quarta-feira, 15 de maio de 2013

Guiné 63/74 - P11573: Em Mansoa, nem mezinha má nem picada de mosquito boa... Ou as nossas doenças em tempo de guerra (1): Um mosquiteiro barato para um pira (Magalhães Ribeiro)


Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Mansambo > CART 2339 > Abril de 1968 > Fase de construção do aquartelamento (que o PAIGC, através da rádio Libertação, em Conacri, chamava "campo fortificado de Mansambo")... Os alferes milicianos Cardoso e Rodrigues apanham banhos de luar... Mosquitos ? Rede mosquiteira ? Não há... Estamos na época seca...

Legenda do Carlos Marques dos Santos, o primeiro dos Viriatos a chegar ao nosso blogue, tendo depois trazido com ele o Torcato Mendonça: "A propósito!... Sabem onde foi tirada esta foto? Em Mansambo, a céu aberto. Camas de ferro nos fossos que iriam ser o aquartelamento fortificado de Mansambo. Data: Abril de 1968. A foto é do Henrique Cardoso, alferes da CART 2339 e seu comandante. Os 3 Capitães, que comandaram a Companhia anteriormente estiveram sempre doentes !!! Ele assumiu o comando. Era miliciano e responsável. Podes publicar, se quiseres. O Cardoso autorizará. Tenho o seu aval".

Foto: © Henrique Cardoso / Carlos Marques Santos (2005). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Os comentários ao poste P11556 (*), encorajaram-nos a abrir uma nova série sobre um  tema até aqui pouco abordado: a nossa experiência de doença em tempo de guerra...

Eu próprio comentei:

"Amigos e camaradas, ora cá está um bom tema para a gente discorrer, escrever, comentar, acrescentar, melhorar, aumentar, delirar... 

Temos falado pouco, muito pouco, nestes nove anos a blogar, da nossa experiência (pessoal, única mas transmissível...) de doença em tempo de guerra...  Como é que a gente lidava com os esquentamentos, os ataques de paludismo, as lesões cutâneas, as depressões, as diarreias, os problemas musculoesqueléticos... E, mais do que isso, como é que a gente viveu e sobreviveu nos hospitais militares (Bissau, Estrela/Campolide...), aqueles de nós que foram feridos gravemente em combate ou evacuados por doença grave (por ex., hepatite, tuberculose; felizmente ainda não havia o HIV/SIDA)

O meu primeiro ataque do paludismo, em Bambadinca, já no final da época das chuvas ou até mesmo no princípio da época seca (já não posso precisar, talvez no último trimestre de 1969), foi uma experiência brutal para mim... Um pesadelo. A imagem que ainda tenho é a do ciclo (curto) da temperatura do corpo que ia do muito baixo (abaixo dos 36!) ao muito alto (quase a roçar os 42!)... Pensei que morria...Sozinho, no meu quarto (que aliás não era só meu, era de mais 4 ou 5), com o meu amigo 'Pastilhas' (ex-fur mil enf João Carreira Martins, da CCAÇ 12, que se reformou como enfermeiro chefe do Hospital Curry Cabral e é hoje pai de 2 médicos) a vigiar-me de tempos e a medicar-me com doses de cavalo...

Como se tratava o paludismo, na época, não sei... Mas a sensação que tinha, era a de abandono, solidão, desespero... Ora ardia em febre, ora tiritava de frio, entrando em hipotermia... Um dia vou ter que transfiormar esta "descida ao inferno" em posia... Emfim, não sei quantas vezes tive paludismo na Guiné... E cá tive ressacas (ou recidivas, em linguagem médica), como muita malta... Por outro lado, trouxemos o fígado em mau estado, de tanto uísque, água da bolanha, gin tónico, cerveja, tintol, brancol e outras merdas que emborcávamos. (...)

Até ao séc. XIX dizia-se que "em Lisboa nem sangria má nem purga  boa", ou mesmo é dizer que as técnicas terapêuticas da época eram agressivas, invasivas, brutais e ineficazes... Chegava-se a sangrar um doente dez, vinte, trinta vezes... E quanto purgas, bom, "purgai-o e purgai-o e se morrer enterrai-o"... Parafraseando este dichote, podia dizer-se que, no nosso tempo, "em Mansoa, nem mezinha má nem picada de mosquito boa"... Em Mansoa, em Catió, em Cacine, em Bedanda, em Nova lamego, em Bissorã, e por aí fora... havia a crença de que a Guiné não era para brancos...

As principais doenças que afetam hoje a Guiné-Bissau não serão muito diferentes das do passado colonial, com exceção do HIV/SIDA: são o paludismo, a diarreia, as doenças respiratórias agudas, a tuberculose, as doenças sexualmente transmissíveis (incluindo o HIV/SIDA), as parasitoses intestinais, a oncocercose (ou "cegueira dos rios")  e outras endemias tropicais. Estávamos expostos a estas doenças, mas também tínhamos problemas de saúde específicos da nossa "condição militar", devidas à duras de condições de vida e às deficiências da alimentação e do abastecimento de água potável...
Fica aqui dado o mote para a elaboração, remessa  e publicação de postes sobre o paludismo [ou malária] e outras doenças que nos afetaram no TO da Guiné, a sua prevenção, profilaxia, tratamento... Recorde-se que algumas dava direito a evacuação imediata para a Metrópole: estou-me  a lembrar da Hepatite.

O pontapé de saída vai ser dado pelo nosso coeditor, Eduardo Magalhães Ribeiro: fomos recuperar um velho e delicioso texto seu,  da I Série do nosso blogue (**).


2. Um mosquiteiro barato para um pira
por Magalhães Riberio [, foto à esquerda, Mansoa, setembro de 1974]


Uma das características na Guiné é a variação bidiária da sua área total de território seco de 31 800 Km2 — devido à subida das águas do mar, nas marés altas —  para cerca de 28 000 Km2. Isto acontece devido a dois factos: a cota territorial média que é muito baixa e a existência de múltiplos rios.

Por isso, durante a maré baixa, ficam a descoberto, mais ou menos 3 800 km2 de zonas pantanosas que, localmente, se designa por “bolanhas”.

Ora, este é o habitat natural da mosquitada, que por ali prolifera aos milhões e se espalha por todo o lado em busca de alimento. Um dos seus “pratos” favoritos é o sangue humano.

Durante a Guerra do Ultramar as vítimas preferidas por estes parasitas incomodativos e asquerosos, eram sem dúvida os incautos periquitos ou piras (nome dado pelos tropa mais velha aos recém-chegados à Guiné).

Dizia a sabedoria destes velhinhos — talvez com alguma razão —  que os mosquitos eram atraídos, pelo tom de pele branquinha e/ou pelo sangue fresco e puro dos periquitos. E, acrescentavam mais:
— Do nosso sangue, envenenado e apanhado pelo clima como está, os mosquitos até fogem!.

Acredite-se ou não nesta teoria, a verdade, é que de cada vez que um pira se expunha à fúria daquela praga com asas,  ficava completamente crivado das picadelas.

Estas picadas,  além de dolorosas e irritantes,  eram temidas porque através delas se transmite ao ser humano, o paludismo, uma doença muito debilitante fisicamente e, consequentemente, muito perigosa.

Em Mansoa, quando entrei pela primeira vez na camarata verifiquei que nas cabeceiras das camas todos tinham, de maior ou menor tamanho, ventoínhas, e adaptadas nas armações das camas encontravam-se estruturas de tubos e verguinhas metálicas, com cerca de 0,75 metros de altura, todas revestidas até ao chão com redes de malha muito fininha.

O velhinho e meu grande amigo Furriel Ranger Marques, com a sua calma e longa experiência de vinte e muitos meses,  deu-me, então, uma lição sobre “Como dormir sem zumbidos nem picadas dos mosquitos na Guiné”, assim:

1º) Não se faz mal às osguinhas e salamandras que deslizam ali no tecto — estavam lá três de vários tamanhos —,   apesar do seu aspecto repelente elas são nossas amigas, e ajudam-nos a eliminar os mosquitos que, à noite, abundam e atacam muito mais, comendo-os;

2º ) O "aparelho de ar condicionado" está com problemas de falta de ar e foi para consertar para o continente há onze anos, pelo que, para dormir fresquinho só com as janelas todas abertas; mas em contrapartida os mosquitos entram e picam-te durante toda a noite;

3º ) Evitas os mosquitos e as respectivas picadelas, fechando todas as janelas e frinchas, mas ficas sujeito a morrer aqui abafado;

4º ) Pedes para ir a Bissau, compras o material (verguinha de aço, e rede ou tule) e constróis um mosquiteiro;

5º ) Como estou para ir embora, podes fazer como eu fiz quando cá cheguei, compras a um de nós o mosquiteiro e só pagas o material, com desconto e tudo; olha, o meu está bem conservado !?... Novo custou 570$00, mas devido ao uso e tal, vendo-to por 350$00.

Os mosquitos continuavam à minha volta a comer-me vivo! Que fazia [um gajo]  no meu lugar?...

Eu também fiz! Comprei logo!

RANGER Magalhães Ribeiro
Fur Mil
CCS/BCAÇ 4612/74
Guiné, Mansoa, 1974
____________

Notas do editor

(*) Vd. poste de 12 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11556: Estórias do Xitole (David Guimarães, ex-fur mil, CART 2716, 1970/72) (3): Era do caraças o paludismo

(...) Comentário de José Brás:
Não me lembro exactamente quantas crises de paludismo sofri na Guiné nem de quantas recaí já civil. Lembro-me que a primeira me aterrou em febre/frio e dores de cabeça.  Na altura, deitado no meu catre que ficava no último edifício na parte mais alta do quartel de Aldeia Formosa, comecei a ouvir uns soldados a abrir latões de gasolina para chapas à porrada de martelo e o barulho rebentava-me a cabeça. A custo vim à porta pedir-lhes que fossem fazer aquilo para outro lugar e responderam-me que eram ordens superiores. Pouco me importavam tais ordens e avisei que não aguentava aquilo. Pararam um pouco, voltei à cama e ouvi recomeçarem. De novo me levantei, peguei na G3, meti um carregador e fui à porta pedir de novo mas já de canhota na mão. Disseram-me que seria melhor ir falar com o Alf PG e eu já nem pensei mais, culatra atrás e bala na câmara, um tiro pró ar. 'Tá bem, chamem lá o PG'... Foram embora e o PG veio ao meu quarto e percebeu tudo. Recaí duas vezes,  dramaticamente, já a voar na TAP, uma no hotel no Algarve e outra em Nova Iorque, assustando ingleses e americanos, mas isso fica, talvez, para uma próxima.  (...)

 (**) Vd. I Série, poste de 7 de dezembro de 2005 >  Guiné 63/74 - CCCXLVI [346]: Cancioneiro de Mansoa (3): um mosquiteiro barato para um pira... [Magalhães Ribeiro] 

15 comentários:

Anónimo disse...

OH..meu caro M.Ribeiro

Com que então hepatite c...

Na altura era completamente desconhecida..mais tarde classificou-se como hepatite não A e B...mas não é o mesmo virus..
Se na altura existisse a hepatite C, ou melhor não estava disseminada tal como o HIV,estávamos todos fod..perdão lixados.. isto é a fazer tijolo de costas nos jardins com tabuletas.
Falando sério..a Guiné ontem como hoje para o "braquinho" europeu,tenrinho...era e é um maná para a grande maioria das doenças tropicais.
As populações autóctones desenvolveram ao longo de milhares de anos de evolução no seu sistema imunitário capacidades de defesa que nós "branquinhos" não temos.
Porque é que nós europeus do sul somos mais morenos do que os do norte e na África sub-sariana são pretos e com uma pele aveludada..pelas simples razão de que têm mais melanócitos que produzem a melanina que dá protecção à pele da luz solar..simples não é.

Quanto aos "mitos" do "viski" e similares tratarem o paludismo,tinha era efeito contrário ainda nos punha mais a figadeira em iscas.

Qualquer "bicharoco" que provoca doenças ditas infecto-contagiosas não pretende matar o hospedeiro, mas apenas reproduzir-se,só que às vezes alguns hospedeiros mais "fraquinhos".."lerpam".Até há alguns mais inteligentes que quando o hospedeiro não aguenta ficam em estado de latência.

Para qualquer esclarecimento..se souber..estou às vossas ordens...

C.Martins

José Botelho Colaço disse...

Os mosquitos e o paludismo marcaram-me, os mosquitos no Cachil que eram autenticas nuvens, nós dizia-mos até fazem sombra ao chão, principalmente durante a operação tridente que durou cerca de 70 dias mais precisamente 67 noites que passei no a abrigo sem qualquer protecção de mosquiteiro, o cobertor eles com o aguilhão furavam e picavam com a maior das facilidades, o que eles não conseguiam furar era o pano de campanha de protecção da tenda,mas não evitava que eles encontrassem uma zona mais desprotegida para se aproveitarem e se regalarem com o sangue do tuga.
Quanto ao paludismo que me lembro atacou-me quando estava em Bissau e Bafatá e continuou a acompanhar-me durante anos em Portugal até cheguei a ir a consultas ao Hospital Egas Moniz onde se dizia que lá é que havia médicos especialistas em doenças tropicais.
Hoje felizmente está erradicado.

Um alfa bravo
Colaço

Anónimo disse...

P.S.

Já agora

O HIV 2 foi isolado no Instituto Pasteur em Paris de um doente internado no H.Egas Moniz..e era originário da Guiné.
Por acaso era meu doente e infelizmente faleceu pouco depois, como era de prever.
Nessa altura pura e simplesmente não havia nenhuma terapêutica (retrovirais actuais).
Em termos médicos é o pior que pode existir,naturalmente para os doentes e para nós é a frustração total..

C.Martins

Anónimo disse...

OH..meu caro José Colaço

O H.Egas Moniz tinha e tem um serviço modelo de infecto-contagiosas,na altura chefiado pelo Dr.José Manuel Champalimaud.,prematuramente falecido, infelizmente, e hoje chefiado pelo meu colega e amigo Prof. Dr. Kamal Manssinho.
Convém lembrar que o H.Egas Moniz era o antigo H.do Ultramar. e tem ao lado o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, reconhecido mundialmente na área da medicina tropical..hoje infelizmente parece que já não é bem assim..pelas simples razão de que as verbas já não são o que eram para investigação e como sem ovos não se fazem omeletes...cá vamos andando.

Um alfa bravo

C.Martins

José Botelho Colaço disse...

Caro Carlos Martins

Como os sintomas eram muito repetitivos e parecidos com os do paludismo e como eu tinha estado na Guiné e ter apanhado lá as febres do paludismo e o médico não encontrar solução que resolvesse a situação em definitivo passou-me a credencial para consulta no Hospital Egas Moniz,fiz analises, com resultados negativos quanto a medicamentos não foram muito além dos que o clínico assistente me estava a medicar e a partir dessa data anos 80 não sei porquê nunca mais tive aquelas febres altas com a tremideira igual ao paludismo.

Um alfa bravo
Colaço.

Anónimo disse...

Simples meu caro J.Colaço

Tinhas o "bicharoco" alojado no fígado e em determinadas alturas , seria exaustivo e sem interesse explicar porquê, este entrava na tua corrente sanguínea parasitava os glóbulos vermelhos..não todos..felizmente, que rebentavam e pimba ficavas assim...
É o que se chama recidiva.
A medicação e o teu sistema imunitário eliminaram-no
completamente..por isso não voltaste a ter.
Nestas situações muitas vezes quando não se está na fase febril os testes médicos dão negativo..

Não faz mal nenhum mas o meu C. não é de Carlos.
Um abraço

C.Martins

Anónimo disse...

Rebuscando nas minhas recordações, pese embora a morte de um jovem, encontrei esta preciosidade:

"Faleceu em 05FEV72 no H.C.B, com diagnóstico de paludismo cerebral o Soldado Milícia #058670 - Insnabá Indeeo, do Pel. Mil. n°.295."

Certamente que o C. Martins nos poderia elucidar um pouco sobre as diferentes formas como o paludismo se manifestava e respectivos diagnósticos, e os mais crónicos.

Já agora aproveito a oportunidade para perguntar ao C. Martins se conhece o Dr. José Ba(h)ía Ribeiro. Este, antes de tirar o curso, foi Alf. Mil. na Guiné.
Conheci-o no Destacamento de São João, em 1071/1972.

Se a memória não me falha, o Alf. Ribeiro era natural do Porto.
Jamais tive contacto com ele.

Abraço do
José Câmara

Bispo1419 disse...

Para este "peditório" não dou ou, melhor, nada posso dar!
Picado pelos mosquitos fui, e à "fartazana", mas o paludismo não quis nada comigo (ou nunca dei por ele). De micoses, tive indícios facilmente tratados. De parasitoses intestinais, os testes feitos no final da comissão não deram notícia.
Ah, fui à cama uma única vez e com muita febre: cheguei quase desfalecido ao quartel, deitado numa viatura que me recolheu após uma fuga louca em campo aberto, atacado por abelhas e pisando as cinzas de uma queimada ainda fumegante nalguns sítios. Lembro-me de, na altura, ter levado uma injeção de qualquer coisa cujo nome terminava em "ina" (coramina?) que me reanimou e a febre lá se foi algum tempo depois, não muito.
Sim, neste campo fui um sortudo!

Manuel Joaquim

Luís Graça disse...

Martins, quen trocou as letras à hepatite, não foi o MR mas o LG... Já corrigi, tens toda a razão, a C só é classificada na década de 1980...Peço perdão... Ainda bem que tu, C. Martins, médico, estavas atento... Um abraço. LG

Luís Graça disse...

... Recordo-me de que um dos primeiros militares da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 a ser evacuado para a metrópole, com hepatite B. foi o 1º cabo aux enf Faleiro, se não me engano...

Havia então a crença de que comer em jejum uma banana e beber uma "bazuca" (0,6 l de cerveja) era contrair, ao fim de umas semanas, a hepatite B e carimbar o passaporte para umas férias em Lisboa, no HMP...

Luís Graça disse...

1. Não sou médico, nem virologista, embora seja um homem da saúde pública, pelo que tenho de ter mais cuidado com o que escrevo...

Em 1969 ainda não tinha sido identificado o vírus da hepatite A (só o foi em 1975)... O vírus da hepatite B foi descoberto em 1965... E o da hepatite C em 1983...

Vejo que há hoje pelo menos seis vírus diferentes: A, B, C, D, E, G...

"A hepatite é uma inflamação no fígado que, dependendo do agente que a provoca, se pode curar apenas com repouso, requerer tratamentos prolongados, ou mesmo um transplante de fígado quando se desenvolvem complicações graves da cirrose como a falência hepática, ou o cancro no fígado, que podem levar à morte.

"As hepatites podem ser provocadas por bactérias, por vírus, e também pelo consumo de produtos tóxicos como o álcool, medicamentos e algumas plantas. Existem seis tipos diferentes de vírus da hepatite (Hepatite A, Hepatite B, Hepatite C, Hepatite D, Hepatite E e Hepatite G)." (...)

Consultar o "site" da Roche:

http://www.roche.pt/hepatites/

2. Manuel Joaquim: Micoses e diarreias... era "mato" entre os operacionais... Eu que, que era de armas pesadas como tu, não tendio por isso um Gr Comb e uma secção definidas, acabei por "ir a todas", substituindo camaradas doentes, inoperacionais ou em férias... Eramos 50 tugas e 100 guineenses... Dois casos, pelo menos, de hepatite lembro-me eu de ter havido. O 1º cabo aux enf Faleiro foi um deles. Recambiado para a matrópole, não nunca mais voltou... Se era hepatite A ou B, não sei...

José Botelho Colaço disse...

Caro C. Martins

Primeiro que tudo as minhas desculpas pela confusão que fiz com o nome obrigado pela chamada de atenção.
O que merece agradecimentos redobrados é a informação tão completa e resumida em poucas palavras, o médico que na altura me tratou falou-me nessa hipótese eu não falei nela porque não ia-me meter em assunto que sou leigo e para não acontecer alguma gafe como se diz quem te manda a ti sapateiro tocar rabecão.

Cumprimentos e um abraço
Colaço.

Anónimo disse...

As minhas desculpas ao M.Ribeiro

Caro L.Graça agradeço a tua exposição sobre hepatites.

Vamos lá "expilicar" o paludismo.

Então é assim:

A "vampira mosquista" precisa do nosso sangue para que os seus "filhinhos" nasçam fortes e saudáveis e procura a vítima quando esta repousa nos braços de morfeu, de preferência.
Quando pica injecta uma substância analgésica e anticoagulante, (é esperta a "gaja") e se tiver nas glândulas salivares o "plasmodium" este entra também na corrente sanguínea da vítima.
Após sugar o sangue vai à sua vida.
A vítima acorda com uma comichão do caraças no sítio da picada.

Entretanto o "plasmodium" todo contente vai alojar-se no fígado da vítima onde se transforma e sai para entrar nos glóbulos vermelhos onde mais uma vez se transforma passando a "maior e vacinado" e ao sair rebenta com os glóbulos e produz uma toxina que faz com que a vítima sofra um autêntico "pesadelo"..sabem como é .

Nestes "entretantos" se a vítima for picada por uma mosquita esta ao sugar o sangue leva também o "plamodium que todo contente vai para o estômago e intestino e em seguida para as glândulas salivares da mosquita, sem lhe fazer mal algum.
A mosquita ao picar....coiso e tal..

Não sei se consegui alcançar o objectivo..julgo que todos perceberam.

Sobre o paludismo "cerebral", este é provocado pelo plasmodium falciparum que gosta de parasitar os glóbulos onde a corrente sanguínea é mais lenta, nomeadamente no cérebro, e depende muito do paciente e do seu estado imunológico,levando em alguns casos ao coma e à morte.

Julga-se que o raio de acção dos mosquitos é de cerca de 100m,desde o sítio onde nascem.
O macho dá uma "queca" e morre..(bem feita).. e a fêmea também após a postura em qualquer "pocinha" de água.

Sempre às vossas ordens.

C.Martins

Anónimo disse...

C. Martins,
Pela parte que me toca, os meus agradecimentos.
Cumprimentos,
José Câmara

Anónimo disse...

P.S.

Sobre as hepatites quero apenas esclarecer que a A se transmite por via oral (água e alimentos contaminados) e a B,C,e restantes por via dos fluidos corporais nomeadamente, sangue, esperma e saliva.
O HIV transmite-se da mesma forma que a hepatite B,C e restantes com excepção da saliva,pelo menos até à data não está comprovado que através da saliva se transmita o HIV.

A hepatite A não é muito grave, as restantes sim, se não forem tratadas,mas hoje a terapêutica é muito eficaz levando a uma percentagem de cura muito elevada.
Alguns pacientes ficam com a denominada hepatite crónica activa.

Não quero continuar...porque ainda vos dá um "treco" e não sei se há por aí algum "hipocondríaco".

C.Martins