Guiné. Foto de Knut Andreasson. Nov. 1970. Fonte: Nord Documentation on the Liberation Struggle in Southern Africa. Com a devida vénia.
A Floresta
Selvagem nas terras de ninguém, perdida,
indiferente ao tempo que passava vagaroso,
exuberante ao Sol que lhe condicionava a vida,
misteriosa no interior dum cinzento tenebroso.
Crescendo na imensidão daquelas vastidões,
Sôfrega nos terrenos que ia conquistando,
numa profusão de espécies e de dimensões,
pelos espaços devolutos se iam hostilizando.
Era tal a superioridade das Forças da Natureza,
tão afrontosa a altura, tão milenar a idade,
que a alma se conformou com a certeza.
Não me perturbava tão brutal grandeza
mas, perdidas as ilusões perante a realidade,
a minha pequenez é que era uma tristeza.
Selvagem nas terras de ninguém, perdida,
indiferente ao tempo que passava vagaroso,
exuberante ao Sol que lhe condicionava a vida,
misteriosa no interior dum cinzento tenebroso.
Crescendo na imensidão daquelas vastidões,
Sôfrega nos terrenos que ia conquistando,
numa profusão de espécies e de dimensões,
pelos espaços devolutos se iam hostilizando.
Era tal a superioridade das Forças da Natureza,
tão afrontosa a altura, tão milenar a idade,
que a alma se conformou com a certeza.
Não me perturbava tão brutal grandeza
mas, perdidas as ilusões perante a realidade,
a minha pequenez é que era uma tristeza.
Rui A. Ferreira
__________
Notas de vb:
1. O Ten Cor Ref Rui A. Ferreira é natural de Angola (Lubango, 1943). Tem duas comissões na Guiné, primeiro como Alferes Miliciano (CCAÇ 1420, Fulacunda, 1965/67) e depois como Capitão Miliciano (CCAÇ 18, Aldeia Formosa, 1970/72). Fez ainda uma comissão em Angola, como capitão. Publicou em 2001 a sua primeira obra literária, "Rumo a Fulacunda".
2. Do mesmo autor, artigo em 4 Setembro 2008 > Guiné 63/74 - P3169: Blogpoesia (23): Amálgama de sentimentos e emoções...(Rui A. Ferreira).
2. Do mesmo autor, artigo em 4 Setembro 2008 > Guiné 63/74 - P3169: Blogpoesia (23): Amálgama de sentimentos e emoções...(Rui A. Ferreira).
5 comentários:
Rui, parabéns por essa tua faceta de poeta ainda pouco conhecida...
Fico à espera de mais.
Um Grande Abraço
Henrique
Sonhos da Guiné ou do Maiombe?
Todos nós somos pequenos perante a Natureza!
Estou a gostar! Continua Rui.
Um abraço,
Mário Fitas
Ruizinho
Continuas a deslumbrar-me.
Quando vamos ter um livro de poesia?
Continua!
Grande abraço
Santiago
olá Rui,
quando no passado dia 4 li o teu "Amalgama de sentimentos..." nem reparei bem quem era o autor e só agora ao ver mais um Rui, caí em mim e percebi a minha distracção.
Força!
Henrique
Boa-noite Sr. Tenente coronel Rui Ferreira!
Adorei a sua poesia (A Floresta)
e ao contrário do que diz, o Sr. é um (gigante), que conseguia ver o tamanho, a idade, e as dimensões conquistada por ela!
Só não acredito, que não o perturbasse (tão brutal grandeza).
Gostaria de ler mais poemas seus.
Parabéns
Saudações amigas da:
Felismina Costa
Enviar um comentário