Carlos Filipe Gonçalves. Foto da página do Facebook. |
Data: terça, 14/05/2019 à(s) 12:54
Olá, Luis:
É com emoção que acabo de receber e ler a tua resposta à minha mensagem. Afinal o mundo é pequeno, e conhecemo-nos todos ou então temos ligações que cruzam as nossas vidas.
Sou amigo do Manuel Amante desde os tempos do Liceu em Mindelo, encontrámo-nos na Guiné onde ele trabalhou comigo na Chefia da Intendência. O Manuel Amante concedeu-me uma entrevista para este livro que estou a escrever.
Conheço e bem o Leão Lopes, somos amigos. E, como bem dizes, sou sobrinho da Orlanda Amarilis, esposa de Manuel Ferreira, hospedava-me em casa deles em Linda Velha quando estive em Portugal a fazer a recruta em Tavira (CISMI) e Vendas Novas (EPA) porque entretanto fui reclassificado, depois fiz a especialidade em Leiria. Fui amanuense.
Olá, Luis:
É com emoção que acabo de receber e ler a tua resposta à minha mensagem. Afinal o mundo é pequeno, e conhecemo-nos todos ou então temos ligações que cruzam as nossas vidas.
Sou amigo do Manuel Amante desde os tempos do Liceu em Mindelo, encontrámo-nos na Guiné onde ele trabalhou comigo na Chefia da Intendência. O Manuel Amante concedeu-me uma entrevista para este livro que estou a escrever.
Conheço e bem o Leão Lopes, somos amigos. E, como bem dizes, sou sobrinho da Orlanda Amarilis, esposa de Manuel Ferreira, hospedava-me em casa deles em Linda Velha quando estive em Portugal a fazer a recruta em Tavira (CISMI) e Vendas Novas (EPA) porque entretanto fui reclassificado, depois fiz a especialidade em Leiria. Fui amanuense.
Capa do livro" Kab Verd Band"
(Praia, Instituto do Arquivo
Histórico Nacional, 2006)
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Olha, sou de Mindelo, S. Vicente, mas, vivo na Praia desde Agosto de 1975 até hoje. Sou jornalista, aliás antes da tropa, trabalhei na Rádio Barlavento em S. Vicente, depois ao chegar ao fim a guerra na Guiné, resolvi ficar para dar uma ajuda, pois havia falta de quadros, fui então para a rádio, estive lá um ano… Depois da Independência de Cabo Verde decidi voltar, cheguei à cidade da Praia em Agosto de 1975, onde continuei na rádio e iniciei assim uma carreira.
Fui estudar em França no INA, Instituto Nacional de Audiovisual (1980 a 1982). Cheguei a Director da Rádio Nacional de Cabo Verde (1986 a 1991), fundei mais tarde uma rádio privada, a Rádio Comercial, onde estive como director (1998-2013), finalizei a carreira e entrei na reforma.
Olha, a biografia na Wikipedia está certa e refere-se apenas à minha faceta de investigador da música, porque na verdade sou músico, as vicissitudes da vida me empurraram para o jornalismo e acabei por fazer programas sobre a música ao longo de anos, acabando por reunir num livro o trabalho realizado nesse campo.
Acabo de concluir um "Dicionário da Música de Cabo Verde" (650 páginas, A4), que já está com o editor, talvez saia no final deste ano ou início do próximo… Justamente quando finalizei aquele livro (desde 2018) resolvi escrever as minhas memorias da rádio! Então, já conclui um livro sobre a Rádio Barlavento em S. Vicente, entrevistei muita gente e conto a história da invasão dessa emissora pelo PAIGC e levo o leitor a interrogações sobre as consequências da nacionalização e monopólio até hoje.
No seguimento, iniciei agora as minhas memórias da rádio na Guiné, desde a audição do PIFAS e da ERG, depois a minha entrada na Rádio Libertação, depois Rádio Difusão da Guiné e finalmente a minha vinda e carreira em Cabo Verde. Tenho muitas entrevistas ainda para fazer, que servem para confirmar as minhas memórias e as minhas descrições. Deus me ajude a chegar ao fim deste projecto.
Foi pois na procura de dados e outros testemunhos para o livro que encontrei o teu blogue e outros de muita utilidade e quis a sorte que tivéssemos este encontro. Já estou longo nesta missiva, mas como jornalista que sou, devo dizer, cito sempre as fontes, e isso é primordial porque dá credibilidade e é a chave de um bom jornalismo, aliás, bem como a apresentação de várias fontes e versões dos factos.
Aproveito desde já esta missiva para te enviar a minha história militar: Carlos Filipe Fernandes da Silva Gonçalves, Furriel Miliciano, nº 800048/71, iniciei em 3 de Janeiro de 1972 no CISMI em Tavira o curso de Sargentos Milicianos de Infantaria.
Pouco depois, na sequência de uma consulta no Hospital Militar em Évora, fui enviado para o Hospital Militar Principal em Lisboa, submetido à Junta e reclassificado para os Serviços Auxiliares, devido ao alto grau de miopia que tenho. Fui então enviado para Vendas Novas, onde decorria uma recruta para malta dos Serviços Auxiliares. Reclassificado Amanuense (antes era fotocine) fui para Leiria em 1 Julho de 1972 onde fiz a especialidade que findou em Setembro. Fui então colocado no Quartel General em Lisboa, em S. Sebastião da Pedreira, mobilizado para Guiné logo a seguir, embarquei no navio Uíge em final de Fevereiro de 1973 numa leva de militares em Comissão Individual de Serviço.
Cheguei a Bissau em 3 de Março, fui colocado no Quartel General em Santa Luzia, prestando serviço na Chefia da Intendência, o meu chefe Tenente Coronel Gonçalves Ferreira, na secção de Autos Viveres/Artigos de Cantina. O meu chefe foi o alferes Melo Franco.
Passei à disponibilidade a meu pedido em Bissau, em 29 ou 30 de Agosto de 1974. 2.ª Classe de comportamento, nunca fui admoestado nem tive qualquer castigo
Olha, vou 'scanear' umas fotos que tenho no quartel em Santa Luzia e enviarei com a brevidade possível.
Aquele abraço e Deus nos dê muita Saúde
Carlos Filipe Gonçalves
Fui estudar em França no INA, Instituto Nacional de Audiovisual (1980 a 1982). Cheguei a Director da Rádio Nacional de Cabo Verde (1986 a 1991), fundei mais tarde uma rádio privada, a Rádio Comercial, onde estive como director (1998-2013), finalizei a carreira e entrei na reforma.
Olha, a biografia na Wikipedia está certa e refere-se apenas à minha faceta de investigador da música, porque na verdade sou músico, as vicissitudes da vida me empurraram para o jornalismo e acabei por fazer programas sobre a música ao longo de anos, acabando por reunir num livro o trabalho realizado nesse campo.
Acabo de concluir um "Dicionário da Música de Cabo Verde" (650 páginas, A4), que já está com o editor, talvez saia no final deste ano ou início do próximo… Justamente quando finalizei aquele livro (desde 2018) resolvi escrever as minhas memorias da rádio! Então, já conclui um livro sobre a Rádio Barlavento em S. Vicente, entrevistei muita gente e conto a história da invasão dessa emissora pelo PAIGC e levo o leitor a interrogações sobre as consequências da nacionalização e monopólio até hoje.
No seguimento, iniciei agora as minhas memórias da rádio na Guiné, desde a audição do PIFAS e da ERG, depois a minha entrada na Rádio Libertação, depois Rádio Difusão da Guiné e finalmente a minha vinda e carreira em Cabo Verde. Tenho muitas entrevistas ainda para fazer, que servem para confirmar as minhas memórias e as minhas descrições. Deus me ajude a chegar ao fim deste projecto.
Foi pois na procura de dados e outros testemunhos para o livro que encontrei o teu blogue e outros de muita utilidade e quis a sorte que tivéssemos este encontro. Já estou longo nesta missiva, mas como jornalista que sou, devo dizer, cito sempre as fontes, e isso é primordial porque dá credibilidade e é a chave de um bom jornalismo, aliás, bem como a apresentação de várias fontes e versões dos factos.
Aproveito desde já esta missiva para te enviar a minha história militar: Carlos Filipe Fernandes da Silva Gonçalves, Furriel Miliciano, nº 800048/71, iniciei em 3 de Janeiro de 1972 no CISMI em Tavira o curso de Sargentos Milicianos de Infantaria.
Pouco depois, na sequência de uma consulta no Hospital Militar em Évora, fui enviado para o Hospital Militar Principal em Lisboa, submetido à Junta e reclassificado para os Serviços Auxiliares, devido ao alto grau de miopia que tenho. Fui então enviado para Vendas Novas, onde decorria uma recruta para malta dos Serviços Auxiliares. Reclassificado Amanuense (antes era fotocine) fui para Leiria em 1 Julho de 1972 onde fiz a especialidade que findou em Setembro. Fui então colocado no Quartel General em Lisboa, em S. Sebastião da Pedreira, mobilizado para Guiné logo a seguir, embarquei no navio Uíge em final de Fevereiro de 1973 numa leva de militares em Comissão Individual de Serviço.
Cheguei a Bissau em 3 de Março, fui colocado no Quartel General em Santa Luzia, prestando serviço na Chefia da Intendência, o meu chefe Tenente Coronel Gonçalves Ferreira, na secção de Autos Viveres/Artigos de Cantina. O meu chefe foi o alferes Melo Franco.
Passei à disponibilidade a meu pedido em Bissau, em 29 ou 30 de Agosto de 1974. 2.ª Classe de comportamento, nunca fui admoestado nem tive qualquer castigo
Olha, vou 'scanear' umas fotos que tenho no quartel em Santa Luzia e enviarei com a brevidade possível.
Aquele abraço e Deus nos dê muita Saúde
Carlos Filipe Gonçalves
Jornalista Aposentado
Camarada, e novo grã-tabanqueiro: é uma felicidade cruzarmo-nos, nesta rede social que tem mais de 11 milhões de páginas, e junta amigos e camaradas da Guiné...
2. Comentário do Luís Graça. editor:
Já arranjei uma foto tua para te poder apresentar ao resto do pessoal. Quando chegarem, publico as tuas fotos do tempo de Santa Luzia, Bissau, 1973/74. E espero que nos contes algumas histórias desses tempos efervecentes do antes e do depois da independência da Guiné-Bissau (1974), mas também da tua terra, Cabo Verde (1975).
Precisamos de fazer mais pontes, e uma delas é com Cabo Verde, terra a que nos ligam fortíssimos laços históricos, étnicos, linguísticos, culturais, musicais, afetivos... Sou fã da música de Cabo Verde, cujos sons passei aos meus filhos, quando eram pequenos. Um deles também é músico, além de médico, toca violino nos Melech Mechaya, banda de música klezmer que já atuou na tua terra, por ocasião do 20.º Festival Sete Sóis Sete Luas (2012). Estiveram, inclusive, na cidade da Praia, em 8/11/2012.
Passas a sentar-te à sombra do nosso mágico e fraterno poilão (não há tabanca sem poilão...), sob o n.º 790 (**). O teu nome passa a figurar na lista alfabética dos membros da Tabanca Grande, na coluna estática do lado esquerdo do blogue. Lá encontrarás também o nome do Manuel Amante da Rosa. Desejo-te muita saúde e longa vida para poderes realizar os teus projetos literários. Vamo-nos encontrando por aqui, partilhando memórias (e afetos). E talvez para o ano na Praia.
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Notas do editor:
(*) Vd.poste de 14 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19783: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (65): Pedido de autorização para citações a inserir no livro sobre a guerra colonial, de Carlos Filipe Gonçalves, jornalista, cabo-verdiano, que foi fur mil, na chefia da Intendência em Bissau, de março de 1973 a agosto de 1974
(**) Último poste da série > 12 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19776: Tabanca Grande (478): José Ramos, ex-fur mil, Destacamento do STM do CTIG (1968/70), chefe do Posto do STM de Bafatá, sob o comando do então cap eng trms, João Afonso Bento Soares... Passa a ser o grã-tabanqueiro nº 789 e já marcou presença em Monte Real, no próximo dia 25...
1 comentário:
Carlos Filipe
Vives numa bela cidade,está a fazer um ano,passei aí um mês.Geralmente começava o dia com banho no Quebra Kanela.
Em 1970,quando da ida para a Guiné,passei 24 horas no Mindelo,e umas 8 aí na Praia que não tinha porto,o navio ficava ao largo.
Tenho aí um colega da Escola de Regentes Agrícolas,o Alcibíades Martins,entrou na carreira diplomática após a independência e foi o meu cicerone o ano passado.
Sê bem vindo a este espaço.
Paulo Santiago
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