sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12199: Notas de leitura (528): "Os Roncos de Farim - 1966-1972", por Carlos Silva (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 12 de Junho de 2013:

Queridos amigos,
Li num ápice o trabalho do nosso confrade Carlos Silva sobre “Os Roncos” de Farim, um grupo de combate lendário, conhecia algumas referências, nunca me fora dado perceber a sua importância durante a guerra da Guiné. Encontrou um organizador de gabarito, o alferes Filipe Ribeiro, tinha dois comandantes de secção no topo da bravura, Marcelino da Mata e Cherno Sissé.
Combateram em todos os metros quadros do subsector de Farim, estiveram presentes nas mais importantes operações que aqui se travaram, entre 1966 e 1972.
Com a independência da Guiné, houve fuzilamentos, gente em fuga, alguns vieram viver para Portugal. Cherno Sissé conheceu a humilhação e o vexame.
Estão aqui todos os ingredientes que permitiriam a um investigador escrever um assombroso livro de guerra, com a diferença dos personagens serem de carne e osso e ainda puderem testemunhar, mesmo com muita amargura.

Um abraço do
Mário


História do Pelotão “Os Roncos de Farim”, 1966/1972, por Carlos Silva

Beja Santos

Foi graças à Teresa Almeida, da Biblioteca da Liga dos Combatentes, que tive acesso a este documento surpreendente, uma obra desvelada do nosso confrade Carlos Silva.

Desconhecia inteiramente a existência de “Os Roncos” e os experientes e valorosos militares que estiveram na sua constituição. Formalmente, este grupo foi-se constituindo adstrito à CCAÇ 1585, e desde a primeira hora nele participaram ativamente o 1º cabo Marcelino da Mata, a comandar uma secção de milícias, e o 1º cabo Cherno Sissé, a comandar uma outra secção. Tal foi o seu desempenho, e havendo a proposta apresentada pelo 1º cabo Marcelino da Mara para comandar um grupo especial, acertou-se na constituição de um pelotão ficando como seu primeiro comandante o alferes miliciano Filipe José Ribeiro. O grupo entrou em funções em Dezembro de 1966, após ter participado numa operação com dois grupos de combate da CCAÇ 1585. No decurso de um assalto a uma casa de mato, Ribeiro, Marcelino e Cherno, e mais quatro valorosos elementos entraram determinados no objetivo, com sangue frio impressionante. Marcelino da Mata terá dito mais tarde ao comandante do BCAÇ 1887: “Encontrei o alferes para comandar o grupo, é maluco, até apanha os turras à mão…”. Assim se constituía um pelotão lendário. Juntaram-se as secções de Marcelino da Mata e de Cherno Sissé e foram selecionados outros soldados milícias. “Os Roncos” surgem como um grupo especial de tropa de choque que abriria o caminho às restantes. Os seus feitos, até à sua extinção (os seus elementos irão ser integrados mais tarde em companhias africanas e companhias de Comandos Africanos) foram extraordinários, em qualquer operação sabia-se de antemão que se podia contar com um naipe excecional de gente valorosa. Escrito à mão, no exemplar que consultei, aparece anotado pelo então alferes Filipe Ribeiro: “O grupo era constituído por 24 elementos, assim distribuídos: secção de Marcelino com 11 elementos, secção de Cherno Sissé com 11 elementos, o meu guarda-costas e eu, no total éramos 24. Acontece que em muitas operações o grupo não tinha mais que 15 ou 16 elementos. Éramos poucos mas eficazes”. É impressionante ver-se o nome destes homens e ler-se depois nas observações o rol de feridos e mortos.

A CCAÇ 1585 tinha a responsabilidade do subsector de Farim, fazia operações em locais como Sambuiá, Bricama, Biribão, Sano e Sulucó, entre outras. A partir de Dezembro de 1966, “Os Roncos” vão a todas, capturam armamento, entram em casas de mato, criam a lenda. Por exemplo, em Janeiro de 1967, na operação “Cajado” Ribeiro e a secção de Cherno confrontam-se com um grupo inimigo cinco a seis vezes superior. E Carlos Silva retira a seguinte nota: “6 granadas de morteiro que não chegaram a explodir ficaram espetadas no lodo da bolanha, em volta do alferes Ribeiro, porque, entretanto, teve de sair do abrigo junto a uma árvore e deslocar-se para as proximidades da bolanha. Tudo isto devido a ter de pedir via rádio à companhia de Cuntima uma maca para evacuar o ferido e munições. Pois ficaram lá quase duas horas debaixo de fogo intenso, sob um autêntico inferno. Não podiam retirar do local na medida em que aguardavam pelo regresso da secção do Marcelino, que entretanto já vinha no gosse-gosse para também dar apoio. Quando os reforços de Cuntima chegaram ao local de combate, disseram-lhe para se levantar com cuidado, agarrando-lhe pelos braços, pois tinha à sua volta seis granadas de morteiro 82…”.

Carlos Silva colige o historial mês a mês, sucesso a sucesso, vão-se averbando os louvores, de oficial a soldados, Ribeiro e os seus homens aparecem associados a outras forças. Em Outubro de 1967, depois da operação “Caju”, em que participaram “Os Roncos”, escreveu-se: “Foram três dias e três noites consecutivas em que as tropas estiveram constantemente em ação, batendo uma extensa zona, com a chuva a cair ininterruptamente, cumpriu-se a missão, apesar do sacrifício ter sido enorme”. Cherno Sissé e Malã Indjai foram agraciados com a Cruz de Guerra de 4ª Classe. Os louvores não param. Em Outubro desse ano a CCAÇ 1585 foi transferida para Quinhamel, o alferes Ribeiro deixou “Os Roncos”, foi rendido pelo alferes Morais Sarmento da CART 1691, que passou a comandar o pelotão. Em Dezembro, irá ter lugar a batalha de Cumbamori, tratou-se da operação “Chibata”, havia notícias da presença de Luís Cabral nesta localidade e base inimiga. Deslocaram-se três destacamentos. Assaltou-se Cumbamori, Luís Cabral teve tempo de fugir, infligiram-se muitas baixas, fizeram-se 5 prisioneiros e capturou-se material, caíram no dever 4 soldados dos “Roncos” e houve 17 feridos. Sobre esses acontecimentos Luís Cabral irá escrever o que viveu em “Crónica da Libertação”, págs. 315 a 230, fora a primeira vez em que ele estava presente num encontro entre as forças do PAIGC e as tropas portuguesas.

Em Junho de 1969, a Marcelino da Mata era-lhe conferido o grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre Espada, tinha sido já agraciado com duas cruzes de guerra, foi promovido por distinção a 1º sargento e graduado em alferes. Em Junho de 1970, igual honraria será conferida a Cherno Sissé.

Em Agosto de 1969, “Os Roncos” participaram numa operação em Faquina, onde será capturada uma elevada tonelagem de material. Cherno Sissé aguentou a pé-firme uma tempestade de fogo. José Pais, em “Histórias de Guerra – Índia, Angola e Guiné, Anos 1960”, editora Prefácio, 2002, refere-se ao malogrado Cherno Sissé, residente num bairro da lata da Cruz Vermelha, depois de ter sido espancado e de lhe terem vazado o único olho que lhe restava: “Lá fui à Boa-Hora e lá tentei explicar ao meritíssimo juiz o que é ter servido o Exército português 27 anos, o que é ter sido combatente operacional na Guiné durante 9 anos seguidos, o que é ser ex-combatente desprezado e o que representa para um homem destes a perda da dignidade pessoal face à vida. O meritíssimo aplicou-lhe três anos e meio. Visitei-o com o filho no hospital prisão de Caxias. Cherno Sissé, 1º sargento do Exército de Portugal na reforma, duas Cruzes de Guerra, duas vezes promovido por distinção, Cavaleiro da Torre Espada, passados dois anos de cadeia, saiu em liberdade condicional. Voltou para casa, de onde agora quase nunca sai. A casa de Cherno Sissé continua a ser porto de abrigo dos fugidos da Guiné e dos que têm fome. Lá vão pedir conselho ao Homem Grande da Catorze de Farim que a Pátria portuguesa usou e deitou fora”.

A história de “Os Roncos” deve a Carlos Silva ter sido passada a escrito. Em meu entender, entidades como a Liga dos Combatentes deviam propiciar um estudo aprofundado sobre estes vultos grandiosos que correm o risco de desaparecer e dar-se forma a este grupo excecional que praticamente caiu no esquecimento. Os valorosos soldados guineenses mereciam ver esmaltada a sua história coroada de valor, dedicação e lealdade. Para os portugueses lhes reconhecerem o mérito prodigioso e a dívida impagável.
____________

Nota do editor

Último poste da série de 21 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12181: Notas de leitura (527): "As Minhas Memórias de Gabu 1973/74", por José Saúde (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Guiné 634/74 - P12198: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (24): Voando com o srgt mil pil Honório, no apoio a colunas logísticas para Beli e Madina do Boé (Vitor Oliveira, ex-1º cabo melec, BA 12, Bissalanca, 1967/69)




Guiné > Bissau > c. 1968 > "O T6G [Harvard] 1756 que caiu ao pé do colégio das freiras que ficava por de trás do hospital em Bissau. Da rapaziada so me lembro do Oliveira, de  t-shirt branca".


Foto (e legenda): © Vitor Oliveira (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]

1. Mensagem do Vitor Oliveira, ex-1º cabo melec
 (BA 12, Bissalanca, 1967/69)  [, Foto à direita: é membro da nossa Tabanca Grande  desde 13/5/2009]:


Data: 22 de Outubro de 2013 às 15:20
Assunto: Voos com Honório

Camarada Luís,  posso dizer que 70% das dezenas e dezenas de horas de voo na Guiné foram com o meu grande amigo Honório que infelizmente já não está entre nós. (*)

Foram voos em DO27 e T6G, Nestes andávamos entre 2h30 e 3h30,  sobre as colunas que iam para Béli e Madina de Boé, Começávamos a sobrevoálas ao nascer dia até ao sol se pôr.  Ele, o Honório,  queria sempre companhia porque dava para ele descansar, Estás a ver o que era andar estas horas todas às voltas sobre as colunas!... Levávamos no mínimo duas garrafas de água Perrier. (**)

A protecção a essas colunas era feita por 6 T6G e sempre dois,  que se iam revezando.

Já agora quero dizer que,  além do meu amigo Honório,  havia mais pilotos com os quais voei e  que eu admirava:  Cap Sarmento, Alf Pavão (Açoriano) e Furriel Gomes.

Aqui vai [, foto em cima,] o T6G 1756 que caiu ao pé do colégio das freiras que ficava por de trás do hospital em Bissau. Da rapaziada so me lembro do Oliveira, de  t-shirt branca.

Sem mais um grande abraço.

Vitor Oliveira(Pichas)
1º Cabo Melec

[BA12, Bissalanca, 1967/69]

________________

Notas do editor:

(*) Dados biográficos:

(i) Honório Brito da Costa [Praia, Santiago, Cabo Verde, 28 de agosto de 1941; Praia, Santiago, Cabo Verde, (?]];

(ii) era filho de Honório Domingos da Costa [n. 1901; f. ?] e de Silvia Pinto de Brito [Santiago, 1914; Lisboa, 2004];

(iii) tem, pelo menos, uma filha, Tatiana Costa] [ Fonte: sítio GeneAll.,

(iv) entrou como actor, juntemente com o nosso camarada Leão Lopes, no filme "O Recado das Ilhas" (1989), de Ruy Duarte de Carvalho (Santarém, 1941;  Swakopmund, Namíbia, 2010)]

[São raras as fotos do Honório, srgt mil piloto da FAP, que na sua terra natal  também era conhecido por Honoriozinho. Sabemos que nasceu em 1941, na cidade da Praia, e já morreu, em data desconhecida., mas posterior a 1989. Depois de servir na FAP, na Guiné, onde terá feito duas comissões, regressou á sua terra. Foi piloto comercial nos TACV - Transportes Aéreos de Cabo Verde, onde terá chegado a comandante. Foto acima,  à direita, reproduzida com a devida vénia da página da família Barros Brito: Antepassados e parentes da família criada por Jorge e Garda Brito.]



Postes da série sobre (ou com referências a) o Honório:

13 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7121: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (22): Fotograma do Honório com o Cap Neto (Jorge Félix)

15 de maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6397: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (21): Fotogramas de um vídeo com o Honório (Jorge Félix)

4 de Março de 2010 > Guiné 63/74 - P5935: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (20): O Honório e o 2º Sarg que dizia que se aguentava (Vítor Oliveira)

22 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6210: Os gloriosos malucos das máquinas voadoras (21): Meu tenente, eu e o Tomás Camará não vamos com o Honório! (Amadu Djaló)

28 de fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5912: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (19): O Honório e o major que lhe chamou maluco (Vítor Oliveira)

19 de Fevereiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5840: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (18): Mais uma história do Grande Honório (Vítor Oliveira)

29 de Dezembro de 2009 > Guiné 63/74 - P5559: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (17): Mais uma história do Sargento Pilav Honório (Rogério Cardoso)

21 de Maio de 2009 > Guiné 63/74 - P4396: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (16): Uma história do Honório (Vítor Oliveira)

11 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3604: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (15): Eu, o Duarte, o Coelho, o Nico... mais o Jubilé do Honório (Jorge Félix)

6 de novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3412: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (11): Ainda o Honório, o Jagudi... ou o puro gozo de voar (Jorge Félix)



26 de Setembro de 2008 Guiné 63/74 - P3245: Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras (4): Honório, o cow-boy dos ares (José Nunes)


Guiné 63774 - P12197: Tabanca Grande (411): Augusto Pereira Baptista, ten-cor ref, ex-alf mil capelão, CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70), devidamente apresentado e apadrinhado pelo Armando Pires


1. Mensagem do nosso camarada Armando Pires [, foto à direita, com o Augusto Baptista, ainda muito recentemente, em Lisboa, no Chiado (*)]


Data: 23 de Outubro de 2013 às 17:00

Assunto: Capelão Augusto Pereira Baptista


Meu caro Luís Graça, Camarada.

Um pedido teu é uma ordem (**). Aqui tens a "ficha de inscrição" do nosso capelão Augusto Pereira Baptista, acompanhada das respectivas fotos, sendo que na foto da actual vão duas à tua escolha.

Faço acompanhar a sua apresentação de uma nota pessoal. minha, que espero não desmerecer.

Saudações a ti e a todos os camaradas, do

Armando Pires



Foto do ex-alf mil capelão Augusto Baptista, c. 1969

2. Apresenta-se o Augusto Pereira Baptista, ten-cor ref, ex-alf mil capelão CCS/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã. 1969/70)

É nos momentos de felicidade e alegria, e nos momentos de sofrimento e dor, que a presença dos amigos nos é querida.

Como sabem, na madrugada de 27 de Setembro, fui assaltado e roubado, na residência paroquial. Fiquei bastante mal tratado e com duas costelas partidas. (*)

Neste momento estou em recuperação e agradeço toda a onda de solidariedade, manifestada por tantos amigos e camaradas da Guiné.

De vós, aceito o convite que me lançaram. Tenho imenso prazer em fazer parte dos amigos da Tabanca Grande.

Augusto Pereira Baptista
ten cor capelão, reformado
[, foto atual, à direita]


3. Folha de serviço militar do Agusto Baptista, novo membro da Tabanca Grande, nº 631

(i) Fev/1969 - Dez/1970 >  Guiné - Capelão Militar do BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70);

(ii) Jul/1978 - Nov/1982 > Capelão Militar das Tropas Paraquedistas,  em S. Jacinto;

(iii) Nov/1982 - Ago/1988 > Capelão das Tropas Paraquedistas em Tancos;

(iv) Ago/1988 - Out/1990 >  Capelão-Adjunto da Chefia do Serviço de Assistência Religiosa da Força Aérea,  em Lisboa;

(v) Out/1990 - Jul/1995 > Capelão do Hospital da Força Aérea no Lumiar, Lisboa;

(vi) Jul/1995 - Mar/2000 > Capelão - Chefe da GNR - Guarda Nacional Republicana, em Lisboa


4. Nota pessoal do ex-fur enf Armando Pires, da CCS do BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) [, foto de L.G., à direita; Tabanca da Linha, 17/10/2013]


Fiquei muito honrado pela tarefa que o Luís Graça me confiou. Trazer até nós o capelão Baptista (**).

Não sou a pessoa indicada para falar do seu trabalho religioso junto dos nossos camaradas na Guiné.

Mas posso falar do homem, como já aqui o fiz no P9978. (***)

Porque o Baptista, senhor de uma grande serenidade e força comunicacional, tinha sempre a palavra certa, fosse ela de amizade, de compreensão ou de estimulo, para aqueles que, como eu, não seguiam a sua fé.

É pelo ombro que nos momentos difíceis me emprestou, que lhe tenho esta amizade.

Mas o Baptista também era, e é, dotado de um enorme sentido de humor. Deixo para que ele resolva nas suas próprias confissões, as conversas brejeiras que tinha connosco, algumas de nos levarem às lágrimas.

Mas conto-vos como ele resolvia a fama que tinha de nunca estar onde o IN atacava. Fosse em Bula, fosse em Bissorã, fosse nos aquartelamentos do sector onde levava o seu trabalho espiritual, na hora do PAIGC atacar o Baptista não estava lá.

Tal fama deu origem às situações mais caricatas. Desde o bom do Crasto que, quando o Baptista saía,  não arredava pé do abrigo das transmissões, até a um influente membro da comunidade de Bissorã, o qual, tendo visto chegar o DO que fazia o sector, indagou se o capelão ia viajar. É que ele tinha prevista, para daí a dois dias, uma festa de aniversário no clube social da vila, e queria prevenir-se.

Mas vejam lá que era entre a população nativa que estas coincidências maiores interrogações provocavam. E o que lhes dizia o capelão Baptista?
- Ó pá! Vocês não sabem a força do Irã branco. Se o inimigo ataca o Irã branco,  fica manga de chateado. E com o Irão branco o inimigo não brinca.

Mas diz o povo, na sua infinita sabedoria, que tantas vezes o cântaro vai à fonte que uma noite o Baptista estava lá. E mesmo assim, não sem que o DO que o levaria a Binar, tivesse ficado retido em Bissau, com avaria. 

Nem eu nem ele sabemos precisar em que noite foi. Mas garantidamente ocorreu, em Bissorã,  já com a comissão a terminar.

Contou-me ele que, findo o ataque, meteu-se no jeep e foi para o comando. Nos metros que fez a pé não parava de tropeçar. Levava as botas calçadas ao contrário...

Que a fé do Baptista o conserve entre nós, durante muitos mais anos. Armando Pires



Guiné > Região do Oio > Bissorã > CC/BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > "O alf capelão Baptista,  de pressão de ar ao ombro, após uma caça à passarada".



 Chaves >   1968 > "Eu e o capelão Baptista, em Chaves, quando formávamos batalhão" [, o BCAC 2861].



Guiné > Região do Cacheu > Bula > CCS / BCAÇ 2861 (Bula e Bissorã, 1969/70) > "Eu e o capelão Baptista. Em Bula, à porta da missão católica".


Fotos: © Armando Pires (2013). Todos os direitos reservados. [Edição: L.G.]


5. Comentrário de L.G.:

São dois seres de eleição, o Armando e o Augusto!

O Armando já é nosso grã-tabanqueiro e temo-nos delicidado com as suas estórias de "ribatejano, fadista e enfermeiro". Conheci-o finalmente, ao vivo, em carne e  osso, no último almoço-convívio da Tabanca da Linha, em 17/10/2013, e as minhas expectativas foram superadas... Confesso original é ainda melhor do que a cópia... E tive oportunidade de me dar conta da sua grandeza de alma: homem da rádio, com provas dadas na Metrópole, antes de ir para a tropa. mas também fadista talentoso e promissor, o Armando tinha tudo (conhecimentos, relações, cunhas e tudo!...) para ficar em Bissau, no "bem bom", a trabalhar no PFA - Programa das Forças Armadas e, à noite, a cantar fados num conhecido, muito afreguesado,  restaurante da capital da província... E quando a razão puxava para um lado, o coração, mais forte, puxou para  o outro, e ele decidiu que não podia abandonar os seus camaradas que já conhecia de Chaves e que iam para o mato, para a guerra, para a região do Cacheu (Bula e, depois, mais tarde, para Bissorã, na  mítica e temível região Óio)...

E lá foi com eles para Bula e, depois, Bissorã... (Prometo que ele vai contar "esta cena", de viva voz, um dia destes!... Infelizmente, não há medalhas para estes grandes gestos de camaradagem, humanidade e verticalidade ...).

Quanto ao nosso capelão, Augusto Baptista, é uma honra tê-lo aqui, na nossa companhia, à sombra do nosso mítico, mágico, sagrado poilão da Tabanca Grande. A gente promete tratá-lo bem, acarinhá-lo, apaparicá-lo, protegê-lo. Da parte dele, esperamos que nos conte algumas histórias de capelania, umas, ou caserna, outras, que o pessoal é todo olhos e ouvidos... E, claro, temos a certeza que ele vai também velar por nós e rezar por nós, crentes e não-crentes!.. Bem, vindo, camarada Baptista!... És o nosso grã-tabanqueiro nº 631 (****).

PS - E já que falamos de capelães (e nós temos mais de 50 postes com referências aos nossos capelães!...), registe-se os nomes (e indique-se os links) dos três ex-capelães que já nos deram a honra de acamaradar connosco, sob o poilão da Tabanca Grande (, cito por ordem cronológica de entrada):

(i) Mário de Oliveira, ex-alf mil capelão, CCS/BCAÇ 1912 (Mansoa, 1967/68)

(ii) Arsénio Puim, ex-alf mil capelão, CCS/BCAÇ 2917 (Bambadinca, 1970/72)

(iii) Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1911 (setembro de 1967 / maio de 1969) e BCAÇ 2852 (Bambadinca, maio/dezembro de 1969).

Guiné 63/74 - P12196: Agenda Cultural (289): "Toda a China", livro de António Graça de Abreu, apresentado no passado dia 22 de Outubro no Museu do Oriente, em Lisboa (Miguel Pessoa)



1. Em mensagem de ontem, dia 23 de Outubro de 2013, o nosso camarada Miguel Pessoa (ex-Ten Pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, hoje Coronel Pilav Reformado) mandou-nos o seu trabalho de reportagem feito a propósito do lançamento do último livro do outro nosso camarada, António Graça de Abreu, "Toda a China", que ocorreu no passado dia 22 de Outubro, no Museu do Oriente, em Lisboa, conforme o Poste 12183.
Este mesmo trabalho foi publicado na Tabanca do Centro.




“TODA A CHINA”, DE ANTÓNIO GRAÇA DE ABREU

Miguel Pessoa

Publicitado nestes últimos dias nas páginas do blogue “Luís Graça & Camaradas da Guiné”, decorreu no passado dia 22 o lançamento de nova obra do nosso camarigo António Graça de Abreu, membro da Tabanca Grande e com alguma regularidade conviva nos encontros da Tabanca do Centro em Monte Real e da Tabanca da Linha em Cascais.

O local escolhido para a apresentação – o Museu do Oriente – terá sido o sítio mais adequado ao tema do livro agora lançado, “Toda a China” (Vol. I), escrito por quem, segundo o editor e o apresentador da obra, será “o português que mais bem conhece a China, toda a China”.

Logo nas primeiras palavras de apresentação, Manuel Fonseca – da editora “Guerra e Paz”, que editou a obra - refere a já longa associação do nosso camarada António Graça de Abreu com a sua editora, que remonta ao tempo da sua fundação e incluiu a edição do seu “Diário da Guiné”, culminando agora neste novo livro (e no que se segue, dizemos nós...)..

Todas as 23 províncias, 5 regiões autónomas, 4 municípios centrais e 2 regiões administrativas especiais, foram visitadas ao longo de trinta e seis anos de jornadas e estadas do autor na China, país imenso, tão grande como a Europa. A sua experiência e o profundo conhecimento adquirido da geografia, história e do património cultural deste país estão bem presentes na obra agora editada. Por essas razões a editora refere o seu grande prazer e honra por ver que esta associação se mantém depois de todos estes anos.

O embaixador João de Deus Ramos, que teve a seu cargo a apresentação da obra, lembrou a amizade que mantém com o autor desde o longínquo ano de 1979, quando chegou à China na abertura da nossa Embaixada em Pequim. Não tem dúvidas sobre a afirmação de ser o autor o português que melhor conhece a China, o que aliás é confirmado por esta sua nova obra. Não apenas pelo facto de ele ter chegado a todos os cantos do país, mas antes pelo conhecimento profundo que adquiriu da sua história e das gentes que ali habitam.

Naturalmente uma obra de pouco mais de 360 páginas não pode escalpelizar um país imenso como a China. Assim, o livro é uma acumulação de pequenas histórias passadas nos mais diversos locais, descritas com o estilo e sentido de humor que todos conhecemos deste nosso camarada, e que no seu conjunto dão a conhecer a história, o património cultural, as transformações sociais e políticas e a forma de vida daquele povo.


Rodeado por muitos amigos que quiseram estar presentes nesta apresentação, o António Graça de Abreu pensa já certamente em ver nos escaparates das livrarias o segundo volume, programado para 2014!

Miguel Pessoa

************

Em tempo:
O nosso camarada António Graça de Abreu fez chegar ao nosso Blogue, no passado dia 28, a gravação de uma entrevista que deu à TVI 24, a propósito do seu livro.

Aqui fica para quem quiser ouvir e ver:

____________

Nota do editor

Último poste da série de 21 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12183: Agenda Cultural (288): Sessão de lançamento do livro de viagens "Toda a China", 1º volume, de António Graça de Abreu... Museu do Oriente, Lisboa, Sala Beijing, 3ª feira, 22 do corrente, 18h30. Apresentação do embaixador João de Deus Ramos. Entrada livre

Guiné 63/74 - P12195: Crónicas das minhas viagens à Guiné-Bissau (José Martins Rodrigues) (2): A minha primeira viagem em 1998 - O primeiro dia em solo da Guiné-Bissau

1. Segundo episódio da nova série do nosso camarada José Martins Rodrigues (ex-1.º Cabo Aux Enf.º da CART 2716/BART 2917, Xitole, 1970/72), dedicada às suas viagens de saudade à Guiné-Bissau, a primeira efectuada em 1998.




CRÓNICAS DAS MINHAS VIAGENS À GUINÉ-BISSAU

A PRIMEIRA VIAGEM - 1998 

2 - Acompanhem-me, até ao nascer do primeiro dia em solo da Guiné-Bissau

Éramos quatro pessoas, dois irmãos e suas esposas. Aprazamos a data da partida do Porto com destino a Bissau para o dia 5 de Abril de 1998. Já na posse dos bilhetes de avião, dos seguros e das vacinas, a minha cunhada, uma senhora francesa pouco dada a arriscadas aventuras, convenceu-me a contratar os serviços de um guia/segurança, exigência que me apressei a concretizar. A minha esposa, preparava-se para ter o seu baptismo de voo. A viagem do Porto a Lisboa, apesar de curta, foi bastante turbulenta devido ao tempo invernoso da época. Foi um tormento para ela. Enquanto aguardávamos o voo de ligação a Bissau, segredava-me que, se os 40 minutos do Porto a Lisboa haviam sido tão difíceis, o que não seriam as mais de 4 horas até Bissau. Tentei serená-la. Partimos depois das 21h30 em voo da TAP numa viagem que se revelou muito confortável.

Chegámos a Bissau ao início da madrugada. Desse momento guardo imagens e emoções de grande impacto. À saída do aparelho e, apesar da hora, eram aquele calor e aqueles odores que senti tão familiares. Era a primeira confrontação com os registos que a minha memória retinha. Sentia uma imensa e inexplicável alegria, como aquela criança a quem oferecem o brinquedo que já não sonhava receber. Só por vergonha e algum pudor, não beijei o solo que acabara de pisar. Era um momento único. Percebi que amava aquela terra, que senti também como minha. Amo esta terra não porque tivesse que ser. Mas porque, pela mais singela das ofertas ou por cada abraço partilhado com as suas gentes recebemos em troca demonstrações de gratidão e afecto. E, quando nos tocam assim, ficamos rendidos ao brilho de felicidade daqueles olhares, que é a forma mais genuína de nos dizerem como somos bem-vindos na sua terra. Só quem como nós, que aqui deixamos parte da nossa juventude, entenderá este turbilhão de emoções. Sentia-me tão feliz e tão jovem, que cheguei a duvidar que já haviam passado 26 anos desde que havíamos partido.

Os que me acompanhavam, limitavam-se a gerir o sufoco do calor, a tentarem decifrar o que conseguiam ver e, a registar as minhas reacções.

O dia da chegada do voo semanal da TAP era uma verdadeira romaria junto da antiga gare do Aeroporto Osvaldo Vieira. Era um mundo de gente que nos olhava com naturalidade, era o amarelo e azul dos táxis e dos toca-toca, na expectativa de um serviço. As primeiras impressões diziam-me que havia uma ligação muito forte a tudo o que vinha de Portugal. Não senti qualquer sentimento de insegurança. Tinha sido a terra de todos os medos e agora era a terra da descoberta de tudo e de nada. Lá estava o guineense que nos iria transportar, ostentando uma placa identificando o Hotti-Bissau. Assim se chamava o Hotel em que ficaríamos alojados na primeira noite, ou o que dela sobraria.

Deitamo-nos já alta madrugada. Dormir não seria propriamente a minha prioridade. O que mais ansiosamente desejava era assistir ao nascimento daquele primeiro dia, aos primeiros brilhos do Sol por detrás daquela palmeira que estava no caminho do meu olhar, lá para os lados da cidade de Bissau. Debruçado na janela do terceiro piso do hotel virada para a avenida e, munido da minha Sony, esperei por esses momentos. Defronte do hotel ficavam dois edifícios de três ou quatro pisos, que na época eram ocupados pela cooperação dos países de Leste e, um pouco mais à esquerda, uma estrada cruzava a avenida. Registei os primeiros raios do Sol, até que o seu brilho me castigou, e assisti assim ao nascimento daquele desejado dia que se adivinhava prometedor. Junto à vedação, do lado exterior do hotel, uma papaieira exibia os seus frutos e logo ao lado, lá estava uma paragem dos transportes de passageiros. Era o amarelo e azul dos táxis e dos toca- toca. De todas as direcções surgiam pessoas. Começava o formigueiro humano, num vai-vem agitado de quem procura sobreviver conforme as condicionantes desta terra.

Todos os meus sentidos estavam agora preparados para saborear novas emoções.

Bem cedo, começamos a fazer os preparativos para desfrutarmos do primeiro dia de viagem, que nos iria levar até Bafatá.

(Continua)

Já a bordo, a caminho de Bissau

A boa disposição a bordo, a caminho de Bissau

Fachada do Hotel Hotti-Bissau

Assistindo ao nascer do dia, na varanda do Hotel

O movimento ao início do dia em Bissau
____________

Nota do editor

Primeiro poste da série de 17 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12162: Crónicas das minhas viagens à Guiné-Bissau (José Martins Rodrigues) (1): A asfixiante e inadiável ideia de voltar

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Guiné 63/74 - P12194: In Memoriam (164): Faleceu o Jerónimo Jesus da Silva, o "rebenta-minas", sold condutor auto da CART 2519 (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá, 1969/71) (Mário Pinto)


1. O nosso Camarada Mário Gualter Rodrigues Pinto, ex-Fur Mil At Art da CART 2519 - "Os Morcegos de Mampatá" (Buba, Aldeia Formosa e Mampatá - 1969/71), enviou-nos a seguinte mensagem:

Camaradas


A minha homenagem a um saudoso camarada Morcego de Mampatá, que ontem, 22 de Outubro, nos deixou.

O JERÓNIMO, “O REBENTA MINAS”,  FALECEU 

Para os que nos lêem e não sabem, o rebenta-minas era a viatura que seguia, regra geral, apenas com o condutor, na frente, a “abrir” caminho para uma coluna motorizada.

Jerónimo Jesus da Silva, Sold Condutor da CART 2519,  OS MORCEGOS DE MAMPATÁ, devido à sua sempre disponibilidade para encabeçar a frente das colunas Buba-Aldeia Formosa com a sua GMC, conhecida pela HÉRCULES, foi baptizado e ficou conhecido pelo rebenta-minas.

O Jerónimo era um Minhoto de gema, natural de Guimarães,  e chegou à CART 2519 em Março de 1969, aquando do início do nosso IAO.

Era um mancebo robusto, bem disposto e sempre pronto para realizar qualquer serviço, ou outra eventualidade.

Na Guiné,  e ainda PIRIQUITO, o Jerónimo revelou-se um militar destemido e voluntarioso e foi na construção da estrada nova Buba-Aldeia Formosa, ao encabeçar as colunas que seguiam diariamente de Mampatá para o local de trabalhos, que ele se tornou célebre e respeitado por todos. 

Indiferente ao temível perigo oferecido pelas traiçoeiras minas, que todos dias sabíamos estarem *a nossa espera, colocadas pelo PAIGC todas as noites na estrada, o Jerónimo não deixava, mesmo assim, de ir com a sua viatura a assegurar o caminho a cada coluna motorizada, expondo-se ao eventual rebentamento de alguma delas, ou às balas do IN, que quase todos os dias fazia uma sortida com flagelação e, ou, emboscada. 

Mais tarde, abandonada a construção da estrada nova, o Jerónimo passou a integrar as colunas de abastecimento que iam à LDG, no cais de Buba, pela estrada velha, carregar os abastecimentos para o nosso Sector, nunca deixando de ser o "REBENTA MINAS".

Questionado, dizia sempre com alguma humildade:
- Alguém tem de ser o primeiro e eu,  como já estou habituado,  não me importo!

Foram várias as vezes que o meu Grupo de Combate picou a estrada à frente da sua GMC, tendo ele sempre afirmado que tinha uma confiança enorme nos camaradas que o precediam na picagem.

Tinha razão, pois foram imensas as minas que levantámos naquela estrada.

A sua Hércules era já sobejamente conhecida por todos, não só por encabeçar as inúmeras colunas, mas pelos zumbidos característicos do seu motor, quando em pleno esforço era submetida na frente das colunas, anunciando assim a sua presença aos que faziam as protecções e os trabalhos.

O Jerónimo Jesus da Silva foi louvado por escrito pelo comando devido à sua extraordinária coragem.

Mais tarde veio a sofrer de stress pós-traumático de guerra, com deficiência e incapacidade 36%, resultante dos traumas provocados pela sua continua voluntariedade em enfrentar o perigo.

À sua enlutada família aqui deixo os meus sentidos pêsames, desejando que o nosso Camarada Jerónimo descanse em paz e que um dia, esteja onde estiver, todos nos juntemos novamente.

Preparação de uma coluna

Distribuição do pessoal militar e civil pelas viaturas

Coluna em marcha picada fora

Evolução ao longo da picada

Uma das minas anticarro

 Viatura após explosão de uma mina

Avaliação dos estragos causados


Endireitamento da viatura
Fotos: © Mário Pinto (2013). Todos os direitos reservados 


Um abraço,
Mário Gualter Rodrigues Pinto
Fur Mil At Art da CART 2519
__________

Nota de M.R.: 

Vd. último poste desta série em: 



Guiné 63/74 - P12193: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (2): Escola Prática de Infantaria de Mafra




1. Historial da Escola Prática de Infantaria, localizada em Mafra, trabalho de compilação do nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos Pretos, Canjadude, 1968/70), integrado na sua série Historial das Escolas Práticas do Exército.




















____________

Nota do editor

Primeiro poste da série de 20 DE OUTUBRO DE 2013 > Guiné 63/74 - P12178: Historial das Escolas Práticas do Exército (José Marcelino Martins) (1): Preâmbulo