Lisboa > Cais da Rocha Conde de Óbidos > 22 de outubro de 1969 > Embarque do pessoal da CCAV 2639 (III)
Lisboa > Cais da Rocha Conde de Óbidos > 22 de outubro de 1969 > Embarque do pessoal da CCAV 26439 (IV)
T/T Uíge > Viagem Lisboa-Bissau > 25/10/1969 > CCAV 2639 > Grupo de 1º Cabos: na 2ª fila, de pé: Farelo, Luis Delgado,Pena e Henrique; 1ª fila, Oteda,Garcia e Ferreira.
T/T Uíge > Bissau > 28/10/1969 > Chegada
Guiné > Bissau > 28/10/10969 > CCAV 2639 > Após o desembarque, com o T/T Uíge ao fundo.
Fotos: © Victor Garcia (2009) . Todos os direitos reservados (Edição: L.G.)
Victor Garcia |
1. Fotos do álbum do Victor Garcia [ ex-1º cabo at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71], membro da nossa Tabanca Grande desde 15 de setembro de 2008.
São uma pequena homenagem ao Victor Garcia, mas também ao seu camarada Mário Lourenço que ele acaba de trazer até nós, para se sentar sob o poilão da nossa Tabanca Grande (*). Desejamos a ambos muita saúde e longa vida, e continuação da vontade de partilhar connosco as suas memórias da Guiné.
O Victor Garcia tem uma página pessoal na Net, onde integrou também um sítio dedicado à sua unidade, a CCAV 2639 (Álbum pessoal, Camaradas, Símbolos, Convívios).
2. Comentário de LG:
Devo dizer que me fascinam estas imagens das nossa(s) partida(s). Centenas de milhares jovens, da nossa geração, passaram por aqui, pelo Cais da Rocha Conde Óbidos a caminho do ultramar... Podem ser repetidas até à exaustão, continuam a mexer connosco... Falarão sempre da saudade de quem parte e de quem fica... Como diz o excerto de um poema meu:
Cais de partida(s)
Sempre detestei os cais de partida,
as estações ferroviárias,
as gares marítimas,
os aeroportos que nos levam ao céu,
as linhas de todas as cores do metro
as paragens de elétricos,
os terminais de autocarro,
e até as praças de táxis,
sítios onde há gente vulgar,
apressada, ou mal dormida,
ou com lágrima fácil ao canto do olho
e até pombos ou gaivotas
debicando restos de comida.
São sombrios e tristes os ares das gares
como é sombrio e triste qualquer lugar
onde se parte e reparte
e há sempre alguém
que fica com a melhor parte.
Campo Grande, Rossio, Santa Apolónia,
Sete Rios, Oriente
Alcântara, Rocha Conde de Óbidos,
que será sempre, para mim,
o Cais 24 de maio de 1969…
Ah!, e mais a norte,
O Victor Garcia tem uma página pessoal na Net, onde integrou também um sítio dedicado à sua unidade, a CCAV 2639 (Álbum pessoal, Camaradas, Símbolos, Convívios).
2. Comentário de LG:
Devo dizer que me fascinam estas imagens das nossa(s) partida(s). Centenas de milhares jovens, da nossa geração, passaram por aqui, pelo Cais da Rocha Conde Óbidos a caminho do ultramar... Podem ser repetidas até à exaustão, continuam a mexer connosco... Falarão sempre da saudade de quem parte e de quem fica... Como diz o excerto de um poema meu:
Cais de partida(s)
Sempre detestei os cais de partida,
as estações ferroviárias,
as gares marítimas,
os aeroportos que nos levam ao céu,
as linhas de todas as cores do metro
as paragens de elétricos,
os terminais de autocarro,
e até as praças de táxis,
sítios onde há gente vulgar,
apressada, ou mal dormida,
ou com lágrima fácil ao canto do olho
e até pombos ou gaivotas
debicando restos de comida.
São sombrios e tristes os ares das gares
como é sombrio e triste qualquer lugar
onde se parte e reparte
e há sempre alguém
que fica com a melhor parte.
Campo Grande, Rossio, Santa Apolónia,
Sete Rios, Oriente
Alcântara, Rocha Conde de Óbidos,
que será sempre, para mim,
o Cais 24 de maio de 1969…
Ah!, e mais a norte,
Leixões, Campanhã,
Devesas, Coimbra B…
Ou mais a sul,
Funchal, Luanda, Bissau,
Xime, Bambadinca, Bafatá…
Quem parte, está
a mais,
e não conta na cidade
e só quem parte, é que leva saudade.
Devesas, Coimbra B…
Ou mais a sul,
Funchal, Luanda, Bissau,
Xime, Bambadinca, Bafatá…
Quem parte, está
a mais,
e não conta na cidade
e só quem parte, é que leva saudade.
(...)
Resta-me a grande nostalgia dos navios
e dos comboios
que eu nunca tive,
nem em brinquedos,
e que nunca sabotei,
porque nunca fiz parte da resistência,
e onde nunca viajei, em criança,
pela simples razão de nem sequer passarem à minha porta.
Nem entrarem no quarto dos meus medos
Nem existirem, tão pouco, no jardim.
que eu desenhava
no quadro de ardósia
com pau de giz branco.
Menino e moço me levaram da casa de meus pais
para longes terras, Bernardim,
e talvez por isso
ainda hoje me seja mais fácil chegar,
a uma gare ou um cais,
do que partir.
Resta-me a grande nostalgia dos navios
e dos comboios
que eu nunca tive,
nem em brinquedos,
e que nunca sabotei,
porque nunca fiz parte da resistência,
e onde nunca viajei, em criança,
pela simples razão de nem sequer passarem à minha porta.
Nem entrarem no quarto dos meus medos
Nem existirem, tão pouco, no jardim.
que eu desenhava
no quadro de ardósia
com pau de giz branco.
Menino e moço me levaram da casa de meus pais
para longes terras, Bernardim,
e talvez por isso
ainda hoje me seja mais fácil chegar,
a uma gare ou um cais,
do que partir.
Luís Graça
_____________
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 9 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13383: Tabanca Grande (441): Mário Jorge Figueiredo Lourenço, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CCAV 2639 (Binar, Pete, Bula, Ponta Consolação e Capunga, 1969/71)
(*) Vd. poste de 9 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13383: Tabanca Grande (441): Mário Jorge Figueiredo Lourenço, ex-1.º Cabo Radiotelegrafista da CCAV 2639 (Binar, Pete, Bula, Ponta Consolação e Capunga, 1969/71)
1 comentário:
"...Nunca voltarei porque nunca se volta.
O lugar a que se volta é sempre outro.
A gare a que se volta é outra.
Já näo está a mesma gente,nem a mesma luz..."
(Fernando Pessoa)
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