sábado, 9 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12271: Memória dos lugares (250): Cacheu, terra de história e de cultura... e hoje também última fronteira com o Sará...



Vídeo (9´ 19´´) alojado em You Tube > ADBissau. Reproduzido com a devida vénia...


Realização e produção.© Televisão Comunitária de Klelé (2012). Reportagem e edição: Demba Sanhá. Imagem: Xilay Bacar Mané. Fotografia: Abimaira M. B. Danfá. Música: Cânticos Felupes e Manecas Costa. Apoio: NOVIB e ONGD AD - Acção para o Desenvolvimento.

Sinopse: "A AD iniciou, com o primeiro Festival Internacional Quilombola de Cacheu, em 2010, um programa de pesquisa e documentação histórica e cultural para a criação do Memorial de Escravatura de Cacheu. Este pequeno filme, o primeiro, procura começar a registar a informação oral existente."



Página do portal Cacheu, Caminho de Escravos, projeto que está a executado pela AD - Acção para o Desenvolvimento e pelos italianos da AIN, com apoio de diversos parceiros (União Europeia, UNESCO, Fundação Mário Soares, Instituto Politécnico de Leiria, etc.)

(...) "A criação do Memorial da Escravatura em Cacheu visa resgatar a memória histórica da escravatura naquela região da Guiné-Bissau e das suas relações com os circuitos e os destinos do tráfico negreiro e assenta sobre a apropriação comunitária do Memorial e de todas as demais iniciativas previstas.

"O projecto do Memorial da Escravatura apresenta 3 vertentes principais: (i) Histórica – promovendo a investigação histórica e a difusão da temática da escravatura; (ii) Cultural – promovendo a cultura e a identidade da cidade de Cacheu e da sua região e pondo em evidência as contribuições das diferentes etnias e a importância da língua crioula, que ali surgiu e se afirmou; (iii) Económica – potenciando as actividades produtivas e de serviços como meio de redução da pobreza e desenvolvimento de novas atividades económicas". (...)


Comentário de L.G.:  

A região do Cacheu é hoje a última (e frágil) barreira contra a invasão do Sará... A Guiné-Bissau está já em 2º lugar da lista dos 10 países do mundo mais ameaçados pelas mudanças climáticas.  Os nossos amigos guineenses e os seus amigos em Portugal e no resto do mundo não têm todo o tempo do mundo para preservar, recolher, tratar e divulgar a sua memória e pô-la ao serviço do desenvolvimento integrado e sustentado, que passa também pela preservação e protecção da "mancha verde" que ainda é o território da Guiné-Bissau, do Cacheu a Tombali.


Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Cacheu > Outuro de  2013 > Vista áerea da cidade. Foto de Filipe Santos (IPL - Instituto Politécnico de Leiria)... Reproduzido com a devida vénia.
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Nota do editor:

3 comentários:

Luís Graça disse...

Sobre MANECAS COSTA, autor de músicas que passam no vídeo... Trata-se de um dos grandes músicos da Guiné-Buissaum, a viver na diáspora... Não tem página oficial na Net... Aqui ficam algumas notas biográficas:


(...) "Manecas Costa nasceu em 1967, em Cacheu, Guiné-Bissau, é Mandjako, cantor, compositor e um guitarrista virtuoso. Em criança teve a felicidade de conhecer José Carlos Schwarz, o mais importante músico da Guiné-Bissau, um encontro que o inspirou a pegar na guitarra. Começou a tocar com 9 anos e juntamente com o seu irmão mais velho, Nelson, criou o grupo “Africa-Livre”. Aos 10 anos foi convidado a colaborar com a Orquestra Aragon.

"Autodidacta, durante a adolescência Manecas Costa era já uma figura conhecida pela sua formidável técnica na guitarra acústica e baixo eléctrico, pela sua voz carismática e apaixonante e pelas suas composições, cujas letras se centram nas tradições, assuntos e preocupações da Guiné-Bissau, muitas delas em questões relacionadas com as mulheres e crianças. É uma pessoa com uma forte consciência social e participou activamente em campanhas dos programas nacionais de vacinação.

"Em 1987 foi convidado a participar no festival anual “Découverte”, organizado pela Radio France Internacional, um importante showcase para os novos talentos de África, Caraíbas e Pacífico, marcando a sua primeira exposição internacional. No mesmo ano, com 20 anos de idade, foi nomeado Embaixador da Boa Vontade, pela UNICEF, em reconhecimento das suas belas melodias e pela importância das letras que compõe. Nesta fase participa em vários festivais em Cabo-Verde, Angola, Itália, Portugal e Coreia do Norte.

"Em 1990 decide radicar-se em Lisboa e grava, com o apoio da UNICEF, “Mundo di Femia”, o seu primeiro álbum a solo. Este sucesso lança-o numa nova carreira de produtor e arranjador, bem como de cantor e compositor, produzindo muitos discos de artistas africanos residentes em Portugal. Foi guitarrista de Waldemar Bastos, com quem fez tournées na Europa e Estados Unidos e neste período trabalhou de perto com os músicos caboverdianos Bana e Paulino Vieira, tendo igualmente gravado com muitos músicos internacionais incluindo o produtor espanhol Jose Romeo (Mestisay) e o grupo franco-maliniano TAMA (Real World). Produziu o seu segundo álbum “Fundo di Matu” nos estúdios da EMI, em Lisboa e dois dos temas “Ermons di Terra” e “Fundo di Matu”, foram incluídos na compilação Palop África (Stern’s music,2001).

"Em 2002 fez tournée em Espanha com Sara Tavares e desde então tem actuado em importantes Festivais na Europa e Brasil". (...)

Para saber mais, clicar aqui:

http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/10-04-2008/22332-dagumbe-0/

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Um país sem memória fica sem História e também, por paradoxal que possa parecer, sem futuro.

Naturalmente que a Guiné-Bissau terá outras prioridades, mais urgentes, mais prementes, do que preservar, recuperar o seu passado, de forma global (porque a História não pode nem deve ser 'parcial'), mas é bom que pessoas e entidades esclarecidas, como a nossa conhecida AD, 'agarrem' essa tarefa e a desenvolvam.
Estes trabalhos devem ser acarinhados e divulgados.
Abraços
Hélder S.

José Pardete Ferreira disse...

Era um menino quando eu lá estive em 1969, mas, quase de certeza, a parteira foi a mesma que eu conheci.
Parabens, amigo.