sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24987: Notas de leitura (1651): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (4) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 18 de Dezembro de 2023:

Queridos amigos,
Os autores descrevem a viragem introduzida pelo Fiat e pelo Alouette III sobretudo na vida operacional. O texto é minucioso sobre a natureza dos armamentos usados e das alterações registadas em 1966 na reorganização de Bissalanca, relevam igualmente o acréscimo trazido ao poder operacional pelas forças paraquedistas que irão em 1970 conhecer modificações, quando o BCP12 se transformou na CCP121, 122 e 123. O poder bélico intensificou-se mas concomitantemente cresceu a área de intervenção do PAIGC, operando densamente no Sul, no Corubal, no Boé, na região do Morés, fortalecendo-se nas regiões transfronteiriças do Senegal e Guiné-Conacri. Mas em 1966, ainda havia a esperança no comando-chefe que as novas potencialidades de meios aéreos iriam desencadear o recuo do PAIGC, o que de modo algum aconteceu.

Um abraço do
Mário



O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974
Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (4)


Mário Beja Santos

Deste segundo volume d’O Santuário Perdido, por ora só tem edição inglesa, dá-se a referência a todos os interessados na sua aquisição: Helion & Company Limited, email: info@helion.co.uk; website: www.helion.co.uk; blogue: http://blog.helion.co.uk/.

Capítulo 1: Um Comando “Desconfortável”

Como se fez referência no texto anterior, o equipamento aéreo da Guiné vai conhecer em 1966 uma alteração de tomo: chegou um caça que se irá tornar temível e prontamente colaborantes nas atividades operacionais e de bombardeamento, o Fiat, e o helicóptero Alouette III, de maior capacidade que o seu antecessor, que se irá revelar altamente prestante na atividade operacional, na evacuação de feridos e nos mais diferentes tipos de transporte.

Oficiais portugueses observadores das operações argelinas, durante o final da década de 1950, depuseram que “a utilização de helicópteros no caso particular da guerra subversiva, oferece excecionais possibilidades. Isto era especialmente verdade nas operações de assalto, ofereciam às tropas francesas surpresa e superioridade e mobilidade no combate face a um adversário que operava num terreno praticamente inacessível.”

Todos estes depoimentos motivaram o General Venâncio Deslandes, do Secretariado-Geral para a Defesa Nacional a recomendar o emprego de helicópteros nas forças de intervenção, logo em 1963. Como se referiu anteriormente, o Alouette III só apareceu em novembro de 1965, chegaram a Bissalanca seis de uma encomenda de 21 helicópteros. Foi momento afortunado, concomitantemente chegaram os G.91 e entraram também ao serviço. Como observou o historiador militar Luís Alves Fraga, a conjugação destes dois meios aéreos garantia precisão quando havia limitações de tempo, ganhava-se no efeito surpresa, bombardeava-se por um lado e os helicópteros depositavam ou recolhiam as tropas envolvidas na operação. Com um alto grau de sincronização, o desembarque de forças operacionais era precedido pro um ataque de Fiat e/ou T-6, de maneira que a última bomba a cair no solo explodia imediatamente antes do primeiro homem saltar do helicóptero, era assim que se procurava manter o inimigo paralisado e garantir a proteção à força atacante.

Muitas vezes era indispensável uma proteção adicional. Os helicópteros eram alvos tentadores para o fogo dos guerrilheiros, especialmente durante o pouso e desembarque, era um momento de maior vulnerabilidade para as nossas forças operacionais, como lembrou o general aposentado António Bispo, lembrando que em 30 de março de 1966, um helicóptero fora imobilizado pelo fogo inimigo durante a Operação Narceja. A Zona Aérea procurou os meios de conjugar vigilância e apoio de fogo durante as operações aerotransportadas. Inicialmente, militares armados com espingardas de caça foram colocados a bordo de alguns helicópteros para fazer fogo supressivo. Nenhum expediente se mostrou suficientemente dissuasor, houve testes iniciais com a metralhadora MG-42 montada em tripé, rapidamente se abandonou o seu uso pelo difícil manuseio da arma e pela trajetória irregular do fogo; montou-se depois uma Browining M3 na porta lateral do Alouette III, mostrou-se inconveniente devido ao tamanho da arma, ao seu peso e às vibrações durante os disparos. Encontrou-se finalmente uma resposta instalando um canhão montado num sistema giratório na porta do helicóptero. Em 1965-1966, a FAP testou o canhão Matra MG-151 20mm no campo de tiro de Alcochete, os resultados foram satisfatórios e em dezembro de 1966 chegaram a Bissalanca os primeiros canhões MG-151. O emparelhamento destas armas com o Alouette III resultou no helicanhão, conhecido na gíria como lobo mau. Alimentado por dois cintos de munição de 200 cartuchos e disparando munições altamente explosivas ou incendiárias em grande quantidade por minuto, revelou-se “uma arma de extraordinária eficácia”, como contou o veterano da Guiné, General José Brochado de Miranda. Embora os canhões e a suas munições reduzissem a quantidade de carga do Alouette III, o emprego do helicanhão revelou-se determinante nas fases mais delicadas de operações de assalto com helicópteros.

A crescente frota de helicópteros Alouette III também passou a realizar as missões de apoio anteriormente operadas pelo Alouette II: transporte, observação e evacuação de feridos. “Milhares de vidas foram salvas pelos esforços abnegados de centenas de pilotos e tripulantes, com risco de vida e muitas vezes sob fogo inimigo, tudo para salvar a vida dos outros. Na Zona Aérea, os Alouette III transportaram mais de mil vítimas em missões de evacuação em 1967 e 1968, o que representou 37% de todas as evacuações realizadas neste período, aliviando os DO-27. Apenas o Alouette III poderias resgatar o pessoal ferido em zonas de combate em áreas inacessíveis. A integração dos Alouette III e dos G.21 coincidiu com mudanças organizacionais importantes na Base Aérea 12, a principal instalação da FAP na Guiné e sede da Zona Aérea. Anteriormente conhecida como Aeródromo-Base 2, a expansão contínua que vinha ocorrendo desde 1961 resultou na redesignação de Bissalanca como principal base nacional em maio de 1965. A Esquadra Operacional também teve um crescimento significativo tornando-se no Grupo Operacional 1201 composto por três esquadras: Esquadra 121, responsável pelo ataque, apoio de fogo, comando e controlo aerotransportado, eram os Fiats (os Tigres), os T-6 (Roncos) e DO-27 (Cafeteiras); Esquadra 122, incorporando todos os helicópteros, tanto os desarmados (os Canibais) como os apetrechados com canhões (Lobo Mau); a Esquadra 123, destinado ao transporte aéreo, observação e ligação com a legenda “Tudo Alcança”, composto por Dakotas".

Os Fiat e os Alouette III eram informalmente agrupados em esquadras de intervenção que se ativavam para apoiar operações aerotransportadas, que começaram a aumentar em frequência a partir de 1966. Para equipar adequadamente estas operações aerotransportadas, a FAP enviou paraquedistas adicionais. Em 1963 havia um único pelotão de paraquedistas, esse número foi crescendo nos anos subsequentes, primeiro uma companhia, depois um batalhão. Em 20 de outubro de 1966 foi criado o Batalhão de Caçadores Paraquedistas 12 e em julho de 1970 este batalhão passou a ter três Companhias de Caçadores Paraquedistas; CCP 121, 122 e 123. O helicóptero continua a ser o “principal veículo de ataque principal”. Deu-se outra mudança na aviação militar portuguesa na Guiné: a fusão dos Comandos da Zona Aérea e da Base Aérea 12 em Bissalanca, que anteriormente tinha dois oficiais distintos, o que se revelou suscetível de atritos. O Coronel Abecasis criticou especialmente “a incompetência dos sucessivos comandantes da Zona sem qualquer serviço anterior no voo, esquadrão ou ao nível de operações”, que inevitavelmente tentaram esconder a sua competência intrometendo-se constantemente nos assuntos da unidade, coisa que devia ficar ao cuidado dos seus subordinados. “Vítimas de uma mistura de vaidade e rancor” concluiu ele, tais comandantes “foram a origem do mal-estar e dos problemas supérfluos”. Após a redesignação de Bissalanca como Base Aérea 12, as funções da Zona Aérea combinaram-se com o Comando da Base, e Abecasis assumiu o Comando em junho de 1965.
Fiat da Esquadra 121, maio de 1966 (Arquivo Histórica da Força Aérea)
Raio de ação do G.91 (Matthew Hurley, baseado no Secretariado-Geral da Defesa Nacional), novembro de 1967
O número de operações do G.91 esteve restringido devido a numerosas questões técnicas e logísticas durante os primeiros cinco meses de serviço na Guiné (Arquivo Histórico da Força Aérea)
O Fiat e o diferente tipo de munições que podia utilizar (Coleção Egílio Lopes)
Material de combate usado pelo G.91 (Matthew Hurley, baseado no “Relatório da missão à Alemanha relativa ao Projeto Feierbend”, março de 1966)

(continua)
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Notas do editor:

Poste anterior de 15 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24960: Notas de leitura (1649): O Santuário Perdido: A Força Aérea na Guerra da Guiné, 1961-1974 - Volume II: Perto do abismo até ao impasse (1966-1972), por Matthew M. Hurley e José Augusto Matos, 2023 (3) (Mário Beja Santos)

Último poste da série de 18 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24971: Notas de leitura (1650): "Comandante Pedro Pires, Memórias da luta anticolonial em Guiné-Bissau e da construção da República de Cabo Verde - Entrevista a Celso Castro, Thais Blank e Diana Sichel"; FGV Editora, Brasil, 2021 (2) (Mário Beja Santos)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24986: Rescaldo da recepção d´O Movimento Pró-Dignidade pela 3.ª Comissão da Defesa Nacional, ocorrida no passado dia 12 de Dezembro de 2023, na Assembleia da República (José Maria Monteiro)


1. Mensagem de hoje, 21 de Dezembro de 2023, do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista (LFP Bellatrix, 1969/71 e Comando Naval da Guiné, 1971/73):

O MOVIMENTO PRÓ-DIGNIDADE foi recebido pela 3.ª Comissão da Defesa Nacional, no dia 12/12/2023, pelas 14h00, a quem entregámos o nosso caderno reivindicativo consubstanciado em 7 pontos:
- Uma Pensão de guerra Mensal;
- Gratuitidade dos transportes em todas as redes nacionais;
- Isenção de impostos sobre o SEP, CEP e AVP; Reestruturação da Rede Nacional de Apoio;
- Prioridade no acesso aos hospitais militares e aos hospitais e clinicas publicas;
- Prioridade e gratuitidade nos lares públicos para Antigos Combatentes e Prioridade aos Antigos Combatentes na situação de sem-abrigo, ao acesso e assistência médica e medicamentosa e na habitação.

A senhora presidente da 3.ª Comissão da Defesa Nacional deu-nos a oportunidade de informar quais os motivos que nos levaram à Assembleia da República, que aproveitamos para comunicar o nosso descontentamento à senhora presidente e às forças políticas ali presentes (Os 5 maiores partidos) e transmitir que continua a existir uma longa dívida de gratidão da Pátria para com os seus Antigos Combatentes que jamais será paga. Aproveitamos para afirmar e comprovar que o nosso Estatuto é o mais indigno e o mais pobre o Mundo. Desde logo, a Pátria esteve 46 anos em reconhecer a dignidade de Combatente aos seus Antigos Combatentes e quase decorridos 50 anos, do fim da guerra, o Estado português não garante a assistência médica aos seus Antigos Combatentes. Uma vergonha nacional. Todos os países do Mundo têm um tratamento especial e diferenciado para com os seus Antigos Combatentes menos Portugal.

Tanto a senhora Presidente como todas as forças políticas, ali presentes, teceram uma enorme gratidão aos Antigos Combatentes, mas isso é insuficiente porque esta profunda admiração (podem ver o vídeo no FACEBOOK), não enche barriga a ninguém.

Desejo a todos os Antigos Combatentes um Santo e Feliz Natal.

Vivam os Combatentes.

José Maria Monteiro...
um dos mais jovens combatentes do Mundo (c/16 anos)
Cascais 21/12/2023

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Nota do editor:

Vd. poste de 21 DE SETEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24682: Convidam-se os Antigos Combatentes a assinarem esta Petição a enviar ao Presidente da Assembleia da República com as reivindicações justas e prementes que se enumeram. Iniciativa do nosso camarada José Maria Monteiro, ex-Marinheiro Radiotelegrafista

Guiné 61/74 - P24985: Boas Festas 2023/24 (9): Joaquim Fernandes Alves, ex-Fur Mil da CART 1659 e Associação Afectos com Letras, ONGD

1. Mensagem natalícia do nosso camarada Joaquim Fernandes Alves, ex-Fur Mil da CART 1659 (Gadamael e Ganturé, 1967/68):

Boa tarde
Carlos Vinhal, Luís Graça e assim como todos os nossos amigos do nosso blogue.
Desejo a todos um Feliz Natal, cheio de muita saúde e um Ano de 2024,cheio de Felicidades.
Cumprimentos para todos e para ti muito particularmente pelo trabalho que fazes por nós.

Um grande abraço do amigo,
Joaquim F. Alves
(ZORBA CART 1659) Gadamael Porto/Ganturé.


********************

2. Mensagem natalícia da Associação Afectos com Letras, ONGD:
Associação Afectos com Letras, ONGD
Rua Engº Guilherme Santos, 2
Escoural , 3100-336 Pombal
NIF 509301878
tel - 91 87 86 792
venha estar connosco no www.facebook.com/afectoscomletras

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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24982: Boas Festas 2023/24 (8): Anabela Pires, amiga tabanqueira desde 2012, vive em Montenegro, Faro: "Gostaria de ter notícias de cada um@ de vós..."

Guiné 61/74 - P24984: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (22): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Dezembro de 1970



"A MINHA IDA À GUERRA"

22 - HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: CAPÍTULO II - ACTIVIDADES NO TO DA GUINÉ

João Moreira



MÊS DE DEZEMBRO DE 1970

A. SITUAÇÃO

1. TERRENO

Dadas as condições climáticas e um certo adiantamento do período seco, possibilitando as queimadas de capim, a actividade operacional tem decorrido com menos dificuldades.

2. NT
A CCAV 2721 deixa de pertencer, operacionalmente, ao BCAÇ, para pertencer ao COP 6.
A missão da CCAV 2721 é a seguinte:
" - - Mantém 1 GComb no Destacamento do Maqué.
" - - Executa acções ofensivas, helitransportadas ou não, à ordem, em qualquer ponto da ZA do COP 6.
" - - Mantém uma actividade normal de patrulhamento, emboscadas e batidas na área geral definida por:
BINTA 505.12 - ROLOSSATO - BINTA 5G4.27 - CANCUNCO - CINDARÉ - MADINA MANDINGA (excl) - CÃ QUEBO (excl) - CANICÓ (incl) - ROLOSSATO até BINTA 7H1.68 - CRUZ BINTA F7-34 - est. MANSABÁ/BISSORÃ - Lim W do COP 6.
" - - Apoia e fornece os meios necessários à actividade operacional".
Esta actividade está conjugada com a actividade da CCP 121 (-) que se encontra no Olossato desde 14 do corrente.

3. ​POPULAÇÃO CIVIL
Os trabalhos agrícolas continuaram.
Tal como se previa, é opinião geral e facto que se vem consumando que a produção agrícola deste ano é bastante superior à do ano transacto, o que é factor importante no âmbito do OLOSSATO, principalmente se atendermos ao péssimo ano em toda a província.
A chegada da CCP 121 (-) é acontecimento que influencia o moral das gentes do OLOSSATO.

B. ​ACTIVIDADE

Decorreu normalmente com os patrulhamentos diários. Além disso:
- Em 10DEZ70 realizou-se um patrulhamento integrado na Operação "HERA BRANCA" a BINTA 8H4. Nada de especial a referir. Somente se aponta o facto de não haver quaisquer vestígios recentes e os trilhos estavam irreconhecíveis.
- Em 17DEZ70 foi detectada uma mina A/P pelo 2.º GComb da CCP 121, tendo sido levantada por pessoal da CCAV 2721.
- Em 18DEZ70 foi detectada e levantada uma mina A/P em BINTA 8E8.19.
Refere-se que ambas as minas são de implantação antiga.
- Em 21DEZ70 efectuado um patrulhamento com emboscada, integrado na Operação "HIDRA BRANCA", a BISSANCAGE.
Assinala-se o facto do trilho que passa em BISSANCAGE, vindo de MADINA MANDINGA estar batido e de terem passado dois indivíduos calçados, momentos antes de ser montada a emboscada.
- Em 30DEZ70 foi efectuado um golpe de mão a CANJAJA "UNHADA" (BINTA 8F2.65) a 02 GComb da CCAV 2721 + 02 GComb da CCP 121.
Foi destruído o acampamento da população, tendo sido recuperados 01 (H), 07 (M) e 06 (C). Houve 2 elemento da população que estavam armados e fizeram fogo durante a fuga, tendo alguns elementos das JFANTJFA respondido, causando 1 ferido provável.
No deslocamento para o OLOSSATO, o IN bateu a zona com morteiro 60.
Foi capturada uma espingarda MAUSER.
- Em 30DEZ70, cerca das 20h00 o aquartelamento e povoação do OLOSSATO, foram flagelados com 4 foguetões, de bases na direcção do Fajonquito, provavelmente de MANACA ou IAROM. As NT reagiram com mort. 81. (de início ainda não se tinha a certeza das armas com que o IN nos flagelou e com artilharia, batendo as áreas mais prováveis de instalação do IN, tendo dois foguetões caído antes do aquartelamento e passado por cima foi cair perto do ROLOSSATO, na bolanha. Para as NT e POP não houve consequências.

RESULTADOS
- Baixas ao IN
Ferido - 1 elemento armado (provável)
Recuperados - 14 elementos da população.

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 14 de Dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24953: A minha ida à guerra (João Moreira, ex-Fur Mil At Cav MA da CCAV 2721, Olossato e Nhacra, 1970/72) (21): HISTÓRIA DA COMPANHIA DE CAVALARIA 2721: Capítulo II - Actividades no TO da Guiné - Novembro de 1970

Guiné 61/74 - P24983: Tabanca da Diáspora Lusófona (21): Visitando velhos amigos e camaradas... em Portugal (João Crisóstomo, Nova Iorque)

1. Regressou ontem a casa, em Queens, Nova Iorque, o nosso amigo e camarada João Crisóstomo, depois de receber no passado dia 11, em Lisboa,  o Prémio Tágides 2023 (Categoria "Portugal no Mundo") (Foto à esquerda). 

Por razões de agenda, ficou por publicar uma sua mensagem, datada  de  domingo, 3/12/2023, 20:44.  Fazèmo-lo agora,  com o nosso pedido de desculpas pelo atraso. Mas o seu interesse e atualiddae mantêm-se.
 

Caro Luís Graca,

Desculpa o meu longo silêncio. Às vezes não dá para melhor! Mas aqui estou.

Por razões várias , umas que de longa data têm esperado concretização e outras inesperadas que não aceitam adiamentos, estou em Portugal. E também por razões que não dependem de nós, eu e a Vilma viemos e vamos voltar para Nova Iorque em datas diferentes. Ela só chega no dia 6 e volta a 18. Eu já estou aqui desde o dia 27 de Novembro e vou voltar a Nova Iorque em 20 de Dezembro. Ainda vamos a tempo de fazer algo para celebrar o Natal com os nossos queridos, mas as decorações e luzes na frente da nossa casa que costumam ser parte desta época natalícia vão ficar esperando para o próximo ano.

O muito que tencionava fazer obrigava-me a vir mais cedo, mas desta vez os ventos estavam a favor e inesperadamente acabei por resolver vários assuntos muito mais depressa do que antevia. Como resultado reorganizei a minha agenda de modo a poder ver familiares e amigos que, pensava eu, não ia ter tempo de ver. Dentre destes alguns camaradas da Guiné.

E assim:
a 29 de Novembro: tive a oportunidade de ver um camarada que esteve na Guiné na mesma altura que eu, o Germano Estêvão, da CCAÇ 1549, BCAÇ 1888, ainda meu primo. Recorda-se bem que nos encontrámos uma vez em Tite, facto que eu tinha esquecido mas de que depois me lembrei. Estava festejando o seu aniversário de casamento com a sua esposa Etelvina. Eu sabia disso e já tinha telefonado e convidado a aparecer um outro camarada nosso, o furriel Peixeira que na Guiné foi comandante do Germano e que tu conheces bem por muitos motivos. 

Como não podia deixar de ser as Guinés, de antes e de agora, estiveram presentes pois o Peixeira logo apresentou um calhamaço de fotos e outros documentos , incluindo uma 
Petição à Presidência da Assembleia da República para a qual ele está angariando assinaturas.

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Na 1ª foto do lado direito: eu, o Germano e a senhora Etelvina,  sua esposa. No lado esquerdo o Peixeira e sua esposa. Na 2ª foto, um excerto da recolha de assinaturas de antigos combatentes, que está a efectuar o Joaquim Peixeira, para efeitos de petição à Assembleia da República.



No dia seguinte,  30 de Novembro,     fui a Leiria com o fim de ver o meu muito querido António Rodrigues, de quem também te deves lembrar pois estivemos juntos em vários "encontros das famílias Crisóstomo e Crispim”,   encontros em que eu incluia os meus amigos e camaradas da Guiné.

A sete de Maio passado o António ao sair de casa caiu e bateu com a cabeça num muro. E tem estado desde então num estado de coma quase total, primeiro em hospitais e agora numa casa “Lar para idosos “, a ADESBA , na Barreira de Leiria. 

 Fui-o ver, acompanhado de dois familiares que o visitam todos os dias mas não sabemos sequer ao certo se ele dá pela presença de alguém. É de partir o coração, mas a idade e a vida por vezes obriga-nos a ter de aceitar tanta coisa que nem dá para compreender.~

O tempo permitiu-me ainda uma outra visita, esta muito diferente da primeira: cumprindo a minha promessa que faço a muita gente por telefone.  especialmente pela época de Natal de, "se um dia ocasião propícia aparecer vou-te visitar”, eu fui ver um camarada, condutor, que pertencia à minha companhia CCAÇ  1439. É o António Agostinho  (comigo na foto a seguir) a quem chamávamos "o Marrazes” , nome da terra onde vive e onde eu o fui agora visitar.


Eu e o António Agostinho (o "Marrazes")



Apesar das minhas repetidas “promessas", parece que ele nunca acreditou que alguém aparecesse mesmo para o ver. . Assim me pareceu pelo abraço que me deu. "Não podes imaginar, repetia ele, a alegria que me deste.” Se assim foi, valeu a pena, pois por minha parte o rever e em boa saúde um camarada que não via há muitos anos foi satisfação grande também.

Dia 2 de Dezembro. Depois dum almoço no "Restaurante Braga”,   no Vimeiro, Lourinhã,  com a São, esposa do nosso saudoso Eduardo Jorge Ferreira, o Rui Chamusco e alguns seus familiares que o vieram visitar, sobrou-me tempo para o que bem entendesse. 

Depois de ver um sobrinho meu lembrei-me dum outro camarada da Guiné com quem andei na escola primária e que esteve na Guiné ao mesmo tempo que eu. Vi-o a última vez há mais de sete anos, em Abril de 2016, mas não me lembrava já onde ele morava, pelo que perguntei ao Germano, o meu primo de quem falei atrás se ele sabia e me podia ajudar. E lá fomos para o encontramos, muito cabisbaixo, sentado num banco ouvindo rádio. Estranhei que não nos ligasse muito, para logo nos dizer que estava só e muito triste pois que sua esposa estava num lar, sem grandes esperanças de a poder ver de novo na sua casa.


   

Eu e o Jaime Moreira


A Guiné e suas recordações foram o auxílio que ele precisava para se reanimar. Chama-se Jaime Moreira. Quando éramos garotos ele era o “Jaime dos aeroplanos”, mas eu nunca soube a razão de “aeroplanos”. Pertencia à CCAÇ 1417, BCAÇ  1856. Para logo me perguntar se eu conhecia o Alferes Ceril (?) e o capitão Aranha Gonçalves. Respondi que não, mas isso não foi razão para ele parar de lembrar bons e maus bocados, que lá passou. 

Lembrava bem Bafatá e Nova Lamego onde ia e passou muito tempo, graças, explicava ele , à situação de alguma maneira privilegiada da sua companhia , mercê dos conhecimentos e protecção de alguém bem relacionado junto do General Schultz. 

Mas lembrava também Madina do Boé e os maus bocados e aflições que aí passou; assim como uma grande operação em que tomou parte e em que o transporte/ passagem do Corubal de todo o material de todas as categorias levou quase três dias, durante os quais passou as ruas da amargura, enquanto o oficial que comandava/dirigia essa operação de passagem do Corubal o fazia sempre duma avioneta... .


O meu primo Germano, à esquerda


A esta altura o nosso camarada Jaime, que foi também meu colega de escola primária, já não era o mesmo homem que nos tinha recebido. Falava pelos cotovelos e queria e insistia em contar mais coisas que lembrava bem. E quando estávamos a partir ele disse ao Germano que o queria ver mais vezes para não se sentir tão sozinho. O Germano disse-me então que apesar de saber notícias dele e onde ele morava etc, realmente desde há muitos anos nunca mais o tinha visto talvez desde que saiu da tropa .

Oxalá este encontro e possivelmente outros, que fazem renascer velhos conhecimentos e amizades continuem ajudando a quem de companhia e contactos mais frequentes necessitam.


3 de Dezembro. É dia de aniversário do Manuel Leitão , o nosso querido “Mafra”. Também a ele eu tinha prometido fazer o possível para lhe ir dar um abraço. Aniversário de nascimento é só uma vez ao ano… Mas desta vez havia razão especial : a sua esposa Felismina já se encontrava em casa depois de longa e preocupante estadia no hospital.

Se o 80º aniversário do Mafra já era motivo de muita alegria , o facto de terem de volta a esposa e mãe multiplicou mil vezes essa satisfação. Mesmo sem grandes manifestações, eu imaginava o que o Mafra e os filhos estavam sentindo. Senti-me muito muito feliz por me terem deixado ser parte desta celebração e de momentos de tanta felicidade para todos eles.


Eu, o Manuel Calhandra  Leitão (o "Mafra") e a esposa, em dia de aniversário


Fotos (e legendas);  © João Crisóstomo (2023). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




Já regressei a casa. Ainda queria ir visitar a Aranha Antunes, em Santa Cruz, mas senti-me cansado e a idade começa a ser mais forte toque as intenções.

Com muita antecipação de vos poder ver em breve, para ti e para a tua querida Alice um abraço grande.

E como costumas publicar os E mails que te envio em que falo dos nossos camaradas da Guiné, aproveito para, de coração desejar a todos os meus amigos/camaradas da Guiné, especialmente aos extraordinários voluntários teus ajudantes editores Carlos Vinhal, Eduardo Magalhães Ribeiro e Jorge Araújo que contigo conservam e alimentam a chama do nosso blog, uma época festiva tão boa como cada um possa desejar para si mesmo e os seus queridos.


João Crisóstomo

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24982: Boas Festas 2023/24 (8): Anabela Pires, amiga tabanqueira desde 2012, vive em Montenegro, Faro: "Gostaria de ter notícias de cada um@ de vós..."



Foto acima: Anabela Pires, janeiro de 2012, em Catesse, no sul da Guiné-Bissau, foto do nosso saudoso Pepito (1949-2014)... 

Nascida em Moçambique, técnica superior de serviço social no Ministério da Agricultura, reformada, amiga dos nossos grã-tabanqueiros Jero, falecido (Alcobaça), Alice Carneiro (Alfragide /Amadora), cidadã do mundo, "globetrotter", esteve três meses, entre janeiro e março de 2012, integrada, como voluntária, no projeto do Ecoturismo, da AD - Acção para o Desenvolvimento, e a viver em Iemberém; foi o golpe de Estado de 2012 que a obrigou a sair da Guiné-Bissau; voltou lá,  de novo, em fevereiro de 2018, data em que deixámos de ter notícias dela (*).

Tem c. 30 referências no nosso blogue, dela publicámos o "diário de Iemberém"; pacifista e feminista, ela não gosta que a gente lhe chame uma "mulher de armas"... mas é assim que a gente a vê, aqui da Tabanca Grande. 


1. Mensagem da nossa amiga Anabela Pires (entrou para a Tabanca Grande em 12/1/2012; não tem página no Facebook):


Data - terça feira, 19dez 2023, 11:16
Assunto - Gostaria de ter notícias de cada um@ de vós

Ex-colegas, amig@s, conhecid@s, familiares,

Os dias, os anos vão passando. Mesmo daquel@s que vivem a 1 Km ... muitas vezes não sei nada. Muitos de nós estamos reformados, cada um mete-se na sua "toca". Outr@s ainda trabalham, continuam muito ocupad@s. Para muit@s o convívio com a família é quanto basta.

Eu vivo em Montenegro (Faro). 

Sinceramente gostaria de ter notícias de cada um@ de vós. Não sou a maior amante de passar muito tempo ao telefone, mas gosto de escrever e receber mensagens, e-mails.

Espero que estejam bem de saúde, assim como todos os vossos. É realmente o mais importante. Com esta premissa desejo-vos umas Festas Harmoniosas. Que cada um/a se sinta confortad@, tanto fisicamente como no coração. 

Votos de um ano 2024 com tudo de melhor, nem que isso seja a coragem para ultrapassar momentos e circunstâncias mais difíceis. (**)

Um abraço suficientemente grande para a tod@s abraçar.

Anabela

2. Comentário do editor LG:

Querida Anabela:  tens razão, cada um anda metido na sua "toca" (é a imagem apropriada).. A nossa tendência para o "encapsulamento" agravou-se com a maldita pandemia de covid-19. A nossa Tabanca Grande, por exemplo, ainda não arranjou forças para voltar a realizar o seu encontro anual (fez-se ininterruptamente desde 2006 a 2019, e desde 2010 em Monte Real). 

A idade, as doenças crónicas, as dificuldades financeiras, os netos, as viagens, etc. são geralmente razões invocadas para uma cada vez menor participação nos nossos convívios (há mais tabancas, regionais) e outras iniciativas. 

A menor participação também é visível nas nossas redes sociais (blogue e facebook). É difícil, se não impossível, reverter a tendència. O nosso blogue vai comemorar os seus 20 anos de existência em 23/4/2024. Estás convidada para colaborar nos festejos, que em princípio continuarão a ser "virtuais"... Mas até lá pode ser que  haja uma milagre e apareça uma "c0missão organizadora" a convocar as "nossas tropas" para irmos tomar um copo todos juntos... Amigos, amigas e camaradas...

Folgo em saber que estás viva e te recomendas... Feliz Natal e Melhor Ano Novo de 2024. 
Um beijinho da Alice Carneiro. 
Mantenhas, 
Luís Graça
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(**) Último poste da série > 19 de dezembro de 2023 >  Guiné 61/74 - P24976: Boas Festas 2023/24 (7): Mensagens natalícias dos nossos camaradas Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art da CART 2479/CART 11; Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav do Pel Rec Daimler 2208 e Paulo Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721

Guiné 61/74 - P24981: Historiografia da presença portuguesa em África (400): Pedido de subsídio para uma exploração geográfica e comercial à Guiné, 1877 (1) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 26 de Maio de 2023:

Queridos amigos,
Há relatórios curiosos coincidentes com a Sociedade de Geografia de Lisboa. Já aqui em pronunciei, sob a forma de ensaio, sobre o que era o pensamento imperial destes sócios fundadores e acabo de encontrar um texto do sócio Ferreira de Almeida que exemplifica claramente que esta corrente imperial pretendia que vingasse uma crescente atração pela fixação dos territórios africanos, conhecê-los em profundidade, dar-lhes contorno e fronteiras, identificar as suas potencialidades, para isso era indispensável fazer explorações, viagens de estudo, é o que ele aqui vem propor junto de uma importante comissão da Sociedade de Geografia de Lisboa. É mais uma voz a alertar para a tentativa de supremacia dos franceses na região; vai sublinhando que aqueles produtos comerciais que a Senegâmbia oferecia deviam aparecer à vista do público, em Lisboa, quer para comerciantes e investidores quer para consumidores. Era uma novidade como proposta, mais tarde as expedições coloniais concretizarão tal propósito. Confirma-se que este anos 1870 foram de viragem no pensamento imperial.

Um abraço do
Mário



Pedido de subsídio para uma exploração geográfica e comercial à Guiné, 1877 (1)

Mário Beja Santos

Dando voltas à cabeça de papeis votados ao esquecimento e alusivos às preocupações dos sócios da Sociedade de Geografia de Lisboa, no seu período iniciático, quanto ao conhecimento da Guiné, com auxílio da respetiva bibliotecária, dou-vos conta de um documento intitulado Pareceres N.º 3 da Comissão Portuguesa de Exploração e Civilização de África, desta instituição, com data de 19 de novembro de 1877, encontra-se um pedido de autorização assinado pelo sócio Ferreira de Almeida para subsidiar uma exploração geográfica e social à Guiné Portuguesa, estou certo e seguro de que não vou desapontar ninguém quanto ao teor do documento.

Após uma síntese histórica sobre o período dos Descobrimentos, chegamos ao nó da questão através de considerações preambulares, tomo conta de uma mentalidade e de um quadro ideológico emergente à noção do III Império:
“A emancipação, talvez prematura, mas natural do Brasil, deixou-nos livres de criarmos outro império e de explorarmos a nossa Senegâmbia que pelas suas condições pode assemelhar-se talvez à Guiana na América.
É preciso abandonarmos o péssimo sistema de apelar em tudo para os governos; podem entretanto influir eles de duas formas: primeiro cessando, a troco seja de que sacrifícios, de serem os primeiros concorrentes aos fundos disponíveis do mercado, porque então os capitais não encontrando lucro fácil, seguro e elevado, aventurar-se-ão em empregos comerciais, agrícolas e industriais não só no país como nas colónias; segundo, tornando conhecidas pelas explorações, e publicações de notícias, as condições das diversas colónias, etc. e incitando pelo exclusivo a formação de companhias comerciais e agrícolas. A colónia francesa do Senegal que desde o governo do general Faidherbe, em 1854, começou a alargar a sua área de desenvolvimento comercial, impôs a navegação francesa com exclusão de todas as outras nações.
A região da Guiné é de todos os nossos territórios além-mar talvez o menos conhecido. A primeira condição favorável que oferece ao nosso comércio é a sua proximidade da metrópole em relação às demais nações.”

O autor cita Travassos Valdez: “Na Guiné tudo denota ao viajante um país muito rico de produtos naturais, terras baixas e extensas, literalmente cobertas de uma vegetação pomposa, desde a mais perene e variada, facilitando a um governo previdente, forte e ilustrado os mais importantes recursos.”

E volta às suas considerações pessoais: “Os comerciantes portugueses na Guiné não são mais do que comissários dos comerciantes estrangeiros estabelecidos na Gâmbia e Goreia que por seu turno são as gentes das fortes casas comerciais de França e Inglaterra, América e Bélgica.”

Volta às suas considerações sobre o desenvolvimento agrícola para ele condição determinante, sem ele não haveria meio de fixar a colonização. E volta às suas considerações:
“Além das produções naturais da mancarra, madeira e arroz, parecem ser de fácil exploração o café e o algodão, pelo menos na região dos Mandingas (Geba e Farim) e nos Bijagós. Os artigos de comércio que vais avultam são além dos produtos agrícolas – goma, os couros, o marfim e o ouro; este comércio é feito das casas estrangeiras das colónias próximas francesa e inglesa e muito pouco por via de Cabo Verde com Portugal.
O atraso da hidrografia daquelas paragens, a falta de segurança e a dos mais rudimentares melhoramentos materiais, a exiguidade da população europeia e a ignorância das condições comerciais e agrícolas ditaram os artigos desserviço que julgámos indispensáveis fazer-se naquela região, a não ser ela alienada, a troco de uma centralização de domínio colonial da costa de Angola. Não é novo serem encarregues os exploradores de uma região de fundarem feitorias comerciais nos pontos em que pelo estudo que tinham feito da região se ofereçam condições de uma colónia: ultimamente foi o conde de Senelle encarregado de uma exploração naquelas condições, sobre os auspícios da Sociedade de Geografia de Lisboa. Propõe-se a Sociedade de Geografia de Lisboa a abrir uma subscrição para explorações geográficas: sem descrermos do patriotismo dos cidadãos portugueses, parece-me que a soma da subscrição não poderá atingir uma cifra que tenha um valor importante para a organização da expedição; mas em que esse capital pode condigna e justamente auxiliar a exploração é na criação em Lisboa de um depósito de géneros da Guiné que devem ser adequados pela permuta de artigos nacionais para o que servirá aquele capital; e onde o público, quer comerciante que consumidor, poderá apreciar os géneros e, pelos relatórios que os acompanharem, as condições comerciais e outras a que a permuta está sujeita, suas vantagem económicas, etc.”


Vamos ver na continuação deste texto e noutros seus contemporâneos que estava a alvorecer um novo conceito imperial: deslocar população para África com propósitos de colonização, impunha-se um desenvolvimento agrícola suscetível de dinamizar as trocas comerciais; o sócio Ferreira de Almeida é seguramente o porta-voz de uma conceção nas ligações comerciais entre Portugal e as suas colónias. E, como veremos adiante, faz uma proposta, contemporânea com as viagens que irão acontecer entre Angola e Moçambique, para identificar a geografia de uma colónia cuja dimensão se desconhece, ele fala claramente que é preciso conhecer a hidrografia, seguramente numa lógica do aproveitamento integral dos recursos hídricos para o transporte de mercadorias.

Procurava-se instituir uma moldura para a ocupação humana deste III Império, e um dos pontos mais curiosos desta proposta é a conjugação entre o conhecimento geográfico e a identificação das potencialidades económicas. Seguramente que a proposta não foi viabilizada, mas este documento denota uma mentalidade nascente quanto ao novo modo de olhar a ocupação de África. Sabemos que este desenvolvimento agrícola nunca passou das boas intenções, basta ler os relatórios dos chefes das delegações bancárias do BNU na Guiné, apareceram empresas com grandes planos e que rapidamente desapareceram. O colono branco não se fixou na terra, mas no comércio e serviços e com uma autoridade nos lugares mais inóspitos fez-se, sobretudo, representar pelo cabo-verdiano.


Largo Honório Pereira Barreto, freguesia do Beato
Gravura da época sobre povos da Senegâmbia
Indumentárias do povo da Gâmbia, 1823
Zulos, Kaffirs, Bechuana, Senegâmbia, gravura antiga

(continua)
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Nota do editor

Último poste da série de 20 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24979: Historiografia da presença portuguesa em África (399): Magul, Moçambique, 8 de setembro de 1895: um marco na história da nossa artilharia

Guiné 61/74 - P24980: As nossas geografias emocionais (19): Lisboa: Do Passeio Público à Avenida da Liberdade...

 


Imagem nº 1 - A Avenida da Liberdade, o palácio Foz do lado esquerdo e o monumento aos Restauradores. C. 1906. Ainda não havia ao cimo, na Rotunda, a estátua do Marquês de Pombal (inaugurada só em 1934).


Imagem nº 2 - "O antigo Passeio Público do Rossio, demolido em 1883" 

 

1. Lisboa: A Avenida da Liberdade é, seguramente, a mais icónica artéria da cidade (Imagem nº 1). Liga a praça dos Restauradores, na Baixa,  à Praça do Marquês de Pombal. Inspirando-se no "boulevard" parisiense, a sua origem remonta ao Passeio Público (cujo início de construção data de 1764, ao tempo de Marquês de Pombal e da  reconstrução da cidade) (Imagem nº 2).

Mede c. 1100 m de comprimento, e 90 de largura.  Os seus largos passeios são decorados com jardins, fontes  estátuas de escritores e a famosa calçada à portuguesa. Nela se ergue também o Monumento aos Mortos da Grande Guerra.

O Passeio Público foi desenhado pelo arquiteto Reinaldo Manuel. Era inicialmente murado, e só acessível à nobreza. Sofreu grandes alterações no 2º quartel do séc. XIX (anos 1830/40), da responsabilidade do arquiteto Malaquias Ferreira Leal. Democratizou-se com o liberalismo.
 
A  avenida, em si,  é mais recente: foi construída entre 1879 e 1886, e muito se deve à determinação e visão de Rosa Araújo (1840-1893), presidente da câmara municipal.   Passou a ser uma zona "in" para as  novas classes sociais em ascensão , a zona "chique" de Lisboa, com ligação ao Rossio e ao Chiado.

Apesar da sua terceirização e gentrificação, continua ainda hoje a ser um dos palcos preferidos para manifestações públicas, desfiles militares, festividades, etc.  (1º de Dezembro, 25 de Abril, 1º de Maio, 13 de Junho, iluminações de Natal...).

A Avenida da Liberdade foi classificada, em 2013,  como Conjunto de Interesse Público.


2. Sobre a publicação OCCIDENTE (O). REVISTA ILLUSTRADA DE PORTUGAL E DO ESTRANGEIRO

(i)  Publicou-se entre 1878 e 1915, ao ritmo de três números por mês;

(ii) Em 38 anos de edição, publicaram-se 1315 números ao longo dos seus 38 anos de edição;

(iii) O seu sucesso e longevidade devem-se a dois homens: Caetano Alberto da Silva, gravador e principal capitalista da empresa Occidente; e Manuel de Macedo, desenhador ilustrador;

(iv) A revista foi uma verdadeira escola de gravadores. com ateliê próprio;

(v) Acompanhou a evolução dos tempos, recorrendo  também à colaboração da nova figura emergente, o fotógrafo (e passaram por lá nomes conhecidos como  Joshua Benoliel (1873-1932), o primeiro fotojornalista português, e outros como Alberto Lima, Ciríaco Tavares da Silva,  Rocchini, Carlos Relvas, Carlos Vieira, J. Azevedo, F.G. Marques, Manoel Abreu, António P.A. Leite, etc.);

(vi)   "O Occidente" era uma revista muito diversificada, e cosmopolita, seguindo tendèncias estésticas e movimentos sociais (como a luta das sufragistas inglesas, etc.) mas evitando as armadilhas da política partidária; atravessou uma época de profundas mudanças (em todos os domínios), nasceu na monarquia constitucional e acabou na República, com o apoio à entrada de Portugal na Grande Guerra. (Fonte: Adapt. de Rita Correia / Hemeroteca Digital de Lisboa: Ficha hstórica, com a devida vénia...)

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Guiné 61/74 - P24979: Historiografia da presença portuguesa em África (399): Magul, Moçambique, 8 de setembro de 1895: um marco na história da nossa artilharia


 
Guiné > Zona leste >Região de Bafatá >  Setor L1 (Bambadinca) > Mansambo > CART 2339 (1968/69) > O alf mil Torcato Mendonça (1944-2021) junto a obus 10,5 ou 105 mm, em cujo tubo se pode ler "Nagul - 1895".

Foto : © Torcato Mendonça (2007). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Moçambique > c. anos 1920 >  Monumento de Magul, comemorativo do combate de 8 de setembro de 1895, no qual tomaram parte, entre outros oficiais do exército português, Mouzinho de Albuquerque, Freire de Andrade e Paiva Couceiro


(Cortesia de Hemeroteca Digital de Lisboa)

1. Magul não é um topónimo guineense, mas se calhar por causa dele e de outros que nós lá fomos parar à Guiné, na sequência das  "guerras de pacificação" do 3º quartel do séc. XX (a que também se chama "guerra colonial", "guerra do ultramar", "guerra de África"...)  Marracuene, Magul , Coolela e Chaimite (em Moçambique), Mofilo, Môngua (em Angola), etc., são nomes de batalhas das campanhas de "pacificação", "ocupação" ou "manutenção do Império"...

Magul (*) apareceu aqui, pela primeira no blogue, numa foto de um obus. 10.5 (*), da autoria do Torcato Mendonça.  Conversa puxa conversa, ficámos a saber mais um pouco sobre a historiografia da presença portuguesa em África (**).

Foi o nosso saudoso Vasco Pires (1948-2016 ), que vivia no Brasil, quem deu a primeira dica (***): a inscrição "Mgul - 1895" no tubo do obus 10.5 de Mansambo (*) só poderia ter a ver com o combate de Magul, de 8 de setembro de 1895, em Moçambique. 

Por outro lado, o artilheiro C. Martins, bravo de Gadaamel (1973/74), esclareceu os infantes que, no tubo dos obuses e peças da BAC,  " às vezes era inscrito o nome de batalhas onde a artilharia se distinguiu por feitos valorosos"...

Sobre o combate de Magul, recolheu-se na atura mais a seguinte informação na Wikipedia:

(...) "O Combate de Magul foi uma batalha travada na região de Magul (Moçambique) entre uma força expedicionária Portuguesa, liderada por Alfredo Augusto Freire de Andrade e os guerreiros tribais Ronga, liderados por nuã-Matidjuana caZixaxa Mpfumo e pelo seu primo Mahazul.

"O confronto insere-se nas chamadas "Campanhas de Pacificação de África" levadas a cabo por Portugal nas suas colónias, nos finais do século XIX e início do século XX, fruto da crise do Mapa cor de rosa. A primeira fase destas campanhas, iria culminar na captura do imperador de Gaza, Ngungunhane.

"A batalha deu-se no dia 8 de setembro de 1895, sendo a desproporção de forças entre os dois lados bastante substancial. Do lado Ronga, contavam-se 13 Mangas (regimentos de guerreiros tribais) com cerca de seis mil homens, enquanto que a tropa portuguesa dispunha de 275 soldados europeus, auxiliados por 500 ajudantes africanos (na sua maioria angolanos).

"Os guerreiros africanos lançaram-se na sua tática habitual de meia lua, enquanto os portugueses, usaram a sua tática do quadrado habitual, (soldados virados para as quatro frentes, em linha de fogo, com as peças de artilharia nos cantos).(...)

"O poder de fogo das metralhadoras e da artilharia europeia era enorme, fazendo com que os Ronga não conseguissem furar o quadrado Português. Ao fim de duas horas de combate, os africanos retiram, deixando para trás 400 mortos. Do lado português contabilizam-se 5 baixas entre os soldados continentais, uma vitória esmagadora e que muito desmoralizou os Ronga.

"Depois da vitória inquestionável, a tropa portuguesa aproveita para semear o medo entre as povoações, tentando desta forma quebrar o sentimento de revolta contra o domínio colonial, e são incendiadas varias aldeias.

"Ngungunhane não intervém, pois aguardava ainda por ajuda inglesa que no entanto não surge. Os britânicos ao verem a determinação que o governo português emprega nestas ações, retiram o apoio ao imperador africano.

Nesta batalha distinguiu-se com enorme bravura o famoso Henrique de Paiva Couceiro" (...).



2. Ficámos também a saber também algo mais sobre o céldebre Ngungunhane ou Gungunhana (c. 1850-1906):

Ver o sítio "Vidas Lusófonas", a biografia de Gungunhana, hoje herói nacional para os moçambicanos e que, no nosso tempo de escola, fazia parte do nosso imaginário...

http://www.vidaslusofonas.pt/ngungunhane.htm (página, entretanto, descartada)

NGUNGUNHANE (resistente anticolonial, 1850? – 1906)

Quando tudo aconteceu...

1850: Data aproximada de nascimento de Ngungunhane;

1858: Morte de Manukuse, fundador do império de Gaza, avô de Ngungunhane;

1884: Morte de Muzila, pai de Ngungunhane e subida deste ao poder;

1885, Fevereiro: Conferência de Berlim e partilha de África pelas potências europeias;

1890, 11 de Janeiro: Ultimato britânico ao governo português;

1894, Agosto: Rebelião dos tsongas na região de Lourenço Marques;

1895, 8 de Setembro: Combate de Magul;

1895, 11 de Novembro: O exército português vence os ngunis, arrasa e incendeia Mandlakasi, capital do império de Gaza;

1895, 28 de Dezembro: Mouzinho de Albuquerque aprisiona Ngungunhane em Chaimite, a aldeia sagrada dos ngunis;

1896, 13 de Março: Ngungunhane, sete das suas mulheres, seus filho e tio e dois régulos são desembarcados em Lisboa, em estado de festa pelas capturas;

1896, 23 de Junho: Ngungunhane chega à ilha Terceira, Açores, onde fica desterrado até à morte;

1906, 23 de Dezembro: Morte de Ngungunhane;

1985, 15 de Junho: as ossadas, provavelmente falsas, chegam à República de Moçambique.

Fonte: Vidas Lusófonas > Carlos Pinto Santos > NGUNGUNHANE (resistente anticolonial, 1850? – 1906)

https://arquivo.pt/wayback/20141001000628/http://www.vidaslusofonas.pt/ngungunhane.htm
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Notas do editor:

(*) Vd. pposte de 20 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24978: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (6): Moçambique: monumento aos heróis de Magul (8 de setembro de 1895)... Guiné: o rio Grande a que aportaram as caravelas portuguesas em 1446 não era o Casamança mas o Geba: nele foi observado o fenómeno do macaréu

Guiné 61/74 - P24978: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (6): Moçambique: monumento aos heróis de Magul (8 de setembro de 1895)... Guiné: o rio Grande a que aportaram as caravelas portuguesas em 1446 não era o Casamança mas o Geba: nele foi observado o fenómeno do macaréu

 


"Moçambique - Monumento de Magul.  Comemorando o combate de 8 de setembro de 1895, no qual com Mousinho de Albuquerque, tomaram parte, entre outros oficiais, os srs, General Freire de Andrade e Paiva Couceiro"

(Cortesia de Hemeroteca Digital de Lisboa)
 

Detalhe: "À memória dos soldados portugueses aqui mortos pela Pátria, 
em 8 de setembro de 1895"



Diretor: Oliveira Tavares; editor: Joaquim Araújo; propriedade: Empresa de Publicidade Colonial, Lda. 


1. Lá descobrimos mais um pequeno artigo sobre a Guiné: da autoria do eng. agr. Armando Cortesão,  foi publicado no nº 14, de 27 de novembro de 1924, da "Gazeta das Colónias" (será nomeado no ano seguinte Agente Geral das Colónias), e diretor do boletim da Agència Greal das Colónias). 

Com os conhecimentos de cartografia, mostra-nos que o rio a que as caravelas portugueses chegaram em 1446, sob o comando de Fernão de Vilarinho  e Estêvão Afonso foi o rio Geba, e não o Casamança, a que os cronistas da época chamavamo Rio Grande, e onde observaram o fenómeno do macaréu...






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Nota do editor:

Último poste da série > 18 de dezembro de  2023 > Guiné 61/74 - P24969: Capas da Gazeta das Colónias (1924-1926) (5): Angola, Companhia do Amboim: a roça "Ajuda e Amparo"... E propaganda da Guiné, por Armando Cortesão: "Ainda há 10 anos Bissau era um pequeno povoado, cercado por uma muralha e ai do europeu que dela se atrevesse a afastar-se umas centenas de metros"...

Guiné 61/74 - P24977: Parabéns a você (2234): José Botelho Colaço, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 557 (Cachil e Bafatá, 1963/65) e José Casimiro Carvalho, ex-Fur Mil Op Especiais da CCAV 8350/72 e CCAÇ 11 (Guileje, Gadamael e Paunca, 1972/74)


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Nota do editor

Último poste da série de 19 de Dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24972: Parabéns a você (2233): Humberto Reis, ex-Fur Mil Op Especiais da CCAÇ 2590/CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71)

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Guiné 61/74 - P24976: Boas Festas 2023/24 (7): Mensagens natalícias dos nossos camaradas Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art da CART 2479/CART 11; Ernestino Caniço, ex-Alf Mil Cav do Pel Rec Daimler 2208 e Paulo Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721


1. Mensagem natalícia do nosso camarada Valdemar Queiroz, ex-Fur Mil Art da CART 2479 / CART 11 (Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70):

Desejo a todos e suas famílias Feliz Natal e Bom Ano de 2024
Abraços e saúde da boa
Valdemar Queiroz



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2. Mensagem natalícia do nosso camarada Ernestino Caniço (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, Mansabá, Mansoa e Bissau, 1970/71), hoje médico reformado:

Caros amigos
Votos de Um Feliz Natal e que o próximo Ano nos traga especialmente saúde.
Que os DEUSES nos protejam, pelo menos até 2100 (preferencialmente + IVA).

Abraço,
Ernestino Caniço


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3. Mensagem natalícia do nosso camarada Paulo Salgado, ex-Alf Mil Op Especiais da CCAV 2721 (Olossato e Nhacra, 1970/72):

Amig@s,
Estou a remeter as Boas Festas às pessoas com as quais, por qualquer circunstância, me cruzei, e cruzo, neste percurso de vida. Faço-o com estima e imensa consideração.
Desejamos-lhe, a minha mulher e eu, muitas felicidades e à sua Família. Olhe, ainda temos esperança que o próximo ano (bissexto) seja melhor e que os senhores da guerra olhem para si mesmos, no que estão a fazer, sobretudo a quem sofre.

Um abraço nosso. E saúde. E Paz. E que as crianças não sofram...
Paulo Salgado

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Nota do editor

Último poste da série de 19 de Dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24975: Boas Festas 2023/24 (6): Presente de Natal do nosso camarada José Teixeira

Guiné 61/74 - P24975: Boas Festas 2023/24 (6): Presente de Natal do nosso camarada José Teixeira


1. Mensagem natalícia do nosso camarada José Teixeira, ex-1.º Cabo Aux Enfermeiro da CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70):


PRESENTE DE NATAL

Antes de dar ou receber presentes de Natal,
Eu quero ser Presente de Natal,
Junto das pessoas do meu Mundo.
Presente nos afetos que abrem corações.
Presente nos sorrisos que dão vida à alma.
Presente na dor para dar consolo.
Presente na vida dos que mais precisam.
Presente no combate à solidão que mata
Presente nos abraços que transmitem calor.
Presente em ti meu irmão.

Este “Ser Presente” não têm custo monetário.
Não se gasta nem desgasta
E pode usar-se todos os dias do ano.

Faz de mim uma pessoa feliz
Porque recebo sorrisos gratuitos de felicidade.


UM SANTO NATAL
Para ti que ousaste ler esta mensagem e a vais tentar pôr em prática.
José Teixeira

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Nota do editor

Último poste da série de 19 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P24974: Boas Festas 2023/24 (5): As crianças de Suzana desejam-vos Boas Festas (Manuel Rei Vilar / Associação Anghilau)

Guiné 61/74 - P24974: Boas Festas 2023/24 (5): As crianças de Suzana desejam-vos Boas Festas (Manuel Rei Vilar / Associação Anghilau)


Ver Projecto Kassumai no Facebook: https://www.facebook.com/p/Projecto-Kassumai-100064413532268/?locale=ro_RO
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Nota do editor

Último poste da série de 17 de Dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24967: Boas Festas 2023/24 (4): José Carlos Mussá Biai, amigo Grã Tabanqueiro da Guiné-Bissau