quinta-feira, 21 de março de 2013

Guiné 63/74 - P11290: Humor de caserna (32): Estou a fazer voar o meu pensamento (Tony Borié) (5): A Família Mauser K98 (2)

1. Em mensagem do dia 7 de Março de 2013, o nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), enviou-nos mais este pensamento voador...





Ora cá estamos de novo com outro tema de guerra, tristeza, angústia, e mais um sem número de coisas que os amigos antigos combatentes e não só, ao lerem, se tiverem pachorra para lerem, vão ficar com o coração a transbordar de saudades, e também alguma mágoa destas jovens, que desprotegidas, viram no seu alistamento nas forças militares do seu país, um meio de sobrevivência.

De novo o Cifra vai começar com aquele blá, blá, blá, que já conhecem, e pedindo antecipadamente desculpas às digníssimas leitoras, que sempre têm a amabilidade de abriram a página do Luís Graça & Camaradas da Guiné, ao Luís Graça, Carlos Vinhal e demais editores, que são de uma paciência que “brada aos céus”, mas a linguagem é correcta, é uma cópia da verdade dos factos, só alguns dos antigos combatentes e não só, é que pensam logo coisas que não são, portanto, para os que vivem no mundo onde se fala inglês, vão por certo dizer:
- That story more poignant, the Cipher brings us today!

No mundo onde se fala francês, dizem:
- Cette histoire plus poignante, le Cipher nous apporte aujourd’hui!

Onde se fala germânico, friamente dizem:
- Diese Geschichte umso ergreifender, bringt das Cipher uns noch heute!

No mundo que se fala espanhol, entre dois ou três “zzz”, dizem:
- La historia más conmovedora, la Cifra nos lleva hoy!

Os chineses, põem os pauzinhos de parte, se estiverem a comer, e depois dizem:


 Perceberam? Não? Deixem lá, pois o Cifra também não percebeu!

E nós portugueses dizemos, numa expectativa quase frustrada:
- Que história mais comovedora o Cifra traz hoje!

Portanto cá vai.
Era uma família rural que vivia num país frio e do que lhe dava a natureza, os tempos não eram de paz, andavam em guerra, os homens eram raros, e os que havia foram combater, muitos morreram.

Elas desde pequenas, habituadas a viver em constante sobressalto, e como os tempos não eram de paz, toda a sua família morreu, ou em combate, ou única e simplesmente ao frio, à fome ou com aquelas enfermidades que sempre vêm a seguir à guerra.


Elas, as duas irmãs órfãs, que restaram desta família, não vendo outro meio de sobrevivência, resolveram alistar-se nas forças militares do seu país, iam para o que desse e viesse, como é costume dizer-se, pois pelo menos, não só iriam ter quem lhes desse de comer, dormir e alguma roupa para vestir, mas acima de tudo, iriam ser como nós já fomos, COMBATENTES. Logo nos primeiros tempos de treino, verificaram que se sentiam bem, mesmo muito bem, a mais velha adorava-a, principalmente quando a colocava, direita, entre as suas pernas, como podem admirar na foto, e a mais nova encostava-se a ela, estamos a falar da Mauser K98, agarrava-lhe no cano, depois com a mão percorria toda a distância que ia até à curva, onde estava o gatilho, aí introduzia o seu dedo indicador, mas nunca apertava, pois podia haver o perigo de um disparo, e no final encostava-a ao peito, com alguma ternura, como podem ver na foto, e fazia-o com tal confiança, como abraçasse a coisa mais importante do mundo, às vezes até dizia que ela, a sua querida Mauser K98, era a razão da sua sobrevivência.

Essa irmã mais nova era uma previlegiada, pois tinha muita pontaria, e os seus superiores vendo essas virtudes logo lhe deram treino e colocaram um telescópio na sua querida Mauser K98, iria ser no futuro uma “sniper”, como podem admirar também na foto, onde ela colocava o olho, mas só no momento de acção, pois às vezes as cápsulas das balas, na altura em que a sua querida Mauser K98 disparava, vinham-lhe pró olho direito, pois o esquerdo estava fechado fazendo pontaria, e ela, podia dar tudo do seu corpo, em favor do seu país, mas no olho, é que não queria levar, com as cápsulas das balas, não, isso não, podia levar em tudo menos no olho, pois a visão era o que ela considerava mais importante, e queria manter para o resto da sua vida.

O Cifra, em homenagem a esta família de combate, vai chamar-lhe “Família Mauser K98”, e virá de novo com mais informações a seu respeito, pois nós antigos combatentes, devido ao nosso passado de combate, temos tendência a gostar que nos falem de “armas e bombas”.

Às vezes dizem que uma boa foto equivale a mil palavras, e neste caso é verdade.
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Nota do editor:

Vd. último poste da série de 7 DE MARÇO DE 2013 > Guiné 63/74 - P11206: Humor de caserna (31): Estou a fazer voar o meu pensamento (António Borié) (4): A família Mauser K98

2 comentários:

Anónimo disse...

Com todo o devido respeito.Pelos formatos da Coronha e do Ferrolho da Culatra,não me parece uma Mau_
ser,mas sim uma Mosin-Nagant,refor_
çado pelos Uniformes das Camaradas.
Carlos Nabeiro.

Anónimo disse...

Nikita ...oh..nikita

Mauser ? Mosin-Nagant ?

O que vejo é una "muchacha mui guapa" do exército vermelho na 2.a guerra mundial...
Que desperdício..era muito melhor abraçar-me a "moi" do que à porra da espingarda.

C.Martins