Foto: © Luís Graça (2013). Todos os direitos reservados-
Há salteadores prantados
No nosso quintal.
Roubam-nos os trastes
Onde dormimos.
Saqueiam as heranças
De nossos avós…
Roubam-nos os trastes
Onde dormimos.
Saqueiam as heranças
De nossos avós…
Nem o pão que guardamos
Com tanto suor,
Eles poupam…
Tudo lhes serve
Para levar nos bornais.
Com tanto suor,
Eles poupam…
Tudo lhes serve
Para levar nos bornais.
E nós assistimos,
Impávidos e serenos,
Como se tivéssemos morrido.
Só ladram os cães…
Ninguém lhes resiste…
Parecemos drogados,
Perante os chacais.
Só ladram os cães…
Ninguém lhes resiste…
Parecemos drogados,
Perante os chacais.
Não há carabinas,
Nem há varapaus.
Uma cambada de anjinhos
É o que somos.
Onde está nossa honra?...
E o sangue de heróis
Que nos corre no corpo,
Que deixaram os pais?...
Parecemos uns vermes,
Que nos corre no corpo,
Que deixaram os pais?...
Parecemos uns vermes,
Uns caracóis.
Só restam paredes,
E covas bem fundas,
Onde iremos parar.
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 28 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11493: Blogpoesia (334): Regressei da Guiné (Joaquim Luís Mendes Gomes)
Só restam paredes,
E covas bem fundas,
Onde iremos parar.
Nem sinos a rebate,
Tocam nas igrejas!...
Ó cemitério
De palácios reais!...
Ovar, 1 de Maio de 2013, 20h58
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
[ex-alf mil, CCAÇ 728, (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66]
Tocam nas igrejas!...
Ó cemitério
De palácios reais!...
Ovar, 1 de Maio de 2013, 20h58
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
[ex-alf mil, CCAÇ 728, (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66]
Nota do editor:
Último poste da série > 28 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11493: Blogpoesia (334): Regressei da Guiné (Joaquim Luís Mendes Gomes)
6 comentários:
Caro Mendes Gomes,
É exactamente como referes, resultado de políticas criminosas prosseguidas desde a longinqua data da revolução, conduziram-nos ao estado actual de penúria, dependência externa, e perda da soberania.
O que sobra do sopro de vida do 25 de Abril? a liberdade de expressão, por vezes condicionada, e uma reminiscências do estado social muito desbaratado.
E essas políticas são tão mais criminosas, quanto já conduziram ao passamento de pais e filhos vítimas da humilhação e do desespero.
A apatia popular, está mais que provado, só conduz à exploração infame, e ao cada vez maior enriquecimento de uns poucos, versus o empobrecimento ignóbil ditado à maioria.
Passe a publicidade, eu aderi a uma associação onde se pratica a cidadania popular, democrátrica e apartidária, legalizada e em expansão desde Dezembro nacional, a APRe! - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, pois creio que só um movimento democrático, apartidário, e organizado, capaz de grangear prestígio para congregar os cidadãos deste ´País, poderá mobilizar as pessoas de forma a pressionar os governos à prossecução do Interesse Público, e ao estabelecimento de um quadro legislativo simples, pelo qual os cidadãos possam fiscalizar e controlar os actos dos políticos, em atitude de cidadania participativa, e com vista à regeneração e decência das relações entre os portugueses.
A apatia e o conforto do sofá podem distrair-nos dos problemas pendentes dos créditos por pagar, dos impostos exagerados, do cada vez mais escasso rendimento salarial ou das pensões, mas só nos agrava a situação pela continuação do esbulho mais que incompetente, organizado.
Se a situação a que chegàmos resulta de políticas inapropriadas e de traição, será politicamente, e pela mobilização geral que conseguiremos inflectir o caminho, e enveredarmos por uma necessária e urgente educação cívica e solidária.
Penso eu de que...
Abraços fraternos
JD
Leia-se desde Dezembro passado, em vez de desde Dezembro nacional.
Esta maioria dá-me cabo da cuca. Mas ainda tenho bom tiro, tanto de pontaria, como instintivo. Preciso é de óculos.
Peço desculpa por não ter feito a revisão ao texto.
JD
Outras virtudes do tal mecanismo simples de fiscalização e controle popular sobre os actos políticos, consubstanciar-se-á pelo estímulo à participação cidadã, por um lado, e pela prevenção/dissuasão dos corruptos, que sentiriam uma malha apertada, e seriam severamente responsabilizados. Esse mecanismo, claro, implica a simplificação do direito, sem as maningâncias de recursos, prescrições, inimputabilidades, etc.
Tudo simples, garanto-vos.
JD
Caro Mendes Gomes,
É exactamente como referes, resultado de políticas criminosas prosseguidas desde a longinqua data da revolução, conduziram-nos ao estado actual de penúria, dependência externa, e perda da soberania.
O que sobra do sopro de vida do 25 de Abril? a liberdade de expressão, por vezes condicionada, e uma reminiscências do estado social muito desbaratado.
E essas políticas são tão mais criminosas, quanto já conduziram ao passamento de pais e filhos vítimas da humilhação e do desespero.
A apatia popular, está mais que provado, só conduz à exploração infame, e ao cada vez maior enriquecimento de uns poucos, versus o empobrecimento ignóbil ditado à maioria.
Passe a publicidade, eu aderi a uma associação onde se pratica a cidadania popular, democrátrica e apartidária, legalizada e em expansão desde Dezembro nacional, a APRe! - Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados, pois creio que só um movimento democrático, apartidário, e organizado, capaz de grangear prestígio para congregar os cidadãos deste ´País, poderá mobilizar as pessoas de forma a pressionar os governos à prossecução do Interesse Público, e ao estabelecimento de um quadro legislativo simples, pelo qual os cidadãos possam fiscalizar e controlar os actos dos políticos, em atitude de cidadania participativa, e com vista à regeneração e decência das relações entre os portugueses.
A apatia e o conforto do sofá podem distrair-nos dos problemas pendentes dos créditos por pagar, dos impostos exagerados, do cada vez mais escasso rendimento salarial ou das pensões, mas só nos agrava a situação pela continuação do esbulho mais que incompetente, organizado.
Se a situação a que chegàmos resulta de políticas inapropriadas e de traição, será politicamente, e pela mobilização geral que conseguiremos inflectir o caminho, e enveredarmos por uma necessária e urgente educação cívica e solidária.
Penso eu de que...
Abraços fraternos
JD
Comentário do filósofo chinês Zhuang Zi (369 a.C.-286 a.C.). Depois de Lao Zi, o autor do Tao Te Ching,é a figura mais destacada do taoísmo filosófico. Desenvolveu o taoísmo dando-lhe uma extraordinária originalidade e vigor dialéctico utilizando, numa linguagem incomparável, a inteligência, a irreverência, a ironia:
“Aqueles que afirmam existir o correcto e o justo sem o seu correlativo, o incorrecto e o injusto, ou o bom governo sem o seu correlativo, o mau governo, não compreendem os grandes princípios do universo nem a essência de toda a criação.Como se pode falar da existência do Céu sem se referir a existência da Terra,
ou do princípio positivo sem se referir o princípio negativo? No entanto, ainda há pessoas que continuam estas intermináveis discussões.Essas pessoas ou são loucas ou são ingénuas.”
####
“O universo, como tal, é a expressão do absoluto.Tudo muda ao longo do tempo, no decurso da evolução, de acordo com o que começa e com o que acaba. A ciência ensina que as coisas mudam de aspecto e que o absoluto se transforma em relativo.Esbate-se por isso a distância entre grande e pequeno, entre o que vem antes e o que vem depois, numa cadeia que não tem fim.”
E apareçam para o lançamento do meu
16º livro, quinze deles com a China
lá dentro. O meu único livro que não tem China foi escrito nos meus anos a.C., ou seja "antes da China" e chama-se Diário da Guiné, de 1972 a 1974.
Abraço,
António Graça de Abreu
Esse famoso filósofo taoísta também teve odireito de errar...para além de todas sábias afirmações...
Vivemos no momento que passa...e é esse que temos de resolver. Não faz sentido a lei do fatalismo.
Muitas venturas para o teu 16º livro...
Um abraço
JLMG
Enviar um comentário