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Terra de Ninguém / No Man’s Land
Salomé Lamas | 72' / Portugal / 2012
COMPETIÇÃO PORTUGUESA - LONGAS
ESTREIA MUNDIAL PRIMEIRA OBRA
Sinopse: Paulo oferece retratos sublimados das crueldades e paradoxos do poder, assim como das revoluções que o depuseram, apenas para erguer novas burocracias, novas crueldades e paradoxos. O seu trabalho como mercenário encontra-se na franja destes dois mundos.
24 OUT. 21:30 - Culturgest - Gr. Auditório / 26 OUT. 16:00 - São Jorge - Sala 3
Fonte: Página do Facebook da realizadora, Salomé Lamas
Comentários:
(i) Jorge Mourinho:
Terra de Ninguém é o título do filme de Salomé Lamas (Culturgest, amanhã, 21h30, e São Jorge, sexta, 16h) que se instala de corpo inteiro na questão da identidade. Identidade de tema - Paulo de Figueiredo, ex-comando tornado mercenário conta a sua história frente à câmara - mas também de formato - Terra de Ninguém inscreve-se na forma tradicional do documentário, mas, pela natureza da história do Portugal pós-revolucionário que Paulo conta, levanta questões sobre a natureza da realidade e sobre o próprio documentário enquanto seu registo. Salomé Lamas tem trabalhado na fronteira entre a arte e o cinema, e ao explorar de modo assumido esse limbo, Terra de Ninguém é tão fascinante conceptualmente como absorvente narrativamente. E mais não dizemos. (Excerto de Jorge Mourinho, Ypsilon, Público, 23/10/2012)
(2) Luís Graça:
Filme que me surpreendeu, da jovem e talentosa realizadora Salomé Lamas... Sério candidato ao prémio das longas metragens - competição portuguesa...Paulo Figueiredo, 66 anos, conta a sua história de vida, em quatro dias, em 80 curtíssimas cenas, numeradas de 1 a 80, respondendo a perguntas de um guião que nunca se ouvem, apenas as respostas, secas, curtas, telegráficas, assertivas, onde a ausência de emoção é a nota dominante e obsessiva... Se bem apanhei toda a história, Paulo Figueiredo, estatura meã, seco de carnes, já meio calvo, nasce em Malanje, Angola, em 1945 ou 1946. Guarda as melhores recordações da infância despreocupada e feliz, do convívio entre brancos e negros em Malanje..."Angola poderia ter sido um grande Portugal"... Diz-se "engenheiro", profissão que nunca terá exercido...
Neto do homem que fundou o Casino Estoril (Fausto de Figueiredo, 1880-1950), filho de mãe alemã judia, de olhos azuis, 1,90 m de altura, que terá emigrado para Angola, na II Guerra Mundial (presumo). Paulo terá 15 anos em 1961, quando "rebenta o terrorismo" no norte de Angola. As imagens de cabeças cortadas e corpos empalados, de mulheres e crianças, parecem persegui-lo... Faz o serviço militar em Angola, oferece-se para os comandos, é alferes numa Companhia de Comandos (14ª ? 19ª ?., não consegui fixar), e numa outra (4021ª ?) (, há aqui uma referência a Jaime Neves, que não percebi)... Em princípio, terá sido comando entre 1967 e 1974, a acreditar na sua história... Era conhecido como o "alferes granadas". E às granadas chamava "sanzalas"...
Há relatos, sempre secos, da sua atuação como militar em Angola, alguns pouco ou não verosímeis, estereotipados... Depois vem o 25 de abril (a notícia só lhe chega "dois meses depois", o que é muito pouco provável...), a guerra civil, a independência, a retirada dos portugueses, a vinda para Portugal... Sente-se inadaptado em Portugal. Precisa do "cheiro a sangue e a pólvora", confessa. Dá-lhe "adrenalina" (sic) ir às urgências do Hospital de São José... É segurança na Fidelis, empresa ligada a um grupo de antigos comandos (, trabalhou por exemplo no Pão de Açucar, nos Olivais). É guarda costas (?) de Kaúlza de Arriaga, de Sá Carneiro, defende herdades no Alentejo... Até que surge, através da CIA, um convite para atuar como "mercenário" para combater a guerrilha na América Latina (Nicarágua, El Salvador), depois de ter explorado a hipótese (não concretizada) de "trabalho" na Rodésia...
De "mercenário" passaria por fim a "killer" (sic) ao serviço de um dos GAL - Grupos Antiterroristas de Libertação, espanhóis, que entre 1983 e 1987 praticaram o chamado "terrorismo de Estado". A sua missão era eliminar "etarras", por 10 milhões de pesetas por cabeça (sic)... Faz sempre questão de distinguir o seu trabalho como "mercenário" (mas "militar", sempre) e como "killer" (sic)... Faz questão de sublinhar a existência de um código de ética que o levava, por exemplo, a abortar uma ação quando havia vidas de "inocentes" (crianças, mulheres) em jogo... Na sua contabilidade da morte, como "killer" fala de 15 alvos abatidos, eliminados, liquidados... Nada lhe pesa na consciência... É frio, cerebral, racionalizador... "O terror combate-se com o terror"...
Acaba por ser preso em França e condenado em Espanha a 30 anos de prisão... Passou por diversas cadeias espanholas de alta segurança, tendo sido libertado ao fim de 15 anos... Criminoso, amoral, psicopata, mitómano, justiceiro ?...A realizadora descobre-lhe o rasto em Portugal, e está interessada apenas em "ouvir" e "documentar" a "verdade" do Paulo... Nunca faz nenhum "juízo moral" sobre o seu entrevistado e o seu comportamento passado. De resto, as suas "confidências" têm coerência e parecem ser consistentes... Nos quatro dias em que tem um "palco" e uma "audiência", ele conta a sua história de vida. E que vida!... Agarra o espectador, consegue inclusive ser empático e sedutor, tem algum sentido de humor (negro) que nos leva a esboçar um sorriso amarelo... Não se percebe bem se chegou a constituir família, se tem filhos e netos... Mas, numa das raras confidências em que "fraqueja", ele diz que a coisa que mais desejaria, antes de morrer, era poder sentar-se no sofá a ver televisão, rodeado dos filhos e dos netos...
As últimas cenas do filme mostram-nos a sua condição de "sem abrigo", vivendo algures em Lisboa, debaixo de um viaduto, com dois negros...A realizadora, que acabou o filme muito recentemente, prometera-lhe que ele seria o primeiro espectador do seu filme... Perdeu-lhe definitivamente o rasto. Há um dedicatória, no fim, a este homem que terá morrido recentemente, sem papéis, sem identidade, sem documentos, na "terra de ninguém". e que é parte da nossa história, da história da geração dos homens que fizeram a guerra colonial e o 25 de abril... Perturbante, perturbador, a não perder... (Luís Graça)
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Nota do editor:
Último poste da série > 23 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10557: Agenda cultural (224): Lançamento do livro póstumo “Golden Gate - Um quase diário de guerra”, de José Niza (1938-2011), ex-alf mil médico em Angola (BCAÇ 2877, 1969/71) (Carlos Pinheiro)
Filme que me surpreendeu, da jovem e talentosa realizadora Salomé Lamas... Sério candidato ao prémio das longas metragens - competição portuguesa...Paulo Figueiredo, 66 anos, conta a sua história de vida, em quatro dias, em 80 curtíssimas cenas, numeradas de 1 a 80, respondendo a perguntas de um guião que nunca se ouvem, apenas as respostas, secas, curtas, telegráficas, assertivas, onde a ausência de emoção é a nota dominante e obsessiva... Se bem apanhei toda a história, Paulo Figueiredo, estatura meã, seco de carnes, já meio calvo, nasce em Malanje, Angola, em 1945 ou 1946. Guarda as melhores recordações da infância despreocupada e feliz, do convívio entre brancos e negros em Malanje..."Angola poderia ter sido um grande Portugal"... Diz-se "engenheiro", profissão que nunca terá exercido...
Neto do homem que fundou o Casino Estoril (Fausto de Figueiredo, 1880-1950), filho de mãe alemã judia, de olhos azuis, 1,90 m de altura, que terá emigrado para Angola, na II Guerra Mundial (presumo). Paulo terá 15 anos em 1961, quando "rebenta o terrorismo" no norte de Angola. As imagens de cabeças cortadas e corpos empalados, de mulheres e crianças, parecem persegui-lo... Faz o serviço militar em Angola, oferece-se para os comandos, é alferes numa Companhia de Comandos (14ª ? 19ª ?., não consegui fixar), e numa outra (4021ª ?) (, há aqui uma referência a Jaime Neves, que não percebi)... Em princípio, terá sido comando entre 1967 e 1974, a acreditar na sua história... Era conhecido como o "alferes granadas". E às granadas chamava "sanzalas"...
Há relatos, sempre secos, da sua atuação como militar em Angola, alguns pouco ou não verosímeis, estereotipados... Depois vem o 25 de abril (a notícia só lhe chega "dois meses depois", o que é muito pouco provável...), a guerra civil, a independência, a retirada dos portugueses, a vinda para Portugal... Sente-se inadaptado em Portugal. Precisa do "cheiro a sangue e a pólvora", confessa. Dá-lhe "adrenalina" (sic) ir às urgências do Hospital de São José... É segurança na Fidelis, empresa ligada a um grupo de antigos comandos (, trabalhou por exemplo no Pão de Açucar, nos Olivais). É guarda costas (?) de Kaúlza de Arriaga, de Sá Carneiro, defende herdades no Alentejo... Até que surge, através da CIA, um convite para atuar como "mercenário" para combater a guerrilha na América Latina (Nicarágua, El Salvador), depois de ter explorado a hipótese (não concretizada) de "trabalho" na Rodésia...
De "mercenário" passaria por fim a "killer" (sic) ao serviço de um dos GAL - Grupos Antiterroristas de Libertação, espanhóis, que entre 1983 e 1987 praticaram o chamado "terrorismo de Estado". A sua missão era eliminar "etarras", por 10 milhões de pesetas por cabeça (sic)... Faz sempre questão de distinguir o seu trabalho como "mercenário" (mas "militar", sempre) e como "killer" (sic)... Faz questão de sublinhar a existência de um código de ética que o levava, por exemplo, a abortar uma ação quando havia vidas de "inocentes" (crianças, mulheres) em jogo... Na sua contabilidade da morte, como "killer" fala de 15 alvos abatidos, eliminados, liquidados... Nada lhe pesa na consciência... É frio, cerebral, racionalizador... "O terror combate-se com o terror"...
Acaba por ser preso em França e condenado em Espanha a 30 anos de prisão... Passou por diversas cadeias espanholas de alta segurança, tendo sido libertado ao fim de 15 anos... Criminoso, amoral, psicopata, mitómano, justiceiro ?...A realizadora descobre-lhe o rasto em Portugal, e está interessada apenas em "ouvir" e "documentar" a "verdade" do Paulo... Nunca faz nenhum "juízo moral" sobre o seu entrevistado e o seu comportamento passado. De resto, as suas "confidências" têm coerência e parecem ser consistentes... Nos quatro dias em que tem um "palco" e uma "audiência", ele conta a sua história de vida. E que vida!... Agarra o espectador, consegue inclusive ser empático e sedutor, tem algum sentido de humor (negro) que nos leva a esboçar um sorriso amarelo... Não se percebe bem se chegou a constituir família, se tem filhos e netos... Mas, numa das raras confidências em que "fraqueja", ele diz que a coisa que mais desejaria, antes de morrer, era poder sentar-se no sofá a ver televisão, rodeado dos filhos e dos netos...
As últimas cenas do filme mostram-nos a sua condição de "sem abrigo", vivendo algures em Lisboa, debaixo de um viaduto, com dois negros...A realizadora, que acabou o filme muito recentemente, prometera-lhe que ele seria o primeiro espectador do seu filme... Perdeu-lhe definitivamente o rasto. Há um dedicatória, no fim, a este homem que terá morrido recentemente, sem papéis, sem identidade, sem documentos, na "terra de ninguém". e que é parte da nossa história, da história da geração dos homens que fizeram a guerra colonial e o 25 de abril... Perturbante, perturbador, a não perder... (Luís Graça)
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Nota do editor:
Último poste da série > 23 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10557: Agenda cultural (224): Lançamento do livro póstumo “Golden Gate - Um quase diário de guerra”, de José Niza (1938-2011), ex-alf mil médico em Angola (BCAÇ 2877, 1969/71) (Carlos Pinheiro)
22 comentários:
Pergunta de um curioso atípico - a realizadora prometeu ao tal Paulo que ele seria o primeiro a espetar o filme, para quê?
(Furar o filme?! Enigma...)
SNogueira
E uma falta ortograqfica, nao e espetador de espetar mas sim espectador = primeiro a ver o filme antes da estreia
Julio Abreu
Gr. Comandos Centurioes
Ex-Guine Portuguesa
E uma falta ortograqfica, nao e espetador de espetar mas sim espectador = primeiro a ver o filme antes da estreia
Julio Abreu
Gr. Comandos Centurioes
Ex-Guine Portuguesa
P.S Tipe falta nao -ortograqfica- mas sim hortografica
quererao dizer - ortográfica -???
Peço desculpa pelo erro ortográfico... O Acordo Ortográfico de 1990 prevê, em Portugal, a existência de duas grafias, "espectador" e... "espetador". Concordo que esta última é de bradar aos céus... LG
Mais uma achega para a "leitura" do filme:
Crítica de João Miranda em www.c7nema.net (reproduzida aqui com a devida vénia):
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"Terra de Ninguém” é o retrato contado na primeira pessoa de Paulo Figueiredo, um comando na Guerra Colonial, contratado mais tarde como mercenário e assassino. Ainda que um narrador não-confiável clássico (que o diga quem se sentava na fila à minha frente e de vez em quando exclamava irritado: “É mentira!”), as suas histórias têm tão grande especificidade que só podem ser baseadas na realidade.
Baseado em entrevistas efetuadas numa casa vazia durante quatro dias, a visão de Paulo é a de muitas pessoas que estiveram nas colónias e receberam uma educação conservadora, acentuada pela violência das acções nos Comandos durante a Guerra Colonial. Paulo tem uma moral muito própria que tenta seguir, mas evita sempre olhar para trás, revelando um conflito interno que tenta ignorar. A sua honestidade, por vezes misturada com um humor muito próprio, por vezes torna-se intimidante, outras vezes permite-nos rir, ainda que com algum desconforto.
O documentário tem uma estrutura estranha, com números a substituir perguntas, temáticas a dar lugar à cronologia das entrevistas e com um fim que poderia ter sido reduzido. A realizadora Salomé Lamas perde a oportunidade de, com mais pesquisa, cruzar a informação e obter imagens de arquivo para confirmar ou contrariar o que é dito. Em vez disso faz apontamentos pessoais (que mais valia serem lidos por outra pessoa, já a ela lhe parece faltar a energia ou a convicção) onde nos interpreta o que encontrou em alguns jornais.
Se este é um bom filme, é porque Paulo Figueiredo é uma personagem interessante e a sua história pessoal cruza a História Mundial. Se a realizadora não queria usar imagens de arquivo, mais valia usar só as entrevistas com Paulo, à imagem de “El Sicário”, vencedor há dois anos do Doclisboa.
O Melhor: Paulo Figueiredo, mesmo que nem sempre se possa concordar com ele.
O Pior: Os apontamentos da realizadora, a voz off, o fim.
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Artigo retirado do site www.c7nema.net
http://www.c7nema.net/index.php?option=com_content&view=article&id=11471:doclisboa12-terra-de-ninguem-por-joao-miranda&catid=:outros-filmes
, a visão de Paulo é a de muitas pessoas que estiveram nas colónias e receberam uma educação conservadora,
....-....
Quem foi criado e educado nas colónias (como é este Paulo) não eram conservadores.
Antes pelo contrário, vejam os cantores de intervenção, os poetas e escritores que falam dos contratados/negros, de muitos capitães de Abril mais radicais...em geral a maioria foi criada e educada nos liceus coloniais.
Eu fiz a minha guerra com angolanos brancos alferes e furrieis e cabos, mas embora sem conviver também conheci capitães que tinham nascido de de velhos funcionários e militares coloniais.
Essa gente não era mesmo nada conservadora.
Ainda andam por alguns deles por aí a dar nas vistas, embora muitos foram para o Brasil e EUA.
É difícil um dia compreender o que se passou naquelas terras.
Houve muitos jovens que pela visão aventureira e romântica ou ideológica da vida de mercenário chegaram a ficar na própria MPLA ou UNITA.
E até raparigas se aventuraram.
Cumprimentos
Informação do sítio da CPLP:
A CPLP patrocina o prémio para a melhor longa ou média-metragem dos Países de Língua Portuguesa no 10º Festival Internacional de Cinema DocLisboa 2012. A cerimónia de entrega do Prémio CPLP será no dia 27 de Outubro, pelas 21h30, no auditório grande da Culturgest.
Esta iniciativa, que conta com a exibição de cerca de 150 filmes internacionais, tem sido apoiada pela CPLP desde 2010.
http://www.cplp.org/
Rosinha, também me parece que havia em Angola, nos anos 40 e 50 pelo menos, um ambiente de "liberdade" que não havia no Puto... Nunca devemos fazer generalizações a partir de um caso concreto...
Este ano não seguir o Doclisboa como queria... Por exemplo, perdi este filme de temática angolana...
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A Minha Banda e Eu / My Band and I
Inês Gonçalves, Kiluanje Liberdade | 62' / Portugal / 2012
HEART BEAT
ESTREIA MUNDIAL
Entre Luanda e Lisboa, os realizadores traçam o retrato de uma nova geração de angolanos que vê no Semba e na Kizomba a expressão máxima da sua identidade cultural. Os ritmos quentes e os corpos bamboleantes sucedem-se num filme que revela a vontade de um povo de se reinventar e levar as suas raízes, através da música e da dança, aos quatro cantos do mundo.
21 OUT. 19:15 - São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
24 OUT. 19:00 - São Jorge - Sala 3
(Fonte: DocLisboa2012)
Outro filme que gostaria de ter visto, com a assinatura do Tiago Pereira (o talentoso filho do talentoso Júlio Pereira, o homem dos sete instrumentos)...
Já agora tomem nota da fabulosa página do Tiago Pereira: A Música portuguesa a gostar dela própria
https://www.facebook.com/amusicaportuguesaagostardelapropria
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Não me importava de morrer se houvesse Guitarras no Céu / I wouldn't mind dying if there were Guitars in Heaven
Tiago Pereira | 52' / Portugal / 2012
HEART BEAT
ESTREIA MUNDIAL
A Chamarrita é um baile mandado, em roda, que surgiu nos Açores há muitos anos. Um grupo de tocadores de viola da terra, bandolim, violão e rabeca (e por vezes "cantadores") imprime a energia rítmica necessária ao avanço da dança. Há um "mandador" que vai coordenando os vários pares. Este bailho está especialmente vivo nas ilhas do Faial e do Pico.
22 OUT. 21:30 - São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
25 OUT. 16:45 - Londres - Sala 1
(Fonte: Doclisboa2012)
Tamb´+em perdi o filme de esteria, estava em Angola...Espero que o AGA tenha visto... LG
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A Última Vez que vi Macau / The Last Time I saw Macao
João Pedro Rodrigues, João Rui Guerra da Mata | 82' / Portugal, França / 2012
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL - LONGAS
SESSÃO DE ABERTURA [,18 de outubro, 21.30, Cukturgest, Grande Auditório]
Dois realizadores partem para Macau numa aventura de descoberta de uma cidade-labirinto, fascinante e multicultural, onde as memórias de infância no Oriente de um dialogam com as memórias ficcionadas do Oriente do outro, construídas pelos códigos do cinema, da literatura e da pintura, criando um álbum de geografia física e emocional.
23 OUT. 16:45 - Londres - Sala 1
(Fonte: Doclisboa2012)
Podia ser na Guiné em Angola, em Moçambique... Outro filme que gostaria de ter visto... LG
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Ziamlia / Earth
Victor Asliuk | 30' / Bielorússia, Polónia / 2012
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL - CURTAS
Há locais onde a Segunda Guerra Mundial ainda não acabou. Nos antigos campos de batalha, agora cobertos por bosques, há milhares de soldados soviéticos por enterrar. Todos os anos, voluntários procuram esses restos mortais, para poderem enterrá-los devidamente. O filme é uma elegia que, mais uma vez, nos recorda a fragilidade da existência humana.
23 OUT. 21:30 - Culturgest - Gr. Auditório
25 OUT. 19:15 - Londres - Sala 1
(Fonte: Doclisboa2012)
O Vietname em retrospetiva... LG
Winter Soldier
Winterfilm Collective | 96' / EUA / 1972
RETROSPECTIVA UNITED WE STAND, DIVIDED WE FALL
Este documentário, acerca das atrocidades americanas no Vietname, longe de ser um espectáculo de horror ou um exercício de propaganda, torna-se numa obra filosófica. As maiores e mais importantes estrelas do filme são as lágrimas derramadas por homens que aprenderam que, para destruir o machismo falso instilado pela escola, pelo estado e pelo exército, é necessário aprender a chorar. Amos Vogel
Filme exibido na sessão AGAINST THE WAR / CONTRA A GUERRA.
21 OUT. 21:15 - Londres - Sala 2
(Fonte: Doclisboa2012)
Cinema de urgência...
The Suffering Grasses: when Elephants fight, it is the Grass that suffers
Iara Lee | 52' / Turquia, Síria / 2012
CINEMA DE URGÊNCIA
Em solidariedade com o povo sírio e com o cineasta Orwa Nyrabia, desaparecido no aeroporto de Damasco a 23 de Agosto de 2012.
Mais de um ano volvido, com milhares de mortos, o conflito na Síria tornou-se num microcosmo da política da região e um reflexo do mundo como um todo. Com a Primavera Árabe e o derrube de Muammar Khadafi como pano de fundo, o filme aborda o conflito sírio através dos civis que foram mortos, maltratados e deslocados para campos de refugiados.
Filme exibido na sessão CINEMA DE URGÊNCIA 2, juntamente com Cheap Tickets e Saa'bor Ghadane / I will cross Tomorrow.
24 OUT. 19:15 - São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
(Fonte: Doclisboa2012)
Cinema de urgência...
Thanassis / A Greek DOGumentary
Demetri Sofianopoulos | 8' / Grécia / 2012
CINEMA DE URGÊNCIA
A crise grega vista pelos olhos de um cão rafeiro. Outrora, foi adoptado por uma família rica e foi viver para os subúrbios mas os seus donos entraram em falência e ele está de novo na rua.
Filme exibido na sessão CINEMA DE URGÊNCIA 3, juntamente com How to Film a Revolution; Artigo 45º / Article 45; Los Desnudos Notre Corps est une Arme / Los Desnudos Our Body is a Weapon; Ja arriba el Temps de remenar les Cireres / It's Time to shake the Apple Tree e Gravity Hill Newsreels: Occupy Wall Street Part 1.
25 OUT. 19:15 - São Jorge - Sala Manoel de Oliveira
(Fonte: Doclisboa2012)
A Guiné, os guineenses que cá vivem, numa "curtíssima" (6 minutos)...
Mamadu & Binta
Cátia Aguiam, Joana Aguiam, João V. F. | 6' / Portugal / 2012
VERDES ANOS
O retrato do casamento de dois imigrantes guineenses: Mamadu, residente em Portugal há 21 anos, e Binta, que chegou há dois meses para viver com o marido que conheceu através de fotografias e conversas ao telefone.
20 OUT. 16:30 - São Jorge - Sala 3
(Fonte: Doclisboa2012)
Mas hoje, sábado, 27, ainda podes ver...
Duch, le Maître des Forges de l’Enfer / Duch, Master of the Forges of Hell
Rithy Panh | 110' / França, Camboja / 2011
SESSÕES ESPECIAIS
Entre 1975 e 1979, o regime dos Khmer Vermelhos provocou a morte de cerca de 1,8 milhões de pessoas, um quarto da população do Camboja. Kaing Guek Eav, mais conhecido por Duch, foi responsável pela prisão M3 e depois nomeado para o centro S21. Em 2009, tornou-se o primeiro dirigente dos Khmer Vermelhos a ser julgado num tribunal internacional.
21 OUT. 19:00 - Culturgest - Gr. Auditório
27 OUT. 21:15 - Culturgest - Pq. Auditório
(Fonte: Doclisboa2012)
Quero ver se não perco, hoje, 27...
Cesare deve morire / Caesar must die
Paolo Taviani, Vittorio Taviani | 76' / Itália / 2012
SESSÃO DE ENCERRAMENTO
ANTE-ESTREIA
A representação de Júlio César de Shakespeare chega ao fim. Os actores abandonam o palco e regressam às suas celas. São todos presidiários da cadeia de segurança máxima de Rebibbia, em Roma. Este documentário não insiste nos crimes que estes homens cometeram na vida ‘real'; antes estabelece paralelos entre este drama clássico e o mundo de hoje.
27 OUT. 21:30 - Culturgest - Gr. Auditório
(Fonte: Doclisboa2012)
Espero também não perder, amanhã, 28...
19:00
Culturgest - Gr. Auditório
Filmes Premiados / Award-Winning Films
Competição Portuguesa / Portuguese Competition |
Exibições: 28 OUT
21:30
Culturgest - Gr. Auditório
Filmes Premiados / Award-Winning Films
Competição Internacional / International Competition |
Exibições: 28 OUT
Acertei!...
Durante a sessão de encerramento foram anunciados os vencedores do doclisboa 2012:
(i) o vencedor do Grande Prémio Cidade de Lisboa para Melhor Longa-metragem da Competição Internacional foi "Three Sisters", do chinês Wang Bing;
(ii) na competição nacional, o principal vencedor foi "Terra de Ninguém2, de Salomé Lamas, que venceu ainda o prémio para Melhor Primeira Obra, Prémio Restart e Prémio do Público.
Ler mais: http://splitscreen-blog.blogspot.com/2012/10/three-sisters-de-wang-bing-vence-o.html#ixzz2AXyg4XHf
Escreve o "Público":
(...) Three Sisters, o olhar do chinês Wang Bing sobre três crianças deixadas sozinhas numa aldeia abandonada aos velhos e às crianças pelos habitantes em busca de trabalho, e Terra de Ninguém, onde a portuguesa Salomé Lamas regista a longa confissão de um ex-comando tornado mercenário, são os vencedores do concurso do DocLisboa 2012. Premiados merecidos numa 10ª edição cuja única surpresa foi o facto de os palmarés competitivos se escusarem elegantemente às componentes política e activista que marcaram abertamente a edição deste ano. (...)
A arte liberta...
"Agora que conheço a arte, esta cela tornou-se uma prisão"... Frase dita, no final, de regresso à cela, por um dos reclusos que, na peça de Shakespeare, faz o papel de Cássio...
Vi o filme no Doclisboa 2012, apresentado pelo próprio Paolo Taviani, e recomendo vivamente. São grandes atores amadores, aliás escolhidos a dedo, de entre um razoável número de candidatos, elegíveis e voluntários, todos eles a cumprir pena maior. Julgo que o teatro na prisão pode ter uma função catártica e libertadora, contribuindo a seu modo para "humanizar" essas instituições totalitárias que são as nossas prisões, e melhorar o processo de reabilitação e reintegração destes homens..,
Por outro lado, o paralelismo com a situação política italiana da época (2007) é por demais evidente... Berlusconi é o César que põe em perigo a República... Enfim, um filme que honra o melhor do cinema italiano e europeu!
Publicada a 03-11-2012 por Luís Graça
Em: Público > Cinecartaz
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