1. Dizia-nos o nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) na sua mensagem de 18 de Março de 2015:
Queridos amigos,
Pela primeira e talvez última vez na minha vida, fui duas vezes numa semana aos Açores.
Aqui vos deixo o relato da ida ao Pico, com mau tempo no canal, a
montanha cheia de forro, impossível de fotografar, seria blasfémia
reproduzir o que vem nas brochuras turísticas. Havia ventania a rodos, o
avião foi parar à Horta, seguimos para a Madalena, passeei ao fim do
dia.
Na manhã seguinte, deu para ir a S. Roque, havia luz, parecia que S.
Jorge queria que eu lá fosse e eu cheio de saudades pelas férias que lá
passei com as minhas queridas filhas.
Espero que gostem.
Estou sempre pronto para regressar àquelas ilhas de que me sinto cativo e nativo.
Um abraço do
Mário
Mau tempo no canal: do Faial ao Pico, ali perto está S. Jorge (2)
Regressou-se à Madalena, o viandante banqueteou-se com sopa de peixe e polvo panado, uma delícia, e bebericou um vinho translúcido da ilha, um néctar perfumado. Deitou-se a ouvir os ventos uivantes, e tinha a manhã livre, a comemoração do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, ao que veio, é para mais tarde. Vamos então passear pela Madalena e conhecer os seus trunfos, depois da igreja. Aqui está o edifício da câmara, o viandante gosta do escudo nacional com as pombas do Espírito Santo, ao contrário da Terceira os picoenses ou picarotos são pouco dados às cores berrantes, com exceção do vermelho das janelas e portas daquelas casas com adegas que podemos ver nos Biscoitos, na Mirateca, no Cais do Morato ou em Cachorro, povoações que visitaremos mais adiante.
Há aqui uma lembrança do tempo antigo, irresistível, o solar aponta para as águas do canal, o que espevita o fotógrafo amador é a qualquer coisa de quinhentista desta arquitetura vernacular, por isso fotografa-se com gosto.
O Museu do Vinho estava fechado, mas é uma estrutura tão bem disposta e integrada entre currais que tinha que ficar para a história desta viagem com prazos estritamente marcados. E vamos seguir.
Os senhores da associação de consumidores, gentis, conhecedores e amantes destas belezas, induziram o seu convidado a ir até ao lugar do Cachorro, muito procurado na estação balnear, tem recantos que dão para perceber que aqui se passam férias de sonho, e com vista para o Faial e para S. Jorge. O fotógrafo amador bem esperou uma ondulação muito forte, mas não ficou desapontado com o resultado da imagem, a permanente tensão entre as águas revoltas e o que resta do vulcão.
Estamos agora no Lajido, há para aqui muitas casas de Verão e estruturas museológicas do vinho. O turista gostou muito desta casinha, pois vai fazer parte da história da viagem. E agora vamos para S. Roque do Pico, terra de baleeiros e suas lembranças.
Aqui temos S. Roque, vistas amplas, o antigo cais da baleia, a fábrica (hoje museu) e o monumento aos baleeiros. Em 1992, aqui chegou o viandante, vindo da Calheta de S. Jorge, em dia límpido de Verão, com muito bom tempo no canal. Agora, nostalgicamente, o viandante olha para o fundo, para aquele ponto onde está a calheta e tem muitas lembranças.
Correu tudo muito bem em Lajes do Pico, sessão na Biblioteca Dias de Melo. Quando o viandante foi para a Guiné, levava na bagagem o livro “Pedras Negras”, que o José Dias de Melo lhe oferecera em Ponta Delgada, em data incerta, ou 1967 ou 1968. E comoveu-se com as fotografias do escritor e falou desse encontro ao vereador que presidiu à sessão. A grande surpresa foi ter recebido como lembrança um livro de Dias de Melo. O último trabalho foi uma manhã a falar aos jovens da Madalena, o viandante estava inspirado, mas o mais importante foi a captação destas imagens na Filarmónica, recordar o fervor musical dos açorianos, talvez só comparável com as gentes da Figueira da Foz, não há aldeia sem banda, todos os eventos são abrilhantados com fagotes, trompas e trombones. Homenagem a quem põe música nos nossos corações!
Acabou-se o trabalho, do Pico segue-se para S. Miguel para tomar avião para Lisboa. O Viandante já está cheio de saudades, como diz o outro as saudades são só as do futuro. Pois guardo estes Açores como células vivas do que somos como gente do Atlântico, a mística e a bruma.
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Notas do editor
Poste anterior de 1 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14427: Os nossos seres, saberes e lazeres (81): Mau tempo no canal: do Faial ao Pico, ali perto está S. Jorge (1) (Mário Beja Santos)
Último poste da série de 1 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14428: Os nossos seres, saberes e lazeres (82): Berlim, cidade ainda hoje invisivelmente dividida: as marcas da guerra e do terror (Parte II) (Luís Graça)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14443: Parabéns a você (887): José Augusto Ribeiro, ex-Fur Mil Art da CART 566 (Guiné, 1963/65)
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Nota do editor
Último poste da série de 7 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14439: Parabéns a você (886): António Rocha e Costa (Lelo), ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2539 (Guiné, 1969/1971); Fernando Manuel Belo, ex-Soldado CAR do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário de Azevedo, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)
Nota do editor
Último poste da série de 7 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14439: Parabéns a você (886): António Rocha e Costa (Lelo), ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2539 (Guiné, 1969/1971); Fernando Manuel Belo, ex-Soldado CAR do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário de Azevedo, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)
terça-feira, 7 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14442: Agenda cultural (386): Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial” (José Saúde)
1. O nosso Camarada José Saúde, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523 (Nova Lamego, Gabu) - 1973/74, enviou-nos a seguinte mensagem.
Dora Alexandre, jornalista, apresenta “O Outro Lado da Guerra Colonial”
No próximo dia 21 de abril, terça-feira, 18h30, loja FNAC do Colombo, Dora Alexandre, jornalista, apresentará a sua obra “O Outro Lado da Guerra Colonial”.
O livro tem o prefácio do Prof. Adriano Moreira e a apresentação ficará a cargo de Joaquim Furtado, jornalista, e autor da série televisiva “A Guerra”. José Arruda, presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), estará também na mesa onde debitará a sua versão sobre o conflito nas antigas províncias ultramarinas.
A obra conta histórias da guerra em África e a Dora sublinha que “o lançamento deste livro é uma obra coletiva de 58 pessoas – 57 entrevistados e eu. As histórias são vossas, eu apenas as alinhavei”.
Sendo o momento, mais um, acarinhado pelos antigos camaradas que pisaram o palco da guerrilha de além-mar, atrevo lançar o repto para a vossa presença profícua no lançamento de uma obra que relata instantes que cada um de nós, antigos combatentes, palmilhámos num palanque deveras severo.
Reconheço que o tempo, sempre inacabado, é substancialmente propício a memórias antigas que jamais esqueceremos. O sentir os alaridos de uma peleja com a qual convivemos, lança odores que, naturalmente, partilharemos para um infinito sem retorno.
E é justamente com este eficaz propósito, e como um dos camaradas entrevistados, que deixo o meu alerto para que ninguém falte a um lançamento onde se cruzarão memórias bem como relatos deveras interessantes dos nossos tempos de antigos combatentes em solo africano.
A Guiné, obviamente, estará presente e eu como RANGER lá debito a minha opinião sobre uma especialidade que muito me ensinou.
Ilustrino Alexandre Júnior, Marinha, Guiné 1971-73 / Angola 1974-75 (PAI); Domingos Machado, Exército, Angola 1973-74; Octávio de Matos, Artista; Belmiro Tavares, Exército, Guiné 1964-66; Francisco Nicholson, Artista; Carlos Miguel, Exército (Psico), Guiné 1967-69; Carlos Pereira, Exército, Angola 1964-65; Mário Gualter Pinto, Exército, Guiné 1969-71; Carlos Rios, Exército, Guiné 1965-67; João Paulo Diniz, Exército, Guiné, 1970-72; Manuel Valente Fernandes (Médico) Guiné 1973-74; Farinho Lopes, Exército, Moçambique 1970-72; José Santos, Exército (Enfermeiro) Guiné 1971-73; Fernando Costa, Exército, Guiné 1972-74; José Manuel Lopes, Exército Guiné 1972-74; Rui Neves, Força Aérea, Angola 1970-72; Amílcar Mendes, Comandos, Guiné 1972-74; José António Pereira, Comandos, Guiné 1972-74; Romão Durão, Marinha, Angola 1968-70 / Angola 1971-75; João Maria Pinto, Exército, Moçambique 1969-71; Armando Carvalhêda, Exército, Guiné 1972-73; António Almeida, Exército, Moçambique 1972-74; Alfredo Brás, Marinha, Moçambique 1970-1974; João Mota, Exército, Angola 1965-66; Vítor Oliveira, Força Aérea, Guiné 1967-69; José Pedro Reis Borges, Força Aérea, Angola 1972-74; Hugo Borges, Paraquedistas, Guiné 1972-74; José Avelino Almeida, Exército, Guiné 1970-72; Luís Rolo, Exército (Enfermeiro) Angola 1970-72; António Prates da Silva, Polícia Aérea, Angola 1974-75; Vítor Norte, Exército (Enfermeiro) Guiné 1973-74; Luís Pinhão, Paraquedistas, 1973-74; Carlos Vinagre, Comandos, Angola, 1971-73; Rosa Serra, Paraquedistas (Enfermeira) Guiné 1969-70 / Angola 1970-71 / Moçambique 1973; António Godinho Luís, Comandos, Angola, 1961-63; António Leal, Comandos, Angola, 1961-63; Rui Mendes, Exército, Angola, 1962-64; Raul Patrício Leitão, Fuzileiros, Moçambique 1966-68 / Missão Hidrográfica N.H. «Carvalho Araújo», Angola e S. Tomé, 1970-75; José Paracana, Exército, Guiné, 1971-73; João Dória, Exército (Médico) Guiné, 1968-70; Io Apolloni, Artista; António Vasconcelos Raposo, Fuzileiros, Angola, 1973-75; Nuno Mira Vaz, Paraquedistas, Angola 1963-65 / Guiné 1966-68 / Guiné 1970-72 / Moçambique 1973-74; Rodrigo, Artista; Mário Henriques Manso, Fuzileiros, Angola 1963-65, Angola 1966-68; Nazário de Carvalho, Exército (Capelão) Moçambique 1961-64 / Guiné 1964-66 / Angola 1970-72; José Romeiro Saúde, Ranger, Guiné 1973-74; Joaquim Santos, Exército, Guiné 1967-69; Agostinho Rocha, Exército, Angola 1965-67; Manuel Roque dos Reis, Fuzileiros, Moçambique 1968-70; José Manuel Parreira, Fuzileiros, Guiné 1964-66 / Angola 1966-69; Otelo Saraiva de Carvalho, Exército, Angola 1961-62 / Guiné 1971-73; Manuel Lopes Dias, Exército, Moçambique 1970-71; António Carreiro e Silva, Fuzileiros, Angola 1967-69 / Angola 1972-74 / Guiné 1974; Francisco Guerreiro Soares, Fuzileiros, Angola 1964-66 / Guiné 1969-71 / Guiné 1972-74; Carlos Alberto Acabado, Força Aérea, Angola 1963-65 / Angola 1965-70 / Angola 1971-75; Norberto Cardoso, Exército, Angola 1974-75 e Manuela Maria, Atriz, Angola e Moçambique 1962, Guiné 1967.
Um abraço camaradas,
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
___________
Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
29 DE MARÇO DE 2015 > Guiné 63/74 - P14415: Agenda cultural (389): Em Aveiro, no passado dia 26 de Março: Apresentação do livro "Nós, Enfermeiras Paraquedistas” (Miguel Pessoa)
Guiné 63/74 - P14441: (Ex)citações (270): Não confundir a CART 6250/72 (Mampatá, 1972/74) com a CART 6250/73, comandada pelo cap art António Ferreira da Silva (Cumeré, Caboxanque e Ilondé, maio/out 1974) (Luís Eiras / Rui Pedro Silva / Carlos Coutinho)
1. Mensagem do Luís Leiras (ex-alf mil art, CART 6250/73, Cumeré, Caboxanque e Ilondé, mai/ou 1974) (*):
Caros camaradas,
Estive na Guiné e regressei, fez no passado 16 de outubro 40 anos, apesar disso, todos os factos desse tempo estão perfeitamente vivos na minha memória.
O que referi, está perfeitamente correto, todas as considerações tecidas á volta do tema CART 6250/73 são alheias à minha comunicação.
O crachá da CART 6250 a que pertenci pode ser visualizado em http://carloscoutinho.terraweb.biz/Guine_Paginas/CTIG_Artilharia_Companhias.htm que, como podem ver, é diferente daquele que alguém juntou à minha informação e que pertence a outra Companhia, a 6250/72.
A [CART] 6250/73 era comandada pelo Capitão Ferreira da Silva, tinha como Alferes o Saraiva, o Coentre, eu próprio, os três da Arma de Artilharia e o Alferes Pinho, dos Comandos.
Com esta informação espero poder acalmar o "ruído" á volta deste tema e esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto.
Cumprimentos
Luís Eiras
2. Comentário de Rui Pedro Silva (*)
2.1. Camaradas
Caros camaradas,
Estive na Guiné e regressei, fez no passado 16 de outubro 40 anos, apesar disso, todos os factos desse tempo estão perfeitamente vivos na minha memória.
O que referi, está perfeitamente correto, todas as considerações tecidas á volta do tema CART 6250/73 são alheias à minha comunicação.
O crachá da CART 6250 a que pertenci pode ser visualizado em http://carloscoutinho.terraweb.biz/Guine_Paginas/CTIG_Artilharia_Companhias.htm que, como podem ver, é diferente daquele que alguém juntou à minha informação e que pertence a outra Companhia, a 6250/72.
A [CART] 6250/73 era comandada pelo Capitão Ferreira da Silva, tinha como Alferes o Saraiva, o Coentre, eu próprio, os três da Arma de Artilharia e o Alferes Pinho, dos Comandos.
Com esta informação espero poder acalmar o "ruído" á volta deste tema e esclarecer algumas dúvidas sobre o assunto.
Cumprimentos
Luís Eiras
2. Comentário de Rui Pedro Silva (*)
2.1. Camaradas
Confirmo que a Cart 6250/73, comandada pelo cap art António Ferreira da Silva , substituiu, em Caboxanque, em Maio de 1974, a CCav 8352, que eu comandava. A sobreposição teve uma curta duração. Um mês depois do 25 de Abril fomos supreendidos com a nossa rendição e a colocação no Combis, num processo muito rápido e relativamente ao qual o pessoal da Cart manifestava algum descontentamento e incompreensão. Para não tornar o comentário muito extenso reservo para um futuro poste o relato desta rendição
Um abraço, Rui Pedro Silva
2.2. Camaradas
Chamo a vossa atenção e muito especialmente ao Luis Eiras para este post datado de 10/09/2009 do operador cripto Mascarenhas. Transcrevo o poste:
CART 6250/73 - GUINÉ
Em serviço na Guiné de Absril a Outubro de 1974, com passagem pelo Cumeré, Caboxanque e Ilondé, o objectivo é de reunir os camaradas da companhia para organizar convívio de confraternização.
Contactar o Operador Cripto Mascarenhas - 96 552 46 27
Um abraço
Rui Pedro Silva
3. Comentários de Carlos Coutinho (*)
3.1. Caros camaradas.
Talvez seja do vosso conhecimento, mas tenho um enorme espólio de Guiões e Distintivos do Ultramar. Não estive na Guiné, mas em Angola, mas isso não obsta que não siga o vosso Blog, quase diariamente. Há a CART 6250 de 72 e a CART 6250 de 73, cujos distintivos são totalmente diferentes. (Há mais unidades com o mesmo Némero, só mudando a data de incorporação ).
Creio que o mal entendido reside aqui. Digam-me como enviar as imagens das 2 Companhias. O distintivo mostrado é da CART6250/72, é em metal pintado, o da CART 6250/73, é mais ou menos oval, tem a legenda GUINÉ no topo, em baixo CART6250 e no meio a granada da Artilharia, é em aluminio.
Atenciosamente, Carlos Coutinho
3.2. Dou como exemplo de Unidades que após deixaram de ter numeração sequencial, na Guiné:
Bart 6520/72 e 6520/73
Bart 6521/72 e 65221/74
Cart 6251/72 e CART 6251/73.
Há mais uma Unidadee de Caçadores e outra de Cavalaria, há em Angola e também em Moçambique. Isto deve-se que a partir de, mais ou menos de 1970, a numeração das unidades deixou de ser sequencial, e passou a ter o ano de incorporação adstrito para se diferenciarem. Já havia unidades com o numero 9900 e tal. Se falarem com o camarada Marcelino ele poderá esclarecer estas questões pois também esta a par das listas de Unidades do Ultramar.
4. Comentário do editor L.G.:
Camarada Luís Eiras, obrigado pelos teus esclarecimentos... Estive fora de Lisboa, nas miniférias da Páscoa, e acabei, por sem querer, alimentar a confusão à volta da CART 6250/73... Devia ter pesquisado melhor o assunto, mas não tinha tempo nem acesso à Net. Aqui fica o teu esclarecimento e o meu pedido de desculpas Agradeço igualmente o contributo de outros camaradas como o Rui Pedro Silva e o Carlos Coutinho (*).
Entretanto, diz-nos se sempre pensas vir ao nosso X Encontro Nacional, em Monte Real, no próximo dia 18. O prazo para as inscrições termina na sexta-feira, dia 10. Vai lá estar malta que passou por Caboxanque como o ex-cap mil Rui Pedro Silva, da companhia que vocês foram render, a CCAV 8352.
Um abraço. Luis
___________
Notas do editor:
Um abraço, Rui Pedro Silva
2.2. Camaradas
Chamo a vossa atenção e muito especialmente ao Luis Eiras para este post datado de 10/09/2009 do operador cripto Mascarenhas. Transcrevo o poste:
CART 6250/73 - GUINÉ
Em serviço na Guiné de Absril a Outubro de 1974, com passagem pelo Cumeré, Caboxanque e Ilondé, o objectivo é de reunir os camaradas da companhia para organizar convívio de confraternização.
Contactar o Operador Cripto Mascarenhas - 96 552 46 27
Um abraço
Rui Pedro Silva
3. Comentários de Carlos Coutinho (*)
3.1. Caros camaradas.
Talvez seja do vosso conhecimento, mas tenho um enorme espólio de Guiões e Distintivos do Ultramar. Não estive na Guiné, mas em Angola, mas isso não obsta que não siga o vosso Blog, quase diariamente. Há a CART 6250 de 72 e a CART 6250 de 73, cujos distintivos são totalmente diferentes. (Há mais unidades com o mesmo Némero, só mudando a data de incorporação ).
Creio que o mal entendido reside aqui. Digam-me como enviar as imagens das 2 Companhias. O distintivo mostrado é da CART6250/72, é em metal pintado, o da CART 6250/73, é mais ou menos oval, tem a legenda GUINÉ no topo, em baixo CART6250 e no meio a granada da Artilharia, é em aluminio.
Atenciosamente, Carlos Coutinho
3.2. Dou como exemplo de Unidades que após deixaram de ter numeração sequencial, na Guiné:
Bart 6520/72 e 6520/73
Bart 6521/72 e 65221/74
Cart 6251/72 e CART 6251/73.
Há mais uma Unidadee de Caçadores e outra de Cavalaria, há em Angola e também em Moçambique. Isto deve-se que a partir de, mais ou menos de 1970, a numeração das unidades deixou de ser sequencial, e passou a ter o ano de incorporação adstrito para se diferenciarem. Já havia unidades com o numero 9900 e tal. Se falarem com o camarada Marcelino ele poderá esclarecer estas questões pois também esta a par das listas de Unidades do Ultramar.
4. Comentário do editor L.G.:
Camarada Luís Eiras, obrigado pelos teus esclarecimentos... Estive fora de Lisboa, nas miniférias da Páscoa, e acabei, por sem querer, alimentar a confusão à volta da CART 6250/73... Devia ter pesquisado melhor o assunto, mas não tinha tempo nem acesso à Net. Aqui fica o teu esclarecimento e o meu pedido de desculpas Agradeço igualmente o contributo de outros camaradas como o Rui Pedro Silva e o Carlos Coutinho (*).
Entretanto, diz-nos se sempre pensas vir ao nosso X Encontro Nacional, em Monte Real, no próximo dia 18. O prazo para as inscrições termina na sexta-feira, dia 10. Vai lá estar malta que passou por Caboxanque como o ex-cap mil Rui Pedro Silva, da companhia que vocês foram render, a CCAV 8352.
Um abraço. Luis
___________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 5 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14436: O nosso livro de visitas (182): Luis Eiras, ex-alf mil, que esteve no CTIG, de abril a outubro de 1974, que passou por Caboxanque, que esteve em Vendas Novas com o Joaquim Sabido e que quer ir ao 10º Encontro Nacional da Tabanca Grande, no próximo dia 18, em Monte Real
(**) Último poste da série > 29 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14416: (Ex)citações (269): O poeta Herberto Helder (1930-2015) que eu "conheci"... (António Graça de Abreu)
(**) Último poste da série > 29 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14416: (Ex)citações (269): O poeta Herberto Helder (1930-2015) que eu "conheci"... (António Graça de Abreu)
Guiné 63/74 - P14440: Memória dos lugares (288): Betelhe, Ilha Caravela, região Bolama-Bijagós (Patrício Ribeiro)
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 >
Bajuda
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Tabanca
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Bijagó, de pé
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Mulher grande
Guiné-Bissau > Arquipélago Bolama-Bijagós > Ilha Caravela > Betelhe > Fevereiro de 2015 > Bijagó sentado
Amigos,
Envio algumas das fotos que tirei em Fevereiro na Ilha da Caravela, na tabanca de Betelhe, durante os meus trabalhos.
Como poderão verificar, nada mudou, a cultura Bijagó mantém-se...
Façam os vossos comentários.
Abraço
Patricio Ribeiro
IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau
Tel / Fax 00 245 3214385, 6623168, 7202645, Guiné Bissau
Tel / Fax 00 351 218966014, Lisboa
[Foto à esquerda: Patrício Ribeiro, português, natural de Águeda, criado e casado em Angola, com família no Huambo, ex-fuzileiro em Angola durante a guerra colonial,
a viver na Guiné-Bssau desde 1984, fundador,
sócio-gerentee director técnico da firma
Impar, Lda.]
Nota do editior:
Último poset da série > 26 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14409: Memória dos lugares (286): A entrega do Cumeré ao PAIGC
Guiné 63/74 - P14439: Parabéns a você (886): António Rocha e Costa (Lelo), ex-Alf Mil Op Esp da CCAV 2539 (Guiné, 1969/1971); Fernando Manuel Belo, ex-Soldado CAR do BCAV 8323 (Guiné, 1973/74) e Mário de Azevedo, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 6 (Guiné, 1970/72)
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Nota do editor
Último poste da série de 6 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14437: Parabéns a você (885): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1971/73)
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14438: Notas de leitura (700): “Operação Gata Brava": A BD original de António Vassalo Miranda (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 9 de Junho de 2014:
Queridos amigos,
Este criador de BD não é um nome estranho no blogue, já foi mencionado a propósito de outro trabalho “Operação Mar Verde”.
Tem um traço esplêndido, a ilustração é acompanhada de um texto sugestivo, trama dinâmica que assegura uma leitura absorvente. Bom seria que os nossos confrades abrissem os cordões à bolsa e mostrassem o que têm de BD e as guerras em África.
Foi graças à gentileza da Associação dos Comandos que tive acesso a esta preciosidade. A BD precisa de ser acarinhada. Tem reais potencialidades para chegar a um outro público que não o dos devoradores de livros.
Um abraço do
Mário
Operação Gata Brava: A BD original de António Vassalo Miranda
Beja Santos
A BD na guerra colonial tem dado provas de boa saúde, artistas meritórios revelam sucesso mas carecem de chegar ao grande público. Entre os nomes mais destacados desta expressão artística temos António Vassalo Miranda, de quem já fizemos referência. Para o conhecer melhor, o Google faz dele uma cabal apresentação e das suas obras mais representativas.
Falemos hoje do seu álbum "Operação Gata Brava", prova inegável do seu indiscutível talento. A BD ilumina os factos fundamentais que levaram Alpoim Calvão novamente ao Sul da Guiné onde destruiu um barco que tinha sido capturado pelo PAIGC no início da guerra, uma operação de grande arrojo e heroísmo.
Em 5 de março de 1970, os serviços de Radiotelegrafia em Bissau apanharam uma mensagem de Quitáfine para Boké, ficava-se a saber que o navio ia em breve recolher o agente Marcel a Kadigne. Calvão já afundara o “Patrice Lumumba” e aprisionara alguns dos seus elementos. Virá a descobrir-se que o barco que recolherá o agente Marcel era o “Bandim”, capturado pelo PAIGC em maio de 1963 na região de Cacine. Calvão é transportado pelo patrulha “Lira”, vai em direção à foz do rio Cacine. São arreados dois zebros, os botes com oito homens mergulham na noite, aproximam-se do canal e pelas 5h30 da manhã os botes anicham-se no tarrafo onde ficam emboscados. Já fora assim na Operação Nebulosa, em que se afundara o navio-motor Patrice Lumumba. Ali ficam, enquanto a Força Aérea informa que Bandim já partira de Kadigne.
Para movimentar a história, o autor, durante a longa espera, põe os militares a conversar sobre proezas anteriores e figuras de porte excecional. São lembrados os Furriéis Miranda e Artur Pires, o Cabo Marcelino da Mata e o Alferes Leonel Saraiva e os episódios vividos na Ilha do Como. Miranda dera provas de ser destemido e dotado de um impressionante sangue frio, como também se comprovou na “passagem do inferno”, que era uma passagem que ligava Cavane, na Ilha do Como, à floresta através de um arrozal. Miranda, aproveitando os intensos bombardeamentos da Força Aérea lança um ataque sobre as linhas inimigas, não desfaleceram mesmo quando um T6 foi atingido.
Entretanto, passam dois guerrilheiros numa canoa, os emboscados deixaram-nos seguir. O Tenente Barbieri insiste com Galvão para que conte mais façanhas da Operação Tridente que ele vai descrever e BD ilustra. A “Tridente” fora a maior escola de guerrilha que houvera até então. Para Calvão, não se soubera tirar partido dos resultados. Tudo começara depois do PAIGC ter anunciado que havia a República Independente do Como. O comandante Paulo Costa Santos propusera a Tridente, e assim tivera origem a operação mais longa, mais dura e a que mais efetivos envolveu e que fora para o narrador a melhor escola prática que nos graduara na arte da guerra. Calvão descreve o desembarque dos fuzileiros em Caiar de colaboração com a CCAÇ 557 e com os Comandos. O PAIGC tentou desalojá-los, em vão. A artilharia, formada por dois canhões 8,8, sediada na base da praia de Caiar, foi batendo com uma precisão admirável as zonas pré-estabelecidas; e a força aérea deu constantemente o seu apoio. Fuzileiros, Paraquedistas e Comandos e Exército, foram devassando o reduto defensivo do PAIGC. Calvão continua a sua narrativa relatando casos de heroísmo e desprezo pela morte, e de novo refere o Sargento Miranda, os 1ºs Cabos Marcelino da Mata e Jamanca que tinham ido ao socorro do Sargento Perry. No final da operação, o PIAGC retirou para o continente. O Tenente-Coronel Fernando Cavaleiro passeou-se no interior da ilha acompanhado de meia dúzia de homens. Deixou-se uma pequena guarnição em Cachil Pequeno. É nisto que alguém visa que se está a ouvir um barco, de facto era o navio-motor Bandim a aproximar-se. Inicia-se a caçada, um dos zebros, onde vai Barbieri, ataca por estibordo, Calvão e os seus homens por bombordo.
A BD torna-se um documentário poderoso, avassalador, o Bandim cercado, as tropas da Guiné Conacri a ripostar da margem esquerda, sem qualquer efeito. Uma granada de bazuca entra pelo albói da popa e vai explodir no interior da embarcação, o barco perde velocidade, e depois encalha. Trava-se a última batalha, assalta-se o Bandim, todos estão mortos. É impossível tirar dali o Bandim, ele vai ser destruído com petardos de trotil. Assim terminara a operação Gata Brava, os botes afastam-se e noite alta os fuzileiros são recolhidos pelo navio-patrulha Lira. A BD termina com António Spínola a felicitar Alpoim Calvão.
Este é, em síntese, o conteúdo de uma BD muito expressiva produzida por alguém que tem um traço magnífico.
____________
Nota do editor
Último poste da série de 4 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14432: Notas de leitura (699): “Elefante Dundum – Missão, testemunho e reconhecimento”, por João Luíz Mendes Paulo, edição de autor, 2006 (2) (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
Este criador de BD não é um nome estranho no blogue, já foi mencionado a propósito de outro trabalho “Operação Mar Verde”.
Tem um traço esplêndido, a ilustração é acompanhada de um texto sugestivo, trama dinâmica que assegura uma leitura absorvente. Bom seria que os nossos confrades abrissem os cordões à bolsa e mostrassem o que têm de BD e as guerras em África.
Foi graças à gentileza da Associação dos Comandos que tive acesso a esta preciosidade. A BD precisa de ser acarinhada. Tem reais potencialidades para chegar a um outro público que não o dos devoradores de livros.
Um abraço do
Mário
Operação Gata Brava: A BD original de António Vassalo Miranda
Beja Santos
A BD na guerra colonial tem dado provas de boa saúde, artistas meritórios revelam sucesso mas carecem de chegar ao grande público. Entre os nomes mais destacados desta expressão artística temos António Vassalo Miranda, de quem já fizemos referência. Para o conhecer melhor, o Google faz dele uma cabal apresentação e das suas obras mais representativas.
Falemos hoje do seu álbum "Operação Gata Brava", prova inegável do seu indiscutível talento. A BD ilumina os factos fundamentais que levaram Alpoim Calvão novamente ao Sul da Guiné onde destruiu um barco que tinha sido capturado pelo PAIGC no início da guerra, uma operação de grande arrojo e heroísmo.
Em 5 de março de 1970, os serviços de Radiotelegrafia em Bissau apanharam uma mensagem de Quitáfine para Boké, ficava-se a saber que o navio ia em breve recolher o agente Marcel a Kadigne. Calvão já afundara o “Patrice Lumumba” e aprisionara alguns dos seus elementos. Virá a descobrir-se que o barco que recolherá o agente Marcel era o “Bandim”, capturado pelo PAIGC em maio de 1963 na região de Cacine. Calvão é transportado pelo patrulha “Lira”, vai em direção à foz do rio Cacine. São arreados dois zebros, os botes com oito homens mergulham na noite, aproximam-se do canal e pelas 5h30 da manhã os botes anicham-se no tarrafo onde ficam emboscados. Já fora assim na Operação Nebulosa, em que se afundara o navio-motor Patrice Lumumba. Ali ficam, enquanto a Força Aérea informa que Bandim já partira de Kadigne.
Para movimentar a história, o autor, durante a longa espera, põe os militares a conversar sobre proezas anteriores e figuras de porte excecional. São lembrados os Furriéis Miranda e Artur Pires, o Cabo Marcelino da Mata e o Alferes Leonel Saraiva e os episódios vividos na Ilha do Como. Miranda dera provas de ser destemido e dotado de um impressionante sangue frio, como também se comprovou na “passagem do inferno”, que era uma passagem que ligava Cavane, na Ilha do Como, à floresta através de um arrozal. Miranda, aproveitando os intensos bombardeamentos da Força Aérea lança um ataque sobre as linhas inimigas, não desfaleceram mesmo quando um T6 foi atingido.
Entretanto, passam dois guerrilheiros numa canoa, os emboscados deixaram-nos seguir. O Tenente Barbieri insiste com Galvão para que conte mais façanhas da Operação Tridente que ele vai descrever e BD ilustra. A “Tridente” fora a maior escola de guerrilha que houvera até então. Para Calvão, não se soubera tirar partido dos resultados. Tudo começara depois do PAIGC ter anunciado que havia a República Independente do Como. O comandante Paulo Costa Santos propusera a Tridente, e assim tivera origem a operação mais longa, mais dura e a que mais efetivos envolveu e que fora para o narrador a melhor escola prática que nos graduara na arte da guerra. Calvão descreve o desembarque dos fuzileiros em Caiar de colaboração com a CCAÇ 557 e com os Comandos. O PAIGC tentou desalojá-los, em vão. A artilharia, formada por dois canhões 8,8, sediada na base da praia de Caiar, foi batendo com uma precisão admirável as zonas pré-estabelecidas; e a força aérea deu constantemente o seu apoio. Fuzileiros, Paraquedistas e Comandos e Exército, foram devassando o reduto defensivo do PAIGC. Calvão continua a sua narrativa relatando casos de heroísmo e desprezo pela morte, e de novo refere o Sargento Miranda, os 1ºs Cabos Marcelino da Mata e Jamanca que tinham ido ao socorro do Sargento Perry. No final da operação, o PIAGC retirou para o continente. O Tenente-Coronel Fernando Cavaleiro passeou-se no interior da ilha acompanhado de meia dúzia de homens. Deixou-se uma pequena guarnição em Cachil Pequeno. É nisto que alguém visa que se está a ouvir um barco, de facto era o navio-motor Bandim a aproximar-se. Inicia-se a caçada, um dos zebros, onde vai Barbieri, ataca por estibordo, Calvão e os seus homens por bombordo.
A BD torna-se um documentário poderoso, avassalador, o Bandim cercado, as tropas da Guiné Conacri a ripostar da margem esquerda, sem qualquer efeito. Uma granada de bazuca entra pelo albói da popa e vai explodir no interior da embarcação, o barco perde velocidade, e depois encalha. Trava-se a última batalha, assalta-se o Bandim, todos estão mortos. É impossível tirar dali o Bandim, ele vai ser destruído com petardos de trotil. Assim terminara a operação Gata Brava, os botes afastam-se e noite alta os fuzileiros são recolhidos pelo navio-patrulha Lira. A BD termina com António Spínola a felicitar Alpoim Calvão.
Este é, em síntese, o conteúdo de uma BD muito expressiva produzida por alguém que tem um traço magnífico.
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Nota do editor
Último poste da série de 4 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14432: Notas de leitura (699): “Elefante Dundum – Missão, testemunho e reconhecimento”, por João Luíz Mendes Paulo, edição de autor, 2006 (2) (Mário Beja Santos)
Guiné 63/74 - P14437: Parabéns a você (885): Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52 (Guiné, 1971/73)
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Nota do editor
Último poste da série de 4 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14433: Parabéns a você (884): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74); António Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2406 (Guiné, 1968/70); Hernâni Acácio Figueiredo, ex-Alf Mil Inf do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70) e José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 675 (Guiné, 1964/66)
Nota do editor
Último poste da série de 4 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14433: Parabéns a você (884): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74); António Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2406 (Guiné, 1968/70); Hernâni Acácio Figueiredo, ex-Alf Mil Inf do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70) e José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 675 (Guiné, 1964/66)
domingo, 5 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14436: O nosso livro de visitas (183): Luis Eiras, ex-alf mil, que esteve no CTIG, de abril a outubro de 1974, que passou por Caboxanque, que esteve em Vendas Novas com o Joaquim Sabido e que quer ir ao 10º Encontro Nacional da Tabanca Grande, no próximo dia 18, em Monte Reall
Luís Duarte <ldce52@gmail.com>
Caros camaradas,
O meu nome é Luís Eiras e tal como vós estive destacado na Guiné tendo servido como Alferes Miliciano na CART 6250 (Companhia que saiu de Lisboa em 9 de Abril de 74 e regressou a Lisboa em 16 de Outubro do mesmo ano), tendo estado em várias localidades na Guiné mas cujo período de maior permanência foi em Caboxanque (Maio a Agosto).
Desde que regressei nunca mais voltei a encontrar nenhum dos camaradas que comigo lá esteve.
Tenho acompanhado o vosso blogue desde há algum tempo, na esperança de encontrar alguém conhecido, mas parece não haver rasto de ninguém.
Tenho visto algumas caras conhecidas, nomeadamente o Sabido, colega de infancia e de C.O.M. em Vendas Novas, mas quanto ao pessoal da CART 6250, ninguém.
Este meu contacto convosco tem dois objectivos, o primeiro, para de vos solicitar ajuda nesta minha procura e o segundo, para vos perguntar se posso participar no almoço convívio agendado para o dia 18 do corrente, que já percebi não ser exclusivo de uma unidade militar específica, mas aberto a todos os que serviram na na Guiné de 1963 a 74.
Cumprimentos, Luís Eiras
2. Resposta do editor L.G.:
Data: 5 de abril de 2015 às 17:07
Assunto: Comissão de serviço na Guiné
Obrigado pelo contacto, camarada. Estou fora de Lisboa, pelo que a resposta às tuas perguntas tem de ser muito rápida:
(i) se a tua companhia for a CART 6250 (1972/74), então temos diversos camaradas que escrevem no blogue e fazem parte nossa Tabanca Grande, a começar pelo cap mil Luís Marcelino; há mais malta desse tempo que passou pela região de Tombali, e que podes ter conhecido, como é o caso do António Murta ou o Vasco da Gama;
(ii) há mais de meia centena de referências, no nosso blogue, aos "Unidos de Mampatá"; clica aqui;
Último poste da série > 8 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14129: O nosso livro de visitas (181): Parabéns, comandante Pombo, ex-piloto dos TAGP e dos TAGB (Maria João Pombo Rodrigues)
(i) se a tua companhia for a CART 6250 (1972/74), então temos diversos camaradas que escrevem no blogue e fazem parte nossa Tabanca Grande, a começar pelo cap mil Luís Marcelino; há mais malta desse tempo que passou pela região de Tombali, e que podes ter conhecido, como é o caso do António Murta ou o Vasco da Gama;
(ii) há mais de meia centena de referências, no nosso blogue, aos "Unidos de Mampatá"; clica aqui;
(iii) mas parece-me haver um erro, involuntário, da tua parte, na identificação da tua companhia, que esteve em Caboxanque e não em Mampatá e que terá ido para o CTIG já em abril de 1974, com regresso em outubro desse ano; infelizmente, não tenho tempo, hoje, para poder averiguar esses detalhes;
(iv) há uma unidade, a CCAV 8352, que esteve em Caboxanque, mas que é de 1972/74, tendo tido como comandante o cap mil Rui Pedro Silva, também ele membro da nossa Tabanca Grande; enfim, terás que confirmar na tua caderneta militar o nº da tua companhia (ou batalhão); não me parece que possa ser a CART 6250, que é de 1972/74, e que esteve em Mampatá;
(v) quanto ao resto, teremos todo o gosto em receber-te e conhecer-te em Monte Real, no nosso X Encontro Nacional da Tabanca Grande, no próximo dia 18 de abril; põe-te em contacto com o Carlos Vinhal, nosso coeditor, que é o ohefe de operações; para tua informação, já devemos ter cerca de 160 inscrições, de todos os lado do país, e que é aberto a todos os camaradas que passaram pelo CTIG (1961/74);
(vi) vou pôr-te em contacto com o Joaquim Sabido e com os camaradas da CART 6250, ou com outros que andaram pela reegião de Tombali, mesmo não tratando-se da CART 6250 (Mampatá, 1972/74);
(vii) convido-te para integrar a Tabanca Grande; só precisas de fazer uma pequena apresentação da tua pessoa e mandar as duas fotos da praxe: uma antiga, da Guiné e outra atual; serás o grã-tabanqueiro n.º 678.
Tens aqui o meu contacto de telemóvel [...].
Um abraço do camarada Luís Graça
(v) quanto ao resto, teremos todo o gosto em receber-te e conhecer-te em Monte Real, no nosso X Encontro Nacional da Tabanca Grande, no próximo dia 18 de abril; põe-te em contacto com o Carlos Vinhal, nosso coeditor, que é o ohefe de operações; para tua informação, já devemos ter cerca de 160 inscrições, de todos os lado do país, e que é aberto a todos os camaradas que passaram pelo CTIG (1961/74);
(vi) vou pôr-te em contacto com o Joaquim Sabido e com os camaradas da CART 6250, ou com outros que andaram pela reegião de Tombali, mesmo não tratando-se da CART 6250 (Mampatá, 1972/74);
(vii) convido-te para integrar a Tabanca Grande; só precisas de fazer uma pequena apresentação da tua pessoa e mandar as duas fotos da praxe: uma antiga, da Guiné e outra atual; serás o grã-tabanqueiro n.º 678.
Tens aqui o meu contacto de telemóvel [...].
Um abraço do camarada Luís Graça
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Nota do editor:
Último poste da série > 8 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14129: O nosso livro de visitas (181): Parabéns, comandante Pombo, ex-piloto dos TAGP e dos TAGB (Maria João Pombo Rodrigues)
Guiné 63/74 - P14435: Libertando-me (Tony Borié) (11): Tabanca de Luanda, Mansoa, o nosso terreiro
Décimo primeiro episódio da série "Libertando-me" do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66.
Andávamos por ali, cigarro entre os dedos, a “tabanca de Luanda”, que era ao norte do aquartelamento, pelo menos era assim que lhe chamávamos no nosso tempo, era a nossa “baixa da vila”, a nossa “zona dos cafés”, o “nosso terreiro do adro”, ou seja a nossa zona preferida para passear, mostrar a “roupa lavada”, dar “dois dedos” de conversa, ao “homem grande” ou a uma das suas filhas, comprar “um peso de mancarra”, um “cigarro feito à mão” ou provar a aguardente de palma.
Aquele cheiro já tinha magia, a terra vermelha, o pó, as casas cobertas de colmo, debaixo de enormes árvores de mango, aquela folhagem muito mal tratada em volta, o cão faminto, cheio de insectos, coçando-se nas nossas pernas quando parávamos, procurando algum carinho, aquele “puto”, com o ranho no nariz, vindo junto de nós, metendo logo a mão no nosso bolso, procurando os rebuçados que comprávamos no loja do Libanês, a nossa “namoradinha”, (às vezes, só no pensamento), que também esperava, entre outras coisas pela comida do aquartelamento, enfim, lembranças de um passado da vila de Mansoa, do “nosso aquartelamento”, de uma zona de guerra, que tal como em tudo na nossa vida, também tinha o outro lado, o menos mau.
Naquele tempo, pelo menos por Mansoa, falando nos aspectos da vida militar, nós éramos muito mal alimentados, para o final da comissão já não se suportava o cheiro do arroz e peixe da bolanha, (por isso ainda hoje gostamos de amendoins), ou batatas com atum de conserva, éramos muito mal equipados, muito mal apreciados, não havia o mínimo de facilidades para se ter uma higiene primária, não falando no miserável vencimento, éramos, como muitos dos nossos companheiros dizem, “carne para canhão”, em muitos momentos, o nosso moral estava em declínio, o respeito ia diminuindo para com alguns dos nossos superiores, um sentimento crescente de incertezas ia entrando nos nossos pensamentos, qualquer coisa andava por ali, à deriva, sem qualquer rumo, havia mesmo um sentimento revoltoso com uma forte tendência para se “fazer asneiras”, coisas sem qualquer senso comum, mas tudo isto tinha um nome, o tal nome que nos vai acompanhando, pois fomos e continuamos a ser, combatentes de uma maldita guerra de guerrilha, traiçoeira, que podia fazer mortes em qualquer momento, bastava andar por ali.
Ficámos marcados, um ferro em brasa, sem qualquer tipo de contemplações, deixou a sua marca no nosso corpo, a nossa alma foi baleada, perfurada, depois do que vimos, ouvimos e cheirámos, os nossos sentimentos mais profundos, os princípios de moral que nos foram ensinados em casa e na nossa aldeia, foram violados. Tudo isto, já passado e, agora, sem que nada possamos fazer, continua a acompanhar-nos, pelo menos enquanto por cá andarmos, quer queiramos ou não, vamos transmitindo à nova geração, que por mais que qualquer de nós queira disfarçar, nunca irá conseguir, essa é a verdade.
Tony Borie, Abril de 2015
____________
Nota do editor
Último poste da série de 29 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14414: Libertando-me (Tony Borié) (10): ...E mais os outros todos
Andávamos por ali, cigarro entre os dedos, a “tabanca de Luanda”, que era ao norte do aquartelamento, pelo menos era assim que lhe chamávamos no nosso tempo, era a nossa “baixa da vila”, a nossa “zona dos cafés”, o “nosso terreiro do adro”, ou seja a nossa zona preferida para passear, mostrar a “roupa lavada”, dar “dois dedos” de conversa, ao “homem grande” ou a uma das suas filhas, comprar “um peso de mancarra”, um “cigarro feito à mão” ou provar a aguardente de palma.
Aquele cheiro já tinha magia, a terra vermelha, o pó, as casas cobertas de colmo, debaixo de enormes árvores de mango, aquela folhagem muito mal tratada em volta, o cão faminto, cheio de insectos, coçando-se nas nossas pernas quando parávamos, procurando algum carinho, aquele “puto”, com o ranho no nariz, vindo junto de nós, metendo logo a mão no nosso bolso, procurando os rebuçados que comprávamos no loja do Libanês, a nossa “namoradinha”, (às vezes, só no pensamento), que também esperava, entre outras coisas pela comida do aquartelamento, enfim, lembranças de um passado da vila de Mansoa, do “nosso aquartelamento”, de uma zona de guerra, que tal como em tudo na nossa vida, também tinha o outro lado, o menos mau.
Naquele tempo, pelo menos por Mansoa, falando nos aspectos da vida militar, nós éramos muito mal alimentados, para o final da comissão já não se suportava o cheiro do arroz e peixe da bolanha, (por isso ainda hoje gostamos de amendoins), ou batatas com atum de conserva, éramos muito mal equipados, muito mal apreciados, não havia o mínimo de facilidades para se ter uma higiene primária, não falando no miserável vencimento, éramos, como muitos dos nossos companheiros dizem, “carne para canhão”, em muitos momentos, o nosso moral estava em declínio, o respeito ia diminuindo para com alguns dos nossos superiores, um sentimento crescente de incertezas ia entrando nos nossos pensamentos, qualquer coisa andava por ali, à deriva, sem qualquer rumo, havia mesmo um sentimento revoltoso com uma forte tendência para se “fazer asneiras”, coisas sem qualquer senso comum, mas tudo isto tinha um nome, o tal nome que nos vai acompanhando, pois fomos e continuamos a ser, combatentes de uma maldita guerra de guerrilha, traiçoeira, que podia fazer mortes em qualquer momento, bastava andar por ali.
Ficámos marcados, um ferro em brasa, sem qualquer tipo de contemplações, deixou a sua marca no nosso corpo, a nossa alma foi baleada, perfurada, depois do que vimos, ouvimos e cheirámos, os nossos sentimentos mais profundos, os princípios de moral que nos foram ensinados em casa e na nossa aldeia, foram violados. Tudo isto, já passado e, agora, sem que nada possamos fazer, continua a acompanhar-nos, pelo menos enquanto por cá andarmos, quer queiramos ou não, vamos transmitindo à nova geração, que por mais que qualquer de nós queira disfarçar, nunca irá conseguir, essa é a verdade.
Tony Borie, Abril de 2015
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Nota do editor
Último poste da série de 29 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14414: Libertando-me (Tony Borié) (10): ...E mais os outros todos
Guiné 63/74 - P14434: Manuscrito(s) (Luís Graça) (52): A sagração da primavera, em louvor do sável
O mundo visto da Tabanca de Candoz...
Foto: © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados
Sagração
da primavera
por Luís Graça
Come-se o sável da tradição
que transborda as margens dos rios da nossa memória,
na semana santa em que o pecado era a carne
ou a tentação da carne ou a falta dela.
Frita-se o sável no azeite dos pobres,
supremo luxo, na sexta feira santa
em que Cristo morreu por todos nós,
os inocentes, os pecadores
e todos os que nunca tomam partido
entre a veemência do mal e a urgência do bem.
E quem não tem sável, come savelha,
que de sáveis por São Marcos enchiam-se os barcos.
E quem não tem sável, come savelha,
que de sáveis por São Marcos enchiam-se os barcos.
Vem o sável apanhado nas redes
das pesqueiras do Douro quando o sável e a lampreia
chegavam a Porto Antigo e daqui à tua aldeia,
e os barcos rabelos eram endiabrados brinquedos
que caíam no buraco negro dos cachões,
carregados do vinho fino
que não matava a fome á pobreza.
Boa era a truta, bom o salmão,
e melhor o sável quando sazão,
diziam o fidalgo e o abade
que eram mais carneiros do que peixeiros.
e os barcos rabelos eram endiabrados brinquedos
que caíam no buraco negro dos cachões,
carregados do vinho fino
que não matava a fome á pobreza.
Boa era a truta, bom o salmão,
e melhor o sável quando sazão,
diziam o fidalgo e o abade
que eram mais carneiros do que peixeiros.
E quem tem bula, que coma carne!
Comia-se o sável um vez por ano,
na cozinha gourmet dos camponeses
de entre Douro e Minho.
Aleluia, aleluia, Cristo ressuscitou!,
traz a boa nova o compasso
que bate a todas as portas dos cristãos.
E estalam foguetes no ar,
e rebentam em flor as cerejeiras
(aqui chamam-se cerdeiras),
e as videiras dão gamões,
e o verde é mais verde
sob o azul do céu das serras
que estrangulam os vales e os lameiros
Comia-se o sável um vez por ano,
na cozinha gourmet dos camponeses
de entre Douro e Minho.
Aleluia, aleluia, Cristo ressuscitou!,
traz a boa nova o compasso
que bate a todas as portas dos cristãos.
E estalam foguetes no ar,
e rebentam em flor as cerejeiras
(aqui chamam-se cerdeiras),
e as videiras dão gamões,
e o verde é mais verde
sob o azul do céu das serras
que estrangulam os vales e os lameiros
e o rio Douro quando era selvagem e livre.
É a primavera que chega,
e há de ser o solstício do verão,
É a primavera que chega,
e há de ser o solstício do verão,
regulando a vida circadiana dos adoradores do sol
e dos comedores de sável.
É vida que triunfa sobre a morte.
é a Páscoa aqui no Norte,
é a festa da brava gente
que sempre teve engenho e arte,
quer na paz quer na guerra.
e dos comedores de sável.
É vida que triunfa sobre a morte.
é a Páscoa aqui no Norte,
é a festa da brava gente
que sempre teve engenho e arte,
quer na paz quer na guerra.
Pois que seja boa e santa e feliz a Páscoa,
para todos,
em toda a terra,
por toda a parte.
Tabanca de Candoz, Paredes de Viadores, Marco de Canaveses,
4 de abril de 2015
4 de abril de 2015
v2
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Nota do editor;
Último poste da série > 28 de março de 2015 > Guine 63/74 - P14412: Manuscrito(s) (Luís Graça) (51): Morreu um poeta
sábado, 4 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14433: Parabéns a você (884): Agostinho Gaspar, ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas do BCAÇ 4612/72 (Guiné, 1972/74); António Dias, ex-Alf Mil Inf da CCAÇ 2406 (Guiné, 1968/70); Hernâni Acácio Figueiredo, ex-Alf Mil Inf do BCAÇ 2851 (Guiné, 1968/70) e José Eduardo Oliveira (JERO), ex-Fur Mil Enf da CCAÇ 675 (Guiné, 1964/66)
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Nota do editor
Último poste da série de 3 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14431: Parabéns a você (883): Álvaro Vasconcelos, ex-1.º Cabo TRMS do STM (Guiné, 1972/74)
sexta-feira, 3 de abril de 2015
Guiné 63/74 - P14432: Notas de leitura (699): “Elefante Dundum – Missão, testemunho e reconhecimento”, por João Luíz Mendes Paulo, edição de autor, 2006 (2) (Mário Beja Santos)
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 6 de Junho de 2014:
Queridos amigos,
O Major Mendes Paulo chega a Piche e volta a sonhar com carros de combate, material satisfatório para aquelas picadas sem fim daquele ermo do Leste. Spínola apoia-o, o Ministério da Defesa Nacional entrava o processo, dá-lhe viaturas Chaimite com armas que encravavam, desapontamento maior não podia haver.
E segue-se a ação Mabecos, um desastre, um monumento à incompetência dos seus superiores. Ele decide pôr termo à carreira militar. É punido e louvado, algo que eu também experimentei.
O mais edificante deste livro não é o amor aos carros de combate, é o apreço que ele denota em cada página pelos seus soldados.
Não percam esta leitura.
Um abraço do
Mário
O senhor M5A1: A história prodigiosa do Elefante Dundum (2)
Beja Santos
O Major Mendes Paulo quando chega à Guiné é colocado em Piche, recorda os carros de combate M5A1, que usara com sucesso em Nambuangongo.
Em “Elefante Dundum, Missão, Testemunho e Reconhecimento”, edição de autor, 2006, este oficial de Cavalaria descreve ao pormenor como lhe negaram esse sonho, oferecendo-lhe em alternativas viaturas Chaimite, que se revelaram inadequadas ao terreno. Será na Guiné que irá descobrir que a sua carreira militar chegou ao fim.
Descreve o dispositivo do Batalhão colocado em Piche e com elevado sentido de humor conta como os soldados respondiam de forma sugestiva e humorística à falta de meios. Um pórtico assinalava o “Aeroporto Internacional de Canquelifá”; neste destacamento havia o Largo do Patacão, mas também o beco das necessidades e uma tabuleta colocada numa chapa de bidão:
Noites Festivas de Canquelifá
Programa
Rajadas de Longo Alcance
Corrida para as Valas
Concurso de Palavrões
Salva de Foguetões e Morteiros
Pirotecnia Variada
Com a simpática colaboração do PAIGC
Não demorou a que Mendes Paulo entrasse em litígio com o CAOP 2, ver-se-á adiante o seu desfecho. Confrontado com os graves problemas a que eram sujeitas as colunas auto, obrigadas a laboriosas picagens para a deteção de minas, Mendes Paulo apercebe-se que os M5A1 fariam ali um jeitão. E dá-se a circunstância de Spínola, informado das propostas de Mendes Paulo para trazer carros de combate para a Guiné, convocou de urgência para Bissau. O Comandante-Chefe começou a conversa nos seguintes termos: “Vamos direitos ao assunto. Preciso de blindados para manter abertos os itinerários principais. Empenhamos cada vez mais meios aéreos para garantir a segurança. Dizem que não há mais blindados e que já compraram tudo o que podiam. Conte lá essa história dos M5A1 no norte de Angola”. Mendes Paulo contou.
Vem até Lisboa e dirige-se até ao Ministério da Defesa Nacional. Começaram a chover as objeções: cada revisão de um M5A1 custaria mais de 200 contos e, pior do que tudo, eram material NATO. Mendes Paulo protesta, aquilo é material obsoleto. Há depois uma conversa entre Spínola e o interlocutor de Mendes Paulo. O Ministro da Defesa Nacional manda fornecer quatro viaturas Chaimite e preparar pessoal apropriado.
E começaram a surgir problemas com armamento: as metralhadoras HK-21 encravavam, pediu para se usarem as Browing-30, iguais às do M5A1, responderam que não, que era material NATO. Mendes Paulo sente saudades dos M5A1, com tudo no sítio – metralhadoras, canhão, rádios, intercomunicação, motor auxiliar e até, luxo máximo, giro estabilizador e rotação da torre elétrica hidráulica. Onde as Chaimite davam provas francamente positivas era na capacidade anfíbia, mas não tinham armamento capaz nem rádios eficientes. Na demonstração em João Landim, em fevereiro de 1971, as Chaimite desiludiram, o espetáculo foi um fiasco, salvou-se a demonstração da capacidade anfíbia. Enfim, foram mais cinco blindados para reforçar os parcos meios do Esquadrão de Bafatá.
O azedume com o CAOP 2 era notório e patente. E é nisto que surge a ação Mabecos. Tratava-se de uma ação de artilharia, o BCAV 2922 devia fornecer a devida escolta às peças. Estudaram-se os itinerários e o apoio aéreo. Os planos pareciam em boa conformidade, o CAOP 2 adia a ação. Para Mendes Paulo, tinha-se perdido a surpresa, o inimigo ia perceber qual era a missão, acabava o segredo, estariam à espera da força que ia sair de Piche. Ordens e contraordens. Para agravar a situação, rebentou uma granada numa caserna, morreram três homens. Caía a tarde quando começou a ação Mabecos.
Não demorou a terem pela frente os guerrilheiros do PAIGC, é um bigrupo fortemente armado. Rebentam granadas por toda a parte. Os artilheiros guineenses de Canquelifá abrem fogo com o 14, em tiro direto. Vai por ali tropa novata. O IN acaba por retirar. O soldado Duarte Dias Fortunato será feito prisioneiro pelo PAIGC, será libertado depois dos acordos de 1974, mas salvou da morte certa o seu comandante, o Alferes José Augusto Rodrigues. O IN vinha com vontade de destruir toda aquela artilharia, e depois daquele vendaval de fogo, retiraram com mortos e feridos e um elemento valioso, um soldado português capturado. As tropas reagrupam-se. O autor descreve a situação:
“Desloquei-me às apalpadelas até ao improvisado posto de socorros, na caixa de um dos Unimog. Felicito o 1.º cabo Louro.
- Como está o alferes Rodrigues? É grave?
- Cego deve ficar, tem várias feridas de estilhaços, estão lá dentro…
- Ele sabe?
- Desconfia.
- E o estado dos outros?
- O Faria é o pior, continua a perder muito sangue. Os outros safam-se.
Fiquei ali, era a primeira vez que falava com o Alferes Rodrigues depois da emboscada. Lembrava-se do Fortunato a disparar a G3 de rajada, os guerrilheiros a avançarem aos gritos. Acordou com o Louro a arrastá-lo para a bolanha e a dar-lhe morfina. Tentei animá-lo, já passou, ia ficar bom, era mais o susto.
- E o outros?
É espantoso: ligadura na cara, braço ao peito, a primeira preocupação era com os seus homens”.
E vem o mais condoído, comovente parágrafo desta bela obra, o momento em que se toma a decisão irrevogável de fechar o livro da carreira militar:
“Era a noite mais longa de todas as noites. Os três mortos em Piche, a emboscada, o sofrimento do alferes Rodrigues e dos outros feridos. Depois, a raiva de ter previsto o que aconteceu. Como podemos ter crédito perante o nosso pessoal quando todos os que tinham dois dedos de testa viram os erros cometidos?
A missão é imperativa. Aprendi, ensinei, cumpri. Expliquei muitas vezes que nos pode parecer estranha uma determinada missão e, no entanto, quem a ordenava teria mais dados e saberia o que estava a fazer. Até aqui nunca tinha posto este princípio em causa.
Noite fora, senti uma vida inteira a passar em ritmo lento. Das primeiras memórias, correndo pela horta da aldeia do Gavião, despreocupado e feliz, quando caçar um grilo na sua toca era o alvo apetecido de cada dia; até Cascais, com cinco filhos e uma mulher que amava – tudo aparecia filmado à minha frente. A correria virou marcha, com a tropa sempre em primeiro lugar. Casámos em julho, em março seguinte já estávamos em Goa, num distante quartel de Valpoy. E depois Moçambique, Angola e agora a Guiné, com a Beira e a academia nos intervalos.
Que estás tu aqui a fazer, no meio da noite, numa bolanha perdida, com nove canhões, bouum, bouum, bouum, a cada minuto? Monco caído, moral em baixo, orgulho ferido, quiseste armar em bom e comandar a escolta dos nossos coronéis, convencido de que ias dar uma lição ao PAIGC…
Primeira ilação: os supostos comandantes nunca iriam comandar, fosse na ficada, de avião ou no quartel. Segunda ilação: nunca devia ter contado com o apoio aéreo. Terceira: teria de confiar apenas na nossa tropa e experiência – e aqui a maior revolta, por ter iniciado a ação a uma hora contrária a todas as normas, quer de ordem operacional, quer de segurança”.
E Mendes Paulo chega à vida civil. O livro está profusamente ilustrado, é um registo pessoal que todas as suas comissões e do seu desvelo incontido aos carros de combate.
E não esqueçamos o Elefante Dundum a propósito do carro elefante que apanhou de surpresa a UPA/FNLA. Livro empolgante, sem margem de dúvida.
____________
Nota do editor
Poste anterior de 30 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14418: Notas de leitura (698): “Elefante Dundum – Missão, testemunho e reconhecimento”, por João Luíz Mendes Paulo, edição de autor, 2006 (1) (Mário Beja Santos)
Queridos amigos,
O Major Mendes Paulo chega a Piche e volta a sonhar com carros de combate, material satisfatório para aquelas picadas sem fim daquele ermo do Leste. Spínola apoia-o, o Ministério da Defesa Nacional entrava o processo, dá-lhe viaturas Chaimite com armas que encravavam, desapontamento maior não podia haver.
E segue-se a ação Mabecos, um desastre, um monumento à incompetência dos seus superiores. Ele decide pôr termo à carreira militar. É punido e louvado, algo que eu também experimentei.
O mais edificante deste livro não é o amor aos carros de combate, é o apreço que ele denota em cada página pelos seus soldados.
Não percam esta leitura.
Um abraço do
Mário
O senhor M5A1: A história prodigiosa do Elefante Dundum (2)
Beja Santos
O Major Mendes Paulo quando chega à Guiné é colocado em Piche, recorda os carros de combate M5A1, que usara com sucesso em Nambuangongo.
Em “Elefante Dundum, Missão, Testemunho e Reconhecimento”, edição de autor, 2006, este oficial de Cavalaria descreve ao pormenor como lhe negaram esse sonho, oferecendo-lhe em alternativas viaturas Chaimite, que se revelaram inadequadas ao terreno. Será na Guiné que irá descobrir que a sua carreira militar chegou ao fim.
Descreve o dispositivo do Batalhão colocado em Piche e com elevado sentido de humor conta como os soldados respondiam de forma sugestiva e humorística à falta de meios. Um pórtico assinalava o “Aeroporto Internacional de Canquelifá”; neste destacamento havia o Largo do Patacão, mas também o beco das necessidades e uma tabuleta colocada numa chapa de bidão:
Noites Festivas de Canquelifá
Programa
Rajadas de Longo Alcance
Corrida para as Valas
Concurso de Palavrões
Salva de Foguetões e Morteiros
Pirotecnia Variada
Com a simpática colaboração do PAIGC
Não demorou a que Mendes Paulo entrasse em litígio com o CAOP 2, ver-se-á adiante o seu desfecho. Confrontado com os graves problemas a que eram sujeitas as colunas auto, obrigadas a laboriosas picagens para a deteção de minas, Mendes Paulo apercebe-se que os M5A1 fariam ali um jeitão. E dá-se a circunstância de Spínola, informado das propostas de Mendes Paulo para trazer carros de combate para a Guiné, convocou de urgência para Bissau. O Comandante-Chefe começou a conversa nos seguintes termos: “Vamos direitos ao assunto. Preciso de blindados para manter abertos os itinerários principais. Empenhamos cada vez mais meios aéreos para garantir a segurança. Dizem que não há mais blindados e que já compraram tudo o que podiam. Conte lá essa história dos M5A1 no norte de Angola”. Mendes Paulo contou.
Vem até Lisboa e dirige-se até ao Ministério da Defesa Nacional. Começaram a chover as objeções: cada revisão de um M5A1 custaria mais de 200 contos e, pior do que tudo, eram material NATO. Mendes Paulo protesta, aquilo é material obsoleto. Há depois uma conversa entre Spínola e o interlocutor de Mendes Paulo. O Ministro da Defesa Nacional manda fornecer quatro viaturas Chaimite e preparar pessoal apropriado.
E começaram a surgir problemas com armamento: as metralhadoras HK-21 encravavam, pediu para se usarem as Browing-30, iguais às do M5A1, responderam que não, que era material NATO. Mendes Paulo sente saudades dos M5A1, com tudo no sítio – metralhadoras, canhão, rádios, intercomunicação, motor auxiliar e até, luxo máximo, giro estabilizador e rotação da torre elétrica hidráulica. Onde as Chaimite davam provas francamente positivas era na capacidade anfíbia, mas não tinham armamento capaz nem rádios eficientes. Na demonstração em João Landim, em fevereiro de 1971, as Chaimite desiludiram, o espetáculo foi um fiasco, salvou-se a demonstração da capacidade anfíbia. Enfim, foram mais cinco blindados para reforçar os parcos meios do Esquadrão de Bafatá.
O azedume com o CAOP 2 era notório e patente. E é nisto que surge a ação Mabecos. Tratava-se de uma ação de artilharia, o BCAV 2922 devia fornecer a devida escolta às peças. Estudaram-se os itinerários e o apoio aéreo. Os planos pareciam em boa conformidade, o CAOP 2 adia a ação. Para Mendes Paulo, tinha-se perdido a surpresa, o inimigo ia perceber qual era a missão, acabava o segredo, estariam à espera da força que ia sair de Piche. Ordens e contraordens. Para agravar a situação, rebentou uma granada numa caserna, morreram três homens. Caía a tarde quando começou a ação Mabecos.
Não demorou a terem pela frente os guerrilheiros do PAIGC, é um bigrupo fortemente armado. Rebentam granadas por toda a parte. Os artilheiros guineenses de Canquelifá abrem fogo com o 14, em tiro direto. Vai por ali tropa novata. O IN acaba por retirar. O soldado Duarte Dias Fortunato será feito prisioneiro pelo PAIGC, será libertado depois dos acordos de 1974, mas salvou da morte certa o seu comandante, o Alferes José Augusto Rodrigues. O IN vinha com vontade de destruir toda aquela artilharia, e depois daquele vendaval de fogo, retiraram com mortos e feridos e um elemento valioso, um soldado português capturado. As tropas reagrupam-se. O autor descreve a situação:
“Desloquei-me às apalpadelas até ao improvisado posto de socorros, na caixa de um dos Unimog. Felicito o 1.º cabo Louro.
- Como está o alferes Rodrigues? É grave?
- Cego deve ficar, tem várias feridas de estilhaços, estão lá dentro…
- Ele sabe?
- Desconfia.
- E o estado dos outros?
- O Faria é o pior, continua a perder muito sangue. Os outros safam-se.
Fiquei ali, era a primeira vez que falava com o Alferes Rodrigues depois da emboscada. Lembrava-se do Fortunato a disparar a G3 de rajada, os guerrilheiros a avançarem aos gritos. Acordou com o Louro a arrastá-lo para a bolanha e a dar-lhe morfina. Tentei animá-lo, já passou, ia ficar bom, era mais o susto.
- E o outros?
É espantoso: ligadura na cara, braço ao peito, a primeira preocupação era com os seus homens”.
E vem o mais condoído, comovente parágrafo desta bela obra, o momento em que se toma a decisão irrevogável de fechar o livro da carreira militar:
“Era a noite mais longa de todas as noites. Os três mortos em Piche, a emboscada, o sofrimento do alferes Rodrigues e dos outros feridos. Depois, a raiva de ter previsto o que aconteceu. Como podemos ter crédito perante o nosso pessoal quando todos os que tinham dois dedos de testa viram os erros cometidos?
A missão é imperativa. Aprendi, ensinei, cumpri. Expliquei muitas vezes que nos pode parecer estranha uma determinada missão e, no entanto, quem a ordenava teria mais dados e saberia o que estava a fazer. Até aqui nunca tinha posto este princípio em causa.
Noite fora, senti uma vida inteira a passar em ritmo lento. Das primeiras memórias, correndo pela horta da aldeia do Gavião, despreocupado e feliz, quando caçar um grilo na sua toca era o alvo apetecido de cada dia; até Cascais, com cinco filhos e uma mulher que amava – tudo aparecia filmado à minha frente. A correria virou marcha, com a tropa sempre em primeiro lugar. Casámos em julho, em março seguinte já estávamos em Goa, num distante quartel de Valpoy. E depois Moçambique, Angola e agora a Guiné, com a Beira e a academia nos intervalos.
Que estás tu aqui a fazer, no meio da noite, numa bolanha perdida, com nove canhões, bouum, bouum, bouum, a cada minuto? Monco caído, moral em baixo, orgulho ferido, quiseste armar em bom e comandar a escolta dos nossos coronéis, convencido de que ias dar uma lição ao PAIGC…
Primeira ilação: os supostos comandantes nunca iriam comandar, fosse na ficada, de avião ou no quartel. Segunda ilação: nunca devia ter contado com o apoio aéreo. Terceira: teria de confiar apenas na nossa tropa e experiência – e aqui a maior revolta, por ter iniciado a ação a uma hora contrária a todas as normas, quer de ordem operacional, quer de segurança”.
E Mendes Paulo chega à vida civil. O livro está profusamente ilustrado, é um registo pessoal que todas as suas comissões e do seu desvelo incontido aos carros de combate.
E não esqueçamos o Elefante Dundum a propósito do carro elefante que apanhou de surpresa a UPA/FNLA. Livro empolgante, sem margem de dúvida.
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Nota do editor
Poste anterior de 30 de março de 2015 > Guiné 63/74 - P14418: Notas de leitura (698): “Elefante Dundum – Missão, testemunho e reconhecimento”, por João Luíz Mendes Paulo, edição de autor, 2006 (1) (Mário Beja Santos)
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Beja Santos,
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Piche
Guiné 63/74 - P14431: Parabéns a você (883): Álvaro Vasconcelos, ex-1.º Cabo TRMS do STM (Guiné, 1972/74)
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Nota do editor
Último poste da série de 1 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14425: Parabéns a você (882): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Op Esp do COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)
Nota do editor
Último poste da série de 1 de Abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14425: Parabéns a você (882): Carlos Pedreño Ferreira, ex-Fur Mil Op Esp do COMBIS e COP 8 (Guiné, 1971/73)
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