domingo, 13 de junho de 2010

Guiné 63/74 - P6590: História de vida (30): O dever militar chamou-me: Joaquim Cardoso Veríssimo (1949-2010),ex- 1º Cabo At Inf, CCAÇ 5, Canjadude, 1971/73) (José Corceiro)

1. O José Corceiro  (ex-1.º Cabo Trms, CCaç 5 - Gatos Pretos, Canjadude, 1969/71) mandou-nos a seguinte mensagem:

Data: 11 de Junho de 2010 23:00

Assunto: O DEVER MILITAR CHAMOU-ME

Amigos Luís Graça, Carlos Vinhal e Magalhães

O Poste 6548 (*) noticiou o trágico acidente que ceifou a vida ao nosso camarada Joaquim Cardoso Veríssimo, um brioso Gato Preto da CCAÇ
 5 que,  oito dias após o ter localizado e ter falado com ele, via telefone, que o deixou maravilhado, resolveu partir sem nos dar o prazer da sua convivência. 


Joaquim Cardoso Veríssimo (1949-2010)

Acabo de receber, enviado pela esposa, este escrito que o Joaquim  (foto acima) redigiu recentemente. Tal e qual o recebi, assim o envio, sem acrescentar, ou tirar, um ponto ou vírgula.

Na simplicidade e singeleza do artigo, escrito pelo amigo JOAQUIM, descrevendo sem queixumes ou revolta o progredir duma vida madrasta, que algumas vezes lhe serviu para comer o pão que o diabo amassou, é exposta uma nobreza e transparência de alma, reveladora do carácter íntegro, sincero, leal, honesto e puro, de Homem Probo, que o Joaquim foi.

Curvo-me perante a sua memória.

Publiquem se acharem interesse.

Um abraço, José Corceiro 


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > CCAÇ 5 (1971/73) &gt Foto 2  > O Veríssimo é 1º do lado direito. Fui eu que tirei a foto, mas não identifico os outros.

Fotos (e legendas): © José Corceiro (2010). Direitos reservados

2. História de vida > O DEVER MILITAR CHAMOU-ME
por Joaquim Cardoso Veríssimo

Eu sou o Joaquim Cardoso Veríssimo, nasci na freguesia de Pínzio, distrito da Guarda, concelho de Pinhel em 28/01/1949. Sou filho de José do Nascimento Veríssimo e Maria Augusta Cardoso. O meu avô paterno chamava-se António Veríssimo e a minha avó, Maria Luísa. Os meu avô materno Francisco Cardoso e a minha avó Mariana de Jesus, os quais não tive o prazer de conhecer. Sou o 3º de 12 irmãos, 6 ainda vivos, 5 falecidos antes de eu nascer e 1 falecido há cerca de 1 ano.

Do que me recordo primeiro da minha juventude foi a escola onde completei a 4ª classe mas já um pouco tarde uma vez que faltava muito por ter de guardar os meus irmãos mais novos (Manuel e Carlos), tendo ainda de ajudar na horta da família e em casa mas lá consegui.

Depois tive de ir trabalhar para fora, a 1ª foi para Vila Franca das Naves (Trancoso), para a abertura de um poço. Como era jovem incumbiram-me de pôr os motores a trabalhar para tirar a água para os homens poderem trabalhar. Também antes do meio-dia fazia uma fogueira e punha as panelas de ferro ao lume para cozer as batatas, feijão, etc. Só que eu por vezes esquecia-me de por a água e quando chegavam tinham batatas assadas e feijão assado esturrado. Com o tempo aprendi.

Dali voltei a Pínzio. Daqui os meus pais pensaram em se mudar para a minha residência actual, Sobral do Campo, distrito e concelho de Castelo Branco, de onde o meu pai era natural.

A 1ª vez que saí do Sobral do Campo para trabalhar, foi para colher azeitona para a freguesia de Frazoeira, Ferreira do Zêzere. Foi aqui que aprendi a montar uma escada ao alto sem a deixar cair mas até aprender ainda caiu muitas vezes. Gostei imenso desse trabalho, era um convívio saudável.

Voltei ao Sobral e voltei a sair desta vez na companhia do meu pai o qual recordo com muitas saudades. Fomos trabalhar para S. Domingos de Rana, Cascais, fazer valas para esgotos e alcatroar as ruas. Daqui fomos para uma aldeia chamada Fim do Mundo, São João do Estoril. Daqui fui trabalhar para Bicesse, Cascais. Comia e dormia no local que era café e mercearia.


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Camjadude > CCAÇ 5 &gtFoto nº 3> O  Veríssimo é o 3º a contar do lado esquerdo, flectido. De pé, metropolitano, Furriel Caetano.

Também posso dizer que aqui é que eu aprendi a andar de bicicleta. Tinha uma cesta de verga atrás e comecei por pôr umas pedras para ter equilíbrio, para depois pôr uma botija de gás e mais tarde atrelar um reboque com 4 botijas. Uma dessas vezes numa descida travei e pús o pé na roda da frente. Embrulhei-me e quando dei por mim estava no meio da estrada, debaixo da bicicleta e do reboque com as 4 botijas espalhadas. Também foi nesta mercearia que aprendi a fazer lixívia num tanque de lavar a roupa. Os fregueses telefonavam e eu com a tal bicicleta ia levar a vários sítios tais como Alcoitão, Manique, Alto dos Gaios, etc. Também estive numa drogaria no Estoril.

Voltei a voar, agora para Cascais, para uma urbanização junto à praça de touros. Não sei se essa praça ainda existe. Daqui fui até Belém, ali entre o mosteiro dos Jerónimos e a torre de Belém. Havia por ali uma fábrica de sardinhas de conserva, nas costas dessa fábrica uns estaleiros onde faziam pequenos barcos. Moravamos aí muito perto. Fomos completar um colector de descargas de esgotos para o mar. Mais uma viagem e fomos até Fátima uma vez que Fátima não tinha água da rede pública. Fomos buscá-la através de tubos a Vila Nova de Ourém para ser inaugurada pelo Papa em 1967 se não estou em erro.

Aqui também fui muito feliz. Conhecia muitas gentes, muitas culturas e enriqueceu muito os meus conhecimentos mas não fiquei por aqui, desta vez vamos até Sacavém, mais propriamente na Courela do Foguete. Aqui construímos vários prédios durante alguns tempos, trabalhava e ia treinar futebol em Camarate, no clube Águias de Camarate. Ainda hoje existe.


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > CCAÇ 5 &gtFoto 4 > Veríssimo de pé no meio. Consigo identificar de pé, 1º lado direito, Pimenta, de joelho 2º lado esquerdo, Gaspar.

O dever militar chamou-me, fui tirar a recruta ao quartel na Guarda.

A especialidade fui tirá-la a Abrantes. Passei a pronto e fui para Beja. Aqui já os preparativos finais para o Ultramar. Um dia saí daqui para um quartel na Ajuda. Um certo dia de madrugada acordaram-nos, meteram-nos nos camiões fechados e quando os carros pararam estávamos no cais de Alcântara para embarcarmos num barco chamado "Uije". Mandaram alinhar todos os militares e fui promovido a 1º cabo antes de entrar para o barco e aí vai ele que se faz tarde a caminho da Guiné.

Cheguei a Bissau e fui parar a um quartel a que chamavam "Adidos". Daí a alguns dias meteram-me num barco civil com 4 rações de combate para 4 dias com mais 3 colegas. A água quase a entrar para dentro do barco e eu sem saber nadar mas chegámos a um lugar em que o barco começou a bater no fundo. Saímos com muita sede e pedimos a um miúdo que nos arranjasse uma garrafa de água e pagámos. Pedimos outra e por curiosidade fomos atrás dele. Apanhava a água no meio do caminho, muito suja.

Destino seguinte: Bafatá tivemos que pedir boleia para chegar lá um senhor com um camião civil lá fez o favor de nos levar. Chegámos lá começámos por ver muitas casas pré-fabricadas ocupadas por militares. Apresentámo-nos ao comandante para passados 2 dias apanharmos uma coluna militar para Nova Lamego, agora Gabu, capital do distrito.

Aqui vinham abastecer-se todas as unidades que faziam parte deste aquartelamento, quer de Viveres quer de Armamento,  da qual fazia parte a minha futura unidade a que chamavam "Canjadude",  distanciada vinte e poucos quilómetros de Gabu. Era uma unidade de cento e poucos Africanos e apenas com vinte e poucos brancos. Com 3 abrigos feitos em cimento: 1 para os soldados, 1 para oficiais e 1 para o capitão. Cozinha, armazém de viveres, refeitório, cantina, balneários e enfermaria eram feitos de chapas de Zinco.

A rendição de cada militar era feita individualmente. Quando cheguei, quem ia render ainda se encontrava ali, não havendo cama para mim, tive que dormir uma semana na enfermaria em cima de uma maca. Quem eu fui substituir veio embora e depois sim já dormia num abrigo com uma rede mosqueira. Sem ela era muito difícil devido aos muitos mosquitos que havia por ali.

Logo quando cheguei comecei por fazer vários trabalhos, entre eles, ajudar a fazer várias casas, todas elas feitas de terra. Punham-se várias formas de madeira que depois se enchiam com terra amassada. Depois de secas, assentavam-se umas em cima das outras levando também terra para fazer de areia e de cimento. Depois de feitas tinha que se por logo o telhado porque se chovesse lá ficava apenas um monte de terra.


Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > Canjadude > CCAÇ 5 > Foto 5  > Secção de transmissões a carregar viatura com os blocos, feitos de terra (adobes) que o Veríssimo referencia. Corceiro a pegar num bloco, Silva e Viriato em tronco nu, Coias em cima da viatura.

 Também tínhamos umas horas por semana para dar aulas aos Africanos, quer militares, quer civis. Passados vários meses, uma certa noite, tive muitas dores que não passavam de maneira nenhuma. De madrugada veio uma avioneta buscar-me para o aeroporto de Gabu. Aí meteram-me num Atlas, avião de onde saltavam os pára-quedistas. Levaram-me até ao aeroporto de Bissau. Chegado aí estava uma ambulância à minha espera para me levar ao hospital de Bissau para ser operado a uma perfuração do estômago.

Não passei muito bem depois da operação e tive de ser evacuado para Portugal. Passei aqui 6 meses e quando faltavam 30 dias para terminar a minha comissão no Ultramar recebi um postal para regressar novamente à Guiné. Agora sim, custou-me imenso porque já lá tinha estado e já sabia o que era aquilo.

Mas lá se passou o tempo e vim para o Sobral, onde enveredei pelo caminho de carteiro. Comecei em Tinalhas, acabei em Castelo Branco. Conheci muito boa gente, aprendi muito com eles, percorri quilómetros e quilómetros, quer a pé, quer de motorizada e por fim de carro. O tempo foi passando, fui tendo problemas de saúde.

Comecei por fazer muitos e muitos exames entre Castelo Branco, Lisboa e por fim Coimbra, que me disseram que tinha problemas de rins. Comecei por pedir serviços leves uma vez que não me sentia com forças. Pedi a reforma antecipada e 2 anos depois comecei a fazer diálise. Fi-lo durante quatro anos e meio. Um dia recebi um telefonema de Coimbra a dizer que tinham um rim compatível para mim e se estava interessado. Disse logo que sim. Fui transplantado há quase 10 anos. Tenho-me sentido mais ou menos bem até agora, sou feliz com os amigos e com a família que tenho portanto nada mais posso pedir.

O que eu gostaria de ter feito e nunca tive oportunidade

Regressar há Guiné e recordar os locais onde cumpri o meu serviço militar, onde passei alguns momentos felizes e outros muitos infelizes, mas que fazem parte do meu passado mas que contribuíram muito para fazer de mim o homem que sou. Tornar a reencontrar os meus ex colegas de tropa.

Quem Sou Eu

Eu sou o Joaquim Cardoso Veríssimo, meço 1,63,  peso 67 quilos, e tenho olhos castanhos. Sou geralmente uma pessoa bem disposta, amigo do meu amigo, ao pé de mim não há tristeza, sou honesto trabalhador embora esteja reformado.


Castelo Branco > Sobral do Campo > s/d > Foto 6 > Veríssimo, com a esposa e os netos.

Fotos e legendas: : © José Corceiro (2010). Direitos reservados

As minhas virtudes 

Alem de ser divertido sou responsável, lutador, e paciente. Coloco a família acima de todas as minhas prioridades.

Os meus defeitos 

Sou teimoso e enervo-me com facilidade.

O que mais gosto de fazer

Conversar com pessoas não importa a idade, sexo, ideologia politica ou clubista. Adoro bricolage.

O que me faz mais feliz 

É ver as pessoas que eu amo com sorrisos sinceros de felicidade nos rostos.


3. Comentário de L.G.:

O Joaquim Cardoso Veríssimo estaria hoje na nossa Tabanca Grande, por iniciativa do José Corceiro, se fosse vivo... Sensibilizou-me imenso a leitura da sua história de vida, de homem humilde mas trabalhador e corajoso,  e que é a história de muitos de nós, os da geração que fez a guerra colonial...

A sua trágica morte no IC 3, no passado dia 1 (e não a 3, como noticiou o Diário de Coimbra), deixou consternados não só os seus camaradas da CCAÇ 5 mas também os demais camaradas da Guiné... Cada vez que morre um camarada nosso, é um pouco de nós que morre também... Daí a singela homenagem que eu lhe quero prestar, mesmo não o tendo conhecido pessoalmente, juntando doravante o seu nome à nossa lista de amigos e camaradas da Guiné.   Infelizmente, e daqui para o futuro, vai aumentando progressivamente , também, a lista dos nossos camaradas que nos vão deixando.  É importante que os seus nomes continuem a figurar no nosso blogue.

A nossa homenagem é extensiva não só aos Gatos Pretos como também à família do Joaquim, na pessoa da viúva, Maria Carolina, nossa companheira, a quem agradecemos, através do José Corceiro, o gesto carinhoso que foi o envio, para o nosso blogue, do texto escrito pelo Joaquim  (bem como as fotos aqui publicadas). Cabe também às nossas família o dever de salvaguardar, proteger e acarinhar as "marcas" da nossa passagem pela Guiné, sob a forma de aerogramas, cartas, fotografias, diários, apontamentos, relatórios de operações, objectos e por aí fora... LG
_______________

Nota de L.G.;

(*) Vd. poste de  6 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6548: In memoriam (43): Faleceu Joaquim Cardoso Veríssimo da CCAÇ 5 (José Marcelino Martins)

(...) O Joaquim Cardoso Veríssimo era/é um dos nossos. Fez parte da Companhia de Caçadores nº 5 do Comando Territorial Independente da Guiné, uma das muitas companhias formada por soldados africanos e enquadrada por militares metropolitanos.

Dos elementos que colhemos para elaborar a história da unidade, consta: (i) 1º Cabo Atirador de Infantaria, número mecanográfico 12539370, natural da Guarda; (ii) prestava serviço no Regimento de Infantaria 3 quando foi mobilizado;  (iii) foi aumentado ao efectivo da Companhia em 12 de Março de 1971, assumindo as funções de Comandante de Esquadra.

Não se encontra referida a data em que foi abatido ao efectivo da Companhia, presumindo-se que tenha ocorrido no primeiro trimestre de 1973.

Pouco tempo depois de ter sido “reencontrado” para a família dos Gatos Pretos, parte de vez, aumentando na lista que não deixa de crescer, e cuja leitura nos provoca saudade.

À Esposa, nossa companheira Maria Carolina, apresentamos as nossa condolências e o nosso afecto, assim como a todos os familiares. Vocês são também, por direito próprio, GATOS PRETOS. Não deixem que a memória do Joaquim se esfume. Vejam nas suas recordações “daquele tempo de Justos e Valorosos”, a divisa dos Gatos Pretos, as fotos, os escritos e mandem-nos cópias, para que possamos reter dele, como no meu caso que não o conheci, a melhor recordação e memória. (...)


(...) Comentário de José Corceiro, com data de 7 do corrente:

Caro José Martins

Pois é, “A vida é o pouco que nos sobra da morte”. Saber eu, a semana passada, a euforia e felicidade que manifestou o Verrissimo, quando falei com ele pelo telefone a primeira vez, e lhe disse que eu andava a caçar Gatos Pretos. Ele não queria acreditar, que tinha sido descoberto. No Domingo passado, telefonou-me logo de manhã, todo radiante, para me dizer que já tinha reunido uma série de fotos, para me enviar para o álbum dos Gatos Pretos.


Sexta-feira, telefona-me a esposa, inconsolável, a comunicar o fatídico acidente.
Desejo ao Verissimo, a paz merecida, segundo a sua devoção, à família enlutada, os meus sentidos pêsames e desejo que encontrem força e coragem, para suportar a dor causada pela perda do seu ente querido.

José Corceiro

4 comentários:

Anónimo disse...

Posso fazer uma proposta? Posso?
Ia lendo e pensando em quantos Joaquins não passaram pela "tropa", pela vida ou por nossas vidas. - Porque não um espaço, um pequeno local de homenagem a estes Camaradas?

Um fulano lê e tem que parar um pouco. Quantos Homens destes foram soldados ao nosso lado?

Vidas!!!|! Tantas Vidas!!!!!!!!

Um abraço do Torcato

Anónimo disse...

Meu caro Torcato:

Obrigado pela tua sugestão. Mas deixa-me dizer-te que, por razões logísticas, técnicas, gestionárias, éticas e outras, não podemos (nem queremos) substituir-nos ao memorial aos mortos do Ultramar, criado nas paredes do Forte do Bom Sucesso...

Para se figurar no nosso blogue, não basta ter-se sido "camarada da Guiné", e de preferência estar-se vivo... Tem que haver uma relação de pertença, de identificação, de interacção connosco, uma compreensão e aceitação do nosso espírito bloguístico, dos nossos valores e regras, etc.

Há muitos camaradas que nos conhecem e lêem, e que gostariam eventualmente de dar a cara e o nome... Não o fazem, por muitas razões, a começar pela dificuldade em arrumar emoções e recordações sob a forma de comunicação escrita... Escrever não é fácil nem natural...

É preciso acarinhar, apoiar, ajudar, encaminhar, etc., a maior parte dos nossos camaradas que têm coisas para nos dizer, e que comunicam muito melhor oralmente (por exemplo, ao telefone ou ao vivo) do que por escrito...

Agora, estou inteiramente de acordo contigo sobre a importância de publicarmos cada vez mais "histórias de vida" como esta, lusófonas, portuguesas, guineenses, caboverdianas, dos combatentes da Guiné, 1963/74...

Um Alfa Bravo

Luís Graça

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Esta história de vida, escrita pelo protagonista, dá que pensar...
Na realidade é como o L. Graça refere, trata-se quase de uma epopeia, com tanta labuta, tantas dificuldades, afinal bem comuns a tantos jovens desses tempos (e dos que correm agora...), e sua inclusão como membro deste colectivo é inteiramente apropriada.
Depois, também o Torcato, reflectindo, interroga sobre a justeza de se criar um espaço de homenagem a estes camaradas, o que parece correcto.
Quanto ao Corceiro, é inquestionável o seu companheirismo, pelo empenho em trazer ao nosso seio o seu/nosso camarada, bem como é previsível a sua dor, para mais dadas as circunstâncias do acidente.
Abraços
Hélder S.

José Marcelino Martins disse...

"Mas, quando algum do nosso grupo cai!
'inda é pior
'inda sofremos mais...
Faz-nos sentir, faz-nos pensar!
Talvez da proxima vez,
seja eu, quem vai tombar!"

Todos ficamos mais pobres!
A Familia...
Os Gatos Pretos...
A Guiné...
O País...

Partiu um marido, pai, avô!
Partiu um Camarada de armas!
Partiu um amigo!
Partiu um combatente!
Partiu um Português!

Não o conhecia e já era um camarada!

Depois do que li, perdi um amigo.

Onde quer que estajas, Joaquim, recebe o meu fraterno abraço!

José Martins