sábado, 26 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22320: Efemérides (348 ): Foi há 50 anos, a partida da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852 (Buba, 1971/73) (Pinto Carvalho, ex-alf mil, poeta, músico e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar)


 


Belíssima evocação da partida para Guiné, há 50 anos anos, da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3853. Texto da autoria de Joaquim António Pinto Carvalho, natural do Cadaval, a viver na Lourinhã. Depois da CCAÇ 3398, como alf mil at inf, foi transferido em 1972 para a CCAÇ 6, Bedanda, em rendição individual . Tem mais de 4 dezenas de referências no blogue. Poeta e músico, é o régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar.


Fichas  de Undades: CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852

Batalhão de Caçadores n.º  3852

Identificação;  BCaç 3852
Unidade Mob: BC 10 - Chaves
Cmdt: 
TCor Inf António Afonso Fernandes Barata
TCor Inf José Fernando de Oliveira Barros Basto
Maj Inf José Fernando de Oliveira Barros Basto
Maj lnf Raul Pereira da Cruz Silva
OInfOp/Adj: Maj Inf Raul Pereira da Cruz Silva (acumulava)

Cmdts Comp:
CCS: Cap SGE Augusto Ferreira
CCaç 3398: Cap Inf Filipe Ferreira Lopes
CCaç 3399: Cap Inf Horácio José Gomes Teixeira Malheiro
CCaç 3400: Cap Inf Gastão Manuel Santos Correia e Silva
Cap Mil Inf Manuel de Sousa Moreira

Divisa: "Viver-Lutar- Vencer"
Partida: Embarque em 26Jun7l; desembarque em 2Jul71 |  Regresso: Embarque em 1Set73 (CCaç 3398), 2Set73 (CCaç 3399), 6Set73 (Cmd e CCS) e 8Set73 (CCaç 3400)

Síntese da Actividade Operacional

Após realização da lAO, de 5 a 31Jul71, no CMl, em Cumeré, seguiu com as suas subunidades para a região de Aldeia Formosa em 1 e 2Ag071, a fim de efectuar o treino operacional e sobreposição com o BCaç 2892.

Em 26Ag071, assumiu a responsabilidade do Sector S2, com sede em Aldeia Formosa e abrangendo os subsectores de Empada, Mampatá, Buba, Nhala e Aldeia Formosa. 

De 14Jun72 a 08Dez72, a área da península do Cubisseco foi atribuída ao CDMG para actuação operacional das suas forças.

Em 22Jan73, o subsector de Empada foi transferido para a zona de acção do BCaç 4510/72. De 13Mai73 a 26Jun73, foi reforçado pelo BCaç 4513/72 e suas subunidades, com vistas à intensificação do esforço de contrapenetração no sector. 

A partir de 27Jun73 até 10Ag073, a área de Cumbijã-Colibuia-Nhacobá foi atribuída temporariamente ao BCaç 4513/72. As suas subunidades mantiveram-se sempre integradas no dispositivo e manobra do batalhão.

Com as subunidades que lhe foram atribuídas na sua zona de acção, desenvolveu intensa actividade operacional de patrulhamento, reconhecimento e de vigilância e controlo da fronteira e das linhas de infiltração do inimigo, particularmente do corredor de Missirã e das passagens do rio Grande de Buba.

Impulsionou e coordenou a execução dos trabalhos de realojamentos das populações recuperadas e da sua promoção sócioeconómica, em particular em Colibuia e Afiá, garantindo ainda a segurança, protecção e apoio da construção e reparação dos itinerários logísticos, com especial destaque para as reacções a fortes e frequentes flagelações a aquartelamentos e aldeamentos situados junto da fronteira.

Dentre o material capturado mais significativo, salienta-se: 1 morteiro, 1 metralhadora ligeira, 4 pistolas-metralhadoras, 6 espingardas, 2 lança-granadas foguete, 172 granadas de armas pesadas e a detecção e levantamento de 34 minas.

Em 10Ag073, foi rendido no Sector S2 pelo BCaç 4513/72 e recolheu, em 14Ag073, a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
 
***

A CCaç 3398, após o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 2616 desde 1Ag071, assumiu a responsabilidade do subsector de Buba em 26Ag071.

Em 15Ag073, foi rendida pela 1ª Comp/BCaç 4513/72 e recolheu, em 19A9073, a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

***
 A CCaç 3399, após treino operacional e sobreposição com a CCaç 2614 desde 3Ag071, assumiu a responsabilidade do subsector de Aldeia Formosa em 26Ag071.

Em 13Ag073, foi rendida pela 3ª Comp/BCaç 4513/72 e recolheu, em 15Ag073, a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

***
A CCaç 3400, após treino operacional e sobreposição com a CCaç 2615 desde 3Ag071, assumiu a responsabilidade do subsector de Nhala em 26Ag071, tendo destacado pelotões para reforço das guarnições locais de Buba, de finais de Set72 a finais de Nov72, de Mampatá, de finais de Jan73 a meados de Jun73 e de Colibuia, a partir de meados de Jun73.

Em 18Ag073, foi rendida pela 2ª  Comp/BCaç 4513/72, seguindo para Buba e no dia seguinte para Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.

Observações -  Tem História da Unidade (Caixa n." 94 - 2." Div/4." Sec, do AHM).


Fonte: Excertos de: CECA - Comissão para Estudo das Campanhas de África: Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974) : 7.º Volume - Fichas das Unidades: Tomo II - Guiné -  1.ª edição, Lisboa, Estado Maior do Exército, 2002, pp. 155/ 156.

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Nota do editor:

8 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Joaquim, deves ter chegado ao cais da Rocha Conde Óbidos, e não de Alcântara... É um assunto que temos debatido aqui, no nosso blogue... A Rocha Conde Óbidos era reservada aos navios ue faziam as carreiras das "ilhas adjacentes" e de África... Alcântara era para os cruzeiros internaconais... A malta, fora de Lisboa, ainda hoje confunde as duas gares marítimas...

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/05/guine-6374-p14672-o-cruzeiro-das-nossas.html

Gostei de te ouvir, ao vivo, em primeira mão... O teu poema foi dito com emoção e convição na tasca da Ti Augusta, no Porto Dinheiro... na sexta feira passada. Nºão deixaste escapar a efeméride. Tmabém mexeu com as minhas emoções. Fiz esta viagem, nocomboio da noitem, desde Santa Margarida. Ab, Luis.

Valdemar Silva disse...

Luís
Eu também faço confusão.
Não há dúvidas que as pinturas Almada Negreiros estão nas paredes do hall da Gare Marítima da Rocha de Conde d'Óbidos, ou melhor dizendo da nova Gare Marítima de Lisboa para receber turistas estrangeiros mandada fazer por Duarte Pacheco. Até deu uma certa celeuma dos turistas se interrogarem com aquelas pinturas. Então esta Gare é que seria a dos Cruzeiros, mas não só, muitos navios carregados de soldados partiram para a guerra entre 1961 e 1974.
Mas também partiam de Cais de Alcântara, eu e a rapaziada da minha CART.2479 partimos daqui para a Guiné.
"Ás 24 horas do mesmo dia (18/02/1969) a Unidade embarcou em Espinho num comboio especial que a levou até ao Cais de Alcântara onde logo começaram os preparativos de embarque. Mais uma vez o frio e a chuva estavam presentes o que impediu qua a Companhia tivesse desfilado em Lisboa", assim está escrito na História da Companhia CART.2479/CART.11.
Acrescento que chegamos ainda escuro numa manhã de 3ª. Feira de Carnaval e também estava atracado um navio da armada do Brasil e nós a sair do comboio bem f------ e os brasileiros a chegar bem bebidos e sambados.
Será que os navios mais pequenos "Timor", "Niassa" encostavam ao Cais de Alcântara e os outros de grande tonelagem à Gare Marítima da Rocha Conde d'Óbidos?

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valdemar, ambas as gares marítimas, a de Alcântra e da Rocha Conde de Óbidos, são decoradas com painéis do genial Almada Negreiros...

Tens aqui uma magnífica virtual, não precisas de sair de casa...


https://www.portodelisboa.pt/visita-virtual


http://213.63.136.244/pt/


Mas depois do que tu escreves, dizendo que partiste de Alcântara para a Guiné, continuo a ficar confuso... Se calhar, usavam-se os dois cais para embarcar a maralha para a Guiné, Angola e Moçambique, conforme as necessidades e disponibilidades...

Já aqui escrevi:

(---) O projeto destas gares marítimas com 2 pisos, é do arquiteto Pardal Monteiro (1895-1957), um dos grandes aruitetos estadonovistas (autor também do edífício do Instituto Nacional de Saúde dr. Ricardo Jorge e Escola Nacional de Saúde Pública). A gare marítima de Alcântara será inaugurada ainda em plena II Guerra Mundial (7 de julho de 1943), quando afluíam a Lisboa dezenas de milhares de refugiados de um continente devastado pela tragédia da deriva totalitária e da guerra.

A gare marítima da Rocha de Conde de Óbidos (chamava-se assim em virtude do cais estar próximo do palácio do Conde de Óbidos, hoje edifício da Cruz Vermelha) só foi inaugurada em 1948. É aqui se localiza. o estaleiro naval que, em 1936, é concessionado a um empresa do grupo CUF, a primeira do país a construir navios com casco de aço.

Para muito de nós, ex-combatentes da guerra colonial, o cais da Rocha de Conde de Óbidos Pimeiro foi o local de embarque para a guerra colonial... Vínhamos, geralmente de noite, de comboio, das unidades de mobilização (. no meu caso, vim diretamente do Campo Militar de Santa Margarida, se não erro). Mas não havia tempo sequer para passar pelo Salão Almada Negreiros e admirar os seus paineis (ou frescos), hoje famosos. (...)

Confesso que também gosto mais dos painéis da Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, pela sua modernidade e ousadia (temática e estética). De qualquer modo, escrevi (...) em comentário a um poste do José Martins o seguinte:

(...) "Mas já agora diz-me porque é que tu partiste do Cais da Rocha do Conde Óbidos e não do Cais de Alcântara (...). Tu saberás a resposta, mas, olha, eu só a descobri há tempos... E há malta que faz confusão com as duas gares marítima, a "nossa!", a da Rocha de Conde de Óbidos, e a de Alcãntara... Tenho aqui fotos, tiradas há dias, no Salão Almada Negreiros, da Gare Marítima de Alcântara...Há uns anos atrás tambémn andei a (re)visitar a Gare Marítima da Rocha (de) Conde de Óbidos...

Maldita sorte, que nem direito tivemos a uma 'visita guiada' aos painéis do mestre Almada Negreiros, hoje famosos, obras-primas da pintura portuguesa do séc. XX... Só me lembro de ter chegado, de camboio, ainda de noite, ou pela madrugada, e nos terem enfiado no navio... Ou talvez não: ainda tivemos, os graduados pelo menos, umas horitas para beber um copo e, alguns, mais afoitos, para 'mudar o óleo', na estação de serviço mais próxima, que era o cais do Sodré" (...).

29 DE MAIO DE 2015
Guiné 634/74 - P14677: Manuscrito(s) (Luís Graça (58): Cais de partida(s): Porto de Lisboa (Parte I): Gare Marítima de Alcântara: os painéis de Almada Negreiros


https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2015/05/guine-63474-p14677-manuscritos-luis.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Revisitemos as resportagens da Rádiotelevisão Portuguesa sobre as partidas de tropas para o Ultramar (e regressos).. E são bastantes: as que visionei são todas feitas no Cais da Rocha Conde de Óbidos

Eis uma amostra... (O resumo analítico é sempre "chapa um"...)


https://arquivos.rtp.pt/conteudos/embarque-de-tropas-para-o-ultramar/

1964-01-16 00:05:23 > Embarque de tropas para o Ultramar no paquete "Vera Cruz", do Cais da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa.

(...) Familiares e amigos despedem-se no cais; presentes entidades militares; contingente desfila perante o General Ribeiro de Carvalho, representante do Ministro do Exército. (...)

*****

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/regresso-de-contingente-militar-de-angola/

1964-02-05 00:04:34 >Desembarque do contingente militar que regressa de Angola, no Caís da Rocha do Conde de Óbidos, em Lisboa.

(...) Receção calorosa dos familiares e dos amigos; militares em formatura; discurso do General Lopes Franco; o contingente desfila em continência. (...)

*****

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/chegada-de-tropas-portuguesas/

1966-08-12 00:05:23 > Lisboa, Cais da Rocha Conde de Óbidos, chegada de soldados de contingente militar, a bordo do paquete "Uíge", que estiveram em missão de serviço nas províncias ultramarinas portuguesas.

(...) Soldados a bordo do barco e familiares aguardam no cais com faixas que identificam os soldados e as localidades de origem; militares descem as escadas do barco, com malas e bagagens, e encaminham-se para a zona de chegadas; macaco no ombro de militar; soldado seguram estandarte; militar segura bebé ao colo; familiares abraçam emocionados os militares. (...)

*****

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/chegada-de-tropas-a-lisboa-2/

1968-05-11 00:01:12 > Chegada de tropas ao Cais da Rocha do Conde de Óbidos em Lisboa, vindas de Macau e Timor, a bordo do navio "Índia".

(..:) Pessoas de costas a acenar com lenços; multidão no varandim com faixas de saudação e a acenar; aproximação do navio; militares no convés a acenar e junto de mulheres, algumas das quais com bebés ao colo; militares e civis a descer as escadas do navio.(...)

*****

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/partida-da-companhia-da-policia-de-seguranca-publica/

1968-06-29 00:02:40 > Companhia Móvel da Polícia de Segurança Pública parte para o Ultramar, a bordo do navio "Amélia de Mello", do Cais da Rocha de Conde de Óbidos, em Lisboa.

(...) Nome no casco; navio ancorado; pessoas na varanda; militares na amurada; individualidades militares no cais e em continência; militares e familiares acenam; navio a zarpar, a navegar e a passar por baixo da Ponte Salazar.(...)

*****

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/chegada-do-navio-uige/ Cais da Rocha do Conde de Óbidos, chegada do navio "Uíge" com contingente de tropas vindo do Ultramar.

(...)Bandeira portuguesa hasteada; militares na proa e amurada do navio acenam a familiares que aguardam no cais; populares observam o navio, acenam e exibem cartazes; militares desembarcam e abraçam familiares. (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

As referências ao Cais de Alcântaria (como cais de partida e/ou de regresso de tropas) é muito menos, e podem resultar erros de reportagem...

https://arquivos.rtp.pt/page/4/?advanced=1&s=Cais+de+Alc%C3%A2ntara

Valdemar Silva disse...

Luís, correcto.
Em relação às Gares, é caso para dizer: elas confundem-se.
Não há dúvida que a de Alcântara é interior e da Rocha é exterior e os edifícios parecem gêmeos, até nos halls e nos painéis do Almada.
Não me recordo, perfeitamente, se o navio "Timor" estava acostado na Gare de Alcântara, mas lembro-me das pessoas que foram despedir-se entrarem no primeiro edifício e o navio estar logo à frente.
E quanto aos navios de cruzeiro no cais da Rocha, podia ter feito uma certa confusão por em 1973 ter ido à chegada duns parentes vindos da Venezuela.

Abraço
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Lembram-se do Queen Elisabeth II ?

Veja-se a a notícia do DN . Diário de Notícias, de 14 de novembro de 2008


'Queen Elizabeth 2' diz adeus a Lisboa

Paquete. O transatlântico 'Queen Elizabeth 2' escalou ontem pela última vez no porto de Lisboa. Ao todo, o navio atracou em Alcântara 500 vezes, Lisboa foi até o terceiro porto mais importante para o 'QE2', depois de Southampton e Nova Iorque. O barco da famosa chaminé vermelha e preta está a caminho do Dubai. (...)

https://www.dn.pt/arquivo/2008/queen-elizabeth-2-diz-adeus-a-lisboa-1135461.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Camaradas da CCS/BCAÇ 3852 (Aldeia Formosa, 1971/73), os ex-alf mil Manuel Gonçalves e João Marcelino querem conhecer o régulo da Tabanca do Aira-te ao Mar... O João vive no concelho da Lourinhã e o Manel vem cá de ve em quando...

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2018/08/guine-6174-p18891-tabanca-grande-466.html

Hoje encontrei o João Marcelino...Falámos do Pinto Carvalho (que é do mesmo batalhão).