Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Cuor > Destacamento de Mato Cão > 1973 > Pel Caç Nat 52 > Os precários abrigos existentes no tempo do Alf Mil Joaquim Mexia Alves, aqui na sua residência.
Fotos: © Joaquim Mexia Alves (2006)
Caros Luís e Mário:
Do que me lembro, não cheguei a conhecer o Alf Wanhon Reis, pois quando cheguei ao Pelotão ele estava sem Oficial.
Ao que sei, o 52 esteve em Fá [Mandinga] , tendo vindo depois para a Ponte de Udunduma, na estrada Bambadinca/Xime. Foi lá que tomei o comando do Pelotão, em meados de 72.
Penso, pois não me consigo lembrar com clareza, que uma das secções do Pelotão poderia estar no reordenamento dos Nhabijões, junto a Bambadinca, tendo sido depois reentegrada no Pelotão quando em Setembro/Outubro (?) de 72 fomos colocados no Mato Cão (1).
No Mato Cão estava, salvo o erro o [Pel Caç Nat] 63, por isso o Jorge Cabral deverá estar certo quanto à inauguração do Destacamento de Mato Cão, que depois foi colocado em Fá.
Penso que o Mato Cão foi instalado para dar mais segurança àquele troço do Rio Geba e sobretudo para defender o ordenamento dos Nhabijões, entretanto construído do outro lado do Rio Geba (2).
Se as condições no Mato Cão eram péssimas, sem luz nem água, tomávamos banho num poço junto ao rio com latas de conservas de fruta, na Ponte de Udunduma ainda eram piores, tendo apenas a vantagem de estarmos mais perto de Bambadinca, o que me permitia de vez em quando tomar um banho mais decente.
Ao Mato Cão chegava-se apenas de Sintex, a remos, e a ida a Bambadinca, para além do cruzeiro de barco, tinha depois uma caminhada a pé até ao quartel.
Estivemos ali, ao que me lembro até meados de 73, quando fui colocado na CCAÇ15, [em Mansoa,]um pouco a meu pedido em Bissau, pois queria sair das ordens daquele comando de Batalhão [o BART 3873, Bambadinca, 1972/74]. Um dia conto a história.
Ao que sei antes do Natal de 73 o [Pel Caç Nat ] 52 voltou para Fá. A partir daí já nada sei.
Junto várias fotografias do Mato Cão, numa delas está o mesmo macaco-cão, e o Tomango Baldé, que penso seria um dos mais antigos do Pelotão.
A 24 retrata a minha residência, a 32 é o Tomango Baldé que penso seria um dos mais antigos do Pelotão.
Abraço
Joaquim Mexia Alves
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Notas de L.G.
(1) Sobre este destacamento, ver ainda os posts de:
22 de Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VI: Memórias do Xime, do Rio Geba e do Mato Cão (Sousa de Castro)
28 nde Abril de 2005 > Guiné 69/71 - VIII: O sector L1 (Xime-Bambadinca-Xitole): Caracterização (1) (Luís Graça)
(...) "Possibilidades do IN:
" (i) No plano militar:
" (i) Manter as acções de fogo sobre os aquartelanentos das NT; (ii) Intensificar as acções de guerrilha preferencialnente sobre as tabancas em autodefesa, pelotões de milícia e seus itinerários de socorro; (iii) Realizar acções de reconhecimento nos regulados de Badora e Cossé, a partir dos regulados de Xime, Bissari e Corubal; (iv) Utilizar as linhas de infiltração que do Boé conduzem aos regulados de Xime e Bissari através da faixa norte do regulado do Corubal, e que da área Xime-Mansambo conduzem à estrada Bambadinca-Mansambo; (v) Efectuar acções de barragem á navegação no RGeba, em especial nas áreas de Ponta Varela e Mato Cão; (vi) Reagir à acção de contrapenetração das NT" (...).
28 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXCVIII: 'turras brancos' em Bissaque, uma ficcção cabraliana (Luís Graça)
30 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1039: O Pel Caç Nat 52 no Mato Cão (Joaquim Mexia Alves)
5 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1045: Pedido ao Joaquim Mexia Alves (Pel Caç Nat 52) para ajudar a desvendar o passado (Beja Santos)
6 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1049: O destacamento de Mato Cão (Paulo Santiago)
7 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1056: Estórias avulsas (1): Mato Cão: um cozinheiro 'apanhado' (Joaquim Mexia Alves)
(2) Sobre o reordenameno de Nhabijões, vd. posts de:
28 de Fevereiro de 2006 > Guiné 63/74 - DXCIV: Nhabijões: quando um balanta a menos era um turra a menos (Luís Graça);
2 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCXXIX: E de súbito uma explosão (Luís Graça) ;
21 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCII: O reordenamento de Nhabijões (1969/70) (Luís Graça);
23 de Setembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCV: 1 morto e 6 feridos graves aos 20 meses (CCAÇ 12, Janeiro de 1971) (Luís Graça).
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