1. Mensagem de Mário Beja Santos* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 23 de Fevereiro de 2011:
Queridos amigos,
Está concluída a leitura das mais de 600 páginas de “A Última Missão”**. Recomendo a toda a gente: nada de prosápia, crítica quando necessário, denúncia da situação injusta em que vivem aqueles guineenses que connosco combateram, memórias poderosas de três comissões, relatos indispensáveis do que ele viveu na Guiné, nomeadamente em 1972 e 1973.
A literatura memorial ficou mais rica com esta prosa sincera, nobre, própria de um combatente valoroso que se esconde por detrás dos seus soldados, como compete a quem tem coragem e repudia a farronca.
Um abraço do
Mário
A batalha de Guidage (1973) e a última missão em Guidage (2008)
Beja Santos
“A Última Missão”, por José de Moura Calheiros (Caminhos Romanos, 2010) é uma obra fundamental para a literatura de carácter memorial da guerra da Guiné, mais propriamente de toda a guerra que envolveu as Forças Armadas Portuguesas entre 1961 e 1974. Trata-se de uma grande angular de um oficial pára-quedista que experimentou dentro das matas e em operações de altíssimo risco o que foram as guerras de guerrilhas em Angola, Moçambique e Guiné. Combateu ao lado dos seus soldados, gizou operações, foi submetido ao stresse de enviar tropas especiais e de quadrícula para o aceso dos combates. O coronel Calheiros viveu episódios excepcionais como Guidage e Gadamael, em 1973, esteve na reocupação do Cantanhez.
Em 2008, voltou à Guiné para trazer de volta os corpos dos combatentes que estavam inumados no cemitério militar de Guidage. Detentor de um impressionante acervo fotográfico, o autor maneja a memória e a imaginação de uma forma poliédrica durante esta última missão, confrontando o leitor com a história de três teatros de operações, entre 1963 e 1973. É um documento de grande dignidade e coragem. A dignidade de exaltar os companheiros e os feitos. A coragem em assumir as convicções, como é patente até nas críticas que faz a relatos militares onde deliberadamente se omitiram os feitos ou desempenhos das tropas pára-quedistas e dos seus chefes, no caso específico da Guiné.
Toda esta viagem até Guidage proporciona retornos à sua vida operacional, há sempre bons pretextos para comparar a Guiné de ontem e de hoje, a evolução das lutas em Angola e Moçambique. Descreve a preparação dos pára-quedistas, como era a vida do BCP 12, em Bissalanca, no tempo da sua comissão entre 1971 e 1973, conta-nos minuciosamente o que vão fazer em Guidage, detalha até ao mais terrífico dos pormenores as vicissitudes em torno do cerco de Guidage desenvolvido pelo PAIGC. A guiarmo-nos pelo depoimento do comandante Manuel dos Santos (“Manecas”, comissário e comandante da frente Norte do PAIGC), Guidage foi sujeita a um cerco brutal mas, escreve ele em “A Última Missão”, o objectivo deste cerco não estava ali, mas em Guileje que iria ser submetida a uma tempestade de fogo. Amílcar Cabral terá dito que se Guileje caísse tudo mais se desmoronaria. O cerco de Guidage não era mais do que uma manobra de diversão com o objectivo de atrair para a sua defesa todas as forças de intervenção portuguesas, impedindo-as de dificultar o assédio do PAIGC a Guileje. O dispositivo bélico do PAIGC metia respeito, tal como ele o descreve, envolvendo corpos de exército, uma bateria de artilharia pesada e mísseis terra-ar. O cerco começou como uma emboscada a aviões que iam fazer a evacuação de feridos a Guidaje, dois aviões foram abatidos, pelo menos. Isto no dia 4 de Abril de 1973. Depois montou-se o dispositivo do cerco sobre a estrada Binta-Guidage, com uma concentração de todas as unidades na base de Cumbamory. Ele escreve que nunca houve intensão de ocupar Guidage mas sim de provocar um elevado potencial de pânico e desmoralização. Desmente categoricamente o que tem vindo a ser escrito sobre os resultados da operação dos Comandos Africanos à base de Cumbamory. E escreve mesmo: “As afirmações de que os Comandos teriam encontrado e destruído milhares de munições, centenas de armas ligeiras, metralhadoras, granadas e minas, centenas de lanças-granadas, dezenas de rampas de foguetões e muito mais, são uma pura fantasia!” E remata:” Este ataque à nossa base em nada afectou o nosso potencial e a operação de cerco apenas terminou quando já não tínhamos necessidade de desviar as Forças de Intervenção do nosso objectivo principal, que não era ali, mas sim no Sul da Guiné”. O cerco iniciou-se em Abril, o PAIGC movimentou bastantes unidades, abateu dois aviões e outro desapareceu. Guidage ficou sem possibilidades de reabastecimento por ar. Começaram as dificuldades por estrada, logo em 17 de Abril, a caminho de Binta, com minas anti-pessoal. No início de Maio começaram as intensas flagelações bem como a Bigene. Com o cerco pretendia-se não deixar passar nenhuma coluna de viaturas nem tropa apeada. O coronel Calheiros descreve o calendário do assédio e o sofrimento de todos. Os pára-quedistas que morreram iam a atravessar a bolanha de Cufeu. Só em Junho é que se retomou a normalidade. O capitão Salgueiro Maia conta, aliás, o episódio da coluna de reabastecimento em que participou em 11 de Junho.
Outro relato de grande envergadura é a descrição que nos oferece da batalha de Gadamael, surgiu na sequência na retira de Guileje, outro inferno em que capitão e médico vão ser feridos, a população civil refugia-se no tarrafo depois de ter saqueado os géneros da cantina, o comandante do COP 5, recém-chegado não conhecia os oficiais, nem os sargentos nem as instalações, nem sequer o perímetro defensivo e plano de defesa e não tinha comunicações com o exterior. E também não tinha soldados. A intensidade dos bombardeamentos em 1 de Junho foi de 800 granadas. A Companhia que estava em Cacine enviou uma mensagem para o comando-chefe informando que Gadamael estava destruída e que o pessoal fugira para o mato. Entre 1 e 3 de Junho, o Comandante de Gadamael, alguns oficiais e sargentos e entre 10 a 15 outros militares (os que não abandonaram as instalações) passaram o tempo a lançar algumas granadas de morteiro 81 e a disparar tiros de metralhadora. Há verdadeiros casos de heroísmo, façanhas que honram o militar português. O General Spínola tenta aterrar em Gadamael, não consegue, as lanças da Marinha procedem à recuperação de cerca de três centenas de militares e população que se haviam refugiado no tarrafo. Os pára-quedistas foram determinantes na distensão em Gadamael nesse período dramático. O coronel Calheiros exalta a liderança do tenente-coronel Araújo e Sá, terá sido fundamental para solucionar os problemas defensivos de Gadamael.
Voltamos a Março de 2008, em Guidage a equipa técnica conseguem localizar as campas e procedem à exumação daqueles que ali pereceram em Maio de 1973. É nessa operação que se descobre um coração em pedra rosada que estava na zona do peito do soldado António Vitoriano. Fica assim resolvido o mistério daquela mão aberta com um círculo vermelho que vem na capa do livro. A missão está cumprida, o coronel Calheiros rememora as muitas dores daquela comissão, também o sofrimento que vira em Moçambique naqueles postos avançados em que um pequeno número de soldados eram vítimas fáceis do guerrilheiro John. Em Portugal irão ter lugar as cerimónias do último adeus aos pára-quedistas.
É indiscutivelmente um dos relatos mais emocionantes que um militar escreveu sobre a guerra de África. É uma escrita de boa qualidade, entremeia a singeleza com o crisol dos grandes valores que levaram os combatentes a resistir ao infortúnio na determinação do cumprimento do dever. Até às consequências de trazer os restos mortais dos que se doaram ao supremo sacrifício. Leitura obrigatória para o nosso dever de memória.
__________
Notas de CV:
(*) Vd. poste de 26 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7868: Notas de leitura (209): A Academia Militar e a Guerra de África (Mário Beja Santos)
(**) Vd. postes de:
17 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7805: Notas de leitura (204) A Última Missão, de José de Moura Calheiros (1) (Mário Beja Santos)
e
18 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7815: Notas de leitura (205): A Última Missão, de José de Moura Calheiros (2) (Mário Beja Santos)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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26 comentários:
Apenas um reparo:
Na apresentação da obra e ao descrever os combates de Guidage, o Mário Beja Santos da-lhe uma interpretação “enviesada”, em nada reflectindo o que o autor escreveu, antes valorizando o anexo ao livro, da autoria de Manuel dos Santos “Manecas”.
E, sejamos coerentes, um livro que retrata tão fielmente o que se passou por terras de África não merecia um anexo daqueles, a conversa habitual do PAIGC e das suas eternas vitórias.
AMM
caro Mário
Tenho muita pena de to dizer mas este teu texto é indigno de ti e é sobretudo ofensivo para o autor do livro.
Qualquer um com um mínimo de imparcialidade percebe a mentira de propaganda descarada do comandante do PAIGC e os argumentos "estapafúrdios" que utiliza.
Ela é tão nitida que não deixa margem para dúvidas de que é única e simplesmente propaganda.
A mim pessoalmente, como combatente da Guiné, ofende-me que possas dar voz credível a alguém que apenas quis desvalorizar o extraordinário e heróico procedimento, não só dos que fizeram a Operação do Cumbamori como os que defenderam o Guidage de tal modo que se cobriram de glória.
E ao dares voz a essa propaganda mais não fazes do que colocar em dúvida, (e peca por pouco esta minha afirmação), tudo o que não só o autor do livro, como outros intervenientes da operação já disseram sobre a mesma.
Assim não, Mário, assim não!
Um abraço
Manuel dos Santos, pode ser provavelmente o caboverdeano/guineense e provavelmente tambem português, como a maioria dos antigos dirigentes africanos, que melhor pode escrever toda a história do PAIGC, e das suas realidaes antigas e modernas, escrever sobres o exercito português e das nossas "ingenuidades" guerreiras.
Manecas consegue ser ministro com todos os presidentes guineenses e consegue circular por entre a chuva sem se molhar.
Pena que que tanto ele como os caboverdeanos de Conakry não publiquem o julgamento dos assassinos de Amilcar.
Cumprimentos
Oh! António Martins Matos e Joaquim Mexia Alves! O que é que vocês estavam esperando?
Eu há anos que estou esperando pela explicação da "Herança do General Spínola" e NIENTE.
A da "Guerra militarmente perdida" já se sabe que lá na Guiné Bissau a volta foi de 180".
Não vale a pena!
Se o Blog é para contar a nossa vivência na guerra, para quê o rodilhar como a pescadinha de rabo na boca?
O camarada Beja Santos que explique a herança de Spínola para ver o que dizem os que fizeram a guerra durante cinco anos antes de Spínola.
Mário Fitas
Caro Beja Santos
Antes de mais estou completamente de acordo com os comentários do A M. Matos e do Mexia Alves.
Já esperava uma 3ª parte da recensão do livro do Cor Moura Calheiros com este tipo de análise, infelizmente até nas recensões de livros somos levados a crer nas vitórias e nos feitos do PAIGC mesmo grosseiramente contados como este depoimento do Sr Manuel Santos, coisa que eu esperava não fosse tão longe, por constituir uma afronta a todos nós militares e não só aos que defenderam e lutaram por Guidaje.
Eu evitei falar nesse depoimento no P7631, pelo respeito que o autor do livro me merece, mas tu entendes publicitar mais estas declarações, que no contexto do livro são apenas uma opinião.
Lamento que assim seja, já temos gente suficiente a denegrir a nossa Guerra na Guiné, não acho boa ideia estar a dar cobertura a mentiras que me ofendem como ex-combatente.
Um abraço
Manuel Marinho
É de lamentar que se dê valor e se divulgue a manobra de diversão do “Manecas” Sr. Manuel dos Santos … no texto anexo no livro a “Última Missão”, do Ex. major Pára Calheiros.
O anexo e esta postagem não correspondem ao que se passou na Batalha de Guidage, em Maio de 1973. E mais, nem o Ex. Cap Salgueiro Maia, no que escreveu, acerta… Também não conta totalmente a verdade.
Afirmações bombarda e sempre alguém acredita. Propaganda, é pena. A guerra já acabou, mas parece que para alguns continua… Interesses ou sobrevivência… nas terras da Guiné Bissau.
Foi no dia 6 de Abril que o PAIGCV atacou com armas ligeiras, a tabanca e parte do quartel de Guidage. Sofreu 4 a 5 mortos e feridos; nós não tivemos mortos.
Foram alvejadas a avioneta do sector que neste dia nos visitava, uma DO 27 que foi evacuar um ferido grave civil da etnia Mandinga e um T6, que foi à zona dos abates.
Na prática o cerco começou no dia 8 de Maio 73.
O PAIGCV, tentou a conquista ou o abandono pelas nossas tropas de Guidage! Tentativa que lhe causou o triplo das nossas baixas, pelo menos 150 mortos! Nós tivemos salvo erro 47, nesta frente de combate.
O ataque dos nossos valorosos comandos africanos portugueses a Kumbamory, ditou a sua derrota.Assim como aos combates travados pelas restantes forças das nossas tropas.
O "Manecas" não digerindo a derrota, afirmando o que diz, ofende os nossos mortos e os mortos dos guerrilheiros! E de todos os combatentes pelo que sofreram, na batalha de Guidage.
Fui forçado a intervir…
Um abraço a todos,
José Pechorro
Ex. 1º Cabo Op Cripto 71/73
CCaç 19 - Guidage
Só quero realçar o seguinte; conheci o Sr. Manuel dos Santos em Dakar em 98, e tive uma longa conversa com ele sobre a guerra, pelo que posso afirmar que tudo o que ele diz sobre a mesma não tem qualquer credibilidade e até digo que sofre de desonestidade intelectual aguda.Conheci muitos ex-combatentes do paigc que reconheceram o nosso valor combativo e o respeito que tinham por nós...mas este senhor...deve sofrer do complexo de édipo-- visto que ao detestar, para não dizer outra coisa,tudo o que é PORTUGUÊS...esqueceu-se dos ensinamentos de Amilcar Cabral.
C. Martins
Ficamos então a conhecer o que se passou em Guidage, exclusivamente, a partir do anexo do Sr. Manecas. Isto, quando o autor do livro é o Cor. Calheiros.
Carlos Cordeiro
Cada cabeça, sua sentença. A começar pela minha. Pois se até os intervenientes diretos têm versões mais ou menos diferentes! Qual a que mais se aproxima da verdade? Neste caso, não sei nem me interessa pois sabê-lo é impossível.Tento, sim, construir a "minha" verdade perante as diversas versões de que tenho tomado conhecimento.
Pergunto a mim próprio: qual o interesse do autor de "A Última Missão" em incluir nesta obra, em anexo, a versão de Manuel dos Santos "Manecas"? Versão que não condiz com outra(s), do nosso lado?
Respondo dizendo que deve ter tido as suas razões. Quais? Não sei, ainda. Sei é que "fazer história" deve evitar versões únicas, se possível,por mais verdadeiras que o sejam ou o pareçam ser. É que o "contraditório" ajuda a descobrir a verdade.
Sobre factos históricos, já tive de mudar de opinião muitas vezes, à medida que avançava no estudo desses factos.Se se trata de temas políticos ... é o fim da "macacada". É comum dizer-se que a História é feita pelos vencedores."Dos vencidos não reza a História", não é?
Quanto a "façanhas" militares, estou sempre de pé atrás.Não me refiro só a "façanhinhas" muito comuns em relatórios de operações, de qualquer força, em qualquer parte do mundo.Falo em façanhas que fazem parte das "Histórias" oficiais de cada país ou Povo.
Parece-me que todos têm uma grande batalha "fundadora" que ninguém garante ter acontecido ou quando e onde aconteceu (mas é divulgada como tendo acontecido).
Isto não tem nada a ver com a coragem,a camaradagem, o sacrifício, a heroicidade, o martírio dos nossos (e dos outros) soldados e ...
Ah, é bom lembrarmo-nos que na guerra, e do outro lado do nosso, também havia gente como nós, com qualidades e defeitos, combatendo pelas suas ideias ou pelas de outros (muitas vezes obrigados pela força ou pelas circunstâncias).
A propósito, estas palavras não são resposta direta a nenhum dos comentários anteriores que, no entanto, me levaram a este meu coment. Estou a falar de um livro, que tem um autor, vivo e bem identificado, bem credenciado profissionalmente. Críticas contra ou a favor do seu conteúdo, somos todos livres de as fazer assim como de não gostar da análise que Beja Santos faz. E até temos sorte em termos este blogue como veículo de comunicação.
Beja Santos analisa UM livro,"A Última Missão", que contém um texto de M. Santos "Manecas". A análise tem qualidade para mim? Não sei, não li ainda o livro, mas sei que me deixou com muita vontade de o ler. Sei que se não vier a gostar do livro não será por ele conter um anexo onde um antigo chefe IN dá a sua versão, mesmo que afastada da verdade, sobre uma certa batalha em que esteve envolvido.
Saudações amigas
Meu caro Manuel Joaquim
Com todo o respeito e sobretudo com toda a camarigagem, permite-me que comente o teu comentário, até porque nele colocas esta frase:
«A propósito, estas palavras não são resposta direta a nenhum dos comentários anteriores que, no entanto, me levaram a este meu coment.»
No fundo ao colocares as coisas na perspectiva em que colocas, pode dar a ideia que os outros comentadores apenas quiseram ver/ler a sua parte, a parte que lhes interessava.
Tal não é assim!
Tirando raras e honrosas excepções, as “verdades” do outro lado sobre a guerra, e saliento sobre a guerra, são ou continuam a ser de uma maneira geral propaganda falsa como se fosse ainda preciso convencer internacionalmente os países que ajudaram o PAIGC, (e isto não é uma critica a esses países, embora alguns deles tenham tido ao longo da história uma dualidade de critérios assombrosa).
E isso é notório e tem vindo a ser notório.
Se formos ver as declarações, o outro lado nunca perdeu nada, nunca tiveram baixas e todas as suas acções foram coroadas de êxito e aquelas que não o foram, foi porque eles “não quiseram”, porque não era a sua intenção, pasme-se!!!
É fácil reparar que do nosso lado tenta-se dizer a verdade e não são poucos os casos aqui relatados de fracassos e de percas, todas elas irreparáveis, de um lado e de outro, diga-se.
Porque está naquele livro aquele anexo?
Só o autor pode responder, mas tenho para mim que foi uma forma de tentar fazer história, de tentar de alguma maneira “homenagear” o antigo inimigo, que não soube ser digno dessa consideração, (entenda-se o autor do referido anexo, que não é o PAIGC no seu todo).
Quanto ao texto de análise do Mário não são precisos muitos mais comentários, até porque se inserem numa linha seguida por ele, muito bem definida.
É a sua opinião, mas esta opinião e assim expressa, tenho muita pena mas não me merece o respeito que o Mário me merece.
É como apreciar um quadro pela moldura.
Aprecia-se a moldura, porque é mais do nosso gosto, e do quadro não vale a pena porque não é do nosso gosto, porque não nos agrada o que retrata.
Ninguém aqui, julgo eu, meu caro camarigo quer versões únicas, mas quer com certeza um mínimo de verdade dos intervenientes.
Como logicamente também “repudiamos” quem do nosso lado conta histórias à rambo, que nós sabemos, porque lá estivemos, serem falsas e não merecerem qualquer crédito.
Um grande abraço para ti e para todos
Nao se pretende "versões únicas".
O mesmo se devia aplicar à do Sr. Manecas. É que nem sequer ficamos a saber qual a versão do autor do livro!
Cordiais saudações,
Carlos Cordeiro
O sr-Manuel dos Santos detestará tudo o que é Português;(está no seu direito)-O sr-Manuel dos Santos terá,como acima já foi escrito,"desonestidade intelectual aguda"-O sr Manuel dos Santos continuará com a sua guerra,a sua propaganda já serôdia,mais os seus complexos e frustracöes,absolutamente desnecessários,pois,em verdade,já lá näo estamos para o combater,ou mesmo,com ele debater-(alguns diräo,que nunca lá devíamos ter estado!)-Creio ser menos necessário misturá-lo com o livro,dando-lhe a "voz" e a "presenca" que näo merece- Um abraco
Fica uma pergunta:
Porque razão aparece este anexo ao livro?
Promessa?
Distracção?
Pressão editorial?
Gostaria de saber a resposta, a verdadeira e não a "politicamente acertada".
Abraços
AMM
Ainda não encontrei o livro por aqui à venda. É o único anexo?
Abraço,
Carlos Cordeiro
Camarigos:
Sou uma voz discordante.
Li o livro do Sr.Cor. Moura Calheiros onde se socorre de imensos testemunhos. Só os nossos são verídicos? Por que razão não devemos dar o benefício da dúvida ao depoimento do Manecas, se foi ele o Comandante da operação a Guidage?
Estive com ele em 1995 conversámos sobre vários episódios da guerra e nunca o vi menosprezar o valor dos nossas tropas e, era sempre com muito respeito, que a elas se referia.
Já nesta altura os factos ocorridos em Guidage me foram narrados do mesmo modo que o foram posteriormente ao Coronel Moura Calheiros.
Todos sabemos que, por exacerbado patriotismo, o PAIGC não admite derrotas, só vitórias. Esta postura é , para mim, tipicamente africana e uma questão cultural.
Não me parece que seja este o caso, onde o Manecas descreve os factos como os viu ou como lhe foram relatados, em nada sendo ofensivos das nossas tropas, nem sequer cantando vitória.
É uma opinião discordante, baseada no conhecimento das pessoas e no respeito que me merecem, independente do credo que perfilham.
Outra questão: Que culpa tem o Mário se apenas faz a recensão daquilo que outros escreveram e editaram?
Devia omitir o depoimento do Manecas que consta em anexo?
Um abraço amigo.
Manuel Reis
O nosso camarada Amadu Djaló participou na dramática Op Ametista Real (assalto à base do PAIGC, em Cumbamori, Senegal, 20 de Maio de 1963). O Virgínio Briote ajudou-o a passar para o papel (e a editar em livro) as suas memórias, como combatente, dessa e de muitas operações no TO da Guiné.
Apesar dos seus custos humanos (em baixas, de um lado e do outro), esta operação, que envoloveu cerca de 450 homens (do Batalhão dos Comandos Africanos + o grupo do Marcelino da Mata), comandados e enquadrados por quatro brilhantes oficiais portugueses (Almeida Bruno, Raul Folques, Carlos Matos Giomes e António Ramos), teve o indesmentível mérito de pôr fim ao cerco de Guidaje (ou Guidage, como queiram)...
Vamos ouvir as eventuais diferentes versões desta já mítica operação da guerra colonial na Guiné... Com serenidade, com espírito crítico, sem paixão (se tal for possível)...
Acabei de pedir ao Virgínio Briote que organize um dossiê sobre a Op Ametista Real... Antigo comando, o nosso camarada e co-editor do blogue (que tem tido um papel discreto, no nosso blogue, nos últimos anos, por razões de saúde...) tem a vantagem de ser amigo (ou estar próximo) de alguns dos protagonistas dos acontecimentos...
Vou esperar, com grande interesse, o dossiê que ele está a preparar. É um camarada que eu muito admiro pela sua experiência, sabedoria, rede de contactos e honestidade intelectual... É um dos meus frequentes "conselheiros", ele e naturalmente outros "homens grandes" da Tabanca Grande cuja opinião tenho sempre em grande apreço.
Meu caro Manuel Reis
Sabes bem da estima que te tenho e de como nos entendemos bem nas nossas discordâncias, mas não posso de modo nenhum estar de acordo contigo.
As explicações do Comandante Manuel dos Santos não colhem e são demasiado inverosimeis para delas se tirar crédito.
Com certeza que em 1995 já teria essa resposta para te dar. Era, é, a resposta oficial de alguém que não suporta que nalguns casos possa ter sido derrotado, como tu próprio afirmas.
Mas ao dares crédito a estas afirmações, estás então a chamar mentirosos, (desculpa meu amigo, mas é o termo), aos teus camaradas de armas, que relatam a Operação como a fizeram e não como lhes foi contada.
A verdade é que as tropas do PAIGC cercavam o Guidage e tudo fizeram para o tomar, não conseguindo sobretudo por causa da operação ao Cumbamori que os deixou sem reacção.
O Mário não faz uma recensão do que os outros escreveram.
O Mário, infelizmente, pretendeu fazer a recensão de um livro de um autor e para tal centrou-se apenas num anexo que pretende desmentir o que o autor afirma.
Podia fazer referência ao anexo, mas não fazer deste o tema principal da recensão.
E as declarações do Comandante do PAIGC não são ofensivas?
Então afirmar que o que os outros dizem é mentira, não é ofender?
Aliás, por simples amostragem de relatos do PAIGC, sabes bem, mais uma vez o afirmo e tu concordas no teu comentário, que nunca sofreram qualquer derrota, nunca devem ter tido uma única baixa e a fazer crédito no que afirmam não morreram na Guiné apenas os Portugueses que lá estiveram, mas também os que estiveram em Angola e Moçambique, passe o meu exagero.
Já o disse uma vez e volto a dizê-lo: a paz e a concórdia fazem-se na verdade e no respeito mútuo, e a verdade é que nós tentamos colocar verdade no que relatamos e do outro lado infelizmente só nos chega propaganda.
Um abraço amigo para ti e para todos
Camarigo Manuel Reis
Sem por em causa o teu testemunho sobre o carácter do Sr. Manuel dos Santos, só posso concluir que ele tem dupla personalidade, ou então tem opiniões diferentes sobre o mesmo assunto consoante as circunstâncias de momento.Ora isso tem um nome, que por pudor e respeito à linha de orientação deste blogue....não digo.
Um alfa bravo
C.Martins
Caro Luís,
Concordo com o levantamento da questão Guidage pelo Briote.
Apenas dois pormenores:
Como o Coronel Costa Campos já não é vivo e foi comandante do COP3,
o seu filho Luís da Costa Campos que na mesma altura como membro do DEF1 em Ganturé pode dar informações sobre seu pai e Guidage.
O Capitão Rui Baixa, na altura 1º. sargento a render dois sargentos falecidos, de certeza que tem algo para contar.
Aquilo que em vida com o coronel Costa Campos Campos falei. Dito por mim não tem valor, pois não está cá quem o confirme. São coisas minhas e do coronel Costa Campos que irão para debaixo de umas pás de terra.
Mário Fitas
Estimados Camaradas.Sabem de quem é
a culpa de tanto enxovalho e detur_
pação?....É Nossa.Temos passado a nossa vida de ex-combatentesa des_
fazendo de nós próprios.nunca ouvi
dizer:fui para a guerra porque ti_
nha que ir,fui nem de vontade, nem
contrariado fui.Fiz o possivel por
me desenrascar e não causar danos gratuítos,a mim nem a terceiros.Não
o que clamamos alto e bom som,é o
choradinho do costume:não quiz ir
para a guerra;guerra injusta(mesmo
por uma boa causa,há guerras jus_
tas?).Enquanto vamos dizendo tudo isto e muito mais,acabamos por di_
zer:pois é o valor e o respeito da
nossa nova nação,tem por nós,Eu que me esforcei tanto por preservar
as nossas identidade e História.
Afinal no que ficamos,damos uma no cravo e outra na ferradura?Quem
somos nós?filhos da ignominia;os únicos maus no meio desta trampa toda?Somos uma cambada de velhos a tocar as raias da Senilidade?um bando a sofrer de Sindroma de Ca_
limero?.Nunca mais tratamos as
coisas pelos seus nomes,como nos hão-de ter em conta?nem cá dentro
quanto mais lá fora.Chamem-me no_
mes;crucifiquem-me.Pelos anos mais
que eu viverei.É demais tantos com_
plexos de inferioridade;tanto bai_
xar as calças,cá dento ou lá fora.
CARPE DIEM.
Alberto Guerreiro.
Estimados Camaradas.Sabem de quem é
a culpa de tanto enxovalho e detur_
pação?....É Nossa.Temos passado a nossa vida de ex-combatentesa des_
fazendo de nós próprios.nunca ouvi
dizer:fui para a guerra porque ti_
nha que ir,fui nem de vontade, nem
contrariado fui.Fiz o possivel por
me desenrascar e não causar danos gratuítos,a mim nem a terceiros.Não
o que clamamos alto e bom som,é o
choradinho do costume:não quiz ir
para a guerra;guerra injusta(mesmo
por uma boa causa,há guerras jus_
tas?).Enquanto vamos dizendo tudo isto e muito mais,acabamos por di_
zer:pois é o valor e o respeito da
nossa nova nação,tem por nós,Eu que me esforcei tanto por preservar
as nossas identidade e História.
Afinal no que ficamos,damos uma no cravo e outra na ferradura?Quem
somos nós?filhos da ignominia;os únicos maus no meio desta trampa toda?Somos uma cambada de velhos a tocar as raias da Senilidade?um bando a sofrer de Sindroma de Ca_
limero?.Nunca mais tratamos as
coisas pelos seus nomes,como nos hão-de ter em conta?nem cá dentro
quanto mais lá fora.Chamem-me no_
mes;crucifiquem-me.Pelos anos mais
que eu viverei.É demais tantos com_
plexos de inferioridade;tanto bai_
xar as calças,cá dento ou lá fora.
CARPE DIEM.
Alberto Guerreiro.
Já o afirmei em comentário anterior, que graças aos
"...pára-quedistas foram determinantes na distensão em Gadamael nesse período dramático. O coronel Calheiros exalta a liderança do tenente-coronel Araújo e Sá, terá sido fundamental para solucionar os problemas defensivos de Gadamael."
Para quando uma homenagem e este Homem!
O coronel Calheiros,como representante dos pára-quedistas, podia liderar a iniciativa.
Caro camarigo A. Guerreiro
Tem calma....compreendo perfeitamente a tua revolta.
Eu era daqueles que era contra, mas fui.Se hoje tenho a mesma opinião...NÃO...não tenho.Só que não podemos advinhar o futuro.Se te serve de consolo, digo-te que muitos dos nossos ex-in têm a mesma opinião, porque ouvi da boca de muitos deles: " oh tuga diz ao teu governo que os tugas podem voltar que nós já não fazemos guerra".A quem serviu as pseudo-independências ? ao povo ?
Sobre os complexos de inferioridade ou outros, eu não tenho, e aqui vai a minha contradição...era contra mas fui.Hoje tenho a minha consciência tranquila.Espero que o mesmo se passe com muitos de nós.
Um alfa bravo
C.Martins
Camarada C. Martins.Obrigado pela
compreensiva resposta.Caro Amigo eu
nunca acreditei na utupia,que era a
de um Portugal uno e indivisível.
Por força da evolução das civiliza_
ções;dos direitos humanos,todos os
povos têm direito à sua auto-deter_
minação.Mais tarde ou mais cedo o
império português, dissolver-se-ia,
não desmorenaria,como aconteceu e de forma vergonhosa,direi mesmo aviltante.Diz-me, nestes últimos 500 anos quantos países ditos civi_
lizados, não foram colonialistas?.
Só Portugal é o mau da fita.Os di_
rigentes politico-militares daquela
época,(pós-segunda guerra mundial)
sabiam que a ordem dos povos estava
a mudar,podiam ter aprendido alguma
coisa, com o que se passou na Indo_
china e Argélia Francesas,assim como no Congo Belga.Não senhor dei_
xaram que desde a Escandinávia,até
á China e antiga URSS,todo o mundo e arredores nos caísse em cima,como
se eles não tivessem telhados de vidro.Deu no que todos sabemos.Per_
demos a nossa dignidade Como povo e
como nação,entregamos tudo de mão
beijada aos arautos das "liberda_
des" que são todas as grandes
potências,quer elas sejam capita_
listas ou socialistas.Agora estamos
como estamos,sem dignidade e a con_
tinuar com o mesmo fado,acrescido
com mais umas quadras,alusivas ao
"desgraçadinho" do Ex-combatente,
que não quiz fazer uma guerra in_
justa,que não nos respeitam.Ficamos
todos lixados,quando vemos nos no_
ticiários, grandes homenagens
aos mortos e aos vivos
participantes em todos os
conflitos pós guerra fria.Estas
guerras alimentadas pelos USA e Rússia,são mais justas?.Os milita_
res desses dois blocos também se
sentem culpados como "nós".
Não há pachorra,para tanta falta de
auto-estima,teremos que ser sempre
um país de vendidos?
Alberto Guerreiro.
Camarada C. Martins.Obrigado pela
compreensiva resposta.Caro Amigo eu
nunca acreditei na utupia,que era a
de um Portugal uno e indivisível.
Por força da evolução das civiliza_
ções;dos direitos humanos,todos os
povos têm direito à sua auto-deter_
minação.Mais tarde ou mais cedo o
império português, dissolver-se-ia,
não desmorenaria,como aconteceu e de forma vergonhosa,direi mesmo aviltante.Diz-me, nestes últimos 500 anos quantos países ditos civi_
lizados, não foram colonialistas?.
Só Portugal é o mau da fita.Os di_
rigentes politico-militares daquela
época,(pós-segunda guerra mundial)
sabiam que a ordem dos povos estava
a mudar,podiam ter aprendido alguma
coisa, com o que se passou na Indo_
china e Argélia Francesas,assim como no Congo Belga.Não senhor dei_
xaram que desde a Escandinávia,até
á China e antiga URSS,todo o mundo e arredores nos caísse em cima,como
se eles não tivessem telhados de vidro.Deu no que todos sabemos.Per_
demos a nossa dignidade Como povo e
como nação,entregamos tudo de mão
beijada aos arautos das "liberda_
des" que são todas as grandes
potências,quer elas sejam capita_
listas ou socialistas.Agora estamos
como estamos,sem dignidade e a con_
tinuar com o mesmo fado,acrescido
com mais umas quadras,alusivas ao
"desgraçadinho" do Ex-combatente,
que não quiz fazer uma guerra in_
justa,que não nos respeitam.Ficamos
todos lixados,quando vemos nos no_
ticiários, grandes homenagens
aos mortos e aos vivos
participantes em todos os
conflitos pós guerra fria.Estas
guerras alimentadas pelos USA e Rússia,são mais justas?.Os milita_
res desses dois blocos também se
sentem culpados como "nós".
Não há pachorra,para tanta falta de
auto-estima,teremos que ser sempre
um país de vendidos?
Alberto Guerreiro.
Camarada C. Martins.Obrigado pela
compreensiva resposta.Caro Amigo eu
nunca acreditei na utupia,que era a
de um Portugal uno e indivisível.
Por força da evolução das civiliza_
ções;dos direitos humanos,todos os
povos têm direito à sua auto-deter_
minação.Mais tarde ou mais cedo o
império português, dissolver-se-ia,
não desmorenaria,como aconteceu e de forma vergonhosa,direi mesmo aviltante.Diz-me, nestes últimos 500 anos quantos países ditos civi_
lizados, não foram colonialistas?.
Só Portugal é o mau da fita.Os di_
rigentes politico-militares daquela
época,(pós-segunda guerra mundial)
sabiam que a ordem dos povos estava
a mudar,podiam ter aprendido alguma
coisa, com o que se passou na Indo_
china e Argélia Francesas,assim como no Congo Belga.Não senhor dei_
xaram que desde a Escandinávia,até
á China e antiga URSS,todo o mundo e arredores nos caísse em cima,como
se eles não tivessem telhados de vidro.Deu no que todos sabemos.Per_
demos a nossa dignidade Como povo e
como nação,entregamos tudo de mão
beijada aos arautos das "liberda_
des" que são todas as grandes
potências,quer elas sejam capita_
listas ou socialistas.Agora estamos
como estamos,sem dignidade e a con_
tinuar com o mesmo fado,acrescido
com mais umas quadras,alusivas ao
"desgraçadinho" do Ex-combatente,
que não quiz fazer uma guerra in_
justa,que não nos respeitam.Ficamos
todos lixados,quando vemos nos no_
ticiários, grandes homenagens
aos mortos e aos vivos
participantes em todos os
conflitos pós guerra fria.Estas
guerras alimentadas pelos USA e Rússia,são mais justas?.Os milita_
res desses dois blocos também se
sentem culpados como "nós".
Não há pachorra,para tanta falta de
auto-estima,teremos que ser sempre
um país de vendidos?
Alberto Guerreiro.
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