Brlim > 3 de junho de 1945 > O Reichstag em ru+inaa, um mês depois da rendição dos alemães (a 2 de maio, em Berlim, e a 8 de maio, em todos os teatros de operações). Imagem do Imperial War Museum, Londres. Domínio público. Cortesia de Wiki Commons.
Berlim > 21 de março de 2015 > O histórico edifício do Reichtag, hoje sede do parlamento federal alemão (Bundestag) (desde 1999). O edifício foi profundamente remodelado sob a direção do arquiteto inglês Sir Norman Foster.
Berlim > 21 de março de 2015 > Ediífício do Reichtag, hoje sede do parlamento federal alemão (Bundestag) (desde 1999) > A famosa cúpula de vidro e aço desenhada pelo arquiteto inglês Sir Norman Foster. A original (de 1894) foi destruída pelo incêndio de 1933 e pelos bombardeamentos da II Guerra Mundial...
Berlim > 21 de março de 2015 > Edifício do Reichtag, hoje sede do parlamento federal alemão (Bundestag) (desde 1999) > Aspeto do interior da famosa cúpula de vidro e aço, desenhada pelo arquiteto inglês Sir Norman Foster, e que é um os ex-libris da cidade, "fénix renascida" do triplo pesadelo que foi o regime nazi (1933-1945), a II Guerra Mundial e a divisão da Alemanha e da cidade de Berlim durante a ocupação e o período da guerra fria... Recorde-se que o muro de Berlim caiu em 1989 e a reunificação da Alemanha é do ano seguinte.
Berlim > 21 de março de 2015 > Edifício do Reichtag, hoje sede do parlamento federal alemão (Bundestag) (desde 1999) > Aspeto, já ao pôr do sol, do interior da famosa cúpula de vidro e aço, desenhada pelo arquiteto inglês Sir Norman Foster,
Berlim > 21 de março de 2015 > Ediífício do Reichtag, hoje sede do parlamento federal alemão (Bundestag) (desde 1999) > Interior da cúpula > Exposição documental sobre a história do parlamento alemão (construído em 1894, e já um cúpula de vidro e aço. no tempo do Kaiser Guilherme I), > Imagem das primeiras tropas soviéticas que ocuparam o edifício em 2 de maio de 1945.
Berlim > 21 de março de 2015 > A porta de Brandemburgo vista da cúpula do edífício do Reichtag.
Berlim > 22 de março de 2015 > Com a porta de Brandemburgo, um numeroso grupo de adolescentes nipónicos tira a sua "foto de família"... Recorde-se que a rendição incondicional do Japão, na II Guerra Mundial, só se vai verificar no dia 2 de setembro de 1945, três meses do colapso de Berlim...
Berlim > 22 de março de 2015 > As portas de Brandemburgo, Lê-se na Infopédia, e reproduz-se aqui com a devida vénia:
"As Portas de Brandemburgo, construídas entre 1788 e 1791, são o que resta da entrada na cidade de Berlim pela Avenida Unter den Linden [, a famosa Avenida das Tílias]. A construção do monumento ficou a dever-se ao arquiteto Carl Gottard Langhans, na época em que era Diretor de Arquitetura em Berlim.Trata-se de um pórtico colunado com seis pares de colunas dóricas encimadas por entablamento como se apresentam os propileus gregos. A famosa Quadriga da Vitória, uma estátua com um coche de gala puxado por quatro cavalos, remata todo o conjunto. É ainda ladeado por dois corpos laterais simétricos, porticados e sobrepujados com frontão triangular. A sobriedade monumental reflete a vontade que a Alemanha exprimia em ser uma continuadora da tradição arquitetónica da Grécia. A ordem dórica, embora exprimindo mais eficazmente a simplicidade e grandeza clássica, era ao mesmo tempo pouco flexível, razão pela qual não foi extensivamente usada durante o período neoclássico.
"O monumento reflete os ideais autocráticos pela sua monumentalidade, conseguida através do uso de elementos classicistas. Evocando os arcos de triunfo, apresenta uma maior frieza precisamente pelo uso da ordem dórica. A estrutura ficou bastante danificada durante a Segunda Guerra Mundial, tendo sido restaurada em 1957-58. Entre 1961 e 1989 o muro de Berlim vedava o acesso a esta entrada por alemães orientais e ocidentais. Em consequência da reunificação alemã, as portas foram reabertas em 1989."...
Berlim > 21 de março de 2015 > > Portas de Brandemburgo > A Quadriga, a escultura que reprsenta a deusa (romana) Vitória a conduzir o seu coche, é da autoria do alemão Johann Gottfried Schadow (1764-1850), tendo sido adicionada à porta em 1793/94. Em 1806, Napoleão, derrotados os prussianos em Jena, trouxe a quadriga como troféu para Paris. Derrotado Napoleão oito anos depois, a escultura é trazida de volta. É então, que recebe a cruz de ferro (uma condecoração militar instituída pelo rei da Prússia, Fredereco Guilherme III) com uma águia prussiana no topo. Concebida originalmente como uma "porta da paz", acabou sempre por estar associado aos valores do militarismo... Em 1933, a porta é atravessada pelo cortejo de archotes dos nazis, marcando simbolicamente o início do Reich dos mil anos...
Berlim > 22 de março de 2015 >Portas de Brandemburgo, A deusa Vitória conduzindo a Quadriga...
1. Em todas as guerras e em todos os regimes, ninguém dispensa o poder da propaganda... Umas das fotos-ícone do séc. XX foi tirada justamente aqui, no Reichtag, em 2 de maio de 1945, pelo fotojornalista Yevgeny Khaldei (Donetsk, Ucrânia, 1917- Moscovo, Rússia, 1997)...
Não reproduzimos aqui a foto por não estar inteiramente esclarecido se é do domínio público ou não. Mas continua, por enquanto, disponível na Wikipedia: um soldado soviético, em pose heróica, crava a bandeira vermelha, com a foice e o martelo, num dos cantos do telhado do Reichtag [, a antiga sede do parlamento da República de Weimar, proclamada em 9/11/1918], em Berlim. A capital do poderoso Reich dos mil anos tinha acabado de cair, sem honra nem glória, às mãos do exército de Staline.
Soube-se, todavia, mais tarde que a foto sofreu sucessivos "retoques artísticos"... por imperativos de propaganda. Uma das razões foi ditada pela necessidade de "limpar" a imagem do heróico soldado soviético... Afinal, o porta-bandeira de ocasião ostentava nos braços pelo menos dois relógios, supostamente provenientes de um saque...
No dia 2 maio de 1945, de manhãzinha, Yevgeny Khaldei estava no edifício do Reichstag, que os soviéticos tomavam erradamente como um dos símbolos do nazismo. (O Parlamento da república de Weimar foi incendiado em 1933, e esse cabo tenebroso acabou por dar pelnos poderes a Hitler)...
Três horas antes, o último comandante alemão que defendia a cida tinha capitulado, mas ainda havia combates esporádicos. Khaldei tinha sua câmera Leica com ele, além de uma bandeira soviética.
Três horas antes, o último comandante alemão que defendia a cida tinha capitulado, mas ainda havia combates esporádicos. Khaldei tinha sua câmera Leica com ele, além de uma bandeira soviética.
O fotógrafo militar, de 28 anos, tenente da marinha, de origem judia, encontrou um jovem camarada junto ao edifício do antigo parlamento, seriamente destruído pelas chamas e pelos bombardeamentos, persuadindo-o a subir ao telhado com a bandeira. Dois outros soldados do exército vermelho se juntaram a eles..
Khaldei tirou um rolo inteiro, ou seja, 36 fotografias. Uma delas tornou-se célebre, ao simbolizar a derrota da Alemanha nazi e a vitória do exército vermelho. Foi sabiamente usadas pela propaganda soviética, para quem o Reichtag tinha um valor simbólico... e não propriamente militar.
Vtima, ao que parece, do antissemitismo estalinista no pós-guerra, Khaldei caiu no esquecimento, e ele e a sua foto. Seria só em 1991, já depois da queda do muro de Berlim, e do desmoronamento da URSS, que um artista berlinense, Ernst Volland, se deparou por acaso com estas fotos de Khaldei em Moscovo, tendo decidiu publicá-las em livro.
Em 8 de maio de 2008, no aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o museu Martin Gropius Bau, em Berlim, fez uma retrospectiva da obra de Khaldei, considerado o mais importanbe fotojornalista da era soviética. A exposição mostrou fotografias da "Grande Guerra Patriótica": a conquista, pelo exército vermelho, de Sofia, Bucareste, Budapeste e Viena, bem como a conferência de Potsdam e os julgamentos de Nuremberg. Também contava com fotografias da vida quotidiana na União Soviética, de antes e depois da guerra.
Khaldei não era, técnica, formal e esteticamente, um fotógrafo de grande estilo. Em contrapartida, teve o mérito de captar momentos historicamente importantes (e alguns únicos), ao longo de uma carreira de seis décadas. Pode-se lamentar que, do ponto de vista deontológico, o seu comportamento nem sempre tenha sido correto, como no caso da sua obra-prima fotográfica, a foto da bandeira vermelha no Reichtag. De qualquer modo, não deixa de ser um dos grandes fotojornalistas do séc. XX.
2. A história dessa falsificação, o "making off" da foto do Reichtag, foi reconstituída por Volland, o curador da exposição de Berlim. Segundo ele, Khaldei nessa mesma noite de 2 maio seguiu de avião para Moscovo, levando os negativos. Quando a imagem apareceu na revista Ogonjok, em 13 de maio de 1945, já havia um detalhe modificado. Na realidade, o soldado que está apoar o seu camarada com a bandeira tinha um relógio em cada pulso, o que só podia ser produto de roubo. Khaldei admitirá mais tarde que tinha riscado o relógio no braço direito do homem num dos negativos, usando uma agulha... Por outro lado, as nuvens negras de fumo, dando maior carga dramática e tom épica à foto, terão sido adicionadas mais tarde.... Enfim, na versão final, há uma nova bandeira, ondulando dramaticamente no vento.
Khaldei tirou um rolo inteiro, ou seja, 36 fotografias. Uma delas tornou-se célebre, ao simbolizar a derrota da Alemanha nazi e a vitória do exército vermelho. Foi sabiamente usadas pela propaganda soviética, para quem o Reichtag tinha um valor simbólico... e não propriamente militar.
Vtima, ao que parece, do antissemitismo estalinista no pós-guerra, Khaldei caiu no esquecimento, e ele e a sua foto. Seria só em 1991, já depois da queda do muro de Berlim, e do desmoronamento da URSS, que um artista berlinense, Ernst Volland, se deparou por acaso com estas fotos de Khaldei em Moscovo, tendo decidiu publicá-las em livro.
Em 8 de maio de 2008, no aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o museu Martin Gropius Bau, em Berlim, fez uma retrospectiva da obra de Khaldei, considerado o mais importanbe fotojornalista da era soviética. A exposição mostrou fotografias da "Grande Guerra Patriótica": a conquista, pelo exército vermelho, de Sofia, Bucareste, Budapeste e Viena, bem como a conferência de Potsdam e os julgamentos de Nuremberg. Também contava com fotografias da vida quotidiana na União Soviética, de antes e depois da guerra.
Khaldei não era, técnica, formal e esteticamente, um fotógrafo de grande estilo. Em contrapartida, teve o mérito de captar momentos historicamente importantes (e alguns únicos), ao longo de uma carreira de seis décadas. Pode-se lamentar que, do ponto de vista deontológico, o seu comportamento nem sempre tenha sido correto, como no caso da sua obra-prima fotográfica, a foto da bandeira vermelha no Reichtag. De qualquer modo, não deixa de ser um dos grandes fotojornalistas do séc. XX.
2. A história dessa falsificação, o "making off" da foto do Reichtag, foi reconstituída por Volland, o curador da exposição de Berlim. Segundo ele, Khaldei nessa mesma noite de 2 maio seguiu de avião para Moscovo, levando os negativos. Quando a imagem apareceu na revista Ogonjok, em 13 de maio de 1945, já havia um detalhe modificado. Na realidade, o soldado que está apoar o seu camarada com a bandeira tinha um relógio em cada pulso, o que só podia ser produto de roubo. Khaldei admitirá mais tarde que tinha riscado o relógio no braço direito do homem num dos negativos, usando uma agulha... Por outro lado, as nuvens negras de fumo, dando maior carga dramática e tom épica à foto, terão sido adicionadas mais tarde.... Enfim, na versão final, há uma nova bandeira, ondulando dramaticamente no vento.
Khaldei justificou-se, alegando que manipulou a foto por uma boa causa, o seu ódio ao nazismo... O seu pai e três das suas quatro irmãs foram assassinados pelos alemães... Uns anos antes de morrer (em 1997), disse publicamente que perdoava aos alemães, mas nunca poderia esquecer... O que se entende, porque é humano.
Conheceu grandes fotógrafos do seu tempo como Robert Capa (1913-1954), de seu nome verdadeiro, Endre Ernő Friedmann, judeu de origem húngara, um dos fundadores da agência Magnum. Tornaram-se amigos e Capa deu a Khaldei uma câmera "Speed Graphic", quando ambos faziam a cobertura dos julgamentos de crimes de guerra em Nuremberg.
Fonte: adaptação livre de The Art of Soviet Propaganda: Iconic Red Army Reichstag Photo Faked,
by Michael Sontheimer, in Berlin. Spiegel on line International, 7 may 2008.3. O fim da I Guerra Mundial foi o fim da Europa imperial, e a emergência dos EUA como grande potência... O fim da II Guerra Mundil foi o fim dos impérios coloniais, logo com a Inglaterra, em 1947, a abrir mão da "joia da coroa" que era a Índia... Foi também a divisão do mundo em dois blocos, polítco-militares, com um longo período de guerra fria, a emergência do movimento dos não-alinhados, o 3º Mundo, a descolonização...
Mas foram também os "trinta gloriosos", as três décadas de crescimento económico ininterrupto dos países europeus, sob a tutela dos EUA: o "milagre económico" alemão, francês, italiano... Um mundo (e um modelo de desenvolvimento) que entrou em crise, a partir de 1973, com o choque petrolífero, e acabou em 1989, com a queda do muro de Berlim... No meio de tudo isto, Portugal, país milenar, viu-se reduzido, em 1975, às fronteiras do séc. XIV e aos seus modestos 89 km mil quadrados, depois de ter levado a cabo, ingloriamente, a maior guerra do séc. XX, de baixa intensidade, em três teatros de operações, a milhares de quilómetros de distância, mobilizando mais de um milhão de homens, ao longo de quase década e meia... Essa guerra calhou-nos na rifa, à geração nascida com a (ou depois da) II Guerra Mundial... Feita a paz, e as contas, verficamos que o português é hoje a língua de 250 milhões de seres humanos, da Guiné ao Brasil, de Angola a Timor...O português é, verdadeiramente, a nossa "joia da coroa" e não é mais uma língua imperial...
De facto, a partir de 1945, o mundo não mais voltaria a ser como dantes... (LG)
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Nota do editor:
Último poste da série > 22 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14500: Efemérides (185): Tabanca de Matosinhos, 10 anos de convívio fraterno e solidariedade que merecem ser festejados, com um almoço especial, animado com fados e guitarradas, na 4ª feira, dia 29 de abril, no sítio do costume, o Restaurante Milho Rei, Rua Heróis de França 721, Matosinhos, telef 22 938 5685 (José Teixeira)
Nota do editor:
Último poste da série > 22 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14500: Efemérides (185): Tabanca de Matosinhos, 10 anos de convívio fraterno e solidariedade que merecem ser festejados, com um almoço especial, animado com fados e guitarradas, na 4ª feira, dia 29 de abril, no sítio do costume, o Restaurante Milho Rei, Rua Heróis de França 721, Matosinhos, telef 22 938 5685 (José Teixeira)