido com o pai a uma consulta médica.

O nosso camarada, José Luis Pombo Rodrigues, popular e carinhosamente conhecido como o comandante Pombo, começou por falar-me dos problemas de saúde que o preocupam de momento, mas que vai superar, seguramente. Foi a convicção que lhe transmiti, em meu nome e em nome dos amigos e camaradas da Guiné. Depois disso, recuperada a saúde, ele arranjará, por certo, disposição para passar à escrita muitas das suas histórias e memórias e partilhá-las connosco.

Nunca nos encontrámos pessoalmente na Guiné, embora no tempo em que eu lá estive (CCAÇ 12, Contuboel e Bambadinca, maio de 1969/março de 1971), o comandante Pombo já fosse uma figura conhecida e respeitada. Aliás, eu transmiti-lhe (e reforcei) essa ideia, que pode ser colhida pela leitura do nosso blogue. A filha tem-lhe falado do blogue.

O Pombo é hoje capitão pil, reformado Fez, segundo bem percebi, 4 comissões na Guiné. Voltou há pouco para Portugal, vive hoje em Bucelas, e é amigo pessoal do major gen paraquedista Avelar de Sousa, que passou pelo TO da Guiné, integrando o BCP 12, como comandante da CCP 123 (1970/71), e foi ajudante de campo, entre 1976 e 1981, do gen Ramalho Eanes, 1º presidente da república eleito democraticamente no pós 25 de abril. E esse fato é relevante para se perceber a influência, discretíssima, que o comandante Pombo terá tido na libertação do ex-1º primeiro ministro da Guiné-Bissau, Luís Cabral, depois do golpe do ‘Nino’ Vieira em 1980.

O comandante Pombo privou com os dois, e dos dois era amigo. Ao ‘Nino’ Vieira tratava-o inclusive por tu. E o Pombo continuou a ser o comandante Pombo, depois da independência da Guiné-Bissau. Terá havido um acordo entre as novas autoridades de Bissau e o governo português para que ele ficasse na Guiné... O PAIGC não tinha pilotos. O comandante Pombo pilotava o pequeno Falcon que fora oferecido ao Luís Cabral. Este gostava muito dele, e sempre que viajava com ele trazia-lhe uma garrafa de.. champagne.

Depois veio o golpe do ‘Nino’ e o Luis Cabral ficou preso na Amura… Sem cinto!... O comandante Pombo foi visitá-lo e encontrou-o sem cinto, com as calças na mão… Diziam-lhe, os seus carcereiros,  que era para ele não poder fugir. Achando essa uma situação indigna, o Pombo foi falar ao seu amigo ‘Nino’, que lhe deu razão…

Mais tarde o Pombo moveu as suas influências, junto do Avelar de Sousa… O presidente Ramalho Eanes, como é sabido publicamente, exerceu forte influência junto de ‘Nino’,  no sentido de obter a libertação de Luís Cabral que, primeiro, foi para Cuba e mais tarde para Portugal, onde veio a morrer. Ramalho Eanes e Luís Cabral tinham muita estima mútua.

Mas, e contrariamente ao boato que corria na Guiné, no tempo da guerra colonial, o comandante Pombo não estava feito com os “turras”… E a prova disso é que umas das aeronaves (não era um Cessna, era uma outra avioneta tipo DO 27…) foi perseguida por dois mísseis Strela, já depois do último avião da FAP ter sido abatido…

Ele contou-me os pormenores ao telemóvel: deve ter sido, deduzo eu, por volta de março ou mesmo abril de 1974, um ano depois do aparecimento dos Strela. O comandante Pombo vinha de Bissau para Farim, na “carreira normal” dos TAGP… O PAIGC conhecia o horário e os apontadores do Strela estavam à espera dela nas imediações de Farim… Havia a indicação de que a guerrilha queira mesmo cortar todas as ligaçãoes aéreas com nordeste da Guiné. Deve ter havido falhas na segurança militar, nas imediações da pista de aviação… Para iludir os guerrilheiros, o comandante Pombo vinha coma sua avioneta a baixa altitude e a baixa velocidade. Mas antes de chegar ao destino ele fez uma mistura de combustível que não deixava rasto, isto é,  fumaça…  E, antes de aterrar, terá feito uma manobra de subida, na vertical,  seguida de um voo a pique… Foi o que eu percebi, desculpem-me se o relato é tecnicamente grosseiro… Mesmo assim não se livrou de ver passar-lhe, por perto,  dois Strelas que lhe vinham dirigidos…

Mas, finalmente, conseguiu aterrar em segurança… "Não ganhei para o susto: os auscultadores saltaram-me da cabeça!" ...

Enfim, é uma história incrível que merece ser, deste já, registada e partilhada aqui, com os nossos leitores.

Espero que o comandante recupere rapidamente a saúde e aceite o meu convite para se sentar à sombra do poilão da nossa Tabanca Grande e nos poder contar, na primeira pessoa,  estas e outras histórias da sua longa vida na Guiné…


2. O que muita gente não sabia (e eu também não …) é que o comandante Pombo é um orgulhoso sobrevivente da “Operação Atlas”, a primeira (e única) travessia Monte Real – Bissalanca, feita pela Esquadra 51/201 (BA 5), constituída por aviões F-86F “Sabre”, realizada em agosto de 1961… Era então um jovem 1º sargento piloto...

Fiquei com o bichinho da curiosidade e fui tentar saber mais, depois da nossa conversa ao telefone, que demorou ainda uns bons 20 minutos.

José Cabeleira, cap TMMA ref, Leiria
E a propósito encontrei um referência a este marco da história da FAP num blogue do cap TMMA ref José Cabeleira (que vive em Leiria, terra onde tenho bons amigos). O blogue chama-se Trajecto de uma vida entre o mar e o ar – Memórias. E tem apenas um poste com data de 17 de novembro de 2011 > Operação “Atlas” fez 50 anos (1961-2011).

José Cabeleira, que veio da aviação naval, é um histórico da Esquadra 51 da BA5 (Monte Real). É  autor do livro “Trajecto de uma vida entre o mar e o ar – Memórias 1948-83” (edição de autor, J. Cabeleira, Leiria, J. Cabeleira, 2005).

O poste acima referido é uma transcrição do seu livro (que não consta da PorBase - Biblioteca Nacional)… Nele descreve os preparativos desta arrojada missão e as etapas emocionantes vividas pelos seus protagonistas (pilotos e mecânicos) desde o dia da partida (8 de agosto de 1961) ao dia de chegada a Bissalanca (15 de agosto de 1961), com várias escalas técnicas (Base do Montijo, aeroporto de Gando, nas Canárias, aeroporto do Sal, em Cabo Verde).

À guisa de conclusão escreve o José Cabeleira:

“Quero ainda sublinhar que foi a primeira e única “travessia” em aviões de “reacção” (F-86F “Sabre”) de Monte Real para a Guiné-Bissau (no total de 3.888 km e o tempo de 07H50 sobre o Atlântico) e pelo menos não é do meu conhecimento que estas aeronaves estando ao serviço de Forças Aéreas de outros países, nomeadamente os da NATO, tivessem percorrido distância semelhante sobre os Oceanos.”

Participaram na “travessia” Monte Real – Guiné-Bissau os seguintes pilotos:

 (i) cap pilav Ramiro de Almeida Santos, chefe de missão;

(ii) cap pilav José Fernando de Almeida Brito;

(iii) ten pilav Aníbal José Coentro Pinho Freire;

(iv) ten pilav Alcides Telmo Teixeira Lopo;

(v) 1sgrt pil António Rodrigues Pereira;

(vi) 1Srgt pil José Luís Pombo Rodrigues

(vii) 1sgrt pil Humberto João Cartaxo da Silva; e

(viii) 2sgrt pil Rui Salvado da Cunha.



Oito gloriosos "malucos" das máquinas voadoras, alguns infelizmente já desaparecidos (como o Almeida Brito, abatiodo por um Strela em 1973)... 


Para além da perícia e coragem dos seus pilotos,  esta façanha da FAP foi possível graças a uma vasta equipa que o José Cabeleira evoca e enumera individualmente, e com toda a justiça: (i) equipa técnica de apoio durante o movimento (escalão prrecursor); (ii) equipa técnica do escalão de apoio no destino; e (iii) equipa técnica de apoio às aeronaves do “ferry” na BA6 – Montijo.

Estes homens, nossos camaradas da FAP, reunem-se anualmente em Monte Real para relembrar e celebrar este feito. Imaginei um brilhozinho nos olhos do comandante Pombo quando ele me falou deste feito e do encontro anual dos que ainda estão vivos.

E conclui o nosso camarada José Cabeleira (que deve ser um "jovem" camarada com 80 e picos anos e para quem envio um abraço com votos de grande apreço, homenagem e muita saúde):

“Finalmente, alguns militares que tiveram a alegria de participar neste evento, que na época foi um risco, mas como ficou provado muito bem calculado e superiormente executado (com o factor sorte do nosso lado), já não estão connosco em corpo, aqui lhes presto a minha singela e comovida homenagem e quem sabe, talvez ainda haja tempo de lhes prestar uma justa e merecida homenagem a título póstumo.”

Paraq quem quiser saber mais, a pormenorizada descrição da Operação Atlas está disponivel aqui. [E, a propósito, é triste que não haja um único comentário, de aplauso e de apreço pela partilha destas memórias, no blogue do José Cabeleira].




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Guiné 63/74 - P14217: Parabéns a você (856): José Belo, Cap Inf Ref, ex-Alf Mil da CCAÇ 2381 (Guiné, 1968/70) e Mário Silva Bravo, ex-Alf Mil Médico da CCAÇ 6 (Guiné, 1971/72)


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Nota do editor

Último poste da série de 2 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14210: Parabéns a você (855): Germano Santos, ex-1.º Cabo Op Cripto da CCAÇ 3305 (Guiné, 1970/73)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Guiné 63/74 - P14216: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (31): Os CESSNA dos TAGP e os seus pilotos - Um aparelho com piloto automático? (Luís Paulino, ex-Fur Mil da CCAÇ 2726, Cacine e Cameconde, 1970/72)

1. Mensagem do nosso camarada Luís Paulino, (ex-Fur Mil da CCAÇ 2726, Cacine e Cameconde, 1970/72), com data de 28 de Janeiro de 2015:

Olá Companheiro e Amigo Vinhal,

Sequenciando o tema do companheiro Jorge Araújo, sobre a Aeronáutica na Guiné, veio-me à lembrança um voo que efectuei em Dezembro de 1970, de regresso a Cacine, após gozo de férias na Metrópole.

Parti do aeroporto de Bissalanca numa dessas Cessnas civis de apenas 2 lugares, em que o passageiro viajava ao lado do piloto.

Recordo-me que, após termos levantado voo conversámos algum tempo, mas fui-me apercebendo que lentamente, se ia perdendo a fluidez do diálogo.

Estranhando o sucedido, olhei para a minha esquerda, e para meu espanto, verifico que o piloto pendia a cabeça para a frente, com alguma frequência, dando a entender que estaria a dormitar.
Fiquei assustado e alertei-o de imediato com um valente berro.

Não sei se o aparelho tinha piloto automático, mas sei que a Cessna, durante esse espaço de tempo não alterou a rota, pois passados alguns minutos aterrámos em Cacine, tendo tudo acabado em bem.


Já em terra cumprimentámo-nos, tendo ele pedido desculpa pelo sucedido, tendo-se justificado com o cansaço provocado pelo excesso de horas de voo que estava a efectuar diariamente.

Saudações Fraternas,
Luís Paulino
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Nota do editor

Último poste da série de 3 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14215: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (30): "Blue on Blue" - Querem ver que acertei nos nossos? (António Marins de Matos, TGen Pilav Ref)