segunda-feira, 4 de junho de 2012

Guiné 63/74 - P9995: Convívios (445): Encontro da Magnífica Tabanca da Linha (José Manuel M. Dinis)

1. Mensagem do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71), com data de 31 de Maio de 2012:

Olá Carlos,
Aqui vai uma espécie de reportagem sobre o encontro de hoje da MTL. 
Envio ainda dois lotes de retratos insofismáveis, obras quase verdadeiramente artísticas dos nossos repórteres, Manuel Resende e Jorge Canhão. Façam o favor de deixar campo livre para o caso de algum retrato com retardador não vos apanhar desmaquilhados.
JD


Então como foi?
O nosso Comandante Rosales foi o primeiro a chegar ao local operativo, dando o exemplo de que com coisas sérias não se brinca. Era meio-dia e tocou o telefone, estava eu no 3.º duche, não fosse o cheiro do trabalho forçado provocar algum ambiente desmotivador. Tinha trocado as mãos, não leu a descrição do percurso, porque era superior a três linhas, e estava à frente do hospital, quando fora amplamente divulgado que chegava-se ao sítio por detrás. Invectivou-me com palavrões impróprios deste local, e chantageou sobre a eventualidade de não ir ter com ele. Pus umas roupinhas sobre o corpo húmido, e abalei.

Lá estava o Belarmino, muito seguro do seu papel, a recriminar-me por uma coisa que ele não se deu ao trabalho de ler. Seguiu-me, e foi com a manifesta alegria destes dois intervenientes que chegámos ao ponto certo. Com os necessários salamaleques apresentei-me a Sua Excelência o Comandante, que afectuosamente mandou-me ficar à vontade... mas calado. Ainda cumprimentei o pira Rogé, o Humberto e o Resende, que ali acamparam de véspera com justo receio de uma invasão.

E foram chegando os restantes. Já estávamos a ocupar lugar na mesa, quando tocou o telefone: era o Hélder, que por alturas da Coina ficou com a capacidade de decisão evidentemente perturbada. Alô? - berrei para o telemóvel. O gajo respondeu que vinha a caminho, mas não sabia quanto tempo iria atrasar-se. Dei-lhe outra explicação sobre as coordenadas, e pareceu-me ter entendido.

Sentei-me à mesa, comecei a apalpar terreno pelo meio de croquetes e um paté dito de marisco, quando, tocou o telefone; era o Domingos, cascaense de nascimento, que pedia socorro orientativo, pois andava por uma das três ruas do Cabreiro, e não dava connosco. Pudera! Também não tinha lido sobre o percurso, e ainda se queixou do fastio das minhas lengas-lengas. Ainda fui para o exterior, pois o Domingos parecia estar a vir da Terra Santa e não dava sinais de aproximação.

Regressado à mesa e permitida a minha intervenção coloquial, estava numa conversa com o Sr. Comandante, o Manuel Joaquim (que se estreou com brilho, mas sem nos deslumbrar), e o Canhão que, furtivamente, tirava retratos históricos, quando tocou o telefone:
 Saí da autoestrada e virei à direita, e na segunda rotunda voltei também à direita, pelo que estou perto do hospital -  disse o Hélder, com grande fluidez de conversação. Pois devias ter virado duas vezes à esquerda, respondi.

Quando chegou tinha aparelhado uma desculpa técnica: o meu GPS só reconhece um Cabreiro a 50km daqui. Exausto, apoiei-me no ombro robusto e gordo do Sr Comandante, puxei pela cadeira, e deixei cair o corpinho estoirado, já havia meninos a colherar o caldo. Sedento mandei vir tinto, mas deram-me dois copos de sangria, que se apresentou um refresco nim, nem sim, nem sopas. Depois foi comer pela tarde adentro, enquanto os grupinhos se vangloriavam de mais uma vitória iniludível sobre a bianda e os estilhaços.

Dei uma vista de olhos, já meio turvado, e entre os presentes pareceu-me reconhecer as seguintes personalidades para além das já referidas: o Palma e o Encarnação, o Moreira e o Jorge Pinto (o Moreira vinha estafado do cozido de Monte Real, pelo que ficou dispensado de pagar 20 euros), o Marques e a Gina, o Carlos Silva e a tabanqueira sua esposa de que não recordo o nome*, o Pires (que foi seguido até ao restaurante por um angolano do tempo em que fazia reportagens em Luanda, que o reconheceu de carro para carro, e quis dar-lhe um abraço), o Colaço e o Zeca Caetano.

Feitas as contas, uma minoria ainda ficou a resolver graves e pertinentes problemas nacionais, até que a hora do lanche (os ares da serra abrem o apetite) foi chamamento mais forte, e cada um rumou a casa.

Em síntese: foi uma almoço agradável pela quase módica quantia de 15,20 aéreos. Conviveu-se dentro da melhor ordem, e o Sr Comandante não teve que recorrer a métodos coercivos, embora eu me tenha sentido algo pressionado à contensão verbal, e o Sr Comandante, com frequência, fizesse passar o cotovelo em frente do meu nariz. Cimentou-se a amizade, e sem formalidade, fez-se um voto pela harmonia na Guiné-Bissau.

(*) - Nota do editor:
Caro Zé Dinis, a esposa do camarada Carlos Silva, a Germana, sem desprimor para as esposas dos outros nossos camaradas, a minha incluída, além de ser uma simpatia de pessoa tem uma particularidade muito importante, é uma mulher do Norte, carago.


 Foto 1 - Aspecto do sala, bem composta de comedores, desculpem, comensais

 Foto 2 - Nesta foto, a partir da esquerda: Luís Encarnação, Francisco Palma e Hélder Valério

Foto 3 - Nesta foto de blusa azul, a "desconhecida" Germana, esposa do nosso camarada Carlos Silva

Foto 4 - Nesta foto, de azul o Zé Dinis, autor desta suposta reportagem e o Comandante Jorge Rosales, curiosamente uma figura reputadíssima em Matosinhos.

Foto 5 - Porque me pagou bem, uma segunda foto do Zé Dinis, desta vez enquadrado por uma caneca de sangria e pelo camarada Jorge Canhão

 
Foto 6 - Nesta foto, o bonito casal Gina e Marques, frequentadores assíduos dos Encontros da Tabanca Grande.

Foto 1 - Jorge Canhão
Fotos 2 a 6 - Manuel Resende
Legendas da responsabilidade do editor
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Nota de CV:

Vd. último poste da série de 4 de Junho de 2012 > Guiné 63/74 - P9992: Convívios (262): Convívios das CCAV 8350 “Piratas de Guileje” e CCAV 8352 “Águias Negras” (José Casimiro Carvalho)

7 comentários:

Hélder Valério disse...

Caros camarigos

Algumas, pequenas, correcções e/ou observações...

A primeira é para dizer ao nosso amigo 'editor de serviço' que, afinal', não conhece assim tão bem o AGA, já que, embora se possam reconhecer alguns traços de semelhança, o camarigo que está ao meio na foto 2 é o Francisco Palma, 'nosso tabanqueiro', DFA, antigo condutor de viatura atingida por mina a cerca de 3 semanas de sair de Canquelifá e o outro 'desconhecido' é o Luís Encarnação, ex-furriel, também da CCav de Canquelifá, e que ainda não é 'tabanqueiro'...

Por acaso, lamento que o AGAbreu não tivesse estado presente (assim como outros, por exemplo os meus amigos Ralheta e Rogério), mas não era ele, de facto.

A outra intervenção é, não só para sublinhar que 'cheguei a horas', tendo tido a honra de ser recebido fraternalmente pelo incomparável Rosales (ao contrário de 'outros' que, por sinal, tinham sido aconselhados a moderarem-se no 'paleio') como também para fazer ressaltar que a questão das 'viragens à direita e à esquerda' são rigorosamente do plano rodoviário.
Para que conste!

Abraços
Hélder S.

Anónimo disse...

Camaradas,
Por um lapso de que me penalizo, não incluí o Mári Fitas na lista de destinatários que anunciava o encontro.
Infelizmente, o Mário não se terá dado conta do anúncio no Blogue e, em virtude disso, não compareceu.
Já lhe pedi desculpa pelo lapso, mas quero sublinhar que não ostracizo ninguém, e que lamento muito o acontecido.
Quanto ao Miguel, telefonou-me o Cmdt Rosales a comunicar o pedido do Miguel para adiar o encontro. Aconteceu, porém, que o anúncio acabava de ser publicado, e decidimos levar por diante aquela data, não fosse gerar-se uma desconfortável confusão. Mas o Miguel é dos nossos, é do Blogue, é de Monte Real, é de Setúbal, é de Matosinhos, é um património comum, atrevo-me a dizar, e estas coisas acontecem sem beliscaduras de amizades.
Oxalá, para a próxima, possamos contar com todos e em boa forma.
Abraços fraternos
JD

Anónimo disse...

Carlinhos, grande marôto.
Felizmente que o Helder esteve atento e desfez o equívoco da segunda fotografia. É o que dá por trabalhares exaustivamente durante o período de descanso dos óculos.
Quanto à intervenção do Helder "in fine", deve-se destacar, que em matéria política, nos tempos que correm, apesar da relatividade, é conforme, mas é sempre obrigatória a atenção sobre a prevalência dominante. Principalmente aos que ainda procuram uma carreira, ou os que vivem da actividade liberal.
Abraços fraternos
JD

Carlos Vinhal disse...

Aos caríssimos camaradas Graça de Abreu e Francisco Palma apresento as minhas desculpas pela troca de identidades, fruto de uma vista já muito cansada e de não conhecer pessoalmente o Francisco.
Está reposta a legalidade.
Abraço
Carlos Vinhal
Co-editor

Luís Graça disse...

Meu querido bom amigo e melhor editor, Carlos:

Todos temos direito a cometer até 25% de asneiras, lapsos, erros, gralhas... A partir daí, dá processo disciplinar e... despedimento!

Todos os os nossos crimes de lesa-blogue fossem esses!...

O meu/nosso reconhecimento pelo teu incansável trabalho diário. A gratidão é uma palavra que faz parte do vocabulário da Tabanca Grande.

LG.

PS - Pedir desculpas também é bonito, e essa é outra flor /tal como o bom humor) que cultivamos no nosso jardim...

Dantes até havia uma palmatória, mas mandámo-la para o lixo, lembras-te ?... Decidimos levar à letra o provérbio popular, "Deus manda ser bom mas não ser parvo"... Parvo, etimologicamente falando, quer dizer pequeno, "meia leca", do latim "parvulu"... Pequeno de espírito, claro, que os homens não se medem aos palmos...

Luis Faria disse...

José Dinis

Não ligues por eu meter a colherada ( a seco,já que "abalei" de P.Arcos para a "Imbicta" nos idos 80) nas sobras da almoçarada, mas é só para te dar os parabéns pela reportagem e também pela ajuda que pelo que "ouço" deste ao Hélder trocando-lhe as voltas na roda estradal.
Abraço

Luis Faria

P.S. " abalei" é reminiscência de ter labutado uma dezena de anos pelos Alentejos que adorei.

Anónimo disse...

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