1. O nosso camarada Mário Fitas, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763, “Os Lassas”, Cufar, 1965/66, reenviou-nos uma mensagem com a apresentação de mais um nosso Camarada, da sua CCAÇ 763, que se junta a nós nesta Tabanca Grande – o ex-1º Cabo António Cunha -, com data de 30 de Janeiro de 2011, que o Mário muito bem complementou com a informação que podemos ver no ponto 2:
Olá Mário, tudo bem?
Aqui esta o texto que disse que enviava.
Cufar, 24-2-1966 dia em que eu fiz 23 anos. Foi nesse dia que a CCAÇ 763 e outra (de que eu não recordo no número), saímos para montar segurança aos sapadores que iam limpar a estrada de Bedanda.
Aqui esta o texto que disse que enviava.
Cufar, 24-2-1966 dia em que eu fiz 23 anos. Foi nesse dia que a CCAÇ 763 e outra (de que eu não recordo no número), saímos para montar segurança aos sapadores que iam limpar a estrada de Bedanda.
Parecia uma tarefa fácil, mas não foi, porque eram 04h00 da manhã quando fomos emboscados até as 08h00. O nosso camarada e grande amigo Fur. Mil. Humberto Gonçalves Vaz, natural de Viana do Castelo, tombou ali morto junto a nós.
Aqui vão as fotografia que combinamos (uma actual e outra militar), para colocar no blogue.
Se achares que o texto não está bem, compõe a tua maneira.
Aqui vão as fotografia que combinamos (uma actual e outra militar), para colocar no blogue.
Se achares que o texto não está bem, compõe a tua maneira.
Um abraço, deste grande amigo,
António Cunha.
1º Cabo da CCAÇ 763
2. Camaradas, este foi um dos e-mails que estiveram aqui parados no meu correio, por causa do meu “gripanço” (ver poste anterior P7733).
Dada a minha amizade com o 1º. cabo António Cunha e ao meu grande companheiro Humberto Vaz, aliás como todos os soldados da C.CAÇ. 763, permitam-me que transcreva da história da CCAÇ 763 o relatório da referida operação:
"24 - A Companhia a 3 GCOMB tomou parte na operação TESTE que visava a abertura da estrada Catió - Cobumba. A Companhia tinha como missão instalar-se na estrada a fim de impedir o acesso do IN da região de Cabolol e garantir a segurança de uma coluna auto que se deslocaria de Catió para Cobumba.
A Companhia saiu do aquartelamento pelas 00H30 progredindo pela estrada com a CCAÇ 1500 à sua retaguarda.
Cerca das 04H00 a testa da Companhia atingiu o caminho para Cabolol Nalu, região onde as NT se deveriam instalar.
No momento em que a Companhia se preparava para proceder à sua instalação foi violentamente emboscada pelo IN que abriu fogo ao longo da estrada na direcção norte-sul batendo também o flanco direito da Companhia.
O IN enfiou ambos os lados da estrada com 2 MP 12,7 com balas tracejantes; atacou o flanco direito da Companhia com armas automáticas e MP; bateu o troço da estrada onde a Companhia se encontrava com LGF e Mort. 82 mm; atacou a testa da coluna com granadas de mão; colocou toda a Companhia na zona de morte.
A intensidade de fogo do IN manteve-se cerca de 50 minutos ao fim dos quais sofreu um decréscimo; nesta ocasião e após o lançamento de diversos verilaites de cor verde sobre a zona de acção foi avistado um helicóptero voando no sentido Cansala - Cabolol Nalu tendo aterrado nesta região não foi possível alveja-lo por se ter oculto por detrás do arvoredo.
Após o aparecimento do helicóptero cessou por alguns minutos o tiroteio, o qual cerca das 05H15 recrudesceu com grande intensidade de fogo de LGF e Mort. 82 mm.
As NT reagiram eficazmente tendo conseguido silenciar o IN pouco depois das 06H30.
Em virtude da intensidade de fogo desencadeado pelo IN as NT sofreram 2 mortos 1 desaparecido e 17 feridos, sendo um dos mortos Furriel Miliciano Humberto Gonçalves Vaz.
Considerando o grande número de feridos e a necessidade de de remuniciamento da Companhia cerca das 07H00 acompanhada da CCAÇ 1500 deslocou-se na direcção Camaiupa a fim de procurar um local propício para as evacuações.
Cerca das 07H35 a Companhia contactou na estrada com a CCAÇ 728 que se deslocava para o norte escoltando a coluna auto.
As NT instalaram-se junto à mata de Camaiupa onde se procedeu à evacuação dos mortos e feridos e remuniciamento.
Pelas 08H20 e considerando o grande número de baixas sofridas e o grande esgotamento do pessoal a operação foi dada por terminada.
Estiveram no aquartelamento no decorrer da operação TESTE o Comandante do Agrupamento 17, o Com. do BCAÇ 1858, acompanhados dos oficiais de operações, do oficial de transmissões do médico e capelão.
O médico do B.CAÇ. 1858 manteve-se em Cufar."
António Cunha.
1º Cabo da CCAÇ 763
2. Camaradas, este foi um dos e-mails que estiveram aqui parados no meu correio, por causa do meu “gripanço” (ver poste anterior P7733).
Dada a minha amizade com o 1º. cabo António Cunha e ao meu grande companheiro Humberto Vaz, aliás como todos os soldados da C.CAÇ. 763, permitam-me que transcreva da história da CCAÇ 763 o relatório da referida operação:
"24 - A Companhia a 3 GCOMB tomou parte na operação TESTE que visava a abertura da estrada Catió - Cobumba. A Companhia tinha como missão instalar-se na estrada a fim de impedir o acesso do IN da região de Cabolol e garantir a segurança de uma coluna auto que se deslocaria de Catió para Cobumba.
A Companhia saiu do aquartelamento pelas 00H30 progredindo pela estrada com a CCAÇ 1500 à sua retaguarda.
Cerca das 04H00 a testa da Companhia atingiu o caminho para Cabolol Nalu, região onde as NT se deveriam instalar.
No momento em que a Companhia se preparava para proceder à sua instalação foi violentamente emboscada pelo IN que abriu fogo ao longo da estrada na direcção norte-sul batendo também o flanco direito da Companhia.
O IN enfiou ambos os lados da estrada com 2 MP 12,7 com balas tracejantes; atacou o flanco direito da Companhia com armas automáticas e MP; bateu o troço da estrada onde a Companhia se encontrava com LGF e Mort. 82 mm; atacou a testa da coluna com granadas de mão; colocou toda a Companhia na zona de morte.
A intensidade de fogo do IN manteve-se cerca de 50 minutos ao fim dos quais sofreu um decréscimo; nesta ocasião e após o lançamento de diversos verilaites de cor verde sobre a zona de acção foi avistado um helicóptero voando no sentido Cansala - Cabolol Nalu tendo aterrado nesta região não foi possível alveja-lo por se ter oculto por detrás do arvoredo.
Após o aparecimento do helicóptero cessou por alguns minutos o tiroteio, o qual cerca das 05H15 recrudesceu com grande intensidade de fogo de LGF e Mort. 82 mm.
As NT reagiram eficazmente tendo conseguido silenciar o IN pouco depois das 06H30.
Em virtude da intensidade de fogo desencadeado pelo IN as NT sofreram 2 mortos 1 desaparecido e 17 feridos, sendo um dos mortos Furriel Miliciano Humberto Gonçalves Vaz.
Considerando o grande número de feridos e a necessidade de de remuniciamento da Companhia cerca das 07H00 acompanhada da CCAÇ 1500 deslocou-se na direcção Camaiupa a fim de procurar um local propício para as evacuações.
Cerca das 07H35 a Companhia contactou na estrada com a CCAÇ 728 que se deslocava para o norte escoltando a coluna auto.
As NT instalaram-se junto à mata de Camaiupa onde se procedeu à evacuação dos mortos e feridos e remuniciamento.
Pelas 08H20 e considerando o grande número de baixas sofridas e o grande esgotamento do pessoal a operação foi dada por terminada.
Estiveram no aquartelamento no decorrer da operação TESTE o Comandante do Agrupamento 17, o Com. do BCAÇ 1858, acompanhados dos oficiais de operações, do oficial de transmissões do médico e capelão.
O médico do B.CAÇ. 1858 manteve-se em Cufar."
Eu e o Humberto Vaz (de óculos escuros)
Mário Fitas
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763
__________
Nota de M.R.:
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCAÇ 763
__________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
5 de Fevereiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7723: Tabanca Grande (263): João Pinho dos Santos, ex-Alf Mil da CCAÇ 618/BCAÇ 619 (Susana e Binar, 1964/66)